OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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terça-feira, 15 de novembro de 2022

BHAKTI YOGA

"Bhakti yoga é a via para o homem de natureza emocional, o amoroso. Ele quer amar a Deus; usa, confiante, toda sorte de rituais, flores, incenso, belos templos e ícones. Você acha que isso é errado? Pois devo dizer-lhe algo que convém lembrar aqui neste país: os maiores gigantes espirituais do mundo foram, todos, produzidos pelas seitas religiosas que possuem a mais rica mitologia e ritualística. Todas as seitas que tentaram cultuar Deus sem imagens ou cerimônias esmagaram sem misericórdia tudo o que a religião tem de belo e sublime. Uma religião assim é fanatismo; na melhor das hipóteses, resulta em algo árido. A história do mundo é testemunha viva desse fato. Por isso, não deprecie os rituais e mitologias. Aceite que o povo os tenha; deixe que quem quiser os use. Não exiba aquele desprezível sorriso de escárnio ao dizer, - São uns ignorantes, deixe para lá. - Os mais eminentes homens que conheci em minha vida, aqueles que alcançaram o mais maravilhoso desenvolvimento espiritual, todos passaram pela disciplina desses rituais. Bhakti yoga ensina a amar sem motivos ulteriores, amando a Deus e ao bem porque é bom fazê-lo e não para ir para o céu, ter filhos, riqueza, ou qualquer outra coisa. Ensina que o amor em si é a mais alta recompensa do amor - que Deus é amor. Ensina a prestar todos os tipos de louvores a Deus como Criador, Governante onipresente, onisciente, onipotente, Pai e Mãe."

(Swami Vivekananda - O Que é Religião - Lótus do Saber Editora, Rio de Janeiro, 2004 - p. 39)
Imagem: Pinterest.


terça-feira, 19 de janeiro de 2021

A VERDADEIRA RELIGIÃO

"O sofrimento existe desde tempos imemoriais, sob a forma de pobreza, ignorância, solidão, falta de amor, etc. Haverá um estado de sabedoria na qual a humanidade possa ser feliz? Em todas as eras, pessoas profundamente religiosas inquiriram a respeito disso.

As instituições e os sistemas religiosos enfatizam rituais, formas de adoração e obediência ao clero, muitas vezes ignorando os verdadeiros valores da religião. No entanto, todo instrutor religioso genuíno foi um reformador, libertando as mentes ignorantes das práticas convencionais rígidas e inspirando-as a inquirir a respeito do mistério da vida, seu propósito e significado. 

A religião, no seu verdadeiro sentido, deve libertar as pessoas da superstição e do sofrimento, e não escravizá-las com ideias prontas e hierarquias. Ao retirar das religiões os dogmas e as supertições e atingir o âmago de seus ensinamentos, constata-se que a essência é o amor universal, baseado no conhecimento de que a vida é indivisível.

As religiões não devem ser aceitas como são apenas porque essa é a atitude mais fácil; elas devem ser examinadas criticamente para avaliarmos se criam inimizades e conflitos ou se unem as pessoas com abordagens de tolerância e boa vontade. Ajoelhar-se ou permanecer de pé para orar, cobrir ou não a cabeça são questões individuais que nada têm a ver com a verdadeira religiosidade.

O ser humano se caracteriza pelo desejo de compreender a vida. Se apenas comesse, dormisse e se multiplicasse, mal poderia ser chamado de humano, já que todas as criaturas fazem isso. A mente se estagnaria se ninguém tivesso o ímpeto de penetrar nas profundezas do significado da existência do homem e do universo. Felizmente sempre existiram corações desbravadores que buscaram a verdade, mesmo quando perseguidos e queimados na fogueira. 

