OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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terça-feira, 20 de agosto de 2024

SEMENTES

"Que sementes você veio plantar no mundo?

Qual terá sido seu trato com Deus antes de nascer?

Há uma Mente Divina que tudo abarca e que nos faz perceber conexões além da percepção racional. Às vezes sabemos o que o outro está pensando, o que vai falar; também temos premonições, tem gente que pode prever o futuro... Ou seja: passado, presente e futuro formam um eterno agora. E há uma teia que conecta todos os seres.

Então, poderíamos intuir o motivo principal do nosso nascimento.

Viemos, provavelmente, para plantar sementes de originalidade, enriquecer o mundo com pinceladas autênticas de novos sons e cores, através de nossa personalidade. A alma pulsa por meio de nossos corpos, vibrando acordes que só ela sabe e pode manifestar. Por isso não devemos ser cópias, pois o maior milagre do mundo é sermos nós mesmos. 

Pode ser que já tenhamos esquecido o motivo de termos nascido, o nosso trato com Deus. Mas ainda é tempo de redescobrirmos a nossa missão principal. 

E, com certeza, cumprir nosso destino é o maior compromisso que assumimos com o Criador.

Plante-se. A vida precisa de seus frutos." 

Fernando Mansur, Escrita Divina, A comunicação da alegria, Ed. do Autor, 2017, p. 78.
Imagem: Pinterest. 


terça-feira, 7 de setembro de 2021

A MORTE E A SOLIDÃO DO SER

"Costumamos considerar 'materialista' quem não acredita em Deus. Contudo, quando procuramos ir fundo na questão 'quem é Deus?', considerando-o como fonte de um universo cujos limites a ciência não consegue nem suspeitar, vemos que qualquer 'crença' a respeito sempre há de ser extremamente enganosa, ao se apoiar no intelecto.

Essas limitações são bem visíveis quando a religião, no Velho Testamento, tenta colocar Deus ao alcance do homem, dando-lhe os defeitos do próprio ser humano. 

A ciência, por sua vez, buscando simplificar as coisas com ideias como a 'acidentalidade' da Criação, tenta negar o que é incompreensível para o intelecto: a existência de um poder por trás da extraordinária inteligência e perfeição de cada coisa criada, seja uma minúscula semente com sua capacidade de gerar determinada espécie vegetal, entre as milhares existentes, seja uma estrela como o nosso Sol, cuja luz e calor fazem aquela semente brotar na Terra a 150 milhões de quilômetros de distância. 

Na perspectiva esotérica, diz-se que Deus é o 'um sem segundo', e toda a manifestação universal é um desdobramento Dele em infinitas faces. Diz-se também que o ser humano é uma pequenina semente de Deus. Assim como a semente de uma árvore a contém potencialmente - produzindo-a um dia - o destino de uma pessoa, ao longo das eras, é se tornar um ser idêntico à sua origem. Por isso, Krishnamurti afirmou: 'Tu és Deus', na pequena joia denominada Aos Pés do Mestre (Ed. Teosófica). Diz-se 'és' - e não 'serás' - porque ser no presente é só um questão de consciência. 

Sentindo-nos pequeninos, como de fato somos, neste corpo dominado por ilusões e apegos, pode parecer muito distante o ensinamento teosófico. Bem mais confortável é imaginar um Criador que vai gerando almas e corpos indefinidamente, que vivem em média setenta anos, e premiando os 'eleitos' com o paraíso eterno (ou inferno eterno, se compararmos a 'agitação' do nosso prazer com o 'não fazer nada' do céu cristão). 

Entre a ideia da Criação com uma promessa de uma eternidade sem sentido e a visão da ocidentalidade materialista, onde a morte é o fim de tudo, qual a melhor? Qual a pior?

Considerando a sabedoria infinita da Criação, algo nos diz que ela não poderia ser desperdiçada nos becos sem saída da ciência sem religião, ou na 'fé cega' da religião sem ciência. Aos que vão além, cedendo aos suaves impulsos de sua consciência intuitiva, os caminhos se abrem e indicam um propósito para tudo, como nos ensina a própria natureza, sempre buscando meios de sobrevivência. 

O anseio por eternidade é algo inerente ao ser humano. Claramente esse anseio não se origina no intelecto, pois a ideia de infinito não cabe nele. O infinito não pode ser medido, e a especialidade do intelecto é pesar e medir, integrando a mente comparativa dos seres humanos. 

