OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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terça-feira, 12 de março de 2024

A CANÇÃO DA VIDA

"'Escute a canção da vida. Escute-a em seu próprio coração. Inicialmente você pode dizer: ela não está lá: quando eu busco, encontro apenas discórdia. Olhe mais profundamente. Pare... e olhe mais profundamente ainda. A própria vida nunca está silenciosa. E o que ela emite não é, como se pode supor, um grito - é uma canção'. (Do livro 'Luz no Caminho' - Mabel Collins)

Ouvir a canção da vida é ouvir o próprio coração. Cada um de nós é uma nota musical, que faz parte da grande sinfonia universal. Afinados com a vida!

O bater de asas de uma borboleta e o pulsar de uma estrela - tudo exerce alguma influência no mundo. Nós, eu e você, por exemplo, estamos nesse momento irradiando alguma vibração para o planeta. Vamos cuidar para que essa energia seja pacífica e benéfica para todos. 

Cada coisa, cada ser na Natureza nasce com uma função: ser aquilo que é. 

Uma árvore, por exemplo, nasce para ser árvore. Ela não quer ser outra coisa, Para que nascemos? Precisamos aprender. Vamos!

Por que faço canções? Faço canções porque eu não posso tocar em Deus. Mas minhas canções podem! (Do poeta indiano Rabrindranath Tagore)

Luz e alegria para todos os seres.

Com a benção profunda e doce do Menino Jesus!!!"

Fernando Mansur, Escrita Divina, Edição do Autor, 2017, p. 69.
Imagem: Pinterest. 



sábado, 2 de dezembro de 2017

A SABEDORIA DA AUSÊNCIA DO EGO (1ª PARTE)

"Às vezes imagino o que sentiria o habitante de um vilarejo tibetano se, de repente, você o trouxesse para uma cidade moderna com toda sua sofisticada tecnologia. Ele talvez pensasse que havia morrido e que se encontrava agora no estado de bardo. Incrédulo, olharia boquiaberto para os aviões voando no céu acima dele, ou para alguém falando ao telefone com uma pessoa do outro lado do mundo. Pensaria estar testemunhando milagres. E no entanto tudo isso parece normal a alguém morando no Ocidente, no mundo moderno, tendo sido educado à maneira ocidental, que fornece as explicações científicas sobre essas coisas, passo a passo.

Do mesmo modo, no budismo tibetano há uma educação espiritual básica, normal e elementar, um treinamento espiritual completo para o bardo natural desta vida que dá a você o vocabulário essencial, o ABC da mente. A base desse treinamento são as chamadas 'três ferramentas da sabedoria': a sabedoria de ouvir e escutar, a sabedoria da contemplação e da reflexão, e a sabedoria da meditação. Através delas somos levados a despertar para a nossa verdadeira natureza, a descobrir a incorporar a alegria e a liberdade daquilo que de fato somos, que podemos chamar de 'sabedoria da ausência do ego'.

Imagine uma pessoa que subitamente acorda num hospital depois de sofrer um acidente de carro na estrada, e percebe que está com amnésia total. Por fora, tudo está intacto: ela tem o mesmo rosto, a mesma forma, os sentidos e a mente estão lá, mas não tem a menor ideia ou o menor vestígio de memória de quem é. Exatamente do mesmo modo, não conseguimos nos lembrar da nossa verdadeira identidade, nossa natureza original. Freneticamente e na realidade apavorados, procuramos e improvisamos outra identidade, uma em que possamos nos agarrar com todo o desespero de alguém que vai cair num abismo. Essa identidade falsa e assumida em ignorância é o 'ego'.

