OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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terça-feira, 12 de março de 2024

A CANÇÃO DA VIDA

"'Escute a canção da vida. Escute-a em seu próprio coração. Inicialmente você pode dizer: ela não está lá: quando eu busco, encontro apenas discórdia. Olhe mais profundamente. Pare... e olhe mais profundamente ainda. A própria vida nunca está silenciosa. E o que ela emite não é, como se pode supor, um grito - é uma canção'. (Do livro 'Luz no Caminho' - Mabel Collins)

Ouvir a canção da vida é ouvir o próprio coração. Cada um de nós é uma nota musical, que faz parte da grande sinfonia universal. Afinados com a vida!

O bater de asas de uma borboleta e o pulsar de uma estrela - tudo exerce alguma influência no mundo. Nós, eu e você, por exemplo, estamos nesse momento irradiando alguma vibração para o planeta. Vamos cuidar para que essa energia seja pacífica e benéfica para todos. 

Cada coisa, cada ser na Natureza nasce com uma função: ser aquilo que é. 

Uma árvore, por exemplo, nasce para ser árvore. Ela não quer ser outra coisa, Para que nascemos? Precisamos aprender. Vamos!

Por que faço canções? Faço canções porque eu não posso tocar em Deus. Mas minhas canções podem! (Do poeta indiano Rabrindranath Tagore)

Luz e alegria para todos os seres.

Com a benção profunda e doce do Menino Jesus!!!"

Fernando Mansur, Escrita Divina, Edição do Autor, 2017, p. 69.
Imagem: Pinterest. 



terça-feira, 25 de outubro de 2022

FRUTOS DA AÇÃO

"2:47  O agir (nesta esfera de vibração) é um dever, mas que o teu ego não cobice os frutos da ação. Não te apegues nem à ação nem à inação.

"Sejamos como uma cotovia divina, que canta por prazer sem tentar impressionar nem obter coisa alguma de ninguém. Os que agem movidos pelo ego são enredados na teia de maya. O universo passou a existir graças ao poder da Vibração Cósmica, o grande som de AUM. Enquanto a pessoa vive na esfera da manifestação e não se abisma no Espirito, acha impossível não agir de alguma maneira. O importante é agir corretamente.

Para atingir a consciência divina, é necessário desapegar-se da ideia do 'eu' e do 'meu'. A consciência infinita parece finita no ego, como no átomo. Mas isso não passa de aparência. O átomo não pode impedir-se de girar em sua realidade minúscula, mas o ego, por ser consciente, pode aspirar a livrar-se da manifestação vibratória. Como escreveu Patanjali, 'Yogas chitta vritti nirodha' ('O Yoga é a neutralização dos redemoinhos de paixão na consciência'). O dever espiritual de todo ego é interromper o movimento que gera libertando-se de pensamentos 'redemoinhantes' como 'O que quer que eu faça, faço-o em beneficio próprio!' Ser escravo da ilusão nada mais é que referir constantemente aquilo que se faz (ou pensa, ou goza, ou sofre) ao próprio eu. Não só a ação, mas também todos os prazeres do mundo e os padecimentos, são contaminados pela ideia: 'Sou eu quem faz, sou eu quem goza, sou eu quem sofre.' E depois pela pergunta indignada: 'Mas por que sou eu o sofredor?'

A solução não é impedir-se de agir. Algumas pessoas - eremitas, por exemplo - pensam evoluir espiritualmente sem nada fazer. Essa ideia é outra ilusão. Se temos de respirar, pensar e andar, como haveremos de ficar realmente inativos? O yogue que se senta imóvel e com o fôlego contido em samadhi já é outra coisa. Para ir além da ação, precisamos mesclar nossa consciência ao Som Cósmico de AUM, permitindo-lhe agir em nós e a volta de nós até nos confundirmos com essa vibração infinita e depois, ultrapassando-a, nos diluirmos na serena consciência do Espirito Supremo. Mas, na medida em que formos conscientes de nosso corpo, apenas nos ludibriaremos caso tentemos alcançar o estado de inação sem agir. Seremos apenas preguiçosos embotados!

Para chegar a Deus, é necessário primeiro agir sem motivos egoístas: por Deus, não por recompensa pessoal. Com efeito, cumpre estarmos sempre ativos a serviço de Deus para desenvolver essa percepção aguçada que, só ela, nos alça à supraconsciência. Os ociosos não encontrarão Deus!

No entanto, em tudo o que fizermos, convém ter em mente que Deus atua por nosso intermédio. Lave o corpo, alimente-o, dê-lhe descanso - faça o que for preciso para mantê-lo saudável e cheio de energia -, mas pense sempre: 'É a Deus que estou servindo por meio desse instrumento físico.' Até o gozo de um prato saboroso, de uma bela paisagem e das outras boas coisas da vida tem de ser ofertado a Deus. Partilhe esses momentos com Deus em vez de privar-se deles. O que se deve pôr de lado são os pensamentos 'Estou fazendo', 'Estou desfrutando'" e mesmo 'Sou eu quem sofre'.

Também na meditação é importante não levar em conta resultados. A fim de eliminar a tensão e o esforço que sobrevém quando tentamos nos concentrar, eliminemos antes o pensamento 'Estou meditando'. Pensemos, de preferência: 'A Vibração Cósmica está reafirmando, através de mim, sua realidade. Através de mim, o amor cósmico anseia pelo amor de Deus. Através de mim a alegria cósmica se rejubila em nosso Infinito Bem-amado'".

(Paramahansa Yogananda - A Yoga do Bhagavad Gita - Self-Realization Fellowship - p. 113/114)
Imagem: Pinterest.


quinta-feira, 1 de setembro de 2022

A CADEIA DO CONHECEDOR, DO CONHECER, E DO COGNOSCÍVEL

"Há uma palavra, vibração, que tem se tornado cada vez mais a tônica da ciência ocidental, como tem sido há muito tempo a da ciência do Oriente. O movimento é a raiz de tudo. A vida é movimento; a consciência é movimento. E esse movimento que afeta a matéria é a vibração. O Uno, o Todo, pensamos como o Imutável, seja como Movimento Absoluto ou como Sem Movimento, uma vez que no Uno o movimento relativo não pode existir. Só quando há diferenciação, ou partes, podemos pensar no que chamamos movimento, que é mudança de lugar numa sucessão de tempo. Quando o Uno se torna o Muitos, surge então o movimento; isto é saúde, consciência, vida, quando rítmico, regular; assim como ele é doença, inconsciência, morte, quando sem ritmo, irregular. Pois a vida e a morte são irmãs gêmeas, igualmente nascidas do movimento, que é a manifestação.

