OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quinta-feira, 6 de outubro de 2022

A EVOLUÇÃO DO DOMÍNIO SUBJETIVO

"O ensinamento esotérico diz que não apenas a matéria e a forma evoluem em nosso mundo, mas os estados subjetivos que incluem nossas naturezas emocional, mental e espiritual também evoluem. Através de todos os reinos, até o estágio humano, a evolução procede sem intervenção autoconsciente. O que, equivale dizer, é um processo passivo e não está sob o controle direto de plantas ou animais.

No estágio humano isso muda. A evolução física para. Não há evidência de que criaturas físicas novas, mais evoluídas, mais capazes irão aparecer sobre a Terra. A forma humana parece ser o estágio físico final em nosso mundo. A evolução do domínio subjetivo, no entanto, está longe de se completar. Uma mudança evolutiva ulterior em nossa natureza psicológica e mais recôndita só pode ser produzida por meio de um esforço consciente. A psicologia moderna reconhece que, se desejamos nos livrar do comportamento: neurótico e da dor dele resultante, devemos nos esforçar para ver o mundo sob uma luz diferente e nos transformarmos. Não é possível comprar uma pílula psicológica indicada pelo terapeuta que assegure que viveremos felizes e produtivos. Se queremos nos tornar pessoas plenas, devemos mergulhar profundamente no nosso interior, nos auto observar e buscar novos insights e maneiras de responder ao mundo.

Curiosamente, nosso desenvolvimento tende a recapitular o processo evolutivo. Como seres humanos, passamos rapidamente através de estados passivos no ventre e durante a infância. Depois começamos a obter domínio sobre cada nível de nosso ser. Primeiramente, nos identificamos com o corpo físico, precisamos de algum controle razoável sobre ele no início de cada encarnação, como o fez a raça como um todo no passado distante. Então, o processo de maturação exige que obtenhamos um controle razoável sobre nossas emoções e sobre aquela parte de nossa mente intimamente associada às nossas emoções. Desenvolvemos também nosso intelecto, algumas pessoas apenas um pouco, outras muito profundamente. A maioria para aí. 

Os mais sábios sentem, como disse Walt Whitman, que não estamos contidos entre nossos chapéus e nossas botinas. Existe um eu interior que insta o eu consciente a mudar, a se desenvolver, a revelar mais do potencial interno, a obter controle sobre todo o eu em todos os níveis de sua expressão. Esse eu interior é o cocheiro de Platão, que segura firmemente as rédeas dos cavalos, mantendo-se no controle independentemente da vontade dos animais.

O eu interior tem um proposito para cada encarnação. Encarnamos por alguma razão. Não estamos aqui apenas por causa dos processos biológicos. Numa simples vida, nosso eu interior se propõe a desenvolver qualidades e forças particulares. Ele se esforça por obter resultados positivos vencendo a resistência 

Aceitamos que para desenvolver os músculos devemos vencer a resistência do peso. O que não compreendemos é que o mesmo princípio aplica-se aos níveis emocional, mental e espiritual. Da mesma forma que nos fortalecemos fisicamente ao superar a resistência física, aumentamos o vigor psicológico e espiritual vencendo a resistência nessas dimensões."

(Edward Abdill - A senda mística para a paz interior - Revista Sophia, Ano 12, nº 48, p. 30/31)
Imagem: Pinterest.


quinta-feira, 17 de março de 2022

O GRÃO DE MOSTARDA

"Fizera Jesus ver na parábola do semeador que apenas uma pequena parte da semente evangélica chegava a produzir fruto, ao passo que o resto pereceria infrutífero. 

Mostrara ainda, na parábola do joio entre o trigo, que até essa pequena percentagem que encontrara terreno propício tinha os seus inimigos, a cizânia, que tentava roubar-lhe a seiva da terra e a luz do céu.

Certamente, não faltou entre os ouvintes, ou talvez entre os apóstolos, quem observasse com um suspiro de desânimo: Mestre, se tantos são os perigos e inimigos do reino de Deus, como se expandirá ele pelo mundo todo, como pretendes?...

Bem lembrados estavam os ouvintes do que lhes dissera o profeta de Nazaré na parábola da sementeira a crescer, que era de uma inesgotável vitalidade intrínseca à semente do Evangelho, e que não necessitava de uma nova intervenção do divino Semeador. 

Mas, ainda que não perecesse de todo a sementeira do reino de Deus, chegaria ela jamais a abranger o mundo todo? E quantos séculos não levaria essa expansão mundial?...

Resolveu o Mestre responder a essa interrogação tácita dos seus ouvintes, propondo a parábola do grão de mostarda. 

Se as três comparações tinham por cenário o campo amanhado pelo homem, esta, como também a seguinte, tem por teatro a horta e a casa, domínios da atividade feminina. 

Disse, pois, Jesus: 

- Com que coisa diremos se parece o reino dos céus? Ou sob que parábola o representaremos?

Depois de assim aguçar a atenção do auditório, lança um olhar sobre a cerca da horta vizinha e vê um pé de mostarda. E logo, numa inspiração súbita, prossegue:

- O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda que alguém tomou e semeou na sua horta. Quando semeado na terra, é ele o mais pequenino de quantos grãos de semente existem; mas, depois de crescido, faz-se maior que todas as hortaliças, chegando a ser árvore, e criando ramos grandes que as aves do céu vêm pousar à sua sombra. 

Corria entre os hebreus o provérbio popular: Tão pequeno como um grão de mostarda. Jesus se adapta a este modo de falar, ainda que haja sementes mais pequenas que a mostarda. Entre as hortaliças de que trata a parábola, dificilmente se encontrará semente tão minúscula e que produza arbusto tão grande, que até merece o nome de árvore; pois, às margens do Jordão, a mostarda atinge três a quatro metros de altura, e até hoje os árabes falam em árvore de mostarda. 

