OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

TOLERÂNCIA (3º PONTO DE CONDUTA)


"(§40) Deves sentir perfeita tolerância por todos e um sincero interesse pelas crenças daqueles de outra religião, tanto quanto pela tua própria. Porque a religião dos outros é um caminho para o Supremo, da mesma forma que a tua. E para auxiliar a todos deves a todos compreender.

(§41) Mas a fim de alcançar esta perfeita tolerância, deves, tu próprio, em primeiro lugar, libertar-te do fanatismo e da superstição. Tens de aprender que não há cerimônias necessárias; senão pensarias ser de algum modo melhor do que aqueles que não as praticam. Não deves, porém, condenar os outros que ainda se apegam a cerimônias. Deixa-os fazer conforme sua vontade; mas eles não devem intrometer-se contigo que sabes a verdade - não devem tentar forçar-te àquilo que já ultrapassaste. Sê indulgente com todos: sê amável em tudo.

(§42) Agora que teus olhos estão abertos, algumas de tuas antigas crenças, tuas antigas cerimônias, podem parecer-te absurdas; talvez, de fato, elas realmente assim sejam. Contudo, ainda que não possas mais tomar parte nelas, respeita-as por amor aquelas boas almas para quem elas ainda são importantes. Elas têm o seu lugar e a sua utilidade; são como aquelas linhas duplas que, quando criança, guiavam-te para escreveres em linha reta e na mesma altura, até que aprendeste a escrever muito melhore mais livremente semeias. Houve um tempo em que delas necessitaste; agora, porém, aquele tempo já passou.

(§43) Um grande Instrutor escreveu certa vez: "Quando eu era criança, falava como criança, entendia como criança, pensava como criança; mas quando me tornei homem, deixei os modos infantis". No entanto, aquele que esqueceu sua infância e perdeu a simpatia pelas crianças não é o homem que as possa ensinar ou auxiliar. Assim, considera amável, gentil e tolerantemente a todos; mas a todos igualmente, sejam budistas ou hindus, jainistas ou judeus, cristãos ou maometanos."

(Krishnamurt - Aos Pés do Mestre - Ed. Teosófica, Brasília)
www.editorateosofica.com.br/loja

O PRAZER É UMA CONSCIÊNCIA DÚPLICE

"O prazer é uma consciência dúplice, constituída de uma "consciência de excitação" por possuir a coisa desejada e uma consciência de já não sentir a dor provocada por sua carência. Quer dizer: há no desejo tanto um elemento de sentimento quanto de pensamento. Essa posterior "consciência contraste", vale dizer, a  consciência inteira (como eu sofria quando não possuía o objeto desejado e como agora não sofro porque consegui o que eu queria) é o que essencialmente constitui o encanto do prazer. Por isso, vemos que a consciência da necessidade antecede à consciência do prazer - e que a consciência da satisfação de tal carência nela está inserida. Portanto, a consciência do prazer está relacionada com a carência e sua satisfação. É a mente que cria a carência e a satisfaz.

É grande equívoco considerar determinado objeto como prazeroso em si mesmo e guardar na mente a ideia dele, na esperança de satisfazer uma carência pela presença real desse objeto no futuro. Se os objetos fossem em si mesmos prazerosos, a mesma roupa ou alimento contentariam sempre a todos, o que não ocorre. O que se chama prazer é criação da mente: é uma consciência enganosa de excitação, que depende da satisfação do estado anterior de desejo e da atual consciência de contraste. Quanto mais se pensa que um objeto estimula a consciência do prazer e quanto mais se nutre na mente o desejo de possuí-lo, maior é o apetite para esse objeto, cuja presença considera-se que trará uma consciência de prazer e sua ausência, um sentimento de carência. Os dois estados de consciência levam, por fim, à dor. 