O Movimento deve aparecer quando o Uno se torna o Muitos, uma vez que, quando o onipresente aparece como partículas separadas, o movimento infinito deve representar a onipresença, ou, colocado de outra forma, deve ser o seu reflexo ou imagem na matéria. A essência da matéria é a separatividade, como a do espírito é a unidade, e quando ambos aparecem no Uno, como creme no leite, o reflexo da onipresença desse Uno na multiplicidade da matéria é movimento incessante e infinito. O movimento absoluto a presença de cada unidade em movimento em cada ponto do espaço e em cada momento do tempo é idêntico ao descanso, sendo apenas o descanso visto de outra forma, do ponto de vista da matéria e não do ponto de vista do espírito. Do ponto de vista do espírito há sempre Um, do ponto de vista da matéria há sempre Muitos.

Este movimento infinito aparece como movimentos rítmicos, vibrações, na matéria que o manifesta, cada Jiva, ou unidade separada de consciência, estando isolado por uma parede de matéria de todos os outros Jivas.³ Cada Jiva torna-se posteriormente encarnado, ou revestido por várias vestes de matéria. À medida que estas vestes de matéria vibram, comunicam as suas vibrações à matéria que as rodeia, tornando-se esta matéria o meio em que as vibrações são levadas ao exterior; e este meio, por sua vez, comunica o impulso da vibração às vestes envolventes de outro Jiva, e assim põe esse Jiva a vibrar como o primeiro. Nesta série de vibrações - iniciadas num Jiva, feitas no corpo que o rodeia, enviadas por esse corpo ao meio que o envolve, comunicadas por este a outro corpo, e desse segundo corpo para o Jiva cercado por ele - temos a cadeia de vibrações em que um conhece o outro. O segundo conhece o primeiro porque reproduz o primeiro em si mesmo, e assim experimenta como o outro está experimentando. E, no entanto, com uma diferença. Pois o nosso segundo Jiva já está em uma condição vibratória, e o seu estado de movimento, após receber o impulso do primeiro, não é uma simples repetição desse impulso, mas uma combinação do seu próprio movimento original com o que lhe foi imposto de fora, e portanto não é uma reprodução perfeita. As semelhanças são obtidas, cada vez mais próximas, mas a identidade foge-nos sempre, as vestimentas permanecem.

Esta sequência de ações vibratórias é frequentemente vista na Natureza. Uma chama é um centro de atividade vibratória no éter, chamado por nós de calor; estas vibrações ou ondas de calor lançam o éter circundante em ondas como se fossem elas próprias, e estas lançam o éter num pedaço de ferro deixado próximo em ondas semelhantes, e as suas partículas vibram sob o seu impulso, e assim o ferro torna-se quente e uma fonte de calor em sua vez. Assim, uma série de vibrações passa de um Jiva para outro, e todos os seres estão interligados por esta rede de consciência.

Assim, mais uma vez, na natureza física, marcamos diferentes gamas de vibrações por diferentes nomes, chamando uma de luz, a outra de calor, a outra de eletricidade, a outra de som, e assim por diante; no entanto, todas são da mesma natureza, todas são modos de movimento no éter,⁴ embora se diferenciem pelas taxas de velocidade e no caráter das ondas. Pensamentos, Desejos e Ações, as manifestações ativas em matéria de Conhecimento, Vontade e Energia, são todas da mesma natureza, ou seja, são todas constituídas por vibrações, mas diferem nos seus fenômenos, devido ao caráter diferente das vibrações. Há uma série de vibrações num determinado tipo de matéria e com um certo caráter, e a estas chamamos vibrações de pensamento. Uma outra série é falada como vibrações de desejo, uma outra série como vibrações de ação. Estes nomes são descritivos de certos fatos na Natureza. Há um certo tipo de éter lançado em vibração, e as suas vibrações afetam os nossos olhos; o chamamos de movimento luz. Há outro éter muito mais sutil lançado em vibrações que são percebidas, ou seja, são respondidas, pela mente, e chamamos a esse movimento pensamento. Estamos rodeados de matéria de diferentes densidades e nominamos os movimentos nela pela maneira que nos afetam, são respondidos por diferentes órgãos dos nossos corpos densos ou sutis. Nominamos por 'luz' certos movimentos que afetam o olho; nomeamos por 'pensamento' certos movimentos que afetam outro órgão, a mente. O 'ver' ocorre quando o éter de luz é lançado em ondas de um objeto ao nosso olho; o 'pensar' ocorre quando o éter de pensamento é lançado em ondas entre um objeto e a nossa mente. Um não é mais nem menos misterioso do que o outro.

Ao lidar com a mente, veremos que as modificações na disposição dos seus materiais são causadas pelo impacto das ondas de pensamento, e este no pensamento concreto que experimentamos mais uma vez os impactos originais de fora. O Conhecedor encontra a sua atividade nestas vibrações, e tudo a que pode responder, ou seja, tudo a que pode reproduzir, é o Conhecimento. O pensamento é uma reprodução dentro da mente do Conhecedor daquilo que não é o Conhecedor, não é o Eu; é uma imagem, causada por uma combinação de ondas-movimento, uma imagem bastante literal. Uma parte do Não Eu vibra, e à medida que o Conhecedor vibra em resposta, essa parte torna-se o Cognoscível; a matéria vibrando entre eles torna possível o conhecer, pondo-os em contato um com o outro. Assim é estabelecida e mantida a cadeia do Conhecedor, do Cognoscível, e do Conhecer."

³ Não existe uma palavra inglesa conveniente para 'uma unidade separada de consciência '-' 'espirito' e 'alma' conotando varias peculiaridades em diferentes escolas de pensamento. Arvoro-me, portanto, a usar o nome Jiva, em vez de palavras imprecisas 'uma unidade separado de consciência'.
⁴ O som é principalmente também uma vibração etérica. 

