OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

A FUNÇÃO DO RELACIONAMENTO

"O relacionamento é inevitavelmente doloroso, o que é mostrado na nossa existência cotidiana. Se no relacionamento não houver tensão, ele deixa de ser um relacionamento e se torna apenas um confortável estado de latência, um entorpecente - o que a maioria das pessoas quer e prefere. O conflito se dá entre esse desejo de conforto e o factual, entre a ilusão e a realidade. Se você reconhece a ilusão, então pode, colocando-a de lado, dar sua atenção ao entendimento do relacionamento. Mas se busca segurança no relacionamento, ele se torna um investimento no conforto, na ilusão - e a grandeza do relacionamento é sua própria insegurança. Se sua busca for por segurança no relacionamento, você está impedindo sua função, que é provocar suas próprias ações e infortúnios peculiares. 

Certamente, a função do relacionamento é revelar o estado de bem-estar da pessoa. O relacionamento é um processo de autorrevelação, de autoconhecimento. Essa autorrevelação é dolorosa e exige constante ajustamento, flexibilidade do pensamento e da emoção. É uma luta dolorosa, com períodos de paz iluminada. 

Mas a maioria de nós evita ou põe de lado a tensão no relacionamento, preferindo a calma e o conforto da dependência satisfatória, uma segurança não desafiada, um porto seguro. Então, a família e outros relacionamentos tornam-se um refúgio, o refúgio do imprudente.

Quando a insegurança desliza para a dependência, como inevitavelmente acontece, então esse relacionamento particular é posto de lado e um novo é assumido na esperança de encontrar uma segurança duradoura, Mas não há segurança no relacionamento, e a dependência só gera medo. Sem entender o processo da segurança e do medo, o relacionamento se transforma em um estorvo compulsório, e uma forma de ignorância. Então, toda a existência passa a ser luta e sofrimento, e não há saída para isso exceto no pensamento correto, que surge por meio do autoconhecimento."

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 93/94)


quinta-feira, 29 de outubro de 2020

O OBSERVADOR E O OBSERVADO (7ª PARTE)

 "21. A natureza e o conteúdo do observado existem para a manutenção da continuidade do observador.

Pode-se perguntar: por que criamos o observado ao invés de olhar para o real? A resposta é dada no sutra acima. O observado é o produto do observador. Não são duas coisas diferentes. Ao perceber o real, a mente enfrenta o perigo de ser deslocada de sua posição de segurança. Ver o real é ser arrancado pela raiz do solo de nossas próprias conclusões, o que obviamente ameaça a própria segurança e continuidade da mente. A mente, na verdade, teme ver o real. Em função deste temor, lança uma tela de continuidade sobre os impactos da vida. A vida é nova de momento a momento, e, portanto, não podemos nos familiarizar com ela. Logo, a vida é para sempre desconhecida. A mente do homem, através de sua tela de continuidade, tenta colocar o não familiar na estrutura familiar. Podemos lidar com o familiar sob o aspecto do passado, e esta é sempre a abordagem da mente. Ela nunca se ocupa do presente como ele é, mas sempre através da tela do passado. Assim, Patañjali diz que o observador cria o observado para a manutenção de sua própria continuidade. O observador sente-se seguro apenas no mundo do observado, jamais na região do real. Condicionado pelo passado, projeta seu próprio condicionamento nos impactos da vida e, assim, cria o observado. Na corda que realmente existe, o observador projeta uma cobra e então, age segundo esta suposição. Pode-se perguntar: não podemos ver o real, mudando a escala da observação? Se esta for mudada, podemos não ver a cobra, mas outra coisa qualquer projetada pelo observador. O problema não está no observado, porém no próprio observador. Uma mudança na escala de observação apenas traria uma mudança nos padrões do observado. Poderia, na melhor das hipóteses, ocasionar uma modificação na forma do observado. Portanto, o problema não é mudar a forma do observado, mas eliminar o próprio observador. O observador é a consciência condicionada, que busca sua própria continuidade. Em outras palavras, o observador é asmitã, o produto da falsa identificação. É o senso do eu, construído pela natureza adquirida do homem. É o conglomerado do vrttis, ou os hábitos da mente. Que o problema é o próprio observador está clara no próximo sutra: (...)"