O infinito de que suspeitamos mora no espírito, e o espírito é uma centelha de Deus, o 'um sem segundo'. Por essa razão, uma das lições mais árduas para nós é derivada do apego, essa necessidade de autorrealização pela posse das coisas externas, o que nos é repetidamente negado, com a perda de todas essas aquisições na experiência da morte física. 

Assim é que, ao sair deste mundo, vamos sós, sem qualquer lastro material ou afetivo, assim como entramos nele. Voltamos, porém, muitas vezes, para enfim aprender com a morte o que os mestres nos ensinaram em vida: a conquista do eterno só se realiza pela aniquilação do transitório, da dependência de qualquer coisa externa como fonte de felicidade. 

Morta a ideia da posse, morre também seu vínculo, restando apenas a solidão do ser. Não como sentimento de ilusória separatividade, mas de autossuficiência inerente ao eterno, como consciência da vida una, da totalidade do próprio ser."

(Walter Barbosa - A morte e a solidão do ser - Revista Sophia, Ano 19, nº 90 - p. 19)


terça-feira, 5 de janeiro de 2021

KARMA⁵

"Imagina comigo que a existência individual é uma corda que está esticada do infinito até o infinito, e não tem nem começo nem fim, nem é possível que se rompa. Esta corda é formada por inúmeros fios finos que, estreitamente unidos, formam a sua espessura. Estes fios são incolores e perfeitamente retos, resistentes e nivelados. Esta corda, ao passar, como tem de passar, por todos os lugares, sofre acidentes estranhos. Frequentemente, um fio fica preso ou é puxado violentamente para longe de seu caminho normal. Então, por muito tempo ele permanece desordenado e desordena o todo. Algumas vezes um deles é manchado com sujeira ou com cor, e a mancha não apenas se espalha para além do ponto de contato, mas descolore outros fios. Lembra-te de que os fios estão vivos - eles são como fios elétricos, ou melhor, como nervos tensos. Como se espalha para longe a mancha tortuosa! Porém, no devido tempo, as longas cordas e os fios vivos, que em sua continuidade ininterrupta formam o indivíduo, emergem das sombras na direção da luz. Então os fios deixam de ser incolores e passam a ser dourados, e mais uma vez eles se nivelam em unidade. Mais uma vez a harmonia é restabelecida entre eles e, com base nesta harmonia interior, a harmonia maior é percebida.

Esta ilustração apresenta uma pequena porção, um único aspecto, da verdade. Ela é menos do que um fragmento. No entanto, medita sobre ela e, através da ajuda desta ilustração, tu serás levado a perceber mais. O que importa saber em primeiro lugar não é que o futuro é formado arbitrariamente por atos isolados do presente, mas sim que há uma continuidade indivisível entre todo o futuro e o presente, assim como entre o presente e o passado. Quando percebida a partir de um plano, de um ponto de vista, a ilustração da corda está correta.

Diz-se que um pouco de atenção para o Ocultismo produz resultados kármicos consideráveis. Isto ocorre porque é impossível dar qualquer atenção ao Ocultismo sem fazer uma escolha definida diante do que é comumente chamado de bem e mal. O primeiro passo no Ocultismo leva o estudante à árvore do conhecimento. Ele precisa colher e comer; precisa escolher. Ele não poderá mais ficar indeciso por ignorância. Ele prossegue tomando o caminho do bem ou do mal. E dar definida e conscientemente um passo que seja em qualquer um dos caminhos produz grandes resultados kármicos. O homem comum anda sem rumo, sem certeza da meta a ser atingida; seu padrão de vida é indefinido e, consequentemente, seu karma opera de forma confusa. Mas, uma vez que o umbral do conhecimento é atingido, a confusão começa a se dissipar e, consequentemente, os resulados kármicos aumentam consideravelmente, porque a ação se dá na mesma direção em todos os planos. Pois o ocultista não pode se dedicar pela metade, nem pode voltar atrás uma vez que tenha atravessado o umbral⁶. Essas coisas são tão impossíveis como um homem voltar a ser criança novamente. A individualidade, através do processo de crescimento, alcançou o estado da responsabilidade e não pode recuar deste estado. 