Atualmente os mais graves problemas do planeta são os conflitos armados e a destruição do meio ambiente. Simultaneamente ao progresso da ciência, desenvolveu-se uma atitude de conquista, controle e exploração da natureza. A humanidade chegou ao ponto de 'brincar de Deus' para usar a frase de Jeremy Rifkin. Mas a ciência também está compreendendo que quanto mais o universo é explorado, maior se torna a dimensão desconhecida, não apenas no nível material, mas também nos campos sutis do espirito. Por trás de tudo que está manifestado e perceptível existe o intangível e o inexplicável. Grandes espíritos que experienciaram o mistério do desconhecido, como Einstein, puderam compreender a reverência que exala da mente religiosa.

Segundo os taoístas, o Tao (o Supremo) não pode ser ouvido; o que pode ser ouvido não é o Tao. O Tao não pode ser visto; o que pode ser visto não é o Tao. Os Upanishads e outras escrituras dizem o mesmo: existe uma dimensão de existência que está além do nosso alcance. Nunca vamos conhecê-la plenamente; podemos apenas fitá-la e admirar o ilimitado e vasto poder criativo da vida. 

Obviamente a mente finita não pode conhecer o infinito. Isso está indicado no Bhagavad-Gita, quando Krishna diz que não existe fim para o mistério Divino. Somente quando a mente se liberta de seu estado finito e torna-se una com a vasta harmonia da vida pode haver iluminação. Esse estado não vem quando se é um erudito nas escrituras ou se recebe um título numa instituição religiosa. Se as pessoas que seguem sistemas religiosos se tornassem verdadeiramente religiosas, incapazes de ganância, violência e egoísmo, não haveria mais guerras.

Outro grande problema atual é o consumismo e a insensibilidade em relação ao valor e à dignidade dos seres vivos. É necessário um profundo respeito por cada forma de vida para reverter a maré de consumismo que destrói os recursos e a diversidade do planeta.

É essencial que nossos valores mudem, mas não em razão do que uma sociedade ou um sistema religoso diz. Os valores surgem a partir do sentimento de uma existência una e inter-relacionada, que faz nascer a gentileza e a não violência. Se nós não conseguimos amar o pequeno animal, o pássaro, o peixe ou a planta, como podemos amar a Deus, que é a fonte de toda a vida?

Temos que aprender a ser como criancinhas que experimentam maravilhas, cujas mentes não têm preconceitos e que não sabem o que é ser possessivo. Esse é o verdadeiro despertar religioso, que envolve abrir mão dos próprios interesses por amor aos outros, sem preconceitos, de modo que a mente seja ampla, tolerante e sensível."

(Radha Burnier - A verdadeira religião - Revista Sophia, Ano 12, nº 50 - p.20/21)


segunda-feira, 18 de setembro de 2017

SENDAS PARA A MESMA META (PARTE FINAL)

"(...) A Estrela Mística simboliza a luz que está distante e, no entanto, está perto, transcendendo todas as luzes menores que, imanente no coração de cada homem, são apenas seus reflexos. Demonstra-se então que todas as crenças são igualmente o Caminho da Estrela, enquanto todos os grandes atributos - Poder, Sabedoria, Amor, Beleza, e Alegria - são como aspectos dessa Realidade Una.

Uma vez que o caminho está oculto no coração do homem, não é de admirar que ele tenda a vaguear por caminhos que com muita frequência levam à falsidade e à superstição, que ele confunde com a verdade. O ritual mostra onde jaz a essência da senda que todos os Grandes Instrutores proclamaram.

Toda bela forma ritual tem como utilidade mostrar que a verdade por ela corporificada está impressa naqueles que participam, mais eficazmente do que qualquer nua apresentação de fatos poderia realizar.

É chegado o momento em que será reunido, em um todo, o conhecimento conquistado em diferentes campos através das pesquisas de especialistas, para que possamos ver os diversos processos evolutivos como parte de um plano. Similarmente, as crenças do mundo precisam ser compreendidas como preenchendo as mesmas necessidades humanas; homens e mulheres, de diferentes nacionalidades e raças, desempenhando diferentes funções, têm de compreender sua inseparabilidade, sua complementaridade e valor mútuo. Descemos na diferenciação de todo tipo; devemos 'ascender' à unidade da fraternidade. O ritual da Estrela Mística tem por objetivo lembrar-nos e ajudar-nos a ascender."

