OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 2 de julho de 2015

ENTESANDO E DESENTESANDO O ARCO (1ª PARTE)

"É célebre, na filosofia oriental, a comparação do processo de iniciação espiritual com a atividade dupla do sagitário: entesar e desentesar o arco.

O arqueiro puxa a seta em direção a seu corpo, entesando ao máximo o arco flexível, simboliza o homem que pensa intensamente, pela força consciente do ego intelectual; quanto mais intensa for esta atividade mental do homem-ego, tanto mais longe pode, depois, voar a seta do homem-Eu.

Mas seria erro pensar que essa força do sagitário produzisse o poder volante da flecha; esse poder é produzido pela força inerente ao próprio arco retesado, está na flexibilidade e na lei física do centrifugismo, que obriga a seta a voar na direção oposta à força muscular exercida pelo seteiro.

Temos, pois, duas forças em ação: uma, humana, muscular - outra, cósmica, universal. Para que a segunda força possa atuar devidamente, deve preceder a primeira, não como causa, mas como condição. Não é a força muscular do homem - o entesamento - que lança o projétil rumo ao seu alvo - mas é a força cósmica do arco - o desentesamento - que leva a flecha a seu destino.

Esta comparação é de uma extraordinária genialidade, quando devidamente compreendida e aplicada ao mundo superior. É necessário que o homem ponha em atividade dinâmica todas as suas forças conscientes; que desenvolva o seu ego personal até ao máximo; que desperte todas as suas potencialidades dormentes, físicas, mentais, emocionais. Esse desenvolvimento do ego é, inevitavelmente, egocêntrico, luciférico, podendo degenerar em feroz satanidade no caso que o homem se recuse a soltar a flecha rumo ao alvo cósmico, ultrapersonal, divino. O egoísta não erra em retesar o arco do ego, em desenvolver o poder da sua personalidade-ego - erra, peca, quando conserva o seu arco retesado, com a flecha junta ao coração, negando-se a soltá-la rumo ao Infinito, rumo ao grande Todo. Esse homem tem o devido amor-próprio, mas falta-lhe o amor-alheio, e, sobretudo, o amor-cósmico. Ama-se a si mesmo intensamente, mas não ama as outras criaturas, nem ama o Criador. Mantém a poderosa seta do amor bem junto ao coração, mantém o arco intensamente entesado, incapaz de o deixar desentesar-se - e por isto vive tenso, não liberto, infeliz.

O homem ocidental é propenso ao entesamento máximo do arco, e, não raro, se contenta com esse egocentrismo. O homem oriental, não raro, acha supérfluo o entesar o seu arco, cultivar as coisas do ego, esperando que Brahman se encarregue de fazer voar o projétil. (...)"

(Huberto Rohden - A Essência do Otimismo - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2002 - p. 110/112)
www.martinclaret.com.br

quarta-feira, 1 de julho de 2015

GLORIFIQUE DEUS

"Em vez de desfrutar o vão falar, glorifique Deus e trilhe Seu Caminho e a Ele faça suas preces. Invista seus anos de vida na contemplação e adoração do Supremo, não na busca de elogios servis característicos do fraco, do fútil, e do vacilante. A vida é uma oportunidade oferecida a cada um, não para comer e beber, mas para alcançar algo mais nobre e magnífico; para dominar-se e fundir-se na Realidade.

Todo esforço espiritual tem por objetivo a atração da Graça de Deus para nós mesmos. Eis por que, quando você vai ao templo e fica em pé em frente ao altar principal, bate o sino ali pendurado. O som atrairá a atenção do Senhor para seu devoto recém-chegado. O badalar deve ser acompanhado por uma sincera prece nascida do coração.

A fé em Deus é o melhor reforço para a vitória espiritual. Quando você se regozijar na contemplação do esplendor do Senhor, nada que seja material o pode tentar; tudo mais parecerá inferior. Somente a companhia do santo e do humilde lhe será agradável."

(Sathya Sai Baba - Sadhana: O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 218/219)


terça-feira, 30 de junho de 2015

A VIDA É CÍCLICA (PARTE FINAL)


"(...) O homem está passando da ideia do Deus Transcendental para a do Deus Imanente: Deus Imanente, acima de tudo, no mais profundo do coração do homem. Daí o rápido e extraordinário crescimento do interesse das pessoas pelo Misticismo, no Ocultismo, na Yoga e pela vida dos grandes Santos e Sábios. Há oitenta anos, um Mestre de Sabedoria fez notar que uma onda de misticismo estava varrendo a Europa. Agora ela está inundando o mundo inteiro e milhares de pessoas, voltando-se para dentro de si, tateiam em busca de Deus, procuram encontrá-Lo, buscam no seu interior o Reino dos Céus e a felicidade duradoura.

Esta é a verdadeira religião; como Dean Inge disse, o misticismo - o conhecimento direto de Deus - é a religião real, e sem seus grandes santos, conhecedores e amantes do Real, nenhum sistema religioso exotérico poderia durar. Mais e mais almas estão perscrutando seu próprio interior, tentando encontrar a realização divina. Isso nos leva a outro grande princípio da Natureza: tudo vem-a-ser. Dentro da bolota¹ está o futuro gigante da floresta; dentro da semente a adorável flor; e dentro da alma do homem, o futuro Deus, o Homem Perfeito. Está no destino do homem que um dia ele aprenda a mergulhar na misteriosa profundidade de seu glorioso ser, pois somente aí se encontra a verdadeira sabedoria e o verdadeiro poder de ajudar.

Essa necessidade humana está sendo preenchida hoje por numerosas escolas de pensamento oculto e místico, algumas sinceras e verdadeiras e outras menos sábias e não devidamente informadas.

