OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quinta-feira, 23 de setembro de 2021

COLONIZAÇÃO ECONÔMICA

"Se alguém acumula riqueza para consumir o que é desnecessário, ele retira essa riqueza daquilo que pertence a outros; portanto, nada mais é do que um ladrão. Mas, se uma pessoa é incapaz de acumular  riqueza segundo o modo moderno, ele não pode levar uma 'vida digna'. Uma pessoa assim é classificada entre aqueles que estão abaixo da linha de pobreza, que precisam de mais assistência, mais fundo de desenvolvimento e mais oportunidades de emprego. Portanto, mais empréstimos e mais know-how são necessários, segundo os termos determinados pelo Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional, a Organização Mundial de Comércio e os governos das chamadas ' nações desenvolvidas'. Assim, as nações do Terceiro Mundo estarão sempre curvadas. O sistema econômico não apenas nos priva de nossa sabedoria e discriminação; rouba-nos também nossa dignidade e autorrespeito. 

Hoje, todos os sistemas geopolíticos e socioculturais são governados por um fator único, que é a economia de mercado. Outros ideais políticos e sociais, como democracia, direitos humanos, diversidade cultural e liberdade de consciência são meras palavras, destituídas de significado, usadas de maneira ornamental e metafórica e, se necessário, como simulacro de apoio. 

O colonialismo político chegou ao fim devido ao despertar dos povos sujeitos a essa dominação durante os últimos séculos. Atualmente essa prática foi substituída pela colonização econômica, que é muito mais perigosa. A ocupação política pode ser derrubada em pouco tempo, mas serão necessárias várias décadas ou séculos para se recuperar da dominação econômica - presumindo-se que haja uma chance de reconquistar essa liberdade. 

Como as prioridades econômicas suplantaram tudo o mais, o indivíduo se tornou egoísta, violento e destituído de fundação moral e ética. O moderno estilo de vida também destruiu as inclinações espirituais da maioria das pessoas. A essência da religião tem sido ignorada; as religiões e suas instituições têm sido usadas para fortalecer a intolerância e o conflito. A maioria das pessoas pensa que espiritualidade, moralidade e ética são empecilhos ao desenvolvimento material. Muitos dizem abertamente que 'religião é veneno' em termos de progresso. Uma pequena minoria pode não concordar totalmente com isso, mas diz mansamente que não há solução senão se submeter.

Na ausência de sabedoria e coragem para se opor ao mal, a pergunta natural é: 'O que podemos fazer?' Esta é uma pergunta muito importante. Seguindo o princípio de satyagraha de Gandhi, recomendo aos indivíduos que 'pulem fora' do moderno estilo de vida materialista, com seu consumismo excessivo e imoral, e compreendam qual é a sua responsabilidade com relação ao bem-estar universal. O macrouniverso é construído de microuniversos de indivíduos; o que quer que o indivíduo faça tem relevância e produz efeitos sobre o universo. Portanto, quando um indivíduo se dissocia do mal, um microuniverso desarmonizado pode se sintonizar. Assim, o planeta em mais chances de recobrar sua harmonia com o universo."

(Samdhong Rinpoche - Uma cura para o planeta - Revista Sophia, Ano 13, nº 54 - p. 34/35)


terça-feira, 2 de março de 2021

A AMOROSIDADE DE UM 'NÃO' (1ª PARTE)

"Pode parecer uma incoerência dizer que um 'não' pode ser sinal de amorosidade. Se o verdadeiro amor requer a aceitação, a nós e ao nosso próximo, como pode haver amorosidade em dizer um não? A razão para isso é que os relacionamentos humanos ocorrem sempre dentro de um contexto. Para dar um exemplo radical, cortar a perna de nosso próximo pode ser um ato de tremenda crueldade ou de grande amor. Um torturador estará cometendo crueldade desumana, mas um médico pode estar demonstrando sabedoria e compaixão em amputar a perna gangrenada de um paciente.

Sendo assim, qual o contexto em que estaremos sendo amorosos em dizer um 'não'? A resposta é simples, quando a experiência (no caso dos pais lidando com os filhos) ou o discernimento (em se tratando de adultos) nos diz que o 'não' trará um bem muito maior a nós ou ao nosso próximo do que a frustração momentânea da negação para o ego. Esse é um dos assuntos mais delicados dos relacionamentos, culminando com a questão de nossa próxima seção, o amor às pessoas difíceis.