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 91/92)


terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

O QUE NÃO É MEDITAÇÃO (1ª PARTE)

"Rohit Mehta, em seus comentários aos Yoga-Sutras de Patãnjali, alerta para os perigos da falsa meditação. Ele explica que, por meio do uso de drogas, encantamentos, auto-hipnose, práticas indiscriminadas de mantras, hatha yoga, rituais e 'emocionalismo frenético', a mente pode ser levada a um estado de 'pseudovazio', onde o pensamento é parado à força.

Nesse pseudovazio a mente não fica silenciosa e alerta para poder experimentar a comunhão espiritual, mas sim passiva e embotada. Mehta adverte que há, atualmente, uma grande quantidade de movimentos 'neoióguicos' ou 'pseudoióguicos', difundidos por uma safra de falsos místicos, que confundiram as visões da mente pseudovazia com a percepção da realidade. Em muitos casos, após essas experiências pseudoespirituais, os falsos místicos apresentaram comportamento anormal e tendências neuróticas. Um verdadeiro místico - tomamos como exemplo um iogue muito conhecido no Ocidente, Paramahamsa Yogananda - jamais apresentaria um comportamento desequilibrado.

A explicação de Mehta para o problema do pseudovazio é a seguinte: quando o processo do pensamento é parado à força, por meio desses métodos que já citamos, o 'eu' que pensa fica apenas aguardando a primeira oportunidade para se manifestar, aí ele volta com toda a intensidade.

Parar o pensamento à força ou com métodos artificiais não é meditação. Esse é exatamente o método da repressão. Se um cavalo inquieto for trancado numa pequena cocheira, assim que a porta abrir, ele sairá correndo e dando pinotes.

Os sábios dizem que é impossível transmitir em palavras o que a meditação é. Mas podemos estudar o assunto como se fosse um mapa para uma viagem. Trazemos aqui algumas ideias da aprofundada discussão que Mehta faz em Yoga - a arte da integração (Ed. Teosófica). Explicando Patãnjali, ele diz que a meditação é a percepção do silêncio que aparece no intervalo entre um pensamento e outro, por meio da observação clara e ininterrupta do processo do pensamento. (...)" 

(Cristiane Szynwelski - O que não é meditação - Revista Sophia, Ano 7, nº 28 - p. 41)


domingo, 1 de fevereiro de 2015

A PERFEIÇÃO SUPREMA (3ª PARTE)

"(...) A autopreservação é o instinto de vida mais poderoso. Não pode estar, e não está, fundada numa ilusão, do contrário como poderia a própria ilusão brotar de uma ausência total de consciência? Essa ideia desafia inteiramente a lógica.

E quanto ao Islã? Como poderá um muçulmano piedoso acreditar que sua alma ganhará o paraíso pelo simples fato de ele matar um 'infiel'? E que 'paraíso' é esse? Terá alguma vez sido descrito em termos que lembrem a libertação absoluta na onipresença, ou moksha?

Se só o hinduísmo ensina essa verdade espiritual, seguramente tal se dá porque só o hinduísmo não ficou confinado à 'camisa-de-força' da organização religiosa! Cresceu naturalmente, bem ao contrário, e não foi sufocado pela atmosfera densa dos decretos oficiais que prescreviam qual é e qual não é a verdade suprema.

Yogananda mostrava-se cáustico em relação aos rituais religiosos encenados para proveito dos sacerdotes. O Gita, sustentava ele, adverte contra o anseio até mesmo de um paraíso astral como recompensa de uma vida santa na Terra. Quem deseja um 'paraíso' qualquer que não a unidade com Deus - a única e excelsa Fonte de Bem-Aventurança Absoluta - mergulha na ilusão. O Bhagavad Gita ensina as verdades superiores; mas quantos hindus - até eles - captam a mensagem? Muitos querem também alcançar algum plano limitado como Swarga ou Vaikuntha - imagens de um 'paraíso' agradável ao ego. (...)"