(...) A Realidade é o fato puro e simples em toda parte, sem nome, sem rótulo, sem partido. Quando a Ela nos dirigimos, revestimo-la com roupas do pensamento, no qual fomos educados, ou estamos imersos. Mas a Realidade é Una, Simples e Bela. É o topo resplandecente da grande Montanha de Deus, e o homem minúsculo começa a ascendê-la, partindo de qualquer ponto em sua base e escolhe o caminho que melhor lhe parece. Mas, chega ao Cume Resplandecente, vê que todas as estradas se juntaram, e apenas resta aquilo que o nobre Plotino chamou ‘o voo do um para o Uno’."

¹ Bolota (acorn, no original) é o pequeno fruto do carvalho. (N.T.)

(Clara Codd - A Técnica da Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 11/12)
www.editorateosofica.com.br


segunda-feira, 29 de junho de 2015

A VIDA É CÍCLICA (1ª PARTE)

"É notório que o mundo se encontra agora no limiar de uma Nova Era.

A vida se processa em ciclos, nunca numa linha reta invariável. Este grande princípio é sempre válido. Não há uma tarde que não leve a outra manhã, nem inverno que não preceda outra primavera. O ‘dia’ de um homem, segue exatamente a mesma série. O primeiro arco da vida do homem é de avanço, crescimento, progresso; o segundo é de volta, de lenta decadência das forças vitais, do princípio da paz noturna.

Isso é verdade não somente para um dia, um ano, um ciclo vital, mas também para a vida coletiva de cada nação, civilização, planeta, sistema solar e, até mesmo, para o próprio universo ilimitado. Esta é a lei cíclica universal, movimento eterno, ritmo das marés altas e baixas de toda a Natureza. É assim que uma nação chega à extinção e deixa de existir, mas as almas que nela vivem renascem numa nova raça. Podemos ver os traços dos romanos, colonizadores obedientes às leis, nos ingleses modernos, e os meticulosos artistas gregos nos franceses de hoje.

As civilizações, que as nações criam e corporificam, têm seu grande dia e depois passam, e de suas cinzas surge um novo e mais elevado conceito de vida. A consciência coletiva da humanidade atravessa muitos desses ciclos, e nisso, embora as formas possam ser destruídas, a vida imortal persiste e logo se expressa em novas formas. 
Muda a antiga ordem, dando lugar a uma nova,
E Deus Se realiza de muitas maneiras,
Não deixando que um velho hábito venha a corromper o mundo.
Um ciclo como esse, de aproximadamente 2.000 anos, está se encerrando agora. A humanidade encontra-se agora ‘um passo mais próxima de sua casa’. Os sinais de encerramento de um ciclo são desordens generalizadas, caos, mudanças, cataclismos. Daí lentamente emerge o esboço do novo ciclo. Por exemplo, agora é claro que a idade do isolamento, dos impérios, do domínio de uma nação por outra são fatos do passado. A união de todo o mundo pelo rádio, televisão, aviação, etc., pressagiam um sonho do poeta Tennyson: ‘O parlamento do homem, a Federação do mundo’. A Nova Era que agora desponta verá o crescimento do princípio da cooperação entre todas as nações e todas as classes e, assim, o fim da guerra, bem como da pobreza, para o resto da vida neste planeta.

Essas grandes mudanças são realmente acarretadas pelo crescimento da consciência do homem; e isso se projeta no mundo do pensamento religioso ainda com mais intensidade do que no mundo do relacionamento social, sendo este último uma consequência daquele. (...)"

(Clara Codd - A Técnica da Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 09/10)
www.editorateosofica.com.br


domingo, 28 de junho de 2015

A BELEZA DA VIRTUDE

"Existem determinadas palavras na língua inglesa - e em outras línguas também - cujo significado nos é apenas parcialmente conhecido porque precisa ser descoberto através da nossa própria vida e ação. 'Sabedoria' é uma palavra assim. Podemos ter um determinado conceito do que ela significa, porém este conceito, mesmo que esteja vago e falho, provavelmente será parcial em sua verdade. Podemos não saber o que é sabedoria em sua verdadeira natureza, sua qualidade, beleza e ação. 

Virtude é outra palavra assim. Às vezes usamos a forma singular 'virtude' para abranger tudo daquela natureza; às vezes falamos sobre 'as virtudes' no plural, distinguindo uma da outra. As virtudes, assim divididas, têm sido classificadas de formas diferentes. 

Por exemplo, no pensamento grego clássico, consideravam justiça, temperança, coragem e prudência como as virtudes principais. Essas palavras, sendo traduções do grego original, podem não transmitir exatamente o sentido em que eram entendidas naquele tempo. Mas, usando as palavras para referir-se ao seu significado atual comum, não parece claro o porquê dessas virtudes específicas terem sido consideradas fundamentais, sendo outras presumivelmente adicionais ou subsidiárias. Por mais excelentes que possam ser quando exibem a qualidade correta e indispensável como base para a conduta individual e da sociedade, são virtudes que pertencem ao campo da razão onde se precisa partir das premissas corretas. Qualquer homem inteligente pode ver que a prudência, por exemplo, é necessária para proteger os seus interesses, e a temperança ou a moderação, para assegurar o seu próprio bem-estar. Juntamente com a coragem e a justiça, elas seriam aceitáveis para qualquer homem médio, em conformidade com a sua sabedoria mundana, porém, autointeresse e virtude, em seus aspectos superiores, podem não combinar. 

Quando a influência do cristianismo espalhou-se pela Europa, outras virtudes de um caráter predominantemente não mundano como humildade, caridade, amor e fé, assumiram uma posição de importância. Foram consideradas como as mais próximas do coração de Deus ou da natureza divina."

(N. Sri Ram - Em Busca da Sabedoria - Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p. 40/41