Desse modo, o ego é a ausência do conhecimento verdadeiro de quem somos, juntamente com o seu resultado: um malfadado apego, mantido não importa a que preço, a uma imagem remendada e improvidada de nós mesmos, um eu inevitavelmente charlatanesco e camaleônico que está sempre mudando e que precisa mudar para manter viva a ficção da sua existência. Em tibetano, o ego é chamado dak dzin, que quer dizer 'agarrado a um eu'. O ego é assim definido como um movimento incessante de agarrar-se em uma noção ilusória de 'eu' e 'meu', de si mesmo e de outro, e em todos os conceitos, ideias, desejos e atividades que sustentam essa falsa construção. Esse agarrar-se é fútil desde o início e condenado à frustração, uma vez que não tem nenhuma base ou verdade, e aquilo a que nos agarramos é, por sua própria natureza, impossível de reter. O fato de que precisamos nos agarrar e continuar agarrados a alguma coisa mostra que nas profundezas do nosso ser sabemos que o eu não existe inerentemente. Desse conhecimento secreto e assustador nascem todas as nossas inseguranças fundamentais e o nosso medo. (...)" 

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 158/159


sábado, 2 de setembro de 2017

A RELIGIÃO DA BELEZA (PARTE FINAL)

"(...) A resposta à beleza transmuta a consciência. Quando vemos a luz do sol se derramando sobre as folhas ou sentimos a beleza do entardecer, algo se abre dentro de nós. Há um sentimento de alívio e deleite, pois a beleza nos libera, nos põe em contato com o eu, com a nossa natureza mais profunda, onde está o sujeito que não pode ser visto ou ouvido, mas que é todo percepção. A beleza é uma ponte entre o eu e a essência daquilo que vemos. A experiência da beleza nos transporta ao universal.

Tudo que é belo abre uma vereda para o sagrado e o santificado, porque é um fragmento manifestado das verdades divinas. Segundo Hugh l'Anson Fausset, 'pela visão espiritual daqueles que viram a beleza celestial, podemos descobrir a realidade à qual pertencemos e participar de seu mistério.'

Por isso, os Upanishades aconselham: aprenda a olhar, ouvir, penetrar em você mesmo e meditar, pois é assim que a consciência universal é conhecida. Krishnamurti também recomendou, com insistência, que as pessoas observassem e escutassem.

A verdade se mantém aberta a todas as formas de beleza. Beleza é ordem. Por isso há um sentimento de santidade na contemplação da ordem natural. Há uma beleza aterradora na progressão ordenada das estrelas e no crescimento de todas as coisas de acordo com sua natureza própria. Há uma grande beleza na ordem que não foi criada por nós. Isso cria uma sensação de confiança, de que tudo está bem; nos diz que existe justiça o tempo todo, porque a ordem celeste governa o universo."

(Radha Burnier - A religião da beleza - Revista Sophia, Ano 2, nº 7 - p. 5/6)


segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

O SEGREDO DOS RELACIONAMENTOS CORRETOS (1ª PARTE)

"As corretas relações são a culminância de correta intenção, correto pensamento e correta ação. Elas surgem quando vemos além das faltas, dos desejos e das imperfeições da personalidade, abrindo-nos para a luz da alma de um outro ser humano.

Mas antes de sermos capazes de desenvolver corretas relações com os outros, precisamos estabelecer corretas relações com nós mesmos. Precisamos buscar a totalidade de nossa natureza dual, masculina e feminina, intuitiva e intelectual, personalidade e alma, uma unidade uma reconciliação. Essa é a chave para o contentamento, a alegria e uma vida com vitalidade e energia. Esse retorno à totalidade, ou melhor, à compreensão de sua própria totalidade, é a chave para toda cura e crescimento interior.

Começamos com a audição - ouvir com correta intenção, ouvir com o coração. O ouvir nos traz para o momento. É o viver com atenção - a conexão última com o que é. Ouvir nossa própria orientação interior, a mensagem de nossa alma, nosso eu superior que nos fala por meio da intuição, mostrando como nos sentimos a respeito de algo quando, na quietude, nós nos voltarmos para o interior. Isso é pôr-se em contato com o que há de mais profundo em você e com os sentimentos sinceros sobre qualquer situação dada, sendo honesto a respeito do que você aí encontra. Será isso verdadeiramente o que é certo para mim? Ou será algo que quero que seja certo para mim? A honestidade requer coragem e um profundo comprometimento com o caminho da sua alma.