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 103/104)


terça-feira, 30 de setembro de 2014

DÊ TEMPO PARA AS TRANSFORMAÇÕES

"Uma criança precisa crescer de modo a transformar-se em um jovem bem proporcionado, mas esse crescimento leva tempo. Não acontece da noite para o dia. Da mesma forma, a transformação e o aperfeiçoamento da mente também levam tempo.

Hoje em dia há lugares em que se promove o crescimento acelerado de animais, como porcos, aves e bovinos, por meio de certos tipos de injeções. Depois, esses animais são mortos e consumidos. É uma prática negativa que, de certo modo, também afeta o ser humano.

Quando falamos de prática espiritual, é igualmente impossível injetar certas qualidades na mente para obter sua transformação imediata."

(Dalai-Lama - O Caminho da Tranquilidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2008 - p. 31)

quinta-feira, 3 de abril de 2014

PSEUDO-ESPIRITUALIDADE

"Algumas pessoas passam parte do dia em atividades religiosas que, segundo dizem, trazem benefícios espirituais. Milhões de hindus, budistas, cristãos e outros repetem orações e tomam parte em cultos, mas dedicam pouca atenção ao significado interno dos rituais.

Nesse caso, a religião é como um molde preparado para as pessoas pela sociedade em que vivem, e elas caem de imediato dentro desse molde. Em outras circunstâncias, naturalmente se adaptariam a outro molde. Elas não estão realmente se voltando para o plano espiritual; estão se conformando com o que é mais fácil e fazendo aquilo que se espera que façam.

A busca espiritual pode ser também uma expressão de medo, uma espécie de seguro contra dissabores futuros. Nesse caso, é como uma forma de investimento, uma precaução do homem de negócios contra tempo difíceis. Quanto mais ele peca e favorece a si mesmo, mais sente necessidade de pavimentar um caminho seguro para o outro mundo.

Portanto, quem deseja levar uma vida espiritual precisa se questionar e examinar seus motivos. O aspirante que iludir a si mesmo não encontrará a iluminação que procura. Ele deve indagar se realmente deseja seguir o caminho espiritual ou se está apenas procurando uma saída para seus problemas, uma adaptação à sociedade ou a garantia de uma segurança futura."

(Radha Burnier - A Busca Espiritual - Revista Sophia, Ano 3, nº 11 - p. 27)


quinta-feira, 18 de julho de 2013

O MUNDO ESPIRITUAL É UMA REALIDADE UNIVERSAL

"Perguntaram os discípulos a Jesus: queres que jejuemos? como devemos orar? como dar esmola? E quais os alimentos que devemos tomar? 
Respondeu Jesus: não mintais a vós mesmos e não façais o que é odioso! Porquanto todas essas coisas são manifestas diante do céu. Não há nada oculto que não seja manifestado, e não há nada velado que, por fim, não seja revelado.

Comentário: Atos e fatos externos não têm valor em si mesmos. O que vale é unicamente a atitude interna. Praticar atos e realizar fatos objetivos que não nasceram de uma boa atitude subjetiva é mentir e fingir amar o que na realidade se odeia. O agir deve ser o efluxo do ser. A vivência ética deve ser o fruto espontâneo da consciência mística. 

Que devemos comer? Há pessoas que dão grande importância à qualidade dos alimentos, ao conteúdo do estômago, como se a qualidade espiritual dependesse da qualidade material dos manjares. No Evangelho de Jesus não se encontra uma única prescrição nem proscrição de alimentos, porque, segundo as suas palavras, "o que de fora entra no homem não o torna impuro, mas sim o que de dentro sai do homem".

Da mesma forma, Jesus não prescreveu nenhuma fórmula de oração ritual; o chamado Pai Nosso não é uma reza ou recitação verbal; é um roteiro espiritual que indica a direção a quem abre a alma rumo ao Infinito. Jesus orava espontaneamente em qualquer lugar:  nos montes e desertos, no templo e na sinagoga, entre as dores de Getsêmani e do Gólgota, bem como nas glórias do Tabor. A oração deve ser tão espontânea e natural como a respiração, que acontece ao homem sadio inconscientemente. 