É importante lembrar que as qualidades divinas de todos os seres são unificadas e interdependentes. Esse parece ser um conceito difícil. 'Nossas' qualidades divinas, na verdade, são as qualidades de Cristo em nós. Luz, Paz, Amor, Beleza, Harmonia e Alegria são experimentadas simultaneamente como um todo pelo ser humano que alcança um samādhi ou êxtase. A experiência é também uma demonstração da Unidade, ou seja, que o divino é vivenciado como um Todo. A conclusão prática para nós principiantes é que qualquer uma das qualidades mencionadas deverá se manifestar em sintonia com todas as outras. Por isso, o verdadeiro amor só está sendo demonstrado quando ele expressa sabedoria e traz paz, harmonia e alegria a nós e ao nosso próximo, não só no momento presente, mas principalmente quando for o tempo de colheita do resultado de nossas ações.

Por exemplo, o respeito a si mesmo nos leva a respeitar o outro. Uma pessoa equilibrada e consciente não aceita ser vítima nem algoz. Para que o relacionamento seja real e equilibrado torna-se necessária uma comunicação honesta, mas não agressiva, de nossos sentimentos.¹⁸ O diálogo e o entendimento devem ser baseados na autenticidade, sendo todo o processo de comunicação baseado na regra de ouro. Mas ocorrerão situações em que, mesmo com toda paciência e uma hábil comunicação não violenta, uma das partes envolvidas poderá concluir que dizer não para a continuação daquele relacionamento é um ato de amor a si mesmo ou ao outro, ou mesmo aos dois.

Um amor verdadeiro é baseado no respeito mútuo. Ele não procura amarrar, controlar e muito menos escravizar o parceiro. Ao contrário, procura abrir os horizontes da pessoa amada, conferir poder e libertar os outros para que encontrem suas próprias verdades e seu próprio caminho. Nossa atitude, porém, depende do conteúdo de nossa mente. Se minha mente estiver cheia de dúvida, medo, insegurança e conflito são esses sentimentos que projetarei fora de mim, e são eles que condicionarão minha vivência. Se minha mente estiver repleta de amor, paz e bem-estar são esses sentimentos que expandirei à minha volta e é o que viverei. Nesse caso, um verdadeiro amor maduro pode se expressar com um 'não' para algumas exigências de nosso parceiro, se tivermos certeza de que as consequências da demanda feita por ele(a) trarão dissabores e sofrimento às pessoas envolvidas. (...)"

¹⁸.ROSENBERG, Marshall. Comunicação Não Violenta, São Paulo: Ed. Ágora, 2006. 

(Raul Branco - A Essência da Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 2018 - p. 74/76)


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

A SAÚDE DO AMOR

Resultado de imagem para AMOR"Amar loucamente soa contraditório, pois o amor deve ser sadio e tranquilo, portanto não deveria ter nada de loucura. Além disto, o amor requer independência, o que quer dizer poder viver sem o outro. É muito bom quando duas pessoas que podem viver sozinhas descobrem o desejo de viverem juntas, não porque precisam ou por dependência, mas por escolha, por preferência.

A atração sexual não é sinal de amor pois ela, em princípio, sempre existe entre pessoas sadias. E um bom entendimento na relação sexual é natural, quando as pessoas se gostam. Sexo é bom e gostoso, nada mais lógico que as pessoas se dêem bem sexualmente. Isso não é nenhuma grande conquista, nem algo difícil de ser alcançado. Realmente difícil entre um homem e uma mulher é desenvolver uma relação afetiva de mútuo entendimento e respeito, com admiração, consideração e carinho.

Não se deve perder as esperanças, mas precisamos sempre nos preparar para as alternativas. Não devemos colocar nosso destino nas mãos de outro. É fundamental estarmos sempre preparados para sobreviver bem sem a pessoa que amamos. É importante ficarmos abertos para alternativas e verificar de vez em quando como anda nosso poder de sedução.

É preciso tomar cuidado e não acreditar que para nos sentirmos bem e sermos felizes precisamos de uma pessoa que nos ame. Na verdade, nossa grande necessidade é do nosso próprio amor. Se nos amamos, podemos cuidar bem de nós mesmos; se não, por mais amores que sejamos capazes de despertar, nos sentiremos sempre insatisfeitos. Nossa independência está relacionada com nossa capacidade de zelarmos sozinhos por nossa felicidade. Só assim podemos ser felizes com outra pessoa."

(Luiz Alberto Py - Olhar Acima do Horizonte - Ed. Rocco Ltda., Rio de Janeiro, 2002 - p. 18/19)

terça-feira, 12 de setembro de 2017

INOFENDIBILIDADE

"A melhor forma de se evitar a ira é ser não ofendível.