(Annie Besant - O Poder do Pensamento - Ed. Teosófica, Brasília, 2021 - p. 25/29)
Imagem: Pinterest. 


quinta-feira, 29 de julho de 2021

AMAI OS VOSSOS INIMIGOS

"É este, sem dúvida, um dos tópicos evangélicos mais repetidos no mundo cristão - e de todos o menos praticado. E a razão última e mais profunda dessa falta de prática do amor aos inimigos nasce de uma falsa compreensão dessas palavras do Mestre. A imensa maioria dos cristãos julga tratar-se aqui de um imperativo categórico do dever compulsório, quando, de fato, se trata de um ato de querer espontâneo; não do heroísmo de uma virtude ética, e sim da evidência de uma sabedoria cósmica. Naturalmente, para que o dever compulsório da virtude possa converter-se no querer espontâneo da sabedoria, terá de acontecer algo de imensamente grande entre esse doloroso dever de ontem e esse glorioso querer de hoje. 

Que é que deve acontecer entre esses dois polos adversos?

Deve acontecer uma grande compreensão.

É sabido que tudo que é difícil não tem garantia de perpetuidade - mas tudo que é fácil tem sólida garantia de indefectível continuidade. Enquanto o 'amor aos inimigos' se nos apresentar como um dificultoso dever compulsório, uma virtude ou virtuosidade, é claro que não temos a menor garantia de que vamos amar os nossos inimigos, amanhã e depois, mesmo que talvez hoje os amemos. Só quando o dificultoso dever compulsório se transformar num jubiloso querer espontâneo, e quando a virtude passar a ser sabedoria e profunda compreensão da realidade, é que o nosso amor aos inimigos deixará de ser um fenômeno intermitente, passando a ser uma realidade permanente. 

Estas palavras de Jesus não têm, pois, em primeiro lugar, caráter ético, mas sim um sentido metafísico, visando estabelecer a solidariedade cósmica através da sabedoria da compreensão.

Exemplifiquemos.

Alguém é seu inimigo, e eu sou inimigo dele. Estamos ambos no plano negativo, nas trevas, ele, e eu.

Alguém é meu inimigo, mas eu não sou inimigo, e sim amigo dele; neste caso, ele está na zona negativa das trevas, mas eu estou na zona positiva da luz.

Ora, como a luz sempre atua positivamente, rumo à construção, e as trevas atuam negativamente, rumo à destruição, é certo que, no caso de um encontro mútuo entre a luz e as trevas, o positivo eliminará o negativo, e não vice-versa. 'A luz brilha nas trevas, mas as trevas não a prenderam' (extinguiram).

O preceito de amar nossos inimigos é, pois, ante de tudo, um postulado de caráter metafísico, único capaz de estabelecer solidariedade cósmica. Sendo eu de vibração positiva, filho da luz, posso ajudar a quem é negativo, filho das trevas. Se eu não for positivo, nada poderei fazer em benefício do meu semelhante negativo, porque ambos estamos no mesmo plano negativo, fraco, inerte. Mesmo no caso em que eu não tenha ódio real a meu inimigo, não o posso ajudar eficazmente, porque sou neutro e fraco; só no caso em que eu seja realmente positivo, pelo amor, é que posso ajudar a quem está no ódio, contrapondo uma 'violência espiritual e uma violência material', no dizer de Mahatma Gandhi.

Se odeio a quem me odeia, acrescento negativo a negativo, aumentando as trevas do mundo. Se deixo de odiar a quem me odeia, não aumento os fatores negativos, mas, também, não destruo o que já existe, deixando as trevas no statuo quo

Se amo a quem me odeia, neutralizo o negativo do meu inimigo com o meu positivo, eliminando assim as trevas e dando vitória à luz. É este o único modo eficiente de tornar o mundo melhor: substituir as trevas negativas do ódio pela luz positiva do amor.

O Sermão da Montanha, a filosofia de Bhagavad Gita, a sabedoria de Tao Te Ching, a vida de Gandhi e de todos os grandes iluminados, estão baseados nesta matemática espiritual.

'Um único homem que tenha chegado à plenitude do amor neutraliza o ódio de milhões.' (Mahatma Gandhi.)"

(Rohden - O Sermão da Montanha - Ed. Martin Claret Ltda., São Paulo, 1997 - p. 119/121)


terça-feira, 18 de agosto de 2020

OS CORPOS EM SEU ASPECTO DE PONTES

Semeando Luz: 21 Verdades sobre evolução espiritual"Durante largo tempo, o ego utiliza seus corpos astral e mental como se fossem pontes para chegar ao mundo físico, e não como instrumentos para se relacionar com os mundos aos quais respectivamente pertençam devido à sua constituição.

A consciência do ego flui e reflui através de suas roupagens astral e mental, e as vibrações da matéria que acompanham as permutas de consciência em cada uma das ditas roupagens se transmitem de uma a outra até atingir a física.

Convém ter presente que as três classes de matéria se interpenetram mutuamente, como sucede com os sólidos, líquidos e gases no corpo físico; e assim a vibração de uma delas provoca a vibração nas outras duas, Os contatos do mundo físico levantam na matéria do corpo físico vibrações que, transmitidas pelos corpos astral e mental, chamam a atenção do ego, afetando sua consciência de modo a perceber algo exterior a ela.

Os órgãos sensoriais do corpo físico vão se aperfeiçoando durante a idade de evolução, e a faculdade perceptiva do ego se aproveita destes órgãos para indagar a causa da comoção. Seus primeiros esforços mentais relacionam a comoção de seus corpos com a causa que a reproduz no mundo físico.