(Rohit Mehta - Yoga a arte da integração - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 97)


quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

CONHEÇA-SE A SI MESMO (PARTE FINAL)

"(...) Embora alguns de vocês possam conhecer suas fraquezas, a maioria das pessoas ignora uma boa parte delas, e isso é um grande obstáculo, mesmo para aqueles que atingiram uma certa altura neste caminho ascendente. Você não pode superar aquilo que não conhece. Cada defeito não é nada mais e nada menos que uma corrente que o prende. Pelo abandono de cada imperfeição você rompe uma cadeia e assim torna-se mais livre e mais próximo da felicidade. A felicidade é o destino de cada indivíduo, mas ela é impossível de obter sem que sejam eliminadas as causas da sua infelicidade, que são os seus defeitos - bem como qualquer tendência que viole uma lei espiritual.

Você pode descobrir o quanto avançou nesse caminho pela revisão da sua vida e dos seus problemas. Você é feliz? O que está faltando na sua vida? Na medida em que a infelicidade ou descontentamento exista na sua vida, nessa mesma medida você não terá preenchido o seu potencial.

Para aqueles que realmente se realizam haverá um contentamento profundo e cheio de paz, segurança e uma sensação de plenitude. Caso isso esteja faltando na sua vida, você não está completamente no caminho certo, ou ainda não alcançou a liberação que necessariamente se experimenta depois que as dificuldades iniciais deste Pathwork são superadas.

Só você saberá a resposta, só você saberá em que ponto se encontra. Ninguém mais pode ou poderia responder a essa pergunta para você. Se você estiver no caminho certo, contudo, e tiver aquele profundo sentimento de satisfação e realização, e ainda assim existirem problemas exteriores na sua vida, isso não deve desencorajá-lo. A razão é que a forma externa do conflito interior no qual você está trabalhando agora não pode ser dissolvida tão rapidamente.

Quanto mais você dirige as correntes internas da alma para os canais corretos, mais as formas exteriores correspondentes mudarão, de forma gradual porém segura. Até que esse processo seja completamente efetuado o problema externo não pode dissolver-se automaticamente. A impaciência só pode atrapalhar. Se estiver no caminho certo, você viverá e sentirá a grande realidade do Mundo de Deus na sua vida diária. Ele se tornará tão real, se não mais, quanto o seu ambiente humano; não será mais uma teoria, um mero conhecimento intelectual. Você viverá nesse mundo e sentirá o seu efeito."

(Eva Pierrakos, Donovan Thesenga - Não Temas o Mal - Ed. Pensamento-Cultrix Ltda., São Paulo, 2006 - p. 24/25)

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

UMA LIÇÃO DA LEI

Resultado de imagem para UMA LIÇÃO DA LEI"Essa é a grande lição ensinada pela ciência à atual geração. De há muito, muito tempo, as religiões ensinaram isso dogmaticamente mais do que racionalmente. A ciência prova que o conhecimento é a condição da liberdade e que só quando o homem tiver conhecimento é que poderá se impor. O homem da ciência observa as sequências. Realiza repetidamente os testes de sua experiência e elimina tudo o que é casual, colateral, irrelevante. E devagar, com segurança, descobre o que constitui uma invariável sequência causativa. Uma vez seguro dos fatos, age com certeza indubitável, e a natureza, sem sombra de recuo, recompensa com o sucesso a racionalidade da sua segurança.

Dessa segurança nasce a 'sublime paciência do pesquisador'. Luther Burbanker, na Califórnia, semeará milhões de sementes, selecionará alguns milhares de plantas, cruzará algumas delas, e assim marchará, pacientemente, para os seus fins. Ele pode confiar nas leis da natureza, e, se falhar, saberá que o erro partiu dele, não delas. 

Há uma lei da natureza que dá às massas de matéria a tendência de mover-se na direção da terra. Deveria eu dizer, então 'Não posso subir escadas? Não posso voar no ar?' Não. Há outras leis. Eu oponho à força que me prende ao chão uma outra força armazenada em meus músculos, e, por esse meio levanto o meu corpo. Uma pessoa cujos músculos estejam enfraquecidos pela febre pode ter de ficar no chão, indefesa. Eu, porém, rompo essa lei, conclamo a força muscular e subo as escadas.