Ofendível é a pessoa que se esquenta com frequência, e por motivos sem grande importância.

Nossa ofendibilidade é do tamanho do amor ou adoração que temos por nós mesmos como pessoas.

'Ninguém é bastante homem para ofender-me, para me desrespeitar, para me humilhar...' - diz o egoísta orgulhoso.

Ora, o mundo não se sente na obrigação de sempre respeitar e acariciar a gente.

Assim, a cada hora, estamos precisando brigar para defender e homenagear nosso ego.

Isto é vida, que valha a pena viver?

Que grande estupidez é a suscetibilidade aguçada!"

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 79)


terça-feira, 22 de agosto de 2017

ÉTICA: A RESTAURAÇÃO DA HARMONIA (PARTE FINAL)

"(...) Perceber que a vida é una significa compreender que não há qualquer ação estritamente individual, e sim um movimento vasto e combinado. Há ação e reação imediata entre o indivíduo e todo o universo manifestado. Talvez seja difícil admitir que cada ser humano contribui para o bem-estar ou a desventura de toda a sociedade, para não mencionar o universo.

A ética não é um código moral imposto de fora, um conjunto de regras estipulando o que fazer ou não fazer: não é a obediência a uma autoridade política ou a um Deus que fica sentado a nos julgar. A harmonia não surge por meio de pressões externas. É um esforço para observar, entender e despertar interiormente.

As morais sociais e religiosas levam, via de regra, a um aumento da autoafirmação. A ética espiritual passa longe de ambas sugerindo um 'caminho do meio': não o ascetismo, mas a moderação; não as virtudes, mas o autoesquecimento. A ética é a expressão prática de valores fundamentais, sem os quais não é possível qualquer felicidade para a humanidade: a unidade da vida, a interdependência e a responsabilidade mútua.

O respeito pelos outros, os relacionamentos harmoniosos e o altruísmo expressam esses princípios na nossa vida diária, que consiste de relacionamentos. A ética nada tem a ver com exibições de heroísmo, e sim com um modo de vida simples, correto e equilibrado. Isso porá fim à inquietação da personalidade, que obstrui a manifestação das qualidades espirituais."

(Danielle Audoin - Ética: a restauração da harmonia - Revista Sophia, Ano 2, nº 6 - p.41)

sexta-feira, 10 de março de 2017

EGOCENTRISMO

"Visando a defender-se de angústias, ansiedades, depressões, aflições enfim, comece a tirar seu ego do altar de sua vida.

Sem se aperceberem, as pessoas fazem de si mesmas a coisa mais importante e preciosa deste mundo. É assim que, inadvertidamente, passam a ser demasiadamente exigentes e sensíveis, intransigentes e arrogantes. Acham que todos lhe devem respeito, consideração, homenagem, reconhecimento e mesuras, e até subserviência.

Ora, longe está o mundo de reconhecer a importância que  cada pessoa se dá; não reconhece nenhuma obrigação de atender a tais egoístas, e aí começa o desfile de frustrações, de padecimentos, de crescentes tensões.

O mais eficiente remédio contra todos os sofrimentos, que o egocentrismo engendra, é minimizar o ego, isto é, a humildação.

Que possa dia a dia aliviar-me da carga que é meu ego."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Record, Rio de Janeiro, 1995 - p. 105)


domingo, 14 de agosto de 2016

A FAMÍLIA ESPIRITUAL

"Às vezes nossa família biológica não é a nossa verdadeira família. Nossos pais ou outros parentes podem não nos compreender. Podem mesmo não manifestar amor e carinho por nós. Podem rejeitar-nos e maltratar-nos cruelmente. Não somos obrigados a suportar o maltrato ou o desrespeito. Não há débitos a serem saldados que justifiquem os maltratos de ninguém. Merecemos ser amados e respeitados.

À medida que crescemos, podemos nos ver cercados de amigos e de pessoas que tenham por nós um carinho genuíno, que nos propiciem a segurança que vem da certeza de sermos amados e tratados com dignidade e respeito. Esses amigos e entes queridos se transformam na nossa verdadeira família. Eles também podem compartilhar conosco dos mesmos valores espirituais e nós podemos ajudá-los a evoluir positivamente. Essas pessoas serão a nossa família espiritual. Se formos rejeitados por nossa família biológica, a família espiritual nos acolherá, cuidará de nós e se tornará a família que realmente importa. (...)~

Não estou dizendo para abandonarmos nossa família de origem ou para deixarmos de manter com ela uma relação amorosa e solidária. Mas insisto na importância de ficarmos atentos para não sofrer violência ou desrespeito físico e emocional. É inadmissível pensarmos que o desrespeito pode ser tolerado porque vem de alguém da família, da comunidade ou do grupo religioso.