Logo, se queremos realmente diminuir a dor, temos que, tanto quanto possível, libertar a mente, de forma gradual de todo desejo e ideia de carência. Se eliminamos o desejo de determinado objeto - ao qual se atribuiu a remoção da carência -, nem mesmo a presença desse objeto diante de nós pode despertar a consciência enganosa e excitante do prazer. 

Todavia, em vez de diminuirmos ou restringirmos a noção de carência, nós habitualmente a aumentamos e, satisfazendo uma carência, criamos várias outras, o que resulta no desejo de satisfazer todas elas. Por exemplo, para evitar a falta de dinheiro, abrimos um negócio. A fim de levar adiante o negócio, temos de dar atenção a milhares de carências e necessidades que a manutenção desse negócio requer. Cada carência e necessidade, por sua vez, envolve outras carências e mais atenção, e assim por diante.

Vemos, assim, que a dor original envolvida na carência do dinheiro é mil vezes multiplicada pela criação de outras carências e interesses. Naturalmente, não significa que dirigir um negócio ou ganhar dinheiro seja ruim ou desnecessário. O que é ruim é o desejo de gerar carências cada vez maiores." 


(Paramahansa Yogananda - A Ciência da Religião - Self-Realization Fellowship - p. 27/29)
http://www.omnisciencia.com.br/colecao-yogananda/a-ciencia-da-religiao.html


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

DOMÍNIO DA AÇÃO (2º PONTO DE CONDUTA)


"(§38) Se o teu pensamento for o que deve ser, terás pouca dificuldade com tua ação. Lembra-te, contudo, que para ser útil à humanidade, o pensamento deve resultar em ação. Não deve haver preguiça, mas constante atividade em boas obras. Tens, porém, de cumprir o teu próprio dever - não o de outrem, a não ser com a sua permissão e o propósito de  auxiliá-lo. Deixa que cada um execute seu próprio trabalho a seu modo; estejas sempre pronto a oferecer auxílio aonde ele for necessário, mas nunca te intrometas. Para muitas pessoas, a coisa mais difícil do mundo é aprender a cuidar de seus próprios assuntos; porém é exatamente isto o que deves fazer. 

(§39) Pela razão de tentares realizar um trabalho mais elevado, não deves esquecer os teus deveres ordinários, pois enquanto não os tiveres cumprido, não estarás livre para outro serviço. Não deves assumir novos deveres mundanos, mas aqueles que já assumiste, deves cumprir perfeitamente - os deveres evidentes e razoáveis que tu próprio reconheces, isto é, não os deveres imaginários que outros tentam impor-te. Se queres pertencer ao Mestre, deves executar o teu trabalho ordinário melhor do que os outros, não pior, porque deves fazer também isto por amor a Ele."

(Krishnamurt - Aos Pés do Mestre - Ed. Teosófica, Brasília)


DISSOCIE-SE DE SUAS EXPERIÊNCIAS

"Pense nisto! De um bilhão e meio de pessoas que morrem a cada cem anos, cada uma representou um papel definido no filme cósmico. Na verdade, cada ser humano também foi protagonista de um "filme particular"; o filme da própria vida. Se você multiplicasse todas as vidas cinematográficas interpretadas por esses milhões de seres, não conseguiria contá-las. Mas o espetáculo tem um propósito: que você aprenda a desempenhar os vários papéis do filme da vida sem identificar seu Ser com o papel. É importante evitar a identificação com a dor, a raiva ou qualquer outro sofrimento mental ou físico que sobrevenha. O melhor modo de dissociar-se do problema é desapegar-se mentalmente, como se você fosse um mero espectador, enquanto, ao mesmo tempo, procura uma solução.

Não espere obter paz e felicidade perfeitas na vida terrena. Esta deveria ser sua nova atitude: sejam quais forem as experiências, veja-as de forma objetiva, como se apreciasse um filme. Você precisa encontrar a paz e a felicidade verdadeiras em seu interior. As experiências externas deveriam ser apenas um divertimento. Você pode transformar todas em desgraças, se deixar que sua mente o faça. Pode ter boa saúde e não valorizá-la.; Mas, se ficar doente, apreciará então o que é ter saúde. Mostre gratidão a Deus pelo que Ele concede, sem esperar que os infortúnios o ensinem a ser grato.