Aquele que quiser escapar dos grilhões do karma deve elevar a sua individualidade das trevas à luz. Ele deve elevar a sua existência de tal maneira que estes fios não possam entrar em contato com substâncias impuras, e que eles não se tornem tão apegados que sejam levados para longe de seu rumo. Ele simplesmente se eleva acima da região onde o karma opera. Ele não abandona por causa disso a existência que está experimentando. O solo pode estar áspero e sujo, ou cheio de flores formosas cujo pólen mancha, e de substâncias doces que encantam e transformam-se em apegos - mas acima há sempre o céu livre. Aquele que deseja não ter karma deve ver o ar como sua casa; e depois dele, o éter. Aquele que deseja criar bom karma encontrará muita confusão e, no esforço de plantar sementes de boa qualidade para a sua própria colheira, pode plantar mil ervas daninhas e, entre elas a gigante.

Não desejes plantar sementes para a tua própria colheita. Deseja apenas plantar a semente do fruto que alimentará o mundo. Tu és parte do mundo. Ao alimentar o mundo tu estarás alimentando a ti mesmo. No entanto, mesmo neste pensamento paira um grande perigo sobre o discípulo que por muito tempo imaginou estar trabalhando para o bem comum enquanto, no fundo de sua alma, ele estava percebendo apenas o mal; isto é, pensando estar fazendo um grande benefício para o mundo, na realidade ele estava conscientemente sempre pensando no karma e no grande benefício que ele estaria produzindo para si. Um homem pode se recusar a pensar em recompensas. Mas na própria recusa pode-se notar o fato de que a recompensa é desejada por ele. E é inútil para o discípulo se esforçar para aprender através da autovigilância. A alma deve estar sem grilhões, os desejos livres. Mas, até que os desejos estejam fixados apenas naquele estado no qual não há nem recompensa nem punição, nem bem nem mal, o seu esforço será em vão. Pode parecer que ele está fazendo um grande progresso, mas um dia ele se verá cara a cara com a sua própria alma, e reconhecerá que quando esteve diante da árvore do conhecimento escolheu a fruta amarga e não a doce, e então a máscara cairá definitivamente, e ele desistirá da liberdade e se tornará um escravo do desejo. Portanto, fica consciente, tu que estás começando a te voltar para a vida do Ocultismo. Aprende agora que não há cura para o desejo, que não há cura para a busca de recompensa, que não há cura para o sofrimento de estar ansioso por algo, a não ser na fixação do olhar e da audição naquilo que é invisível e inaudível. Começa já a praticar. Desta forma mil serpentes deixarão de se apresentar no teu caminho. Vive no eterno. 

As operações das reais leis do karma não podem ser estudadas antes que o discípulo tenha alcançado o ponto no qual elas não o afetam mais. O iniciado tem o direito de exigir os segredos da Natureza e de conhecer as regras que governam a vida humana. Ele obtém este direito por ter saído dos limites da Natureza e por ter se libertado das regras que governam a vida humana. Ele tornou-se uma parte reconhecida do elemento divino e não pode mais ser afetado por aquilo que é temporário. Ele então obtém o conhecimento das leis que governam as condições condições temporais. Portanto, tu que desejas conhecer as leis do karma, tenta antes te libertar destas leis; e isto só pode ser feito fixando a atenção naquilo que não é afetado por estas leis."

⁵. Este ensaio, atribuído ao Mestre Veneziano, já fez parte da 1ª edição da obra, em 1885. (N. ed. bras.). 
⁶. Umbral do Ocultismo ou Senda Espiritual.

(Mabel Collins - Luz no Caminho - Ed. Teosófica, 5ª edição - p. 97/111)


quinta-feira, 27 de agosto de 2020

O MUNDO CELESTE

Plano Mental :: *"É uma porção do mundo mental, cujos moradores estão especialmente preservados de tudo quanto pode manchar ou entorpecer sua perfeita felicidade ou a incessante transmutação de suas úteis experiências e faculdades.

O céu que escrevem os clarividentes ou os extáticos, não é mais que o céu materializado do mundo astral, composto das formas mentais de quem nele habita e reproduz o céu segundo o pintam as diversas religiões em suas Escrituras sagradas. Não tem nada de comum com o verdadeiro céu do mundo mental, donde todas as emoções antiegoístas, as nobres aspirações, os pensamentos generosos, os elevados anelos da passada vida terrena se transmudam em potências e faculdades para empregá-las na vida seguinte. Quanto mais copiosas hajam sido as experiências colhidas, mais potentes serão as faculdades adquiridas. No mundo celeste todo amor altruísta encontra seu prazer em uma plenitude e vizinhança de comunhão que jamais poderá conhecer na terra.