A inviolabilidade da Lei não retém - a Lei liberta. Ela torna a Ciência possível e racionaliza o esforço humano. Num universo sem lei, o esforço seria vão, a razão seria inútil. Seríamos selvagens, tremendo sob o aperto de forças estranhas, incalculáveis onde o hidrogênio é agora inerte, mas logo mais se tornará explosivo, em que o oxigênio proporciona vida hoje e sufoca amanhã! Num universo sem lei não ousaríamos fazer um só movimento, pois não saberíamos qual seria a ação que ele iria provocar. Nós nos movemos com segurança, é verdade, porque contamos com a inviolabilidade da lei,"

(Annie Besant - Os Mistérios do Karma e a sua Superação - Ed. Pensamento, São Paulo, 2010, p.37/38)www.pensamento-cultrix.com.br


segunda-feira, 2 de abril de 2018

ENTRAR EM CONTATO COM O MEDO

"Há o medo físico. Quando você vê uma cobra, um animal selvagem, instintivamente sente medo. Esse é um medo normal, saudável, natural. Além de medo, é um desejo de se proteger - e isso é normal. Mas a proteção psicológica de si mesmo - ou seja, o desejo de estar sempre seguro - gera medo. Uma mente que busca sempre estar segura é uma mente morta, porque não há contato direto com o medo, há uma resposta dos nervos e de todo o resto do corpo. Quando a mente não está mais escapando por meio de palavras ou de qualquer tipo de atividade, não há divisão entre o observador e a coisa observada como medo. Só a mente que está escapando se livra do medo. Mas quando há um contato direto com o medo, não há observador, não há entidade que diz: 'Estou com medo'. Então, no momento em que você está diretamente em contato com a vida, com qualquer coisa, não há divisão - é ela que gera a competição, a ambição, o medo.

Portanto, o importante não é como se livrar do medo. Se você busca uma maneira, um método, um sistema para se livrar do medo, estará permanentemente preso a ele. Mas se entende o medo - o que só pode ocorrer quando você entra diretamente em contato com ele, como quando está em contato com a fome ou ameaçado de perder o emprego -, então você faz algo: só então descobrirá que todo medo termina (todo medo, não apenas este ou aquele tipo)."

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 106)


quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

DE PATINHO FEIO A CISNE ENCANTADO (1ª PARTE)

"Diante de uma experiência tão forte como a morte de um ente querido, duas pessoas podem ter reações totalmente distintas. Um mesmo fato pode significar coisas diferentes, dependendo da moldura preestabelecida pela experiência cultural. Na cultura ocidental e em várias outras, quando alguém morre é motivo de luto, tristeza e desespero por parte dos parentes. Mas, em algumas culturas indígenas a morte é sinônimo de vida nova, e os funerais são momentos alegres e festivos.

Quanto mais sedimentados forem esses padrões culturais, menos flexível é a pessoa. Você deve conhecer algumas pessoas que se movimentam pela vida estritamente dirigidas por esses moldes culturais. Para a maioria dos eventos, elas já possuem uma reação predeterminada. Elas deixam pouco espaço para a criatividade, preferindo ter mais segurança do que liberdade. A mudança, o novo, o arriscado são vistos com grande desconfiança. E a experiência de viver, para essas pessoas, passa por um denso filtro cultural. Elas se assustam com as grandes transformações do mundo contemporâneo.

Mas você já sabe que as mudanças continuarão ocorrendo e cada vez num ritmo mais acelerado. Passamos milhares de anos cultivando a terra como forma básica de subsistência, mas a Era da Indústria não chegou a completar dois séculos e já estamos em plena Era da Informação. (...) Portanto, quanto maior for nossa abertura para mudanças, melhor nos adaptaremos ao mundo do futuro. Não só teremos condições de entender melhor o mundo, mas de viver de forma mais produtiva e saudável. 

Você já conhece a fábula do patinho feio, que era feio apenas enquanto vivia com os patos. Quando cresceu, percebeu que era um cisne, muito mais belo que os patos com quem se comparava antes. O que mudou? Seu contexto de comparação. A resignificação ou reestruturação é a habilidade de colocar um evento corriqueiro dentro de uma moldura mais útil ou prazerosa. Por isso, é um dos elementos básicos da criatividade.