Mas somente em altura senão também em expansão e rapidez de crescimento leva de vencida a maior parte da suas congêneres; estende os seus frondosos ramos para todos os lados, convidando a passarinhada a descansar à sua sombra, beliscar as vagens e suspender os seus ninhos por entre verdes folhagem. 

Assim, diz o Mestre, há de acontecer com o meu reino. Ainda que é ele um grãozinho de mostarda; um punhado de homens, e nada mais. Mas a virtude que a semente evangélica encerra é grande, e o terreno em que foi semeada é de uma extraordinária fertilidade. Por isso, há de em breve expandir os seus ramos, muito além das balizas desta pequena horta doméstica da Palestina, e abranger todos os países do mundo, convidando milhares e milhares de almas a descansar à sombra de suas frondes, comer dos seus frutos e aninhar-se por entre a viridente folhagem."

(Huberto Rohden - Jesus Nazareno - Ed. Martin Claret, 2007 - p. 141/142)


quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

VISÃO CÁRMICA

"Como é que chegamos a viver como seres humanos? Todos os seres que têm carma semelhante terão uma visão comum do mundo em torno deles, e esse conjunto de percepções que partilham é chamado de 'visão cármica'. Essa estreita correspondência entre o nosso carma e o tipo de reino em que nos encontramos também explica como diferentes formas surgem: você e eu, por exemplo, somos seres humanos devido ao carma básico comum que partilhamos.

Mas mesmo dentro do reino humano todos nós temos nosso carma individual. Nascemos em países, cidades e família diferentes; cada um de nós tem diferente criação, educação, influências e crenças, e todos esses condicionamentos incluem aquele carma. Cada um de nós é uma complexa somatória de hábitos e ações passadas, e assim não podemos ver as coisas senão da nossa maneira pessoal, única. Os seres humanos são muito parecidos, mas percebem as coisas de modo completamente diferente, e cada um de nós vive em seu próprio mundo individual, único e separado. Como disse Kalu Rinpoche: 
Se cem pessoas dormem e sonham, cada uma delas experimentará um mundo diferente em seu sonho. Pode-se dizer que os sonhos de todos são verdadeiros; não teria sentido afirmar que apenas o sonho de uma pessoa é o mundo verdadeiro e todos os demais são falsos. Há verdade em cada um que percebe, de acordo com os padrões cármicos que condicionam suas percepções.²"
² Kalu Rinpoche, Essence of the Dharma (Delhi, Índia: Tibet House), 206.

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 153/154

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

O CAMINHO DA VONTADE (PARTE FINAL)

"(...) O homem da vontade treinou-se em muitas vidas de guerra sobre a terra, mas agora as batalhas são em outro campo e aprende a conquistar outros mundos. Ele é como um Alexandre, nunca satisfeito, mas sempre ansiando por estender as fronteiras de seu reino, não externamente, mas internamente, onde os domínios infinitos do mundo espiritual chamam com voz irresistível o aventureiro e explorador em sua alma. Não procura mais fincar a bandeira de uma só nação sobre as cidadelas que vai conquistar, ou nas terras ignotas que vai descobrir; a bandeira que ele desfralda é gravada com uma só palavra. Esta palavra é VONTADE, e significa o poder do Rei que o mandou e a quem serve. Sob esta bandeira ele luta, explora e procura grandes aventuras. Ele subjuga o mundo do mal, ele o preenche com romance, e abre caminhos por terras desconhecidas, para que os mais fracos possam passar. Onde quer que esteja, comanda; onde quer que vá, lidera; onde quer que lute, conquista, pois dentro de si reside um poder que não é seu, mas do qual é cada vez mais uma perfeita encarnação. No coração do conflito, na exaustão a que tantos labores reduzem seu corpo e mente, aquele poder o reergue, até que os homens o reconheçam invencível. Para aquela vontade ele é, porém, apenas um instrumento, obediente como seu corpo o é em relação à sua mente. 

Sua hora usualmente chega quando depõe suas armas, quando seus camaradas e seguidores de muitas vidas de façanhas e gloriosas conquistas aprendem a não reconhecê-lo mais como seu capitão e líder de um exército guerreiro; pois ele será chamado pela paz, e muitas recompensas o aguardam naquela Cidade onde o Rei, a quem serviu durante séculos, o coroará com a coroa de seu próprio reinado, e lhe transmitirá o comando absoluto sobre as terras e povos que fez seus. Então ele poderá vir a seu povo como sábio conselheiro, como pai, como um embaixador de seu Rei; todas as almas que o amaram e seguiram através de muitas guerras, em muitas vidas, o terão agora como salvador e rei; eles também o servirão, assim como ele tem servido ao Rei; e ele as conduzirá ao longo daquela estrada que ele passou, até que eles também sejam coroados, e na coroação conheçam o esplendor e o poder da vontade única e irresistível. 

Assim o homem da vontade cumpre seu destino. Ela se torna um rei no poder do Rei único, um embaixador daquele Um que ele agora conhece em si mesmo. Vontade é o poder que ele derrama, vontade é a bênção que distribui, pois agora ele acende dentro das almas de todos os seus súditos a chama da mesma vontade irresistível da qual ele é uma parte. Com seu toque, os homens sentem sua chama arder em si mesmos; assim ele lhes concede a primeira visão da divindade dentro de si mesmos, a primeira visão do esplendor que é sua missão revelar. Ele atiça estas centelhas até que se tornem labaredas, até que todas as pessoas de seu reino incandesçam com o mesmo fogo que o despertou ao longo da estrada; eles aprendem a incinerar todos os obstáculos pela ígnea intensidade de sua vontade, até que um dia, por sua vez, e aos milhões, aprendam a governar e derramar sobre o mundo a bênção daquela Onipotência cujos sacerdotes ter-se-ão tornado. 