(...) Quando você perde o equilíbrio interior, é justamente quando fica mais vulnerável ao sofrimento do mundo. Não desonre o nome de Deus, à imagem de Quem você é feito. Desperte a fortaleza inata da mente, afirmando: "Nenhuma experiência me afetará, seja qual for. Estou sempre feliz." (...)

Um cientista precisa fazer vários experimentos até chegar a um único fato. Mas o homem espiritualmente desenvolvido pode perceber o fato sem passar pelo processo físico. Se você primeiro se unir a Deus, tudo o que pensar poderá materializar-se. Jesus demonstrou esta verdade muitas vezes. Ele havia alcançado a unidade com Deus."

(Paramahansa Yoganada - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 238/239)


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

DOMÍNIO DA MENTE (1º PONTO DE CONDUTA)


"(§32) A Qualificação de Ausência de Desejos (Desapego) mostra que o corpo astral deve ser controlado; aqui se mostra a mesma coisa para o corpo mental. Isto significa controle do temperamento, de modo que não possas sentir ira ou impaciência; domínio da própria mente, de modo que o pensamento possa ser sempre calmo e imperturbável; e (através da mente) domínio dos nervos, de modo que possam ser o menos irritáveis possível. Este último é difícil, porque quando tentas preparar-te para a Senda, não podes evitar que teu corpo se torne mais sensível, de modo que seus nervos sejam facilmente perturbados por um som ou um choque, e sintam agudamente qualquer pressão; mas deves fazer o melhor que puderes.

(§33) A mente calma também significa coragem, de modo que possas encarar sem medo as provas e dificuldades da Senda; significa ainda firmeza, de modo que possas dar menor importância às perturbações que todos encontram na vida diária, e evitar a incessante preocupação com as pequenas coisas nas quais muitas pessoas consomem a maior parte de seu  tempo. O Mestre ensina que não tem a menor importância o que aconteça exteriormente ao homem: tristezas, perturbações, doenças, perdas – tudo isso deve ser como nada para ele, e não deve permitir que afete a calma de sua mente. Elas são o resultado de ações passadas, e quando vêm deves suportá-las alegremente, lembrando que todo o mal é transitório, e que é teu dever permanecer sempre contente e sereno. Pertencem às tuas vidas anteriores, e não a esta; não podes modificá-las, portanto, é inútil preocupar-se com elas. Pensa antes no que estás fazendo agora, e que causará os acontecimentos de tua próxima vida, pois esta tu podes modificar.

(§34) Nunca te permitas sentir triste ou deprimido. A depressão e um erro, porque contamina os outros e torna suas vidas mais difíceis, o que não tenso direito de fazer. Portanto, sempre que ela vier a ti, rechaça-a imediatamente.

(§35) Deves, ainda, dominar teu pensamento de outro modo: não deves deixá-lo vaguear. Fixa o teu pensamento no que quer que estejas fazendo, para que possa ser feito com perfeição. Não deixes tua mente ociosa, mas mantém sempre bons pensamentos no seu plano de fundo, prontos a avançar no momento em que ela estiver livre. (§36) Usa, diariamente, o poder de teu pensamento em bons propósitos; sê uma força na direção da evolução. Pensa cada dia em alguém que saibas estar triste, sofrendo, ou necessitando auxílio, e verte sobre ele pensamentos de amor.

(§37) Preserva a tua mente do orgulho, pois o orgulho provém somente da ignorância. O homem que não sabe pensa ser grande; imagina ter feito esta ou aquela grande coisa; mas o homem sábio sabe que só Deus é grande, que toda boa obra é feita somente por Deus."

(Krishnamurti - Aos Pés do Mestre, Ed. Teosófica, Brasília)
www.editorateosofica.com.br/loja