Nesta palavra do Evangelho de Tomé, volta o Mestre a frisar que o mundo espiritual é uma Realidade Universal, supraconsciente, e não uma espécie de ocultismo, infraconsciente. As coisas do ego consciente, ou do id subconsciente, atraem os profanos, mas a Realidade do Eu cosmo consciente encanta o iniciado, porque é manifesta como a luz solar. A magia mental e o ocultismo inframental são como uma noite fria de luar, no passo que a mística espiritual é semelhante a um dia cálido repleto de luz solar."

(O Quinto Evangelho - A Mensagem do Cristo - Tradução e comentários: Huberto Rohden - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 26/27)


sexta-feira, 31 de maio de 2013

TANTRA YOGA - A ÉTICA DO TANTRA/KUNDALINI YOGA (6ª PARTE)

" (...) A indicação da orgia erótica como um caminho tântrico é um tremendo equívoco. Embora muito ao gosto dos libertinos, é coisa típica e exclusivamente dos adhikaris,* os da "mão esquerda" ou "magos negros". Os da "mão direita" ou "magos brancos", devem, ao contrário, cumprir prescrições éticas que são ainda mais rigorosas que as da própria Raja Yoga. Enquanto esta tem cinco yamas e cinco niyamas, a tantra prescreve o dobro de yamas e niyamas. O Gandarva Tantra informe que os yamas são não violência, veracidade, não roubar, continência sexual, paciência, retidão, bondade, simplicidade, moderação alimentar e pureza. Os niyamas são austeridade (jejum etc.), satisfação, fé nos vedas, caridade, culto ao Senhor, escutar o ensino da Verdade, modéstia, mente dirigida para o conhecimento e a prática preceituadas pelas escriturar, repetição do mantra e ritual védico. Que imenso o contraste entre os dois caminhos!

Kundalini Yoga - O ritual externo, conforme proposto pelos textos tântricos da "mão direita", são os mesmos da Bhakti Yoga - belos e de incalculável poder mágico. 

O ritual interno tem algo da Hatha Yoga e da Laya Yoga. As práticas interiores visam a um bem objetivo, que é interromper o sono da Deusa (Kundalini Shakti), promovendo sua ascensão gloriosa pelo canal central da medula (sushumna naddi) até o alto da cabeça, ativando, ao longo desta viagem, os diferentes centros de força e psiquismo (chakras), até alcançar sua união esplendorosa com o Supremo Senhor (Shiva), entronizado no alto da cabeça, no "chakra de mil pétalas" (sahasrara) 

(...) O que neste contexto é denominado Tantra Yoga é também conhecido como Kundalini Yoga e constitui um dos diferentes sadhanas ou métodos da Laya Yoga. (...)"

* A palavra adhikaris, quando se trata de aspirantes da "mão esquerda", não pode ser traduzida por "discípulo", pois discípulo é aquele que obedece a uma disciplina. E os permissivos detestam qualquer disciplina. Discípulo sem disciplina é uma flagrante contradição.

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 129/130)


quarta-feira, 21 de novembro de 2012

OS CRÉDULOS


“Chegou à praia do Mar da Verdade e encheu seu copinho furado. Exultante, voltou depois para a multidão dos crédulos.

Com o quase nada que conseguira, e contando com a superstição dos tolos, fundou uma “nova seita” para “salvar o mundo”. Criou ridículos rituais, inventou paramentos pomposos e estúpidos, firmou dogmas, impôs disciplina, criou “mistérios” só para os “iniciados”, ridicularizou as religiões anteriores, exigiu o dízimo, estabeleceu hierarquia. Criou um rebanho de prosélitos, que acreditavam ser os “eleitos”; os “únicos a serem salvos e possuidores da Verdade...”

E da Verdade o astuto só levara um copinho e, assim mesmo, o copinho estava sujo a ponto de contaminar o precioso conteúdo.”

(Hermógenes – Mergulho na paz – p. 146/147)