O inventor da máquina de costura passou, por muito tempo, tentando inventar uma máquina que utilizava uma agulha comum de costurar, isto é, uma agulha onde a linha passava pela extremidade menos afiada. Depois de um sonho, durante o qual era atacado por selvagens que portavam lanças perfuradas, ele conseguiu resolver a questão. As lanças estavam perfuradas justamente nas pontas. Daí ele passou a utilizar-se de agulhas com orifícios nas pontas. Do contexto do sonho ele passou para sua realidade e inventou a máquina de costurar. (...)"

(Dr. Ômar Souki - A Essência do Otimismo, Ed. Martin Claret, São Paulo, 2002 -  p. 84/85)

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

O RIO DA VIDA (1ª PARTE)

"Vários instrutores espirituais afirmaram que a vida segue na direção do sagrado, do vasto, do belo, assim como um rio segue infalivelmente até o mar. Desenvolvendo essa metáfora, Krishnamurti disse que a água pode formar um rio e também uma poça estagnada. Nós gostamos dessa estagnação, porque temos medo do rio. O rio pode levar a muitos lugares, pois segue seu caminho, enquanto a poça está protegida. A pessoa que está cercada por coisas que conhece, diretamente ou por ouvir dizer, pensa que está em terreno seguro, e assim a poça torna-se uma realidade da qual ela gosta.

Infelizmente os seres humanos se aferram a uma poça - ou a uma ilha - e, até onde podem, permanecem distantes do rio que flui. O homen não gosta de saber em que direção o rio segue. Ele olha para o universo, para os amplos céus, para as estrelas, e sabe cada vez mais a respeito deles, mas sua vida pessoal não muda. A maior parte das coisas passa pelo ser humano médio como se não existisse, ou causa apenas um tipo de interesse que tem a ver com sua própria personalidade e bem-estar.

Nossos pensamentos estão concentrados no eu. Em volta há a vastidão do rio, fluindo, movendo-se, penetrando recessos e cantos, mas não tomamos conhecimento, pois nossos pensamentos estão concentrados em um pequeno ponto - em nós mesmos. Estamos preocupados apenas com uma pequena porção da vastidão do universo que se desenrola perante nós. Nós não vemos a vida nas estrelas.

Hoje temos uma família; depois encarnamos novamente e a família pode ser formada por pessoas inteiramente diferentes. Talvez isso tenha um propósito. Talvez nos faça ter um tipo de relacionamento com pessoas que de outro modo sequer perceberíamos. Somos levados a percebê-las através do apego ou do seu oposto - o desejo de nos afastarmos delas. Assim, temos relacionamentos de certo tipo em cada vida, e à medida que giramos de vida em vida, entramos em contato com mais pessoas.(...)"

(Radha Burnier - O rio da vida - Revista Sophia, Ano 15, nº 66 - p. 20)


quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

NÃO CAPITULE (PARTE FINAL)

"(...) O bêbado de hoje poderia ser uma pessoa sóbria e com autodomínio se, em certo momento do passado, não tivesse cedido à 'iniciação'. Ele já não se lembra em que reuniãozinha social, para mostrar-se igual aos outros, cretinamente bebeu seu primeiro gole, sentindo abominável o gosto, mas tendo de aparentar que estava gostando (segundo a moda). O tabagista de hoje, baixado ao hospital para operar o pulmão, não se recorda daquele dia na infância em que, para parecer adulto e igual aos outros, deu as primeiras baforadas num cigarro que um colega lhe dera. Pode ser dito o mesmo em relação àquele que se degradou com as 'bolinhas' ou com os cigarros de maconha. Em todos os casos o início é sempre sob a persuasão dos outros; e sob imitação, isto é, filiação à moda. Na origem, todos os 'iniciados' já eram pessoas comumente chamadas 'fracas de espírito', ou seja, os de personalidade e mentes amorfas, vidas inconscientes que buscam segurança, aceitação e prestígio no meio em que vivem, renunciando consequentemente ao dever de serem autênticas. O medo de ser diferente leva o fraco a imitar os do grupo. Quando o grupo é de gente viciada, o resultado é viciar-se. 

Se você conhecer e sentir a inexpugnável fortaleza e o tesouro de paz e ventura que há em você, nunca buscará sua segurança nos integrantes de seu grupo e terá a sábia coragem de ser diferente. Só os que são diferentes têm condições de não apenas se sobrepor, mas de liderar. (...) Na próxima reunião, quando todos, igualados, bem 'normaizinhos', bem 'mesmificados', estiverem bebericando, fumando e fazendo uso indevido da faculdade da palavra, sem pretender afrontá-los nem parecer melhor do que eles, não tenha medo de ser diferente. (...)