A comoção do corpo astral é umas vezes prazenteira e outras penosa, determinando no primeiro caso o desejo de reiteração e no segundo o de evitação. O corpo físico se aproxima então ou se afasta do objeto causador do prazer ou da dor. Assim começa a educação do ego em seu contato com o mundo físico. Estimulam esta educação homens altamente evoluídos em mundos passados, que lhe ensinam a ordenação em que nasceu a pessoa e com a qual deve conformar-se se quiser evitar a dor. O homem conhece por experiência que é  verdade quanto lhe ensinam seus mestres, pois sofre ou goza segundo o advertiram, e assim vai adquirindo experiência. Enquanto sua percepção do mundo externo se resume ao físico, onde fixa sua atenção, a constante transferência de ondas vibratórias ao corpo mental, através do físico e do astral, assim como as respectivas vibrações do corpo mental, transferidas pelo astral, organizam os corpos astral e mental de modo que, sem cessar, estão evolucionando e se dispondo a perceber mais adiante seus respectivos mundos. Depois, são evoluídos notavelmente por experiências de além-túmulo. Somente é consciência física o que se manifesta no cérebro físico por transmissão dos corpos mental e astral."

Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 104/105)

terça-feira, 4 de agosto de 2020

A CONSCIÊNCIA VIGÍLICA (2ª PARTE)

A Consciência sem Limites | A Luz do Dia"(...) A consciência vigílica no mundo físico é a que todos nós temos em nossa vida diária e pela qual pensamos, queremos e trabalhamos, sem nos apercebermos de que em nossas experiências ordinárias empregamos as três classes de matéria: mental, astral e física.

Exemplifiquemos: se temos fome e tomamos para comer o alimento ao nosso alcance, qual o processo desta operação? Ao sentirmos fome e ao vermos o alimento, reconhecemos que ele serve e recordamos que satisfaz a fome. Este reconhecimento e esta recordação são de ordem mental e se efetuam no cérebro onde vibra a matéria do corpo mental que interpenetra os outros dois, e por meio da matéria do corpo astral que lhe serve de ponte, transmite as vibrações às matérias etérea e nervosa do corpo físico, cujo resultado é o reconhecimento do alimento e a recordação de que satisfaz a fome em ocasiões anteriores. Esta recordação desperta o desejo de comer, que corresponde ao corpo astral, cujas vibrações se transmitem por meio do duplo etéreo ao grande simpático do sistema nervoso e às glândulas salivares que segregam seu suco e, como se diz vulgarmente, faz-nos água na boca. O desejo incita automaticamente à atividade, que põe em movimento os músculos e abre-nos a mão para tomar o alimento e levá-lo à boca.

Não é necessário, absolutamente, observar e seguir as diferentes, porém, instantâneas fases deste processo, nem a atuação nele dos diversos órgãos do corpo. Não obstante, quem anseia compreendê-las deve ter a paciência de estudá-las e assim poderá responder a várias perguntas em vez de formulá-las. Por que a criança de colo chora e baba quando tem fome e vê  sua progenitora, sua ama ou sua mamadeira? Porque a consciência do pequeno reconhece o alimento e recorda que satisfaz completamente sua necessidade. A consciência do pequeno pensa por meio do cérebro físico; e a criança chora e baba porque a consciência deseja por meio das glândulas salivares e lacrimais.

Se a criança é recém-nascida ou de poucos meses, apenas moverá vagamente os braços e pernas, porque a consciência não domina ainda os músculos para guiá-los a tomar alimento, como ocorre quando a criança já é mais crescida e esperta. Quando maior, não se contentará em abrir a mãozinha para apanhar o alimento, e sim se arrastará pelo solo ou andará por seus pés até alcançá-lo. Tudo isto é fácil de compreender e atentamente se observa e estuda. A rudimentar atuação da consciência por meio de novos corpos se repete continuamente até converter-se em automática; porém a sucessão das fases sempre é a mesma, apesar de que, segundo crescem os corpos, respondem melhor os impulsos da consciência e é mais complicada sua atuação. (...)"

Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 96/97)

quinta-feira, 18 de junho de 2020

O CORPO ASTRAL E OS FENÔMENOS A ELE RELACIONADOS

O Homem e suas Dimensões ou Universos Paralelos"Consideremos agora o corpo astral ou corpo dos desejos durante a vida física, e os fenômenos a ele relacionados, que se classificam em fenômenos correspondentes ao corpo astral, porém, manifestados por meio do físico, e fenômenos relativos ao mesmo corpo astral, quando está desligado do físico.

Continuadamente vivemos todos neste mundo com nosso corpo astral, onde têm sua vivenda os sentimentos e as emoções, ainda que se relacionem sobre o corpo físico. A alegria acelera as pulsações do coração e o medo as diminui e às vezes a paralisa. O exame da exsudação cutânea demonstra que seus componentes químicos variam segundo as emoções, apetites e paixões. Uma violenta emoção arrisca a produzir uma síncope e até mesmo a morte. Se a emoção não é muito violenta, pode produzir a histeria, o desmaio, a risada convulsiva ou o pranto. Tudo isto afeta não somente a quem a sofre como também a outras pessoas. Assim como um olhar colérico ocasiona emoção de cólera naquele a quem é dirigido caso este não seja capaz de dominar-se, assim também produz a paixão na consciência do corpo astral, em cuja matéria produz violentas vibrações relacionadas com a dita consciência, as quais se transmitem aos vizinhos corpos astrais no que ocasionam vibrações análogas e estas por sua vez afetam os respectivos corpos físicos. Por isto é que o histerismo, o pânico ou o entusiasmo se propagam por contágio entre as pessoas, sem razão visível para tal. Nisto se funda o preceito ético de responder ao mal com o bem, porque as vibrações de igual intensidade, porém de índole contrária, se neutralizam , ao passo que as da mesma índole aumentam o módulo das vibrações. O ego vive sem cessar no corpo astral até que entre no mundo celeste. Porém, durante o sonho, abandona temporariamente a parte densa do corpo físico, e nestas circunstâncias amplia seu conhecimento assim como pode ampliar sua ação. Às vezes, durante sua parada noturna no mundo astral, recorda as experiências passadas, e ao despertar diz que sonhou."

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 69/70)

quinta-feira, 4 de julho de 2019

INFLUÊNCIAS

"A equipe de resgate foi alertada sobre as condições atmosféricas deste planeta e de influências que poderiam lhe afastar da rota. Um relatório mostrou que todos os habitantes vivem rodeados de correntes vibratórias astro-mentais. Não vemos, mas sentimos, embora muitas vezes não saibamos explicar.