Ame a si tanto quanto ama os outros. Merecemos ser amados, apoiados, respeitados. Se a família biológica nos trata assim, é ótimo. Se não, e se os nossos esforços para alertá-la e fazê-la mudar de atitude falharem, devemos abandoná-la e procurar outra família, nossa família espiritual."

(Brian Weiss - A Divina Sabedoria dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeirao, 1999 - p. 96/97)

sexta-feira, 3 de junho de 2016

SEGREDO PARA UM AMBIENTE FELIZ

"Se você deseja ser amado, comece por amar a quem necessita de seu amor. Se quer que os outros simpatizem com você, demonstre simpatia por aqueles que o cercam. Se lhe agrada o respeito de seus semelhantes, aprenda a respeitá-los a todos, jovens e idosos. Não se esqueça: o que quer que espere dos outros, faça-o antes a você - e eles responderão do modo como espera.

É fácil pretender que as pessoas se comportem para conosco de maneira perfeita e é igualmente fácil surpreender-lhes as faltas. Difícil, porém, é nos conduzirmos da maneira adequada, reconhecendo os próprios erros. Se você se lembrar sempre de agir corretamente, os outros procurarão seguir o seu exemplo. Se conseguir reconhecer suas deficiências sem alimentar nenhum complexo de inferioridade, empenhando-se em corrigi-las, usará seu tempo de maneira mais proveitosa do que se tentasse melhorar os outros. O bom exemplo é mais eficaz que a boa intenção, a cólera sagrada ou as palavras.

Quanto mais você evoluir, mais edificará aqueles que o cercam. Quanto mais feliz se tornar, mais felizes eles se sentirão."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Espiritualidade nos Relacionamentos - Ed. Pensamento, São Paulo, 2011 - p.36/37)


quarta-feira, 6 de abril de 2016

O SIGNIFICADO DIVINO POR TRÁS DOS RELACIONAMENTOS HUMANOS (PARTE FINAL)

"(...) Considero que, antes de duas pessoas se casarem e antes de terem filhos, a lei devia exigir que fossem para uma escola onde aprendessem a arte do comportamento correto. Quando uma pessoa foi espiritual e psicologicamente educada para conhecer um pouco da natureza humana e a arte de se relacionar bem com os outros, existe então possibilidade de uma vida familiar feliz, harmônica e espiritualmente progressiva. A alma floresce em tal relacionamento iluminado. 

Os seres humanos fracassam em seus relacionamentos pessoais quando deixam de ter respeito um pelo outro; o marido pela mulher, a mulher pelo marido, os filhos pelos pais e os pais pelos filhos. Os relacionamentos humanos se deterioram quando falta a amizade. Sem amizade, o amor entre marido e mulher, filhos e pais, é logo destruído. A amizade dá liberdade à outra pessoa para expressar a si mesma e à sua própria identidade única.

Quando existe completo entendimento e comunicação entre duas almas, há amizade autêntica e amor verdadeiro. Quando as pessoas aprendem a conservar a amizade, o respeito e a consideração em seus relacionamentos maritais, paternais, maternais e outros, nunca abusarão um do outro nem se magoarão por causa de tal abuso.

Você pode dizer: 'Sim, seria ideal se meu esposo (ou esposa, ou filhos) fizesse justamente isso!' Por que não começar por você? Faça sua parte; deixe os outros nas mãos de Deus.

Sempre voltamos para o mesmo ponto: é preciso começar com você primeiro." 

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 59/60)


sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

REVERÊNCIA (PARTE FINAL)

"(...) Reverência é uma qualidade interna, não uma atitude externa. Em geral é transformada numa postura de solenidade, uma subjugação de espíritos, restrição, desvalorização de si, onde não envolve um quase esquivar-se de longe da força com a qual o objeto de reverência magneticamente atrai e imprime sua autoridade. Muitas vezes é como a timidez de um flerte, simulado e artificial, pronto, logo que o gelo é quebrado, para se tornar uma liberdade que beira a licenciosidade e é essencialmente desordenada. 

Reverência envolve uma apreciação, ou pelo menos algum vago senso da majestade e sacralidade do objeto de reverência, sua elevação, profundeza, força e delicadeza. É totalmente compatível com a intimidade, mas é um freio sobre os possíveis excessos de liberdade. Nenhum amor que não seja tocado por um profundo senso de beleza, ternura ou sublimidade - corporificado no objeto desse amor ou envolvendo-o - pode ser duradouro ou alcançar o ápice.