Não queira ser igual, em troca de ser aceito. Não ceda ao alcoolismo, ao tabagismo, aos narcóticos, às noitadas de dissipação. Só os psiquicamente adolescentes, por inseguros, o fazem. Revele sua maturidade, recusando-se, sem ofender aos vulgares, a segui-los em suas 'normais' reuniões de vício e degradação.

Isso é o que eu quis dizer ao sugerir que você não deixe cair a semente daninha em seu quintal. Não capitule.

Não esqueça o preceito hindu: 'Semeia um ato e colherá um hábito. Semeia um hábito e colherá um caráter. Semeia um caráter e colherá um destino.'"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 220/221)


segunda-feira, 22 de junho de 2015

A MORTE LIBERTA

"Não tema a morte. A morte liberta e ninguém morre duas vezes. Quando a morte vem, a causa do medo desaparece. Quando o sofrimento é intenso, a morte nos livra das dores físicas e mentais.

Mate o medo sabendo que está protegido pelas muralhas da Eterna Segurança de Deus, que está a salvo mesmo com a morte batendo à sua porta. Os raios protetores de Deus podem varrer as nuvens ameaçadoras do juízo final, acalmar as ondas do castigo e mantê-lo em segurança ainda que você esteja no campo de batalha da vida à mercê dos projéteis da agressão. Sem Deus, nossa vida, saúde e prosperidade não estão seguras mesmo que nos encerremos numa fortaleza de opulência rodeada de trincheiras inexpugnáveis.

Quando o medo aparecer, contraia-se e relaxe, respirando fundo várias vezes. Acenda a lâmpada da serenidade e da indiferença. Faça com que toda a sua maquinaria mental desperte e acompanhe ativamente a vibração da vontade. Depois, aplique essa vontade às engrenagens da bravura cautelosa e do discernimento contínuo, que devem girar sempre e produzir soluções mentais para afastá-lo da calamidade iminente."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda: Como Alcançar o Sucesso - Ed. Pensamento, São Paulo, 2011 - p. 43)


domingo, 2 de novembro de 2014

SEGURANÇA NUM MUNDO INCERTO (PARTE FINAL)

"(...) Não se apegue aos passageiros sonhos da vida. Viva para Deus, e só para Deus. Essa é a única maneira de ter liberdade e segurança neste mundo. Fora de Deus não há segurança; não importa onde você vá, a ilusão pode atacá-lo. Seja livre agora mesmo. Seja um filho de Deus agora. Compreenda que você é Seu filho, para que possa livrar-se desse sonho da ilusão para sempre. Medite profundamente e fielmente, e um dia despertará em êxtase com Deus, e verá quão tolo é o fato de as pessoas pensarem que estão sofrendo. Você, eu e eles somos todos puro Espírito.

Não tenha medo do sonho assustador deste mundo. Desperte na luz imortal de Deus! Houve um tempo em que a vida, para mim, era como assistir, impotente, a um filme terrível, e eu dava demasiada importância às tragédias ali encenadas. Então, um dia, quando meditava, uma grande luz apareceu em meu quarto e a voz de Deus me disse: 'O que estás sonhando? Contempla Minha luz eterna, na qual os incontáveis pesadelos do mundo vêm e se vão. Eles não são reais'. Que enorme consolo isso representou para mim! Por mais horrível que seja, um pesadelo é só um pesadelo. Um filme, agradável ou perturbador, é apenas um filme. Não devemos manter nossas mentes tão absortas nos tristes e aterrorizantes dramas desta vida. Não é mais sábio manter nossa atenção naquele Poder que é indestrutível e imutável? Por que se preocupa você com as desagradáveis surpresas do enredo deste filme do mundo? Estamos aqui apenas por pouco tempo! Aprenda a lição do drama da vida e encontre sua liberdade.

Sob as sombras desta vida se encontra a Luz maravilhosa de Deus. O universo é um vasto templo de Sua presença. Quando você meditar, vai encontrar, em toda parte, portas se abrindo para Ele, Quando você está em comunhão com Ele, nem mesmo os maiores danos do mundo podem roubar-lhe essa Alegria e essa Paz."