Assim, ao longo das eras, o fogo da Vontade vai passando, da poderosa Chama que ilumina o universo, através dos fogos vivos que os homens chamam de sóis, que dão vida, luz e poder a sistema após sistema, através do grande Doador de Vida de cada planeta, seu senhor e governante absoluto, através dos reis espirituais que O servem, os poderosos Senhores da Vontade, seus regentes e agentes, e através deles a seus seguidores, o povo do mundo, e mais adiante ainda, aos animais e formas de vida inferiores. 

Erguei-vos então, homens da Vontade; deixai de ser renegados; voltai aos postos que tendes abandonado e ao serviço daquela estupenda hierarquia de reis, no conhecimento certo de que um dia vós mesmos obtereis o poder de comandar a vasta armada que é vós próprios; até aquele dia em que sejais, vós mesmos, coroados monarcas de algum mundo futuro e sejais chamados de Sol, aquele dia em que tomareis assento entre os rodopiantes sistemas estelares como regentes e governadores de um inteiro Universo." 

(Geoffrey Hodson - Sede Perfeitos - Canadian Theosophical Association



segunda-feira, 13 de novembro de 2017

O SÁBIO NÃO DESEJA O SUPÉRFLUO

"Cultura genuína é orientar-se
Por Tao.
Nada tanto me apavora
Como a lufa-Iufa dispersiva.
Rumo a Tao conduz diretamente
Somente o caminho interior.
Os homens, porém, ziguezagueiam
Para cá e para lá.
Puro egoísmo é
Quando os soberanos vivem
Em suntuosos palácios,
Enquanto os campos jazem desertos,
E vazios estão os celeiros.
Puro egoísmo é
Ostentar roupagens luxuosas,
Enfeitar-se com jóias,
Ufanar-se de armas,
Empanturrar-se de iguarias,
Encher-se de bebidas inebriantes,
Acumular tesouros.
Latrocínio é tudo o que o homem faz
À custa dos outros.
Tudo isto contradiz
O espírito de Tao.

EXPLICAÇÃO: Dois terços da humanidade, diz um escritor, estão morrendo de fome – e um terço morre de indigestão. A humanidade ainda é dominada pelo 'poder das trevas', que leva alguns a folgar em riquezas supérfluas, e outros a gemer na miséria. Enquanto uns têm demais e outros têm de menos, não pode a terra ser o reino da felicidade.

Quem guarda em sua casa, escreve Mahatma Gandhi, objetos supérfluos que a outros fazem falta, esse é ladrão. O ego é insaciável em seus desejos; nunca diz 'basta'. O conforto leva ao 'confortismo', e, quando o 'confortismo' culmina em 'confortite', está o homem no princípio do fim.

Por isso recomendam os Mestres que o homem tenha o necessário, sem desejar o supérfluo."

(Lao-Tse - Tao Te King, O Livro Que Revela Deus - Tradução e Notas de Huberto Rohden - Fundação Alvorada para o Livro Educacional, Terceira Edição Ilustrada - p. 138/139)


sábado, 28 de maio de 2016

O PODER DO PENSAMENTO (PARTE FINAL)

"(...) No princípio, portanto, podemos dizer que os pensamentos são as expressões de entidades em manifestação, variando, em desenvolvimento, de deuses autoconscientes que usam sóis e estrelas como veículos àqueles ainda 'adormecidos' como centelhas divinas, no início, ou nos estágios iniciais de sua evolução. Nós mesmos podemos ser produto da energia mental de nosso deus interior.

Assim, como tudo é relativo, os pensamentos inspiradores que chegam até nós, aparentemente vindos de lugar algum, podem, na realidade, ser os de alguma grande entidade movendo-se no cosmo e através dele. Por outro lado, os maus pensamentos ocasionais, que podem assustar até mesmo as pessoas mais bondosas, poderiam ser elementais mentais de origem muito baixa, centelhas de vida não evoluídas, por assim dizer, que estão temporariamente migrando na esfera humana. A média dos pensamentos que ocupam boa parte de nossa atenção são, sem sombra de dúvida, as energias mentais bastante naturais para nós no presente, porque estão tendo suas principais experiências no reino humano.

Pensamentos são coisas, verdadeiramente, pois são seres elementais evoluindo assim como nós, e embora não possamos criticá-los, somos responsáveis pelo tipo de entidades mentais que atraímos e pela qualidade que lhe imprimimos. À medida que entram e saem de nossas mentes, essas entidades mentais são beneficiadas ou degradadas pelo contato conosco - e aí reside nossa responsabilidade, não apenas com nós mesmos, mas para com aquela legião de energias mentais cujo destino afetamos.

Por exemplo, suponhamos que um belo pensamento brilhe em nossa consciência, mas somos letárgicos demais ou egoístas demais para responder a ele; então, duas coisas podem resultar: retardamos em um grau a evolução daquele ser mental e também perdemos nós mesmos uma oportunidade de receber um impulso para adiante. Da mesma forma, quando um pensamento ruim - realmente um elemental num estágio de crescimento inferior - tenta-nos para praticarmos uma ação ignóbil, não precisamos ter medo, mas podemos simplesmente avaliá-lo pelo que é, e então sossegadamente mandá-lo seguir seu caminho."

(James A. Long - O poder do pensamento - Revista Sophia, Ano 12, nº 47 - p. 30/31)


segunda-feira, 18 de abril de 2016

LUZ VERDE NA ESTRADA

"(...) Negar os sofrimentos da vida, é mentira e falta de honestidade para consigo mesmo.

Fixar os olhos nesses sofrimentos é perigoso, porque gera amargo pessimismo e filosofia unilateral.

Conceber as sombras da vida, mas espraiar os olhos pelos horizontes além, arraiados de luzes, é admitir a verdade integral e encher a alma de forças suficientes para, no meio das trevas, crer na luz.