O genuíno princípio da vida, que está em tudo e em todos, exige tratamento reverente. É uma coisa delicada e preciosa que deve ser tratada com cuidado. Os grandes instrutores têm respeito por cada um de nós que estamos tão abaixo deles. Certamente, aqueles que tratam os outros que são seus iguais ou inferiores com pouco respeito, segundo nossa classificação, não conseguem mostrar respeito a seus superiores."

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 72)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

REVERÊNCIA (1ª PARTE)

"A reverência é um aspecto da emoção do amor, consequentemente, não possui qualquer elemento de medo. Ela surge de um sentimento ou conceito no coração daquele que reverencia quanto à grandeza ou preciosidade de seu objeto. Assemelha o respeito, e, embora possa ser expressa na observância de certas formas que são apropriadas - não artificiais e meramente convencionais -, ela não impede a proximidade em espírito nem a plena comunicação entre o grande e pequeno, comunhão que resulta da realização da pessoa menor com a vida maior. Pelo contrário, ela eleva a pessoa pequena à atmosfera de grandeza, transmutando-a com sua magia.

Ser inspirado com reverência não é ser temeroso. Majestade e poder pertencem a todo ser espiritual. O medo é o alimentador da aversão; se não se quer antipatizar com ninguém, que não se tema ninguém. Sem dúvida, é mais eficaz dissipar o medo pelo reconhecimento da unidade da vida do que pelo modo, muitas vezes seguido, de opor ao medo uma normal intensificação da autoafirmação pessoal, que é uma forma de orgulho, ou encobrindo-o com uma simulação de coragem. 

A palavra mãno, em páli, que muitas vezes é traduzido como orgulho, é mais do que orgulho na forma rude comum com a qual a palavra é geralmente associada. Ele inclui todo tipo de processo mental e distintivo, por meio do qual uma película é lançada sobre a condição sensível ou negativa [não afirmativa, (N.E.)] do homem verdadeiramente espiritual, cuja autorrealização só pode ser descrita negativamente [não afirmativamente, (N.E.)] à incompreensão da mente ordinariamente obtusa, que está ocupada unicamente com variações de superficialidade. Pôr a si próprio em evidência, expressando qualquer forma agressiva, por mais sutil e refinada que seja, há de se tornar impossível antes dessa realização poder ser alcançada. (...)"

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 71)


sábado, 8 de agosto de 2015

O DIVINO ESTÁ DENTRO DE NÓS

"Conta uma antiga história que no topo de uma montanha havia um belo mosteiro, onde o abade e os monges estavam muito preocupados. Os velhos monges estavam ficando cada vez mais velhos e morrendo. Não havia noviços atraídos pela vida contemplativa. O mosteiro poderia se extinguir e cair em ruínas.

O abade decidiu consultar um sábio rabino que morava um pouco mais abaixo na montanha. Quando o rabino soube do problema, sorriu e disse: 'Não se preocupe. Tudo estará bem, porque o Messias está entre vocês. Sussurre esse segredo no ouvido de cada um de seus monges.'

O abade agradeceu o rabino, retornou ao mosteiro e fez o que foi aconselhado. Gradualmente, a relação entre os monges mudou. Cada um deles pensava: 'Quem será o Messias? Talvez seja o irmão Tiago, de quem eu não gosto, ou o irmão João, com quem fui grosseiro outro dia... Ou talvez eu seja o Messias, então tenho de me comportar melhor.' Desse modo, eles começaram a se ver sob uma nova luz e a se tratar com novo respeito e afeição. Uma atmosfera completamente nova passou a reinar, uma atmosfera de amor que resultou em paz e harmonia.

Como de costume, visitantes ocasionais apareciam: turistas, montanhistas, andarilhos, mochileiros, muitas pessoas jovens. Muitos notaram a maravilhosa atmosfera do lugar. Elas voltavam para casa e contavam a seus amigos; alguns deles se interessaram pela vida monástica e juntaram-se ao mosteiro.

Isso não é um conto de fadas, pois o Messias está realmente em cada um de nós. O ser mais recôndito de toda criatura viva é divino. O livro Aos Pés do Mestre [Ed. Teosófica] diz: 'Aprenda a distinguir o Deus em todos e em tudo, não importa o quão nocivo possa parecer na superfície. Você pode ajudar seu irmão através daquilo que tem em comum com ele, que é a vida divina. aprenda como despertar essa vida nele, aprenda a apelar a essa vida nele, e assim você o ajudará.'"