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 47/48)

terça-feira, 19 de agosto de 2014

SEGURANÇA

"Ouvimos a palavra segurança todos os dias. Segurança financeira, segurança social, segurança nacional - todas são importantes. Mas aqui estamos falando de uma segurança mais profunda: a segurança emocional e psíquica, a segurança que nos capacita a interagir plenamente com nossas famílias, com nossos amores, nossos amigos, nossa sociedade e nossa civilização.

Ela emana do amor-próprio, do entendimento de que cada um de nós é uma alma que esteve presente em vidas passadas e vai existir no futuro e através do tempo. A segurança verdadeira vem da certeza de que somos imortais, eternos, e que nunca podemos ser feridos.

(...) A segurança não vem do que se possui. Você não pode levar suas coisas materiais para a próxima vida, mas pode levar suas realizações, seus atos e seu crescimento - o que aprendeu e seu progresso como ser humano espiritual. É possível também que possa levar alguns de seus talentos. Acho que Mozart deve ter sido um músico completo numa vida anterior, o que explicaria sua precocidade musical no século XVIII.

Segurança e autoestima estão interligadas. Às vezes é difícil desenvolver a autoestima, porque incorporamos os conceitos transmitidos - ainda que inconscientemente - por nossos pais, professores, amigos ou comunidades. São conceitos que nos dão a sensação de sermos de alguma forma deficientes e de estarmos sempre abaixo das expectativas. Quando conseguimos nos desapegar do que é negativo, nos tornamos capazes de desenvolver o amor-próprio, que é a base fundamental para amar os outros. É onde começa a verdadeira caridade. Quando você se ama, o amor transborda; quando não se ama, sua energia vai consciente ou inconscientemente ficar concentrada na busca desse amor, e você não terá disponibilidade para mais ninguém. (...)"

(Brian Weiss - Muitas Vidas, Uma Só Alma - Ed. Sextante, Riode Janeiro, 2005 - p. 125/126)

sexta-feira, 28 de março de 2014

EDUCAÇÃO CRIATIVA

"Em todas as instituições e sistemas educacionais está ocorrendo um processo de desumanização. Krishnamurti chama a atenção para essa tendência fundamental, que, se não for detida, reduzirá os seres humanos a meros autômatos. Essa é, de fato, uma tendência que a nossa civilização, dominada pela mente, está seguindo em todas as esferas de atividade. Na educação, isso é particularmente desastroso.

Segundo Krishnamurti, estamos deixando as faculdades e universidades ‘como se tivéssemos saído de um molde’, transformados num tipo de gente que busca a conformidade, que persegue o sucesso, que está interessado em segurança. Krishnamurti afirma que o ‘conformismo leva à mediocridade’. Onde existe mediocridade não pode haver criatividade; portanto, para que a nossa educação seja criativa, temos que abrir mão de todos os fatores que levam à conformidade e à segurança. Na educação criativa, a inteligência toma o lugar de mediocridade. (...)

A análise de Krishnamurti sobre a educação atual merece ser considerada profundamente pelos educadores de todo o mundo: ‘Nós podemos nos graduar e nos tornar mecanicamente eficientes sem sermos inteligentes. A inteligência não é mera informação; não deriva de livros, não consiste em respostas espertas e defensivas, nem em afirmações agressivas. Alguém que não tenha estudado pode ser mais inteligente que um erudito. Nós temos reduzido os critérios de Inteligência, além de termos desenvolvido mentes sagazes que evitam as questões humanas vitais. Inteligência é a capacidade de perceber o essencial, o que é; educação é despertar essa capacidade em si mesmo e nos outros.’ ”

(Rohit Meta - Educação Criativa - Revista Sophia - Ano 3, nº 9 - p. 9/10)


terça-feira, 24 de dezembro de 2013

A NATUREZA DO AMOR

"A necessidade de segurança nas relações gera inevitavelmente o sofrimento e o medo. Essa busca de segurança atrai a insegurança. Já encontrastes alguma vez segurança em alguma de vossas relações? Já? A maioria de nós quer a segurança no amar e no ser amado, mas existirá amor quando cada um está a buscar a própria segurança, seu caminho próprio? Nós não somos amados porque não sabemos amar.