Essas correntes energéticas são a soma de todos os sentimentos e pensamentos gerados pela população.

Os locais estão permeados de vibrações. Algumas são mais densas e outras mais sutis.

Cada pensamento possui uma forma, uma cor, uma frequência. O mesmo se dá com as emoções.

O que fazer então? Como ter consciência daquilo que está nos influenciando em determinado momento, num determinado lugar?

Não é tão simples, mas é possível nos prepararmos um pouco melhor.

Como? Primeiro, entendendo que essas coisas acontecem. Segundo, que nós também somos geradores de influências.

Assim, passa a ser uma questão de responsabilidade e bom senso.

Podemos fazer uma analogia com algo mais material. Assim como não jogamos lixo sobre as pessoas, é nossa obrigação prestar atenção nos pensamentos e sentimentos que derramamos sobre elas, já que pensamentos e sentimentos são coisas vivas, com forma, cor e frequência.

Esse é um dos motivos pelos quais quando entramos em qualquer ambiente devemos primeiro pedir licença. O próprio ato já nos protege. Mais ainda quando entramos desarmados, o coração aberto e a consciência sintonizada nos nossos guias espirituais.

Tanto quanto nós, o outro é um ser divino.

Somos o que pensamos.

Aviso!"

(Fernando Mansur - O Catador de Histórias - Ed. Teosófica, Brasília, 2018 - p. 82/83)


segunda-feira, 26 de março de 2018

SEU CORPO ESTÁ CONSTANTEMENTE MUDANDO

"O homem é um ser rítmico, sempre pulsando. Nossos corpos estão tão sujeitos às leis rítmicas quanto tudo o mais no universo. Os antigos diziam: 'Cada átomo no espaço dança ao ritmo dos deuses.' O universo (um verso) é simplesmente uma nota ou tom em Deus; mas há um número infinito de tons ou índices de vibração dentro de um só. Tudo o que vemos é vibração, não existe coisa alguma em repouso absoluto na natureza. (...) A natureza é o nascimento ou atividade de Deus, o Único se manifestando em incontáveis maneiras. No momento em que aparecem no mundo, as formas começam a mudar; e delas derivam outras formas, ad infinitum

As formas são simplesmente aparências, vêm e vão. Da mesma forma, o corpo de um homem está constantemente mudando. A ciência nos diz que o homem tem um corpo novo a cada 11 meses. As células do corpo estáo constantemente morrendo, sendo substituídas por novas células. Se o homem espiritualiza seus pensamentos, as células do corpo assumirão uma nova harmonia espiritual; todo o seu ser será transformado em vitalidade e perfeição.

Há uma mudança quase completa na química do corpo numa questão de segundos e minutos, a tal ponto que praticamente nenhum átomo ou eléctron de seu corpo estará presente dentro de alguns meses. Tudo é vibração e a mudança constante impregna o universo. As batidas de seu coração obedecem a um determinado ritmo; o mesmo também acontece com o fluxo e refluxo das marés."

(Joseph Murphy - Sua Força Interior - Ed. Record, Rio de Janeiro, 1995 - p. 86/87)


domingo, 11 de fevereiro de 2018

FINQUE RAÍZES PROFUNDAS NO SEU EU INTERIOR

"A chave é estar em um estado de conexão permanente com o nosso corpo interior, em senti-lo em todos os momentos. Essa prática vai se intensificar rapidamente e transformar sua vida. Quanto mais consciência direcionamos para o nosso corpo interior, mais cresce a frequência vibracional, tal qual a luz que vai ficando mais forte quando giramos o botão do dimmer, aumentando o fluxo de eletricidade. Nesse nível de energia mais elevado, a negatividade deixa de nos afetar e tendemos a atrair novas circunstâncias que refletem essa alta frequência. 

Quanto mais concentramos a atenção no corpo, mais nos fixamos no Agora. Não nos perdemos no mundo exterior nem na mente. Pensamentos e emoções, medos e desejos podem até estar presentes, mas não vão mais nos dominar.

VERIFIQUE ONDE ESTÁ a sua atenção neste momento. Ou você está me ouvindo ou está lendo minhas palavras em um livro. Aqui está o foco da sua atenção. Você também está percebendo o que está ao redor, as outras pessoas, etc. Além disso, pode haver alguma atividade mental em volta do que você está ouvindo ou lendo, algum comentário mental, embora não haja necessidade de nada disso absorver toda a sua atenção. 

Verifique se você consegue estar em contato com o seu corpo interior ao mesmo tempo. Mantenha parte de sua atenção no interior. Não permita que ela se disperse. Sinta todo o seu corpo, lá no fundo, como um só campo de energia. É quase como se você estivesse ouvindo ou lendo com todo o seu corpo. Pratique nos próximos dias e semanas.

Não desvie toda a sua atenção da mente nem do mundo exterior. Procure, por todos os meios, se concentrar naquilo que você está fazendo, mas sinta o corpo interior ao mesmo tempo, sempre que possível. Tenha as raízes fincadas dentro de você. Observe, então, como isso altera o seu estado de consciência e a qualidade do que você está fazendo. Não aceite ou rejeite simplesmente essas minhas palavras. Pratique-as."

(Eckhart Tolle - Praticando o Poder do Agora - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 62/64


sábado, 30 de dezembro de 2017

SOBRE O NATAL E O ANO NOVO - COMO SE CRIA UMA ATMOSFERA CORRETA PARA O FUTURO (PARTE FINAL)

"(...) Um exame atento do passado nos dá lições e ideias valiosas sobre os padrões futuros de vibração em um nível muito mais amplo de tempo, e talvez um vislumbre da própria eternidade.

As origens pagãs das comemorações do Natal estão claramente documentadas, e isso não é razão para rejeitá-las. Ao contrário. As comemorações atuais também estão externamente revestidas de uma grossa camada de materialismo e superficialidade. Mas o Natal possui um lado interno e verdadeiramente espiritual, na sua mistura de diferentes tradições religiosas. É uma celebração da fraternidade, uma comemoração do sol, uma homenagem à luz espiritual dentro e fora dos nossos corações.