A permanência do homem no mundo celeste é curta ou longa segundo tiver sido a índole de sua vida terrena. É curta quando foi escasso seu caudal de pensamentos nobres e emoções altruístas; longa, quando abundante. Seja curta ou longa, elabora completamente tudo quanto levou consigo, embora em germe, e afinal armazena em seu permanente corpo causal todas as recordações de suas vidas passadas e todas as sementes das qualidades mentais e emotivas que presidirão seu futuro progresso.

Facilmente acabamos de ver que a evolução é mais rápida à medida que melhoram de qualidade os pensamentos e as emoções, e que cada vida nos mundos astral e mental depois da morte, transfere mais abundante colheita à próxima vida terrena.

O homem comum civilizado é capaz de considerável melhoria durante sua vida celeste, pois semeia ali as sementes de uma copiosa colheita. Em sua mão tem o aceleramento de sua evolução, ao considerar que sua vida mental e emocional na terra lhe proporciona os materiais para uma vida mesquinha ou abundante no terceiro mundo, estabelecendo assim maiores ou menores possibilidades para sua próxima vida terrestre.

Convém recordar que se bem o homem assuma no mundo astral os resultados de suas sinistras paixões e emoções, sofrendo em proporção à sua intensidade, há de ressarcir também, em outra vida terrena, o dano que houver ocasionado ao próximo na passada vida, se não a ressarciu no mundo astral. O ressarcimento deste dano o há de cumprir, ou sofrendo em mãos daqueles a quem prejudicou, ou prestando-lhes algum serviço. No primeiro caso, queda a semente do ódio provocado pelo dano, pois a menos que medeie o perdão e o esquecimento, serão invertidos os termos da dívida. No segundo caso se extingue de todo, porque 'o ódio jamais cessa pelo ódio, e sim pelo amor'."

Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 107/109)

domingo, 31 de dezembro de 2017

A MAGIA DO FINAL DE ANO

"O tempo é circular. Tudo o que ocorre ao longo dele é cíclico. Cada final traz um novo começo, e o modo como terminamos um ano das nossas vidas ajuda a definir como será, para nós, o ano seguinte. 

Um breve momento é resultado, e semente, de processos imensamente longos. Segundo a filosofia esotérica, também cada ano que passa é um resumo de toda a nossa vida. O final de cada ciclo é oportuno para refletir sobre nossas vitórias e dificuldades, fazer um balanço – e renovar a decisão de viver de maneira sábia. 

As quatro estações do ano correspondem às quatro grandes etapas de uma vida humana. A segunda metade do inverno é a infância, que prepara a primavera da juventude. Por enquanto, tudo parece ajudar o nosso desenvolvimento pessoal: somos protegidos e  educados, e as tendências da natureza conspiram a nosso favor.  Na primavera e no verão, que correspondem ao período que vai da juventude à meia-idade, ocorrem os grandes desafios e as principais realizações. Depois vem o outono, a primeira parte da velhice, quando é hora de recolher-se ao fundamental e de substituir com a sabedoria acumulada a  força que falha cada dia mais. 

O ciclo termina com a primeira metade do inverno, a  parte final da velhice. Esta é a época da grande renúncia, da travessia de volta para o todo universal de onde um dia viemos, e de onde no futuro poderemos emergir novamente  para  outra forma de existência, sem nada lembrar  da encarnação anterior.

O que permite distinguir cada uma das quatro estações é o ciclo anual da distribuição da energia solar. O sol é a grande fonte de vida material e espiritual em nosso planeta. O futuro de cada força vital depende diretamente da sua relação com ele. Muito mais que uma estrela física, o sol é na verdade o logos solar, a fonte espiritual de tudo o que ocorre em cada um dos seus planetas. Assim, o ciclo da luz solar em nosso planeta constitui um mapa da longa jornada de cada alma humana, com seus períodos de expansão e retração, crescimento e decadência, morte e ressurreição."

