OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 9 de março de 2013

YOGA DE AÇÃO

"(...) Existe no Oriente uma tendência de passividade, nascida da convicção de que todo o agir do homem profano é negativo, mau, pecaminoso, porque o homem profano age em nome de seu ego e por amor a ele, que é uma ilusão.

Krishna, porém, e outros mestres iluminados não advogam essa passividade de não agir, mas recomendam uma terceira atitude, equidistante do falso agir do profano e do não agir do místico; insistem no reto agir do homem cósmico. O reto agir consiste em agir em nome e por amor do Eu central (Atman) do homem, embora o ego periférico (Aham) possa servir  como canal e veículo dessas águas vivas que emanam da fonte divina do homem.  

Para que seja possível essa terceira atitude do homem, é indispensável que ele conheça intuitivamente o seu Eu central, que em sânscrito se chama Atman, nos livros sacros do cristianismo aparece como alma ou espírito, e na filosofia e psicologia ocidental é denominado Eu (Self, Selbst). No Evangelho do Cristo, esse Eu central do homem aparece muitas vezes como Pai, Luz, Reino de Deus, Tesouro Oculto, Pérola Preciosa, etc.

Quando o homem age em nome desse seu Eu divino e por amor a ele, embora pelo seu ego humano, não somente não acumula débito ou karma, mas também se libera dos débitos do passado.

De maneira que, no Bhagavad Gita, Krishna atinge o zênite da autorrealização do homem baseado no mais alto conhecimento do seu ser divino formando perfeito paralelo às palavras do Cristo: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará."

(Bhagavad Gita - Krishna - Texto integral - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 30/31)


sexta-feira, 8 de março de 2013

NOSSA RELAÇÃO COM DEUS NÃO É FRIA E IMPESSOAL


"Nossa relação com Deus não é fria e impessoal como a que existe entre empregado e patrão. Somos filhos Dele. (...) Não há como deixarmos de ser filhos Dele. Não somos apenas criados por Ele; somos parte Dele. Ele nos fez príncipes, mas decidimos tornar-nos escravos. Ele quer que nos tornemos príncipes de novo, que voltemos para o nosso Reino. Ninguém, entretanto, tendo renunciado a sua divina herança, a recuperará sem esforço. Somos feitos à imagem Dele, mas, de algum modo, esquecemos esta verdade. Sucumbimos à ilusão de que somos seres mortais, e precisamos rasgar o véu dessa ilusão com a adaga da sabedoria. (...)

Viemos de Deus e precisamos ascender novamente a Ele. Aparentemente nos separamos de nosso Pai e precisamos nos unir de novo a Ele de maneira consciente. (...)

Se você vive com o Senhor, será curado da ilusão da vida e da morte, da saúde e da doença. Esteja com o Senhor. Sinta Seu amor. Nada tema. Somente na fortaleza de Deus podemos encontrar proteção. Não existe porto de alegria mais seguro do que estar em Sua presença. Quando você está com Ele, nada pode atingi-Lo."

(Paramahansa Yogananda – No Santuário da Alma – Self-Realization Fellowship - Ed. Lótus do Saber, Rio de Janeiro - p. 19/21)


NÃO SE PODE CONCILIAR O BEM E O MAL

"Vez por outra, todos os devotos que decidem buscar Deus passam por um estado em que se agarram tanto a seus bons quanto a seus maus hábitos. Depois de analisar seus pensamentos, eles descobrem que embora estejam extremamente ansiosos por encontrar Deus, e mesmo que sinceramente estejam tentando formar bons hábitos de meditação e ação espiritual, ainda se sentem muito, muito relutantes em abrir mão dos maus hábitos - raiva, mau humor, simpatias e antipatias. Contudo, não é possível conciliar a presença de ambas as boas e más ações numa vida que é dedicada a Deus. Não funcionará. Nossas mentes têm que aceitar esse fato, ou não faremos um esforço real para vencer os humores e os hábitos errados. Ao meditar mais profundamente e ao cumprir todos os deveres com o pensamento de servir a Deus, o devoto começa gradualmente a fortalecer seus bons hábitos e tendências. À medida que estes levam a melhor, os maus hábitos começam a perder sua influência sobre o devoto.