(Mary Anderson - O divino está dentro de nós - Revista Sophia, Ano 13, nº 56 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 10/11)


sexta-feira, 13 de março de 2015

QUEM É RESPONSÁVEL PELA CONDUTA DOS ADOLESCENTES? (3ª PARTE)

"(...) Existe hoje demasiada rebeldia nas crianças. É porque elas nunca souberam que uma parte da vida se destina a aprender a respeitar a autoridade e os direitos dos outro. Quantos pais, alguns anos atrás, acreditavam na idéia de que um filho é um jovem adulto que deve ter completa liberdade para se expressar. Santo Deus! Por que você acha que Deus pôs pais aqui na Terra? Se ele não pretendesse que os filhos tivessem a orientação de pai e mãe, teria feito com que os pais botassem ovos, para que, uma vez que os filhos tivessem saído da casca, os pais pudessem afastar-se, deixando-os à sua própria sorte, como fazem as tartarugas. Deus espera que os pais assumam a responsabilidade de formar sua prole. Casais que geram filho neste mundo não têm o direito de falhar com ele.
   
Acredito que uma criança deve ser estimulada a ir à escola dominical, mas nunca ser obrigada a fazer isso. É um erro procurar forçar uma criança a seguir qualquer forma particular de religião. Primeiro, ela precisa ter desejo e interesse por coisas espirituais. Essa inclinação estará ali se desde a mais tenra idade ela for encorajada a cultivar atitudes espirituais; o amor por Deus, fé em Deus, o sentimento de companheirismo com Ele. Paramahansaji ensinava que devia haver períodos regulares em que pais e filhos se reunissem para orar e meditar. Dessa maneira, a criança começa a relacionar-se com Deus, seguindo o exemplo dos pais. Entretanto, o culto em família não deve ser muito longo, porque as crianças são inquietas e sua mente não está controlada. É difícil para elas se sentarem muito tempo de cada vez. Uma prática excelente é ler ou contar às crianças histórias que desenvolvam nelas o senso de moralidade, fé, conduta correta e amor a Deus. (...)"

(Sri Daya Mata – Só o Amor – Self-Realization Fellowship -  p. 55/56)

quinta-feira, 12 de março de 2015

QUEM É RESPONSÁVEL PELA CONDUTA DOS ADOLESCENTES? (2ª PARTE)

"(...) É muito importante que os pais compreendam o ponto de vista da criança, que sempre procurem ver as coisas com os olhos dos filhos. Nesse caso, os pais podem ajudar melhor a criança a enxergar o assunto corretamente e numa perspectiva acertada. E o pai nunca, nunca deve repreender a criança ou dar palmadas quando ele próprio está zangado ou emotivo. O filho não respeitará nem aceitará esse tipo de disciplina. Ele respeitará o pai que se conduz em relação a ele com sabedoria, amor e compreensão.

Os pais devem pensar com clareza e atenção antes de formular uma lei para os filhos, e depois, se disserem"não", não devem ceder. Não se deve permitir que a criança sinta que, mais cedo ou mais tarde, seus pais vão esquecer o que disseram, e então ela poderá fazer o que quiser. Crianças são mais espertas do que você possa imaginar. Não se lhes deve dar ensejo para pensar que, se aguardarem por uma boa oportunidade, o tempo necessário, um dos pais certamente irá relaxar sua insistência acerca da obediência. A criança é bastante esperta para saber do que pode sair impune; é a natureza humana. 

Pais bem sucedidos sempre pensarão primeiro: 'O que vou dizer a meu filho é uma mera afirmação da minha própria opinião e autoridade; ou está correto porque é razoável e justo?' Então, tendo uma vez dito isso, devem fazer que o filho lhe obedeça. A criança vai respeitar esse tipo de disciplina se, ao mesmo tempo, vê que eles estão dotados de justiça e compreensão. O amor e o respeito paternos farão que o filho deseje tentar agradar a seu digno pai ou mãe. (...)" 

(Sri Daya Mata – Só o Amor – Self-Realization Fellowship -  p. 54/55)

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

AS LEIS INFALÍVEIS DA AMIZADE

"Não mostre familiaridade excessiva para com um amigo nem lhe seja indiferente. Não o limite dizendo: 'Sei tudo sobre você'. O respeito e o afeto crescem entre amigos com o tempo. 'A familiaridade é a mãe do desprezo' para aqueles que se mostram mutuamente imprestáveis, egoístas, materialistas e incapazes de inspiração ou autodesenvolvimento. Quanto maior o serviço mútuo, mais profunda a amizade. Por que Jesus tem tantos seguidores? Porque Ele, como os outros grandes mestres, é insuperável no serviço que presta à humanidade. 