(Carlos Cardoso Aveline - A Magia do Final de Ano)


quarta-feira, 25 de outubro de 2017

A CONQUISTA DA LIBERDADE (1ª PARTE)

"Por que os homens querem ser livres? Como podem se tornar livres? O que os impede? O impulso do espírito no interior desse esquife de carne e osso que habitamos é se livrar do tamas (inércia) do corpo, do rajas (movimento do desejo) das emoções e até mesmo do sattva (ritmo) da mente; esses são os elos que o espírito interior gostaria de quebrar em pedaços. Eles são como nuvens que o espírito se esforça para penetrar e dissipar, porque escondem surya, o sol.

O mesmo espírito deve ser encontrado não apenas em todos os homens e mulheres, mas também no chão, no relâmpago e na tempestade, na erupção vulcânica e na paz da primavera. Por isso a vida interior está sempre forçando caminho através das formas para se unir à vida liberta de formas, pois não há mais que uma única vida. Isso é evolução.

Assim como a água desce morro abaixo para se juntar ao oceano, o espírito interior  de nosso corpo, em cada átomo e em toda a natureza está constantemente lutando para se libertar das formas que o limitam, seja da matéria, de emoções, desejos ou ideias. Isso é crescimento. 

O vegetal força seu caminho para fora da semente e da escuridão da terra, em direção à luz; continua forçando até os limites de sua natureza, para cumprir sua função cíclica de crescimento. A semente se sacrifica para se tornar um vegetal, o botão se sacrifica para se tornar uma flor e a flor se sacrifica para que a semente que carrega possa recomeçar um novo ciclo. Se seguirmos esse ciclo em nossa vida, seremos capazes de ver o que nos prende e o que é a liberdade. Entretanto, embora o impulso para ser livre esteja presente, muitos não sabem o que significa liberdade.

Estamos insatisfeitos com a vida, com nossas capacidades e nosso ambiente externo e interno. Centenas de 'cordas' de desejos nos prendem. Sentimos falta de algo distante e vivemos tentando superar obstáculos. Temos que compreender, lidando com a ideia e não só com as palavras, que o problema está na nossa mente. Podemos começar pensando sobre o que significa a liberdade e como ela pode ser obtida. (...)"

(A Conquista da Liberdade - Revista Sophia, Ano 2, nº 6 - p. 23/24)
www.revistasophia.com.br


quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

OFEREÇA TODAS AS TUAS AÇÕES A DEUS

"O que quer que façamos com este corpo, nós o conduzimos a novo nascimento. Todas as ações - boas ou más - podem ser comparadas a sementes. A fim de evitar a semeadura de tais sementes, devemos praticar todas as ações com isenção de desejo. Todas as ações devem ser feitas em Deus, e para Seu prazer. Ao varrer um lugar, pense que o está fazendo para limpar seu próprio coração, o santuário de Deus. Quando ajudar ou ofender outrem, pense que o está fazendo a si mesmo. Assim, nunca chegará a ofender quem quer que seja.

Se pudermos desenvolver autoconfiança e depois tentarmos controlar nossos órgãos sensórios, conseguiremos passar nossas vidas juntos à Divindade e por fim alcançá-La. Todos os órgãos de nosso corpo são controlados pela língua. Se pudéssemos somente controlar o paladar, evitaríamos os excessos no comer e no falar; poderíamos assim também evitar palavras que não devem ser pronunciadas, melhoraríamos a saúde e teríamos paz em nossa mente."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p´. 164/165)


terça-feira, 15 de março de 2016

O PROPÓSITO DA EXISTÊNCIA HUMANA (1ª PARTE)

"Por que, então, o espírito humano se encarna num corpo físico com a perda consequentemente, embora temporária, do conhecimento de sua divindade e unidade com Deus? O propósito da existência humana é a evolução espiritual, intelectual, cultural e física. Esse é um processo dual, que consiste, por um lado, do desdobramento gradual, da latência à plena potência, dos atributos espirituais trinos do homem e, por outro lado, da evolução de seus quatro veículos materiais, para uma condição em que eles evidenciam perfeitamente os poderes desenvolvidos do Espírito humano. A vida num corpo físico é essencial para essa realização.

