Hoje vamos colocar na balança os sentimentos de dúvida, crença e fé, que são o ponto crucial de controvérsia em termos de religião. Grandes instrutores exortam as pessoas a crer e ter fé em Deus e nas escrituras; e nos alertam contra o potencial devastador da dúvida. Mas sem discernimento a utilidade desse conselho talvez não seja entendida.
Uma vez que nada foi criado sem ter alguma utilidade, não posso concordar com os moralistas das escrituras que à simples menção de dúvida levantam o nariz num ângulo de 120 graus. Em vez disso, analisemos por que o espírito da dúvida foi introduzido no mundo. Em que pondo a dúvida é ruim - ou boa! - para os seres humanos? A não ser que analisemos a psicologia da dúvida, da crença e da fé, não podemos adotar nem rejeitar sensatamente tais sentimentos como benéficos ou destrutivos.
Pela análise, encontramos no conceito de dúvida um elemento construtivo ou destrutivo segundo sua aplicação. Não preciso falar extensivamente do elemento destrutivo, pois seus efeitos adversos são do conhecimento comum. Em razão dos seus danos em potencial, alguns fanáticos, em especial os que se apegam ferrenhamente a crenças dogmáticas, advogam a rejeição de toda dúvida em favor de uma aceitação inquestionável. No entanto, evitar a dúvida é escolher não pensar.
A dúvida destrutiva é paralisante. Inibe o pensamento construtivo e o poder da vontade. Bloqueia a receptividade ao trabalho benéfico das forças e leis mais elevados do universo e à graça divina, sempre pronta a ajudar. Produz inquietude interna e desesperança. Resiste ao progresso e rejeita ideias ao bel-prazer da ignorância, do preconceito ou da emoção.
Consideremos agora o elemento construtivo da dúvida. (continua)"
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