Entretanto, não te esqueças, meu amigo: essa lavorada salvadora não nasce em algum horizonte fora de ti, mas sim no horizonte dentro de ti - esse sol desponta no Grande Além de Dentro, nas divinas profundezas de tua própria alma.

É, pois, necessário que descubras esse reino de Deus dentro de ti, esse reino sempre presente a ti, mas do qual estás, muitas vezes, ausente.

Essa viagem rumo ao teu centro divino, naturalmente, é muito mais difícil do que todas as jornadas para as periferias externas - porque 'estreito é o caminho e apertada é a porta que conduz ao reino de Deus', dentro de ti. 

Entretanto, uma vez habituado a trilhar esse caminho estreito, verás que ele se alarga na esplêndida avenida - e, uma vez que entraste pela porta estreita da disciplina e assídua comunhão com Deus, verificarás que te achas num universo de infinita largueza e indescritível formosura ...

Vale, pois, a pena iniciares essa jornada e arriscares essa grande aventura - mesmo que seja no último quartel da tua existência terrestre ...

Vai e desenterra do campo do próprio Eu esse 'tesouro oculto'!

Decide-te e mergulha nas profundezas do teu ser em busca da 'pérola preciosa' da experiência divina, do encontro pessoal com Deus ..."

(Huberto Rohden - Imperativos da vida - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 1983 - p. 15/16)


terça-feira, 1 de março de 2016

A QUESTÃO DO SOFRIMENTO E DA DOR (PARTE FINAL)

"(...) O animal, cuja tendência inata o faz ter o homem (que, na escala da evolução, ocupa o lugar imediatamente superior a ele) na mesma conta em que temos hoje o nosso próprio 'deus', é marcado por profundo impacto, de insondável repercussão, ao ser assassinado por ele. No momento da matança, percebe que os aspectos exteriores de seu ser serão destruídos, SABE o que vai acontecer e, por já ter em seu estágio evolutivo desenvolvido suficientemente o corpo emocional, sofre. A questão da dor nunca começará a ser aclarada por nós se esse ponto básico e inicial não estiver, pelo menos como uma semente, em nossa consciência. 

O número de seres humanos encarnados hoje em dia que não estão mais ligados ao uso de carne em sua alimentação é maior do que podemos imaginar; entretanto, os eus superiores, já preparados para serem vegetarianos, frugívoros ou naturalistas vêm na maioria das vezes para ambientes terrestres ainda condicionados por hábitos alimentares retrógrados e por superstições arraigadas quanto ao modo correto de se manter o corpo. Por isso, muitos demoram a reconhecer a sua própria condição interior. 

A ingestão de produtos de origem animal - em especial de carne - produz inércia nas células físicas, impedindo que seu potencial ainda não revelado se manifeste plenamente. É um poderoso obstáculo ao trabalho evolutivo que o homem de hoje busca conscientemente levar adiante. A carne tem uma vibração característica de um estágio já ultrapassado por ele - o estado instintivo - e, quando usada em sua alimentação, o mantém em um ponto não mais condizente com os novos passos que está para dar: o domínio da intuição, o exercício da telepatia superior e a experiência da consciência supramental, passos que podem ser assim prejudicados e até mesmo adiados. Enquanto não se substituir a antiga forma de os homens contatarem os animais, a vibração instintiva ficará circulando nos corpos de suas personalidades por muito mais tempo do que seria necessário, ocupando espaço e impedindo que a luz da intuição e outras luzes, de etapas ainda mais avançadas, possam nelas se instalar. 

Um relacionamento verdadeiro e atual precisa ser desenvolvido entre nós e os animais, relacionamento no qual os últimos serão beneficiados com os nossos serviços e com a nossa gratidão pelo papel que tiveram no desenvolvimento da humanidade. Sabe-se que, para um reino da natureza ter uma evolução especial e rápida, como aconteceu com o humano até que atingisse o estágio mental-intuicional, é necessário que algum outro reino, no mesmo sistema solar, renuncie a certos passos importantes, havendo assim um equilíbrio. Isso foi o que se deu entre o reino humano e o animal. Para que o primeiro pudesse ter acelerado de modo excepcional o seu processo evolutivo, o reino animal permaneceu em ritmo bem mais lento do que lhe teria sido possível. A distância entre a consciência de um animal de médio desenvolvimento e a de um homem não seria tão grande se o reino animal, como grupo, não tivesse aceitado essa condição, dando-nos, assim, passagem para os caminho superiores pelos quais enveredamos."

(Trigueirinho - Caminhos para a cura interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1995 - p. 77/78


terça-feira, 24 de novembro de 2015

O JUGO DE CRISTO

"Jesus, o grande Mestre de Yoga, uma vez exortou os discípulos para que aceitassem seu santo 'jugo', como condição de se libertarem de suas cargas e fadigas existenciais.
Vinde a Mim todos os fatigados e sobrecarregados, e Eu vos repousarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim... porque meu jugo é benéfico e meu fardo é leve. (Mt 11:29)
Noutra oportunidade, conforme ouso inferir, indiretamente enfatizou mais uma vez a necessidade do santo 'jugo' ou samadhi, ao demonstrar a vulnerabilidade de qualquer sistema, quando dominado por viadhi, isto é, por conflitos internos:
Se um reino se dividir contra si mesmo, esse reino não pode subsistir. Se uma casa se dividir contra si mesma, essa casa não pode permanecer. (Mt 12:25)
O reino ou a casa representa cada um de nós, 'normalmente' fragmentados por dentro, portanto desprotegidos contra e entropia ou viadhi.

Como pode ser visto, o jugo do Cristo, benfazejo e suave, tem o mágico poder de aliviar a carga e a fadiga de cada ser humano, consequentemente da sociedade que constituímos.