Desse modo, ao buscar Deus e ao nos esforçarmos para ser bons, devemos aceitar o corolário lógico de abandonar o mal. Não se pode conciliar o bem e o mal dentro de si. Mais cedo, ou mais tarde, o conflito entre o bem e o mal destruirá sua paz mental. Lembro-me de Gurudeva dizer muitas vezes aos devotos: "Se você pensa que pode persistir com sua raiva, ciúme, desejos egoístas, e ainda encontrar Deus, está enganado. Você não conseguirá!"

Empenhe-se sempre, com total esforço, para superar as qualidades não espirituais, mas não desanime se isso levar muito tempo. O Senhor não está interessado em saber quanto tempo levamos para banir nossas faltas - Sua principal preocupação é que, em pensamento e ação, resistamos continuamente às nossas más tendências. Quando fazemos um esforço para melhorar e para meditar mais longa e mais profundamente, descobrimos de tempos em tempos - muitas vezes quando menos esperamos -, que um fardo foi removido de nossa consciência, deixando-nos completamente livres de algum mau hábito ou tendência."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 227/228)


quinta-feira, 7 de março de 2013

ENCONTRE O CAMINHO PARA A MORADA DE DEUS


"Desafortunado é aquele que, em vez de buscar refúgio em Deus, acaba enredado pelo mundo. Os abençoados pés do Senhor são nossa morada eterna. De alguma maneira devemos encontrá-los. Somente Deus é a verdade e essa verdade deve ser alcançada. Não podemos viver nossas vidas em vão. Em geral, as pessoas acreditam que o que compreendem é a verdade e que seu caminho é o caminho adequado para todos. Por vezes, o ser humano se torna tão egoísta e acredita ser tão importante que nem sequer aceita a existência de Deus. É esse ego que aprisiona o homem a maya e, para isso, não há escapatória, até que vocês comecem a sentir: “Não eu, não eu, mas Tu, meu Senhor."

(Swami Prabhavananda e Swami Vijoyananda - O Eterno Companheiro – Ed. Vedanta, São Paulo - p. 179)


AUTORRETRATO

"É "normal" acreditar que somos pecadores, "filhos do pecado", conforme algumas doutrinas têm conseguido introjetar nas mentes de seus seguidores. Também vem sendo aceito que somos enfermos, robotizados, limitados, manobrados, condicionados por conteúdos escusos incrustados nos planos inconscientes e inalcançáveis de nossa mente, conforme doutrinas psicológicas decretam. Durante séculos, pelo menos no Ocidente, temos nos rendido a tais sugestões. Lamentável! Pobres de nós! Para nossa salvação, com urgência, persistência e veemência, precisamos fazer um auspicioso e brilhante autorretrato verdadeiro.

Os Mestres da Índia jamais estimulam o discípulo a se autodiagnosticar pecador. As lições de Cristo, entendidas "em espírito e verdade", também não. O yoguin (o aspirante, o praticante) é instruído a compreender que todo ser humano (manava), por mais decaído, é Deus (Madhava); é Luz (Paramjyotir), embora abraçado pela treva; é Verdade (Satya), embora ainda um hipócrita; é Beleza (Sundaram), embora pareça feio; é Amor (Prema), embora seja capaz de odiar; é Paz (Prashanti), embora desesperado dentro do conflito; é Felicidade (Ananda), embora sempre aflito. Temos nossa "tigritude" escondida. Somos "príncipes encantados" e temos de libertar-nos do encantamento. Yoga serve para isto.

Para começar, temos de negar-nos a "passar recibo" de diagnósticos deprimentes. Uma das razões mais evidentes para que assim façamos é fornecida pela moderna psicocibernética. Se nos encaramos como pecadores, automaticamente em pecadores nos transformaremos. É como um decreto que assinamos contra nós mesmos. A mesma ciência, porém demonstra que, se, livres de dúvida e tibieza, acreditarmos em nossa natureza divina e sempre a afirmarmos, pelos mesmos "mecanismos" (?!) chegaremos a manifestar a Divindade que somos. É exatamente isto que o Yoga propõe.

Sua presente existência não é para ser mergulhada em escuridão e ruína. Foi-lhe concedida para que recobre sua "tigritude" espiritual. Dê um não à autodepreciação e um veemente sim à glorificação de seu verdadeiro Ser. Por falar em pecado, é bom lembrar que o pior deles é acreditar que somos charcos. Não somos. Somos nuvens. 

Leitores preconceituosos e adeptos da baixa autoestima podem questionar e rechaçar a convicção de nossa potencialidade e essência divinas. Arremedem o pobre tigre teimosa a negar sua portentosa "tigritude"."  

(Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 19/20)