Pensando no Ano Novo, Helena Blavatsky cita um pensador norte-americano:

'Thoreau assinalou que há artistas da vida, pessoas que podem mudar a cor de um dia e torná-lo bonito para aqueles com quem entram em contato. Nós afirmamos que há adeptos, mestres da vida que tornam o dia divino, assim como ocorre em todas as outras formas de arte.  E a maior de todas as artes não será esta que diz respeito à própria atmosfera em que vivemos? Percebemos em seguida que isso é da maior importância, quando lembramos que cada pessoa ao respirar o ar da vida afeta a atmosfera mental e moral do mundo, e ajuda a colorir o mundo daqueles que a rodeiam.'⁵

No mesmo texto, H.P. Blavatsky afirma que o estoico Epicteto tornou-se sublime porque 'reconheceu sua própria absoluta responsabilidade e não tentou fugir dela.' E acrescenta: 'O ocultista reconhece completamente a sua responsabilidade e reivindica para si este título porque tentou e adquiriu conhecimento das suas próprias possibilidades.' Para Blavatsky, a vida do ser humano está em suas próprias mãos. O seu destino é decidido por ele próprio, e não há motivo para um novo ciclo de doze meses não trazer um desenvolvimento espiritual 'maior que o de qualquer ano que já tenhamos vivido'. Depende apenas de nós de fazer com que isso ocorra:

'Este é um fato concreto, e não um sentimento religioso. Num jardim de girassóis, cada flor se volta para a luz. Por que não poderíamos fazer o mesmo?'

Possuímos um centro de paz e amor eternos em nossos corações. Como estudantes de filosofia esotérica, algumas responsabilidades são inevitáveis. É sempre correto mandar nossos bons votos a todos os seres (...)"

⁴ Veja por exemplo o texto 'O Natal de Ontem e o Natal de Hoje', de Helena Blavatsky. O artigo está disponível em nossos websites associados. 
⁵ H.P. Blavatsky, no artigo '1888'. Ver 'Collected Writings', volume IX, p. 3.
 'Collected Writings', H.P. Blavatsky, volume IX, pp. 4-5. 

(Carlos Cardoso Aveline - Sobre o Natal e o Ano Novo, Como Se Cria Uma Atmosfera Correta para o Futuro)

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

O CARÁTER DE UM HOMEM

P 137: Considerando o primeiro fio da corda do destino, como é que o pensamento cria o caráter?  

R: O caráter de um homem é a totalidade de suas qualidades morais e mentais. 'Homem' significa 'O Pensador; e a relação entre pensamento e caráter acha-se reconhecida nas Escrituras de todas as nações. Uma escritura hindu diz: 'O homem é criado pelo pensamento; como um homem pensa, assim chega a ser'; e na Bíblia se lê: 'Tal como pensa um homem, assim é'; e também: 'Quem olhar cobiçosamente uma mulher, cometeu já adultério com ela em seu coração'; e 'Aquele que odeia seu irmão, é um assassino'.  

A razão desses fatos é que, quando a mente se ocupa de um pensamento particular, estabelece-se na matéria um tipo definido de vibração, e, quanto maior for a frequência com que se origina esta vibração, adquirirá maior tendência a repetir-se automaticamente na matéria do corpo mental, até que chega a constituir um hábito (...).  

Para criar um hábito de pensamento, deverá o homem escolher uma qualidade desejável (uma virtude, uma emoção), e pensar então persistentemente na qualidade escolhida. Deverá meditar deliberadamente nela todas as manhãs por alguns minutos, e persistir naquela criação mental até que se forme um hábito e se tenha criado a virtude dentro de seu próprio caráter, o que se efetua especialmente quando põe em prática o pensamento em sua vida diária. Como tudo se acha sob lei, não poderá obter habilidades mentais ou virtudes morais sentando-se a esperá-las; somente poderá edificar seu caráter mental e moral pensando esforçadamente e atuando de conformidade. Suas aspirações chegarão a ser capacidades; seus repetidos pensamentos se converterão em tendências e hábitos. No passado criou seu caráter com o qual nasceu nesta vida, e agora está criando o caráter com que morrerá, e com o qual renascerá; e o caráter é a parte mais importante do carma (...).  

Se um homem é hábil para certas coisas, é porque numa vida anterior dedicou muito de seus esforços naquela direção. O gênio e a precocidade se explicam, assim, satisfatoriamente. As aspirações elevadas de uma vida florescem como capacidades na seguinte; e uma vontade decidida de serviço não Egoísta tem como resultado a espiritualidade." 

(Pestanji Temulji Pavri - Teosofia explicada em perguntas e respostas - fl. 122)


quinta-feira, 12 de outubro de 2017

O MUNDO ASTRAL TEM MUITAS ESFERAS

"Quando acordamos de manhã, vemos que somos as mesmas pessoas que éramos antes de dormir. Igualmente, quando nós e nossos entes queridos acordamos no mundo astral, após a morte, somos exatamente os mesmos; só que, de modo geral, podemos ter uma aparência mais jovem e estar livres de doenças. 

Não nos tornamos anjos simplesmente por morrer. Se somos anjos agora, também o seremos no além. Se temos uma personalidade obscura e negativa, após a morte seremos do mesmo jeito. Assim como neste mundo existem favelas e paisagens bonitas, o mesmo acontece no outro mundo. Dependendo de como você viveu na Terra - se foi uma vida boa e pura ou má e feia - você irá para uma região melhor ou mais escura no mundo astral. Jesus falou dessas diferentes regiões: 'Na casa de meu Pai há muitas moradas'?⁷

Os planos astrais possuem várias atmosferas ou vibrações e cada alma que lá chega, proveniente da Terra, é atraída pela atmosfera que estiver em maior harmonia com sua vibração particular. Assim como os peixes vivem na água, os vermes abaixo do solo, o ser humano na superfície e os pássaros no ar, também as almas no mundo astral vivem na esfera que for mais adequada à sua vibração. Quanto mais nobre e espiritual for uma pessoa na Terra, mais elevada a esfera para a qual será atraída, e maior será sua liberdade, alegria e experiência de beleza.