Tudo que integre o homem em si mesmo, tudo que unifica os homens entre si, tudo que re-ligue o homem a Deus pode ser chamado Yoga, o jugo do Senhor."

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1996 - p. 30/31)


segunda-feira, 2 de novembro de 2015

NASCER DA ÁGUA

"'Aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.'

"Nascer da água' é usualmente interpretado como uma prescrição do ritual exterior do batismo pela água - um renascimento simbólico -, visando tornar-nos qualificados para o reino de Deus após a morte. Mas Jesus não se referia a um renascimento envolvendo água. 'Água', aqui, significa protoplasma; o corpo humano, em sua maior parte, é constituído de água e inicia sua existência terrena no fluido amniótico, no ventre de sua mãe. Embora a alma tenha de passar pelo processo natural de nascimento que Deus estabeleceu por meio de Suas leis biológicas, o nascimento físico não é suficiente para que o homem se torne apto para ver ou entrar no reino de Deus. 

A consciência comum está presa ao corpo; e, através dos dois olhos físicos, o homem é capaz de observar apenas o diminuto teatro deste Terra e o céu estrelado que a circunda. Pelas pequenas janelas exteriores dos cinco sentidos, as almas restritas ao corpo nada percebem das maravilhas que estão além da matéria limitada. 

Em um avião, voando a grandes altitudes, não se percebem fronteiras, mas somente a vastidão do espaço e os céus ilimitados. Porém, na reclusão de um quarto, entre paredes sem janelas, perde-se a visão da imensidade. De modo parecido, quando a alma humana é enviada do Espírito infinito para um corpo mortal circunscrito pelos sentidos, suas experiências externas permanecem confinadas às limitações da matéria. Assim, Jesus aludiu ao fato, também expresso pelos cientistas modernos, de que podemos ver e conhecer apenas o que os instrumentos limitados dos sentidos e da razão nos permitem.

Assim como os detalhes das estrelas distantes não podem ser vistos com um telescópio de cinco centímetros, da mesma forma Jesus dizia que o homem não pode ver ou conhecer algo do reino celestial de Deus com o poder limitado da mente e dos sentidos. Entretanto, um telescópio de cinco metros capacita o homem a sondar as imensas regiões do espaço povoado de estrelas; e, semelhantemente, desenvolvendo a percepção intuitiva por meio da meditação, ele pode contemplar e entrar no reino astro e causal de Deus: berço de pensamentos, estrelas e almas.

Jesus enfatiza que, depois que a alma encarna - nasce da água ou protoplasma -, o homem deve transcender as imposições mortais do corpo por meio do autoaperfeiçoamento. Com o despertar do 'sexto sentido', a intuição, e com a abertura do olho espiritual, sua consciência iluminada pode entrar no reino de Deus. Nesse segundo nascimento, o corpo permanece o mesmo; mas a consciência da alma, em vez de estar presa ao plano material, encontra-se livre para passear no ilimitado império do Espírito, eternamento jubiloso."

(Paramahansa Yogananda - A Yoga de Jesus - Self-Realization Fellowship - p. 51/52)


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

PURIFICAÇÃO DO CORPO ASTRAL¹ (PARTE FINAL)

E o que são esses elementais que interagem conosco dificultando o nosso trabalho de purificação dos nossos corpos físico, astral e mental? Por que muitas vezes reagimos de determinada forma a algo com ira, inveja, palavras ásperas e até agressões físicas, se já sabemos que essas atitudes não são as corretas?

Antonio Geraldo Buck, no Manual Básico de Teosofia, nos informa: “É de fundamental importância o entendimento sobre o funcionamento dos reinos elementais da natureza, porque eles estão no homem, fazendo parte da sua constituição mental e astral. Ora, tais reinos estão numa evolução descendente e, portanto, necessitam de vibrações mais grosseiras para se densificarem (...)”.

Os elementais não são nem bons e nem maus, simplesmente provenientes do Segundo Aspectos do Logos. Esse fluxo de vida ao adentrar no plano mental Superior após construir formas, passa a habitá-las. Esse é chamado de primeiro Reino Elemental, o qual com a finalidade de alcançar o reino mineral, passa a densificar-se, uma vez que está numa evolução descendente. Continuando nesse processo de involução, a essência elemental ao chegar no plano mental inferior é denominada de Segundo Reino Elemental e ao “descer” um pouco mais, habitando o plano Astral é conhecida como Terceiro Reino Elemental, ou elemental do desejo.

Se pararmos para refletir que esses elementais estão sendo impulsionados para uma densificação no arco descendente e nós estamos buscando purificação de nossos corpos através do arco ascendente, concluiremos que enquanto não despertamos para a necessidade de nos tornarmos melhores, vamos não só interagindo com esses elementais do desejo, mas também alimentando-os e nesse processo simbiótico é que vai sendo gerado uma ligação a qual perdura mesmo após o desencarne. Segundo C. W. Leadbeater em A Vida Interna, no momento do desencarne o elemental do desejo sabe que com o fim do corpo físico seguir-se-á também a morte do corpo astral e o fim das suas sensações densas, por isso ele procura preservar o corpo astral, dispondo-o em camadas, as mais densas e grosseiras na parte externa. Isso, fará com que a pessoa só perceba o subplano correspondente à camada mais externa, impedindo de transitar por todos os subplanos do astral como o fazemos enquanto encarnados. É uma prisão até que termine a vida astral. Esse processo pode ser evitado quando através da purificação do corpo astral controlamos o elemental do desejo não só enquanto encarnados, mas após a morte. 
   
No processo de evolução ao buscarmos responder às sensações menos densas, mais sutis, temos que ir cortando os vínculos formados com esses elementais. E é aí que começa o conflito interior, a luta entre o bem e o mal dentro de nós mesmos. (Jinarajadasa, Fundamentos de Teosofia)

Esse conflito humano impulsionado pelos elementais de um lado e pelo Ego do outro, é muito bem mencionado pelo apóstolo Paulo, em Romanos VII-19 a 23: Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e, sim, o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros.