Para atrair amigos, você precisa possuir as qualidades de um amigo verdadeiro. A amizade cega costuma terminar em ódio cego e repentino. A conquista da sabedoria e da compreensão espiritual graças ao esforço recíproco pode ligar duas almas pelas leis do amor divino que nunca morre. A amizade e o amor humanos têm por base o serviço nos planos físico, mental ou empresarial. Não duram muito e são condicionais. Mas o amor divino tem por fundamento o serviço nos planos espiritual e intuitivo - é incondicional e eterno. 

Quando há amizade perfeita, entre dois corações ou num grupo de corações de uma organização espiritual, essa amizade aperfeiçoa todos os indivíduos. Na alma purificada pela amizade, abre-se uma porta unificadora pela qual outras almas são convidadas a entrar - quer a amem ou não. Quando a amizade divina impera no templo do coração, a alma se dilui na vasta Alma Cósmica, deixando para trás os laços limitadores que a separavam da criação divina.

Não considere ninguém um estranho. Aprenda a sentir que todos são seus parentes. O amor familiar é apenas um dos primeiros exercícios no curso de Amizade do Divino Mestre, elaborado para ensinar aos nossos corações o amor abrangente. O sangue vital de Deus circula nas veias de todos os povos. Como pode alguém odiar um ser humano de outra raça sabendo que Deus vive e respira em todas? Somos americanos, indianos, etc., por pouco tempo; mas somos filhos de Deus para sempre. A alma não pode ficar confinada em limites traçados pelo homem; sua nacionalidade é o espírito e seu país é a Onipresença.

Não significa que você deva conhecer e amar todos os seres humanos e criaturas vivas pessoal e individualmente. Precisa apenas estar sempre pronto para espalhar a luz do serviço amistoso sobre todos os entes com quem entrar em contato. Isso exige preparo e esforço mental constante - em outras palavras, desprendimento. O sol brilha igualmente sobre o diamante e o carvão, mas o primeiro desenvolveu qualidades para refletir a luz enquanto o segundo apenas a absorve. Imite o diamante em seu convívio com as pessoas. Reflita o fulgor da luz do amor divino."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Espiritualidade nos Relacionamentos - Ed. Pensamento, São Paulo, 2011 - p. 14/15)


quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

RESGATE DA IDENTIDADE

"Contou Buddha que um príncipe, ainda bebê, foi sequestrado por malfeitores que o levaram para uma distante floresta e lá o abandonaram. Um casal de camponeses pobres o encontrou e criou como filho. Quando rapaz, ignorando sua condição de herdeiro do trono, conhecia-se apenas como um humilde e rude lavrador. Por algum modo, o rei foi informado de que o filho estava vivo, mas vítima da pobreza e ignorante de sua nobreza. Imaginou então um projeto para, sem que o rapaz desconfiasse, atraí-lo à corte, devendo passar necessariamente por estágios intermediários, como o de jardineiro, lacaio, camareiro etc., até conseguir levá-lo a dar-se conta de sua condição de príncipe herdeiro, para, por fim, entregar-lhe todo o poder. E o resgate veio a consumar-se.

Fui encontrar em Sai Baba um outro gradiente que assinala as etapas deste evoluir da indigência de inculto caipira até o trono de rei, como que explicitando a tão inteligente parábola acima, narrada pelo bem-aventurado Buddha.

Há quatro estágios na disciplina espiritual: (a) o primeiro é salokya, quando você está no Reino de Deus, respeitando Seu desejo iluminado, servindo-O sinceramente, e submetendo-se a Ele sem qualquer reserva; (b) o próximo estágio é samipya, quando está no palácio como um cortesão, camareiro ou servo, isto é, mais perto dEle; (c) o estágio seguinte é sarupya, quando o praticante da disciplina assimila a forma do Divino, isto é, como na condição de irmão ou guerreiro mais aproximado do rei, tendo o privilégio de usar a parafernália e as vestes reais; (d) por fim, sayuja, estágio no qual o praticante, como o Príncipe Coroado, sucede ao trono e se torna o próprio monarca. (in Sadhana - O Caminho Interior)

Quinhentos anos depois de Buddha, Jesus Cristo deu uma outra versão à parábola do Príncipe que resgatou a identidade. Jesus narrou a igualmente bela e eloquente história do 'Filho Pródigo'. O enredo é esquematicamente o mesmo: (a) afastamento; (b) uma fase de grande sofrimento e penúria gerada pela ignorância; (c) a reaproximação ou religação ou ainda reintegração gloriosa. Yoga ou união é precisamente esta terceira fase, que, para maior eficácia, não dispensa a compreensão das etapas anteriores."