Nos planetas astrais, os seres não dependem de ar ou eletricidade para existir; eles se alimentam de raios multicoloridos de luz. Há mais liberdade no mundo astral do que no mundo físico. Lá não há ossos para serem quebrados, pois não existem sólidos; tudo é feito de raios luminosos. E tudo é movido pelo poder do pensamento. Quando as almas no astral desejam fazer um jardim, basta querer, que o jardim se torna realidade, e ele aparece e permanece enquanto se quiser. Quando a alma quer que o jardim desapareça, ele se vai."

⁷ João 14:2.

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 293/294)


sábado, 25 de fevereiro de 2017

CORPO MENTAL

"Esse corpo, de matéria mais fina do que a do astral, como a do astral é mais fina do que a do físico, é o corpo que responde com suas vibrações às mudanças do nosso pensamento. Cada mudança no pensamento produz uma vibração em nosso corpo mental e põe em atividade a matéria nervosa do nosso cérebro. Essa atividade nas células nervosas produz nelas muitas modificações elétricas e químicas, mas é a atividade do pensamento que causa isso e não as modificações que produzem o pensamento.

O corpo mental, como o astral, varia muito de pessoa para pessoa; ele é feito de matéria mais rústica ou mais fina, de acordo com as necessidades da consciência mais ou menos desenvolvida que esteja em conexão com ele. Nas pessoas cultas, ele é ativo e bem definido; nos não desenvolvidos é nublado e incipiente. Sua matéria, obtida no plano mental, é a do mundo celeste, e está em constante atividade, pois o homem pensa em sua consciência desperta quando está fora do corpo físico, no sono e depois da morte, e vive apenas em pensamento e emoção quando deixa para trás o mundo astral e passa para o céu. Sendo esse o corpo no qual longos séculos serão passados no mundo celeste, é evidente que será racional tentar aperfeiçoá-lo tanto quanto possível aqui. Os meios são o estudo, o pensamento, o exercício de boas emoções, a aspiração (prece) e o empenho em fazer o bem. E, acima de tudo, a prática regular e persistente da meditação. O uso desses recursos significará uma rápida evolução do corpo mental e um imenso enriquecimento da vida celeste. Maus pensamentos, de todos os tipos, poluem-no, prejudicam-no, e, se forem persistentes, irão tornar-se verdadeiras doenças e mutilações do corpo mental, incuráveis durante seu período de vida.

Assim são os três corpos mortais do homem: ele descarta o físico pela morte e, o astral, quando estiver pronto para entrar no mundo celeste. Quando terminar sua vida celeste, o seu corpo mental também se desintegrará e, então, ele será um Espírito, revestido de seus corpos imortais. Na descida para o renascimento, um novo corpo mental é formado, e também um novo corpo astral, de acordo com a personalidade de cada um. E ambos ligam-se ao seu corpo físico. E o homem entra, pelo nascimento, em um novo período de vida."

(Annie Besant - O Enigma da Vida - Ed. Pensamento


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

O SOM DOS MANTRAS

"O som dos mantras tem a virtude de transformar impulsos e tendências. O vocábulo mantra significa aquilo que protege e salva, quando repetido na mente. Vibre sempre os mantras dentro de sua mente. Isto prevenirá o mal falar, conversas sem propósito, maledicência e escândalo. Fale somente quando seu falar seja essencial e só tanto quanto necessário. Fale docemente e sem quaisquer reservas ou circunlóquios.

Não existe mentira (mithya) na verdade (sathya). Mas, no universo ilusório (mithya jagat), você tem de pesquisar a verdade (sathya) e chegar a experienciá-la. Poderá fazê-lo, se limpar sua mente de todas suas modificações e modulações. Que seja ela transmutada de sua presente confusão complexa em algo como o céu, o qual não conserva qualquer marca, não obstante através dele milhões de pássaros voem e centenas de aviões o cruzem. Torne-se isento, inatingível, desapegado. Tal é o sadhana (caminho disciplinar) que lhe des-velará a Realidade."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 168/169)

terça-feira, 4 de outubro de 2016

A EXAGERAÇÃO

"É especialmente necessário que o aspirante evite toda inquietação e agitação. Muitos são os cooperadores energéticos e ardorosos que malgastam a maioria de seus esforços, sem obter deles resultados efetivos por cederem a tais vícios, pois se circundam de uma aura de trêmulas vibrações, que distorce todo pensamento ou sentimento que a atravessa e praticamente neutraliza toda influência harmoniosa procedente do interior. Sede absolutamente exatos; mas atingi a exatidão pela calma perfeita e nunca por inquietudes e agitações. 

Outro ponto que é mister incutir em nossos estudantes é que em ocultismo sempre expressamos exatamente o que dizemos, nem mais nem menos. Quando estabelecemos a regra de que não se deve dizer nada ofensivo a outrem, entende-se no sentido absoluto; não tão só que temos de passar a reduzir o número de censuras e maledicências que soltamos cada dia, senão que deve cessar definitivamente toda crítica e murmuração. Estamos muito acostumados a ouvir conselhos e máximas morais sem crer que se há de praticá-los rigorosamente, como se um assentimento superficial ou um débil esforço para tentar cumpri-los fosse tudo quanto a religião exigisse de seus fiéis. Cabe-nos eliminar por completo esta atitude mental e compreender que em ocultismo se exige a estrita e literal obediência às instruções dadas pelo Mestre ou o seu discípulo."

(C.W. Leadbeater - Os Mestres e a Senda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2004 - p. 98/99

sábado, 23 de abril de 2016

EVOLUÇÃO A PARTIR DE CIMA (PARTE FINAL)

"(...) Nosso desenvolvimento jaz, em parte, no aumento das sombras de nossos sentimentos, em parte em nossa habilidade para construir novos tipos de formas com nossas mentes, e de aprender a importância de forma, som e cor que, nos meios particulares, são as transformações de sentimento e pensamento.

Esse pensamento infinito é comparativamente mais fácil de entender. Toda a Natureza em suas partes tangível e intangível é uma expressão do pensamento divino, é arquitetura que é música congelada. Compreender o significado e a música de cada frase nos livros da Natureza é um estudo sem fim. Porém, para a arquitetura e a música, existe não apenas uma abordagem intelectual, mas também uma abordagem emocional e uma abordagem espiritual.