Tendo conhecimento desse lado oculto da nossa constituição, só nos resta arregaçarmos as mangas e partirmos para um trabalho interior, onde fortificados pela auto-observação, meditação e estudo, conscientizemo-nos de que somos seres espirituais em busca da autorrealização.

¹  Comentários sobre o parágrafo 8º de Aos Pés do Mestre, de J. Krishnamurti, Ed. Teosófica, p.23/24

Tirza Fanini


segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

A CONQUISTA DO EGO

"Assim como somos, sem rumo, o nosso interesse egocêntrico não se harmoniza com o interesse de nosso eu mais profundo. Nós não buscamos primeiro o reino interno e somente depois o externo; ao contrário da verdadeira ordem, nós primeiro nos esforçamos pelo domínio do mundo. Se necessário, nós até mesmo negamos e sacrificamos o superior pelo inferior. Mas, ‘o que aproveitará o homem, se ganhar o mundo inteiro mas arruinar a sua vida?’¹ É o falso eu, o ego, que está obsecado com a conquista do mundo. É este ego que devemos sobrepujar a fim de ‘nascer de novo... do Espírito’.² A conquista do ego é na verdade a vitória sobre o mundo psíquico abstrato, construído por nós mesmos, o qual habitamos e nos mantém sobrecarregados e pesados. Aquele que sobrepujou o mundo é do alto e não deste mundo; uma tal pessoa vivendo no mundo não é impelida por desejos mundanos ou ambições. Ela faz o que lhe é exigido pelo alto, não para sua satisfação ou glória pessoal.

Os traços distintivos do egoísmo são o eu, separado do resto do Universo, e o meu. Estes são o seu próprio âmago e substância, e é através destes que um homem ‘prende-se a seu eu como um pássaro em uma armadilha’.³  Estes são os núcleos ao redor dos quais tudo no mundo revolve. Um homem do mundo diz: eu faço isto, eu tenho aquilo; ele é autocentrado mesmo quando faz boas obras no serviço a outros. Enquanto qualquer atividade – orar, meditar, dar esmolas – for controlada por nosso eu, ela será uma atividade egoísta."

¹ Mateus 16:26
² João 3:7-8
³ Maitri Upanishad 3:2

(Ravi Ravindra - Sussurros da Outra Margem - Ed. Teosófica, Brasília - p.33/34)


segunda-feira, 10 de novembro de 2014

SEM AUTOANÁLISE O HOMEM VIVE COMO UM ROBÔ

"Milhões de pessoas nunca analisam a si próprias. Mentalmente, são produtos mecânicos da fábrica do ambiente em que vivem, preocupadas com o café da manhã, almoço e jantar, trabalhando, dormindo, indo daqui para ali para se divertirem. Elas não sabem o que, nem por que estão procurando, e tampouco compreendem por que jamais encontram felicidade perfeita ou satisfação duradoura. Esquivando-se da autoanálise, permanecem como robôs, condicionadas pelo seu meio. A verdadeira autoanálise é a melhor arte do progresso.

Todos deveriam aprender a se analisar imparcialmente. Anote diariamente seus pensamentos e aspirações. Descubra o que você é - não o que imagina ser! - porque quer fazer de você aquilo que deveria ser. A maioria das pessoas não muda porque não vê seus próprios erros.

Cada um é produto da hereditariedade e do ambiente. Se você nascer nos Estados Unidos, apresentará características americanas inconfundíveis. Se nascer na China ou na Inglaterra, provavelmente refletirá as influências dessas nacionalidades. Seu ambiente é o resultado de sua verdadeira hereditariedade - traços e desejos adquiridos em vidas passadas. Essa herança de encarnações anteriores levou-o a nascer exatamente na família e no ambiente em que agora se encontra.

Quando lemos sobre famílias de pessoas importantes, notamos frequentemente que os filhos de grandes homens não são, necessariamente, da mesma fibra mental que os pais. Esta falha na hereditariedade biológica do homem suscita uma grande dúvida em nossa mente: por que não encontramos, na vida humana, os mesmos resultados que observamos nos reinos vegetal e animal, onde bons ancestrais costumam produzir bons descendentes? Temos de investigar a vida interior do homem para obter a resposta." 

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 73/74)

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A ETERNA BUSCA DO HOMEM

"As flores lá fora são muito lindas, mas por trás delas existe um jardim ainda mais belo. Embora muito sutil e difícil de discernir a princípio, você o descobrirá, se entrar no reino interior pela porta do olho espiritual. Eu vivo nesse jardim - uma região de raras qualidades e ternos pensamentos, mais doces e perfumados que qualquer flor. Ali, a abelha de minha mente bebe continuamente o mel da presença de Deus.

Quando interiorizamos nossa concentração e vivemos cada vez mais na região invisível que há dentro de nós, descobrimos que as faculdades da alma assumem formas especiais: cada materialização é uma janela pela qual percebemos a indescritível doçura do Senhor. Não pense que a busca de Deus consiste só em meditação. Se sua percepção interna for suficientemente profunda, todas as boas qualidades que você expressar em pensamento e ação produzirão o néctar oculto da presença de Deus.