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1994 - p. 21/22)
www.record.com.br


sábado, 13 de dezembro de 2014

O PRECONCEITO (2ª PARTE)

"(...) O estudante teosófico tem por obrigação aprender a ver as coisas como elas são, e isso significa controle, vigilância e muito trabalho. No Ocidente, por exemplo, as pessoas estão cheias de preconceitos na área religiosa, pois, tendo nascido numa determinada religião, somos ensinados, perseverantemente, a considerar todas as outras meras superstições. Nossas ideias, por conseguinte, são desequilibradas desde o início, e até quando aprendemos a conhecer um pouco de outras religiões e a respeitá-las, fica difícil para nós figurar-nos nascidos nelas. (...)

Quanto mais ignorantes forem as pessoas, maior será a sua desconfiança daquilo a que não estão acostumados. Os camponeses, por exemplo, desconfiam instintivamente de todos os estrangeiros, e em muitos lugares no interior da Inglaterra, um francês, por exemplo, se não estiver na pobreza e necessitado de auxílio, será, por certo, olhado com desconfiança. Se estiver com fome, será alimentado e tratado com compaixão; mas se se apresentar como colega de trabalho, tudo o que fizer será criticado, metido a ridículo e objeto de suspeita. Ora, está visto que tudo isso promana da ignorância e ocorre porque os camponeses não estão acostumados a conviver com estrangeiros. (...)

Do modo como andam as coisas, nossas opiniões se alicerçam em fundamentos muito leves; encontramos uma pessoa pela primeira vez, e uma palavra sua, ou algum gesto trivial, desperta em nós uma pequena antipatia, de modo que se ergue um murozinho entre nós e ela. Isso pode parecer uma questão sem importância, mas, se não tomarmos cuidado, a antipatiazinha pela pessoa se avolumará e transformará em barreira, que nos impedirá, para sempre, de compreendê-la. Até certo ponto, poderemos vê-la através da forma de pensamento que nós mesmo fizemos, e não podemos vê-la corretamente, pois é o mesmo que olhar por um vidro torcido e colorido que tudo deforma. (...)"

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 99/100)

quinta-feira, 19 de junho de 2014

VIVA PARA OS OUTROS E ELES VIVERÃO PARA VOCÊ (1ª PARTE)

"Há os que dizem: 'Sou um homem religioso'. Contudo, se outra pessoa se sentasse no banco em que costumam sentar-se, na Igreja, estariam prontos para cortar a cabeça do intruso! De vez em quando vejo, em minhas classes, esse tipo de incidente. Se outra pessoa quer o seu lugar, ceda-o, mesmo que tenha de ficar em pré. Se tiver um comportamento exemplar, terá, todos os dias, alguém pensando em você com respeito. Quando aprender a viver para os outros, eles viverão para você. Enquanto viver egocentricamente, ninguém se interessará por você. O melhor modo de atrair as pessoas é com boas ações. 

Se olhar ao redor, durante uma festa, quase sempre notará alguns convidados que são claramente invejosos do que os outros têm. Ninguém gosta de estar com gente desatenciosa e egoísta. Mas todos têm prazer em estar com uma pessoa de tato e consideração.

Pratique a consideração, tanto no uso da linguagem quanto nas ações; e quando se sentir tentado a falar com aspereza, controle o impulso e, em vez disso, fale com calma. Que ninguém ouça palavras duras de sua boca. Não tenha medo de dizer a verdade quando solicitado, mas não imponha suas ideias aos outros. Lembre-se também de que pode ser verdadeiro chamar um cego de cego, ou uma pessoa doente de doente, mas é melhor evitar essa rudeza. Com bondade e consideração nas palavras que pronunciar, você eleva as pessoas e as torna melhores.

Entretanto, nem sempre são as palavras que os outros ouvem, mas a força e a sinceridade que existe por trás delas. Quando um homem sincero fala, o mundo se move. Quando ele diz algo, os outros escutam. Algumas pessoas falam sem parar, esperando convencer o ouvinte pelo constante jorro de palavras. O ouvinte prisioneiro, porém, só pensa: 'Por favor, deixe-me ir!' Quando falar, não fale muito de você mesmo. Procure falar de um assunto que interessa ao interlocutor. E ouça. Essa é a maneira de ser atraente. Verá como sua presença será solicitada. (...)"

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 142/143)