Que é o amor? Esta palavra está tão carregada e corrompida, que quase não tenho vontade de empregá-la. Todo o mundo fala de amor — toda revista e jornal e todo missionário discorre interminavelmente sobre o amor. Amo a minha pátria, amo o meu rei, amo um certo livro, amo aquela montanha, amo o prazer, amo minha esposa, amo a Deus. O amor é uma ideia? Se é, pode então ser cultivado, nutrido, conservado com carinho, moldado, torcido de todas as maneiras possíveis. Quando dizeis que amais a Deus, que significa isso? Significa que amais uma projeção de vossa própria imaginação, uma projeção de vós mesmo, revestida de certas formas de respeitabilidade, conforme o que pensais ser nobre e sagrado; o dizer ‘Amo a Deus’ é puro contra-senso. Quando adorais a Deus, estais adorando a vós mesmo; e isso não é amor. (...)

O amor é uma coisa nova, fresca, viva. Não tem ontem nem amanhã. Está além da confusão do pensamento. Só a mente inocente sabe o que é o amor, e a mente inocente pode viver no mundo não inocente. Só é possível encontrá-la, essa coisa maravilhosa que o homem sempre buscou sequiosamente por meio de sacrifícios, de adoração, das relações, do sexo, de toda espécie de prazer e de dor, só é possível encontrá-la quando o pensamento, alcançando a compreensão de si próprio, termina naturalmente. O amor não conhece oposto, não conhece conflito. (...)

Mas, não sabeis como chegar-vos a essa fonte maravilhosa — e, assim, que fazeis? Quando não sabeis o que fazer, nada fazeis, não é verdade? Nada, absolutamente. Então, interiormente, estais completamente em silêncio. Compreendeis o que isso significa? Significa que não estais buscando, nem desejando, nem perseguindo; não existe centro nenhum. Há, então, o amor."

(J. Krishnamurti - Liberte-se do Passado - Ed. Cultrix, São Paulo - p. 44)


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

O VOO DO PÁSSARO (1ª PARTE)

"Existe uma história em tudo, e tudo numa história. Era uma vez um pequeno pássaro. Todo dia ele se sentava no poleiro de sua gaiola. Ele gostava de se olhar no espelho. Estava satisfeito com o que lhe era dado para comer. Às vezes cantava, e às vezes tentava voar. Isso é o que ele conhecia da vida. Ele via que existia algo mais fora de sua gaiola, mas era um mundo desconhecido. Via outros pássaros voando do lado de fora, mas aquilo não era ele, não era o seu mundo.

Então, um dia, deixaram a porta da gaiola aberta. Ele não pensou em atravessar. Sentia-se seguro com o que conhecia. Às vezes olhava pelo vão da porta, mas não compreendia o que via. Certo dia um pássaro parou e perguntou: 'Por que você não voa para fora da gaiola?' Ele respondeu: 'Sou feliz aqui. Sinto-me seguro.' O outro pássaro disse: "Mas não é da sua natureza ficar numa gaiola. Você é um pássaro. A verdadeira natureza de um pássaro é voar livremente.'

O pequeno pássaro, então, começou a ver as coisas com outros olhos. Passou a observar os outros voando livres do lado de fora. Ouviu a música que eles cantavam. Olhou através do vão da porta, depois olhou para a gaiola que conhecia tão bem. E questionou: 'Será que isso é tudo que existe? Será isso o que estou destinado a ser?'

Ele ficou insatisfeito. Continuou olhando para fora em busca de respostas, e então pensou a respeito de sua verdadeira natureza. Talvez fosse isso o que ele estava destinado a fazer - voar livremente. Perguntava-se: 'O que é liberdade? O que significa?' Movia-se até o vão da porta, às vezes sentava-se ali, olhava e ouvia. Começou a sentir o que pareceria ser livre, e já não estava feliz em sua gaiola. Havia sentido o frescor do lado de fora e visto o que não conseguia ver antes. Assim, dirigia-se para o vão da porta, olhava e ouvia com frequência cada vez maior. Logo parou de notar o que havia em sua gaiola, e então parou de pensar na gaiola. (...)"

(Helen Steven - Revista Sophia, ano 11, nº 45 - Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 05/06)


quarta-feira, 18 de setembro de 2013

ÉTICA

"Um dia, um rico senhor chamou à sua presença os pastores, seus empregados. Disse-lhe que, tendo decidido arrebanhar todas as inumeráveis ovelhas de sua propriedade, que estavam há muito perdidas nos campos, mandava-os procurá-las. Deveriam trazê-las todas.