Quando passamos pela porta do olho espiritual, vemos dentro de nós a fábrica da Energia Vital inteligente que criou o universo inteiro. Como não nos interiorizamos, ficamos mistificados pelas impressões do Espírito invisível deixadas na natureza. Contemplamos as produções do Senhor; Seu nome está escrito na flor, no firmamneto, em tudo - mas Ele é silencioso. Como seres humanos, somos muito privilegiados, pois de todas as criaturas de Deus só o homem tem os predicados físicos, mentais e espirituais necessários para buscá-Lo, encontrá-Lo, conhecê-Lo e compreender Sua linguagem de silêncio."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 380)

sábado, 26 de julho de 2014

AMAR, VERBO INTRANSITIVO (PARTE FINAL)

"(...) Amar, como condição básica para a jornada da alma, é um verbo que encerra em si o sentido completo de sua escolha. Se declaro: 'Amo!', apenas amo. Não é uma declaração fácil, ou simples, mas a partir dessa escolha não há fronteiras, pois quem ama, simplesmente ama, longe de qualquer separatividade, com total abandono do eu.

Amar assim é fazê-lo com inteireza de alma. Não estou falando de amor. Falo de amar como força geradora de tudo aquilo que se manifesta nos mundos aparente e invisível. Tudo o que existe é projeção do profundo amar de Deus.

A Cabala nos ensina que Deus - amando profundamente sua criação antes mesmo que ela existisse - primeiro a abençoou, depois escreveu todas as coisas no Livro da Vida, as quais, em continuação, foram formadas. Somos reflexos do amar divino.

Fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Se compreendemos que ele é puro amar, nos conscientizamos de que nosso destino também é amar. Ansiamos profundamente nos fundir com Deus no amar. Simplesmente amar como o pulso que sustenta toda a criação, nos tornando cocriadores do reino de Deus na Terra.

Amar intransitivamente. Esse é o porto de chegada de nossa jornada da alma."

(Carla Maiolino - Amar, Verbo Intransitivo - Revista Sophia, Ano 11, nº 44 - p. 24)

quinta-feira, 10 de julho de 2014

ENCONTRE A VERDADE EM SEU INTERIOR

"Nada é 'oculto' àquele que investiga seu interior encontrando no mais recôndito de sua alma, respostas para os mais intrigantes mistérios. Nenhum santo em nenhuma época ou religião encontrou qualquer verdade senão dentro de Si mesmo (Self ou Atman). Deus ou Espírito não está fora do homem. Os grandes santos, tais como Krishna, Shankara, Jesus ou Budha, afirmaram a existência do Reino de Deus dentro do homem.

Tais homens, renunciantes do mundo, do luxo ou da luxúria, da ganância e de tudo o que diz respeito às relatividades e subjetividades da vida mundana, vivem em plena comunhão com a Divindade. Sentem-se na concavidade de suas almas preenchendo-os como o vinho preenche o cálice até a borda. Cada vórtice de energia (chackra), como os sete candelabros de ouro em plena força, brilham como sóis de vida e força em sua potência. Caminham com o Espirito, percebendo-O em Sua graça e majestade. (...)

'Ébrios' de Deus, do mais doce néctar, vivem absortos n'Ele. Não há maior ventura que essa. Nem mesmo toda a riqueza do mundo, nem toda a fama, nem todo o bem mundano poderia equiparar-se a ser um 'Rei' no trono da suprema liberdade interior, um príncipe, ou príncipes da eternidade, filhos do Patrono do Universo. Tendo como teto as estrelas do céu, como alimento a energia vital oferecida profusamente das mãos do Dador da vida, não têm necessidade de nada, a não ser de Deus, Deus, Deus.

Tais homens-deuses, super-homens, 'riem-se' do mundo, porque não são eles os renunciantes. Os grandes renunciantes somo nós. (...) Nós renunciamos ao maior dos tesouros, a maior das felicidades: Deus. Porque não O conhecemos, não conhecemos a nós mesmos. O que sabemos a respeito do mundo e, de nós mesmos, é mera especulação e, frivolidades, relatividades, dualismos. A única realidade, a única permanente em todo o Cosmos é Ele, nada mais." (...)

(Alexandre Campelo - O Encantador de Pessoas - Chiado Editora - p. 312/314)

domingo, 29 de junho de 2014

OS CICLOS DO UNIVERSO FÍSICO

"Segundo a ciência ocidental, o Universo se expandiu a partir de um centro infinitamente concentrado de energia, dando origem ao que chamaram de 'Big Bang'. Tal ideia não está distante daquilo que os rishis nos ensinaram. Mas à medida que este Universo físico se expande, um dia, iniciará o processo inverso, caindo novamente no grande vazio ou na grande concentração de massa. Após nova idade de Brahma (314 trilhões de anos), ele retorna do Absoluto em ciclos intermináveis de nascimento, morte e renascimento.

- Tudo isso é semelhante ao que ocorre no coração, suas sístoles e diástoles.

Mas o que nos parece deprimente, é, em realidade, uma grande diversão do Espírito. Lembrem-se de que os tais nascimento, mortes e renascimentos de Brahma (o próprio Universo) que duram tantos trilhões de anos terrestres, constituem as bolhas de sabão lançadas no ar pela criança divina. Na verdade, não há morte, nem nascimento, e nem renascimento, pois tudo é parte de Seu grande sonho das idades.

- Os Universos são paradoxalmente reais e oníricos. Para aqueles que despertaram no Espírito, tudo é um sonho de Deus. Eles observam tais ciclos do lado de fora. Já não estão presos à dança de vida e morte, pois são vencedores. Para nós que ainda estamos do lado de cá, tudo parece muito real e desanimador, mas para eles, nossos irmãos mais velhos, tudo é apenas uma questão de 'despertar'.

- E eles nos dizem: 'Despertem! Despertem dessa ilusão do tempo e do espaço. Venham conosco desfrutar da eternidade onde as relatividades do mundo se dissolveram na alegria interminável do Espírito. Enquanto dormem, Shiva dança Suas danças de vida e morte, mas se despertarem, verão que tudo não passou de um sonho, um pesadelo, e que a realidade e os prazeres em Deus são imensamente maiores que no limitado reino da matéria'."