Todas as coisas vibram, e todas as formas são formas de efeito vibratório. Cada uma tem sua mensagem para dar; cada ondulação amorosa, no ilimitado oceano de vida, tem sua própria história para contar. Quando cada vibração de matéria ou força for transformada, transmutada em pensamento e sentimento, em sensações subjetivas e estranhas das quais não é possível qualquer descrição, então o divino penetra o homem, o infinito penetra aquela expressão finita que é a verdadeira individualidade de cada homem."

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 102)

sábado, 2 de abril de 2016

SÍNTESE DA EVOLUÇÃO HUMANA (2ª PARTE)

"(...) O homem repete as experiências como o escolar repete o ano quando não estuda convenientemente, ou como o escultor que faz e desfaz sua obra, até consegui-la perfeita.

O corpo causal transmite à alma todas as vibrações que recebe, mas ele só se desenvolve à custa das vibrações delicadas, proporcionadas pelo Bem, pelo Belo e pelo Verdadeiro. As vibrações grosseiras só contribuem para o desenvolvimento dos corpos inferiores.

O mal, ou antes, o que é contrário à evolução, provoca o desenvolvimento dos mais materializados, porém esse mal é transitório, porque só atinge o que é inferior e perecível. O Bem é permanente, porque afeta o corpo causal, imperecível.

Examinando-se melhor os fatos, verifica-se que o Mal e o Bem são relativos. Assim, as sensações grosseiras, que desenvolvem o corpo astral do homem primitivo, contribuem para a evolução, nesta fase. Aí elas são um bem. Posteriormente, esse corpo tende a ser afinado, isto é, tende a se tornar delicado, para o que só concorrem as sensações refinadas. Nesta fase da evolução, as sensações grosseiras são um mal. Como este, muitos exemplos análogos podem ser citados.

A alma ao se revestir de corpos sutis para reencarnar-se, irá, de acordo com as afinidades boas ou más desses corpos, e de conformidade com os laços cármicos contraídos em vidas anteriores, buscar o corpo físico numa família que lhe permita manifestar as qualidades necessárias e satisfazer aqueles laços. No decorrer dessa evolução da alma e do corpo, o ideal é atingir a perfeição dos veículos e a perfeição intelectual e moral.

O homem deve ter por alvo a perfeição física, intelectual e moral. O corpo deve ser bem tratado, pois é o tabernáculo do espírito; e o intelecto não deve ser desprezado sob pretexto de que só as qualidades morais, o altruísmo, a caridade, é que contribuem para a 'salvação'. (...)

(Alberto Lira - O ensinamento dos mahatmas - IBRASA, São Paulo, 1977 - p. 196/197)
www.ibrasa.com.br


sexta-feira, 1 de abril de 2016

SÍNTESE DA EVOLUÇÃO HUMANA (1ª PARTE)

"Vimos, de modo muito sumário e perfunctório, a evolução a qual é emanação ou centelha divina.

Esta inicialmente 'desce' profundamente até a matéria mais grosseira e, gradualmente, vai 'subindo' e se expandindo em plenitude, por meio de veículos cada vez mais afinados.

A 'alma', no início, tem necessidade de passar pelas experiências fortes, brutais, dos homens primitivos, porque os veículos são grosseiros e ela está, por assim dizer, entorpecida.

Os veículos (ou corpos) astral e mental só se desenvolvem, nestes princípios, pelas sensações terríveis, e a alma tem que perceber as diferenças entre as sensações, o que acontece pelo choque dos contrastes enérgicos e violentos. Daí, prazeres desregrados e dores brutais que 'martelam' a alma nos primórdios da evolução.

À medida que as sensações se apuram e se desenvolvem, também o pensamento e o raciocínio progridem; estes só podem se alargar em toda sua pujança quando as sensações também se tornam mais perfeitas e afinadas; as comparações são melhores, as deduções mais profundas e a capacidade de raciocínio mais perfeita. 

A noção do bem e do mal, quase imperceptível no homem primitivo, vai se firmar somente após certo estágio evolutivo. As sensações, as reações intelectuais e afetivas transmitem-se por vibrações do corpo físico e dos corpos mais sutis, ao corpo causal, onde impressionam diretamente a alma.

Esta, à custa das experiências, se expande e, por sua vez, quanto mais ampliada em suas qualidades, tanto mais perfeitos serão os veículos com os quais se cerca.

A memória das experiências, isto é, das vidas passadas, permanece no corpo causal, imperecível. Ela não sobrevive como imagem no homem encarnado, mas os germes causais provocam a formação de novos corpos, de acordo com as qualidades adquiridas e estes corpos manifestam, então, as tendências desenvolvidas nas vidas anteriores. (...)"

(Alberto Lira - O ensinamento dos mahatmas - IBRASA, São Paulo, 1977 - p. 195/196)


sexta-feira, 4 de março de 2016

SANTO OU PECADOR

"'Escolher os amigos é algo importante. Se você deixar o seu casaco num recinto onde as pessoas estão fumando, em pouco tempo o casaco recenderá a fumaça de cigarro. Se você deixar esse casaco, posteriormente, ao ar livre, no jardim, quando você voltar com ele para dentro de casa, perceberá nele a fragrância do ar puro e das flores.

'O mesmo se dá com a mente. As vestes dos seus pensamentos absorvem as vibrações daqueles com quem você se envolve. Se você travar contato com pessimistas, em pouco tempo você haverá de se tornar um pessimista. Se andar em companhia de pessoas alegres e felizes, a sua natureza será alegre e feliz.

'O ambiente é mais forte do que a força de vontade. Misturar-se com pessoas materialistas sem pelo menos absorver um pouco do materialismo delas requer grande força espiritual.

'Os que se iniciam na senda espiritual deveriam ter muito cuidado quanto aos companheiros que escolhem. Esses iniciantes deveriam fazer amizade com outros devotos, e não tentar envolver-se com pessoas materialistas, voltadas para o ego. Os iniciantes deveriam principalmente evitar as pessoas negativas, mesmo que essas pessoas sejam devotas.

'Tornar-se um santo ou um pecador depende em grande parte das companhias de cada um.'"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 185)