Saíram os pastores a procurar as ovelhas, que deveriam ser reconduzidas ao grande e único redil.

Em pouco tempo, alguns deles esqueceram o que lhe havia sido ordenado, pois se tornaram mais interessados em seus próprios problemas e lazeres.

Outros começaram a pensar assim: ‘Porque hei de levar de volta essas ovelhas que estavam perdidas? Por que não faço eu um redil para as minhas ovelhas? Então, não posso tornar-me também um senhor e possuir muitas ovelhas?’ Dominados pela ambição, atraídos pela riqueza fácil, confiantes de que seu crime ficaria impune, os infiéis, traindo seu amo, tornando-se ladrões, ficaram com as ovelhas para si, as quais, para o senhor, continuariam perdidas.

Poucos pastores, sempre fiéis, amando o senhor, afastando qualquer desejo de furtar, vencendo as dificuldades múltiplas encontradas nos campo e nos caminhos, zelosos para com o rebanho, regressaram ao redil e entregaram ao verdadeiro dono todas as ovelhas que tinham recolhido. Juntamente com a grande família do senhor viveram dias de fartura e segurança.

O senhor, quando os mandou, sabia que sobreviria uma seca devastadora. E ela realmente veio e dizimou tudo e todos que não puderam contar com as reservas do celeiro do prudente senhor.”

(Hermógenes - Viver em Deus - Ed. Nova Era, 4ª edição - p. 152/153)

sábado, 1 de dezembro de 2012

A REVOLUÇÃO


“Viva a Revolução!

Tem de haver uma Revolução!

Uma Revolução que mude as coisas, que feche feridas; apague ressentimentos;

Dê comida e teto; dê alegria e segurança; liberte o homem do medo que o desgraça; defenda todos nós do tédio; ilumine nossas vidas e vença a angústia.

Viva a Revolução que há de unir todos no bem!

É preciso mudar a sociedade.

É preciso antes mudar o homem e fazê-lo dizer:

- Se alguém muito além chora, lágrimas me vêm ao rosto.

- Se muito longe alguém se põe a rir, a mesma alegria move meus lábios.

- Sinto-me nascer quando, muito longe ou perto, alguém nasce. E morro com a morte dos outros.

- Se a dor fere alguém – não sei em que distante ou próximo povoado – eu, aqui, nas minhas carnes, sinto a mesma dor.

- Se um pecador cai em tentação, sou eu a pecar.

- Se algum santo – não sei onde – abençoa alguém, sou eu o santo, sou o outro, sou a benção.

- Eu sou tu mesmo em teus sofrimentos, em teus erros, em tuas nobrezas, vitórias e perdas. Somos um.

Quando cada homem tenha realizado empatia, identidade, simpatia... haverá lugar para espoliações, terrorismos, injustiças, passeatas, polícia, agitações, greves, choques, ogivas, colônias, psicodélicos, neuróticos, massacres, fomes, destruições, desnutrição, corrupção?

Vitoriosa a Grande Revolução Interior, para que a pretensa revolução exterior?”

(Hermógenes – Mergulho na Paz – p. 32/33)


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

PARA MUDAR PRECISAMOS CONHECER-NOS


“Há muitos que encontram paz no sentimento do bastante.

Satisfeitos com o que conseguem ser, ter e fazer, não lutam por mais. Não batalham pelo que lhes agrada ou interessa. Não fogem angustiados do que lhes seria ameaça.

É preciso ter uma boa dose de discernimento para, nesta equanimidade, não se corromper e entregar-se a um comodismo covarde e estagnado.

Para a maioria, só tem paz quem conquistou segurança. E segurança para eles significa ter cada vez mais, fazer e ser cada vez mais. Na luta por ser, ter e fazer mais, a Paz é a primeira a ser sacrificada.

A sabedoria diz como ser equânime e estar contente sem ser infecundo e inerte, horizontal e apático. Ela diz que há hora de agir e hora para meditar, hora de produzir e hora para descansar, hora de brincar e hora de austeridade. Ela nos ensina que antes de querer mudar-nos precisamos conhecer-nos.”

(Hermógenes – Mergulho na paz p. 49/50)