(Alexandre Campelo - O Encantador de Pessoas - Chiado Editora, 2012 - p. 137)


domingo, 18 de maio de 2014

O REINO DA ALEGRIA ESTÁ EM TI (PARTE FINAL)

"(...) 4. A vida é feita de alegrias e de sofrimentos, como o ano é feito de inverno e de primavera, como a terra produz árvores frutíferas e plantas daninhas. Nenhum ser vivo, desde o vermículo ao homem, escapa a seu quinhão de sofrimentos. Compreendendo-o, tiramos às derrotas o poder de nos desanimar e sabemos que há sempre novas vitórias à nossa espera.
5. Vive na expectativa do bem, e o bem virá a ti. Vive na expectativa da desgraça, e a desgraça
virá a ti. Por seus pensamentos predominantes, o homem é o arquiteto de seu destino. Sêneca disse há séculos: ‘O homem é o que pensa.
6. A felicidade é feita, numa grande proporção,de serenidade. E a serenidade nasce da compreensão, da tolerância, da maturidade, da aceitação do que não podemos mudar, da nossa capacidade de resolver os problemas e de harmonizar-nos com os outros e com o universo.
7. Cultiva a elevação da alma. Muitas mágoas nossas resultam de nossa própria pequenez quando odiamos, invejamos, cobiçamos. A ciência moderna confirma a velha sabedoria da Índia: Sê altruísta, tem amigos, ama os outros, e quem aproveitará será mais tu do que os outros. 

Essas verdades foram enunciadas milênios atrás e repetidas por centenas de filósofos dos tempos. E ninguém as renega. falta quem as ponha em prática.”

(Mansour Challita - Revista Thot, nº 24, 1981 - p. 27)


sábado, 17 de maio de 2014

O REINO DA ALEGRIA ESTÁ EM TI (2ª PARTE)

"(...) Será possível definir as condições da felicidade e conquistá-la pouco a pouco? Definições das mais penetrantes continuam a ser dadas pelos pensadores desde o tempo de Confúcio. Mas os homens realmente racionais para aproveitá-las têm sido sempre raros. A maioria dos homens, não tendo encontrado à felicidade onde a procuravam, não se dão conta de que erraram o caminho e passam a acusar o destino, como se a felicidade dependesse simplesmente da sorte e como se a encontrássemos por acaso, sem mérito pessoal, como encontramos um trevo de quatro folhas.

Um sábio oriental comparou a felicidade a um templo sustentado por sete pilares. O templo está dentro de nós, e os pilares são hábitos de pensar e sentir que podemos adquirir.

São eles que criam esse clima habitual de felicidade que faz a diferença entre um homem e outro.

Eis como o sábio os definiu:

1.  Conhece-te e aceita-te tal como és, procurando tirar o máximo dos dons que a natureza depositou em ti. Se nasceste um musgo, não estragues tua vida procurando ser um cedro. Mas sê o melhor musgo que se possa encontrar.
2. Determina um objetivo para tua existência e põe tuas energias a serviço desses objetivos. ‘A maioria dos meus pacientes não padecem de doença alguma, afirma o Dr. Hehmann, mas são vítimas do vazio e da indefinição de suas vidas.’
3. Não te deixe atormentar por receios hipotéticos. Goza plenamente a hora presente e confia no futuro. Muitos homens vivem temendo desgraças que nunca materializam: acidentes, pobreza, insucessos, doenças, agressões, ou deixam o medo da morte entristecer-lhes os dias (para descobrir, no momento da morte, que ela é tão natural quanto a vida). (...)"

(Mansour Challita - Revista Thot - nº 24, 1981 - p. 27)


domingo, 11 de maio de 2014

CONHECENDO O VEGETARIANISMO (PARTE FINAL)

"(...) O vegetarianismo se apresenta em vários estilos que alicerçam a prática de acordo com a necessidade de cada indivíduo ou com o grau de sua consciência.

O ovo-lacto-vegetarianismo utiliza ovos, leite e derivados em sua dieta, excluindo todos os tipos de carne. O lacto-vegetarianismo utiliza leite e derivados, excluindo os ovos e todos os tipos de carnes.

O veganismo é o mais recente estilo da tradição vegetariana que está sustentada em uma visão ampla de proteção e defesa do reino animal. Evita todo alimento que venha de fonte animal, como mel, ovos, leite e derivados ou qualquer tipos de carnes, como também exclui inclusive todos os produtos que tenham sido testados em animais, como shampoos, cremes, materiais de limpeza ou objetos de subprodutos do couro como sapatos, cintos, bolsas e roupas de couro, lã e seda.

Dentro desta classificação, observamos que há um movimento crescente em direção à uma consciência mais plena e sutil, já que o propósito único da vida é a evolução, e aquilo que comemos nos ajuda a fazer este retorno de volta à Vida Pulsante no qual cada um de nós é uma parte viva.

Aos restringirmos o vegetarianismo apenas a uma dieta, amputamos todo o seu lado mais profundo e para o qual esta prática existe: que é o respeito irrestrito pelos seres vivos em todas as suas formas. (...)

O vegetarianismo é um caminho de vida, um estilo de se viver que busca respeitar tudo e todos no mais amplo sentido do termo. É compreender que nenhum animal está disponível ao sofrimento, que a terra e toda natureza têm seus limites de equilíbrio e que a vida é sagrada. Ser vegetariano é antes de tudo uma atitude interna de reverência para com toda a vida, para com a natureza e para com o divino. É viver uma vida que possa ser inserida na verdade, no respeito, na igualdade de direitos evolutivos.

Ser vegetariano requer que renunciemos a certas atitudes que provocam sofrimento e dor e que podemos realizar escolhas conscientes para mudar a vida, elevar a consciência e proteger a terra e os filhos da terra."

(Maria Laura Garcia Packer - Viver Vegetariano - Nova Letra Gráfica & Editora, Blumenaus/SC, 2010 - p. 14)