O eu espiritual do homem é como uma semente que contém em si a potencialidade da planta original, que é Deus. Essa semente é 'espalhada' ou nasce na Terra, lança raízes, tronco e folhas e, finalmente, floresce. A individualidade humana resultante, em seus quatro veículos, é fortalecida pelos ventos da adversidade, purificada e refinada pela chuva do sofrimento, embelezada e expandida pela luz da felicidade e do amor e alcança, finalmente, o estado de plenamente desabrochada. Assim como nas sementes todos os poderes parentais estão inerentes, também nas mônadas dos homens todos os poderes divinos estão presentes potencialmente desde o começo. As experiências da vida, combinadas com o impulso interior evolucionário, levam esses poderes inerentes ao pleno crescimento e à perfeita expressão. Toda experiência é válida; nada é desperdiçado. A vida é verdadeiramente educativa. O desabrochar do Ego e o desenvolvimento físico ocorrem simultaneamente, com a evolução interior sendo acompanhada pelo desenvolvimento externo dos quatro corpos mortais. Aqui o ensinamento teosófico torna-se eminentemente prático; pois, quando esse importantíssimo conhecimento do propósito da vida humana é obtido e aceito, o homem inteligente coopera, e em tal cooperação com o plano divino reside todo o segredo da felicidade humana.

A que culminância, então, a humanidade finalmente atinge? O alvo da evolução humana é padrão da perfeição descrito no cristianismo como 'a medida da estatura da plenitude de Cristo' (Ef 4:13). Isso implica na realização de um divino estado de perfeita (apenas no que toca à evolução humana) e irresistível vontade, de sabedoria e amor perfeitos, que a tudo abrange, e de perfeito conhecimento, que a tudo inclui. (...)"

(Geoffrey Hodson - A Sabedoria Oculta na Bíblia Sagrada, Ed. Teosófica, Brasília, 2007 - p. 55/56)


segunda-feira, 7 de setembro de 2015

DEUS E O HOMEM (PARTE FINAL)

"(...) A era do homem começou, grosseira e materialisticamente, pela negação de Deus e de todas as coisas antitéticas às percepções exteriores nas quais sua consciência estava ativamente centrada. Mas, para alguns de seus pensadores avançados, a ciência tem progredido suficientemente desde aquela época para que se tenham tornado perceptivos das origens e leis filosóficas subjacentes aos dados científicos, estendidos atualmente muito além dos confins das descobertas iniciais. O princípio vida tem sido cada vez mais difundido com eficácia no universo mecanicista do século XIX e tem agido, cada vez mais, como o fator básico e criativo no esquema de evolução que a ciência tem proposto como uma de suas principais descobertas. Vida, mente e homem são crescente e sucessivamente as imagens em torno das quais se concentra muito do moderno pensamento científico.

Atualmente, a apreciação do homem - ao longo de um número crescente de avenidas convergentes - investiu-o de tanta importância que a concepção do que ele é, e como deve ser considerado, pode muito bem ser descrita como o fator crucial da civilização do futuro. A aceitação da visão de que o homem é um deus em formação (uma verdade fundamental no esquema teosófico) inevitavelmente tornará divina essa civilização. A natureza da divindade e a natureza do homem, em sua essência mais recôndita e não corrompida, serão então vistas como criadoras de uma unidade glorificada, e a vida humana será considerada como o solo para a nutrição de uma semente espiritual imperecível.

A natureza de Deus será um pouco conhecida, o suficiente para elevar a alturas transcendentes nossa consciência atual, quando a natureza do homem adquire uma certa aproximação de sua forma inata e arquetípica - a forma à qual ele será levado pela sublimação de suas experiências e pela integridade e incorruptibilidade em todas as suas ações. Deus só irá retornar ao seu lugar em nossas vidas quando honrarmos o homem como sendo feito à sua imagem e como um símbolo de sua presença - o homem como um filho de Deus, eterna e essencialmente uno com o Pai, e não como um renegado e rebelde contra as leis de Deus (ou leis da Natureza), buscando usurpar seu trono na presunção de uma individualidade separada."

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 42/43)

segunda-feira, 6 de julho de 2015

O BOM PLANTIO

"Exatamente no começo tome precaução bastante para assegurar-se de que a semente é boa e isenta de defeitos. Não inicie qualquer trabalho com o mau propósito de pompa, autopromoção, competição ou desafio. Não transfira a Deus as frustrações decorrentes de seus próprios deslizes e erros. Ore, antes, durante e depois, para que o câncer do egoísmo não possa estragar o esforço. O búfalo tem chifres, o elefante tem presas... Mas, que diferença! As presas são muito mais valiosas. O homem que tem fé e o que não tem, ambos são homens. Mas, que diferença! Com fé ele é muito mais eficiente, corajoso e sábio.