Com o aquietamento regular da mente e o mergulho no silêncio, conseguimos reconhecer pensamentos e sentimentos que surgem do desejo inferior, os quais enchem nosso ego e cuidam de 'mim' como sendo separado dos 'outros'. Esses pensamentos geralmente se situam ao nosso redor protegendo nossa posição como sendo a correta, ou afirmando uma crença que temos. (...)"

(Teresa McDermott - O Segredo dos relacionamentos corretos - Revista Sophia, Ano 10, nº 40 - p. 27)
www.revistasophia.com.br


segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

AS TRÊS FERRAMENTAS DA SABEDORIA (PARTE FINAL)

"(...) Quando tento ouvir verdadeiramente, sempre me inspiro no mestre Zen Suzuki-roshi, que disse: 'Se sua mente está vazia, está sempre pronta para qualquer coisa; está pronta para tudo. Na mente do principiante há muitas possibilidades, na do homem experiente há poucas'.⁵ A mente do principiante é uma mente aberta, uma mente vazia, uma mente pronta, e se ouvimos com ela, podemos de fato começar a ouvir. Porque se ouvirmos com uma mente silenciosa, tão livre quanto possível do clamor das ideias preconcebidas, criar-se-á uma possibilidade para que a verdade dos ensinamentos nos penetre, e para que o significado da vida e da morte se torne progressivo e surpreendentemente mais claro. Meu mestre Dilgo Khyentse Rinpoche disse: 'Quanto mais você ouve, mais você escuta; quanto mais você escuta, mais e mais profundo se torna seu entendimento'.

O aprofundamento da compreensão, assim, dá-se através da contemplação e da reflexão, a segunda ferramenta da sabedoria. À medida que contemplamos o que ouvimos, os ensinamentos começam a penetrar nosso fluxo mental e a entrar na experiência interna da nossa vida. À medida que a contemplação revela e enriquece aquilo que começamos a entender de maneira intelectual, e leva esse entendimento da cabeça ao nosso coração, os eventos do cotidiano começam a refletir e a confirmar, direta e sutilmente, as verdades dos ensinamentos.

A terceira ferramenta sa sabedoria é a meditação. Depois de ouvir os ensinamentos e de refletir sobre eles, pomos em ação os insights que adquirimos e os aplicamos diretamente, através do processo de meditação, às necessidades da vida cotidiana."

⁵ Shunryu Suzuki, Zen Mind, Beginner's Mind (Nova York: Weatherhill, 1973), 21. [Traduzido para o português sob o título Mente Zen, Mente de Principiante (São Paulo: Palas Athena, 1994).]

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 165/166)


domingo, 8 de janeiro de 2017

AS TRÊS FERRAMENTAS DA SABEDORIA (1ª PARTE)

"O caminho para descobrir a liberdade da sabedoria da ausência do ego, segundo os mestres, passa pelos processos de ouvir e escutar, contemplar e refletir, e meditar. Eles nos aconselham a começar pelo ouvir repetidamente os ensinamentos espirituais. Ouvindo, eles nos recordarão uma e outra vez da nossa oculta natureza de sabedoria. É como se fôssemos aquela pessoa que pedi que imaginassem sofrendo de amnésia numa cama de hospital, e alguém que nos amasse e se importasse conosco estivesse nos sussurrando no ouvido o nosso verdadeiro nome, mostrando-nos fotografias de família e de velhos amigos, tentando trazer de volta o conhecimento da nossa identidade perdida. Gradualmente, ao ouvir os ensinamentos, certas passagens e visões interiores neles contidos farão vibrar um estranho acorde em nós, lembranças da nossa verdadeira natureza começarão a voltar pouco a pouco, despertando um profundo sentimento de alguma coisa despretensiosa e misteriosamente familiar. 

Ouvir é um processo muito mais difícil do que a maioria das pessoas imagina; ouvir realmente, da maneira que os mestres se referem, é abrir mão de si mesmo, de todas as informações, conceitos, ideias e preconceitos que enchem nossas cabeças. Se você de fato ouvir os ensinamentos, aqueles conceitos que são o verdadeiro obstáculo, a única coisa que se interpõe entre nós e nossa natureza real, podem lenta mas firmemente ser eliminados. (...)"

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 165)