Hoje em dia você pode subornar seu método para obter sucesso em todas as esferas. Deus, no entanto, não pode ser alcançado por truques ou através de atalhos. Somente pelo método difícil da luta, do desapego e da rígida disciplina, podemos alcançá-lo. Anseie desesperadamente (sic) por Ele. Sature sua mente com Sua forma, Sua majestade, Sua glória e Sua graça. O homem é divino por nascimento. Isso chega automaticamente à sua consciência. A cortina de maya¹ entretanto impede esse vibrante contato, essa revelação iluminadora. Maya é também um divino artifício; é o veículo ou upadhi do Senhor."

¹ Maya - é o seu véu que vela a contemplação da Realidade.

(Sathya Sai Baba - Sadhana: O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 215/216)


terça-feira, 12 de agosto de 2014

AS SEMENTES DO SUCESSO ESTÃO DENTRO DE VOCÊ

"O sucesso não vem de fora: está no cérebro. Assim que você tiver um pensamento correto, trabalhe nele. Algumas pessoas têm boas ideias mas não a tenacidade suficiente para trabalhá-las e efetivá-las. Seja corajoso e perseverante, e pense: 'Vou realizar essa ideia. Posso não conseguir nesta vida, mas vou me esforçar.' Pense e aja, pense e aja; é assim que você desenvolve o poder mental. Cada ideia é uma sementinha, mas você precisa fazer com que ela germine.

Suponhamos que decida que vai trabalhar para ganhar mil dólares. Você mantém este pensamento em constante fluxo no cérebro, age de determinado modo e ganha os mil dólares. Em essência, é a mente que o fez. Se não existisse o pensamento de que queria mil doláres, você não os ganharia.

As sementes parecem tão pequenas, mas uma sementinha pode conter uma árvore enorme, com poderoso tronco e fortes galhos. Mas apenas este potencial não faz a árvore. Você tem que colocar a semente no solo, regá-la e cuidar dela. Então, quando estiver crescida, poderá dizer que a sementinha produziu aquela imponente árvore. O mesmo ocorre com o sucesso: é uma pequena semente-pensamento, que você precisa desenvolver. Não crescerá sem sua ajuda, assim como as sementes não crescem se não são cuidadas. Todos os tipos de sementes de poder estão aí dentro, esperando que você as desenvolva."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 97/98)

domingo, 17 de novembro de 2013

O SEGREDO DA FELICIDADE (1ª PARTE)

"O humor dissipa as nuvens de desespero e permite que a luz do sol da graça brilhe. As pessoas nada mais fazem do que se abrir a essa graça; o riso delas cria a abertura para que a graça entre em suas vidas. É uma grande benção receber a graça, mas como consegui-la? Como abrir caminho para a graça, quando por definição ela é um dom divino sem mérito? Como se pode ganhar algo que não pode ser ganho?

O segredo é que a graça não é algo a ser recebido, mas algo a ser descoberto dentro de cada um de nós. Cada pessoa viva possui uma semente de graça plantada dentro de si, uma semente que irá brotar e florescer com cuidado e alimento.

Como podemos alimentar esta misteriosa sementinha? Queremos alimentá-la a força, checar a cada dia para ver se já cresceu. Mas atenção é uma das coisas que a sufocam. A graça só pode crescer quando deixada só. Que dilema! Não podemos forçá-la; não podemos controlá-la; só podemos nos abrir àquilo que está à nossa volta e dentro de nós. Podemos deixar acontecer. 

Uma dica sobre como isso pode acontecer é o fato de que o humor dá suporte à graça. Uma boa risada por dia certamente deve afastar o médico. Contudo, existem várias outras maneiras de se cultivar esse ilustrativo lírio de vida - silêncio, gratidão e serviço. 

Consideremos primeiramente o silêncio. Nele há uma quietude que faz surgir conexões profundas com a fonte de toda vida e de toda alegria. Como diz a Bíblia, 'permanece em silêncio e sabe que eu sou Deus'. Sob o gentil cobertor do silêncio, nossa semente de graça finca fortes raízes e a flor desabrocha em direção ao sol. Contudo, manter o silêncio pode ser uma tarefa difícil. (...)"

(Betty Bland - Revista Sophia nº 46 - Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 06)