OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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terça-feira, 4 de maio de 2021

EM SUA VIDA: PARTICIPAÇÃO ÍNTIMA (4ª PARTE)

"(...) Espere até que sua intenção fique clara. Inúmeras pessoas procuram por motivação nos lugares errados. Elas procuram aumentar sua energia e vigor. Querem a mais alta recompensa. Ficam à espera de uma ideia luminosa que lhes revele a próxima grande invenção ou um novo negócio para ganhar dinheiro. A fonte real da motivação não é nada disso. O tipo de motivação que faz ideias embrionárias desabrocharem com energia e paixão vem de uma intenção clara. Saber exatamente o que você quer, com resoluta convicção, é a centelha que gera tudo o mais, inclusive as grandes ideias e as grandes recompensas. Confusão e incerteza dividem o fluxo da vida em canais fracos e separados. Em razão de a intenção clara não poder ser imposta, muita gente nunca encontra uma. Elas se dedicam um pouco a meia dúzia de áreas em suas vidas. No entanto, não existe segredo para se encontrar uma intenção clara; basta, simplesmente, esperar.
Esperar não é um ato passivo, apenas parece passivo. O modo certo de esperar envolve discriminação: você está selecionando em seu íntimo o que parece certo do que não parece. Você permite que fantasias confusas e esquemas idealistas se desenrolem - aquelas fora de propósito se dissolvem a tempo. Você ainda se fixa em uma centelha que se recusa a apagar. Há muito mais em questão - a busca ansiosa, a luta da dúvida interior, a sedução de grandiosas ambições e o desejo de caprichos impossíveis. Ao fim, uma intenção clara surgirá, e uma vez que isso aconteça, as forças invisíveis ancoradas na alma virão em seu auxílio. Para muita gente, esperar por uma intenção clara é tão cansativo que elas só o fazem poucas vezes, geralmente naqueles anos de indefinição, quando o jovem adulto se sente impelido a iniciar uma carreira. Na procura, sentem-se pressionadas e sem um objetivo concreto; ficam paradas, observando enquanto os colegas mais motivados as vão deixando para trás no mercado de trabalho.
Pode-se notar, porém, que os indivíduos que esperaram até que uma clara intenção fosse revelada foram os que tiveram mais sorte. Apesar do estresse, pressão dos colegas e dúvidas, eles tiveram uma força interior para confiar que 'alguma coisa melhor ainda estava para acontecer'. Trata-se de um potencial oculto que precisou ser cuidadosamente extraído da complicada estrutura psíquica. O melhor que você pode fazer é passar por esse processo tantes vezes quanto possível. A névoa que encobre sua alma pode ser densa, mas ela se dissipará, se você quiser, por mais longo que seja o processo.

Compreenda que nada é pessoal - o universo está agindo através de você. Pode parecer estranho ouvir que você não deveria considerar sua vida em caráter pessoal. O que poderia haver de mais pessoal? Ainda assim, o plano do universo é composto inteiramente de forças impessoais, Elas se aplicam igualmente a qualquer objeto, qualquer acontecimento. Elas não são elaboradas contra você ou para você, mais do que é a própria gravidade. Encontrar sua alma é o mesmo que encontrar o eu impessoal, porque a alma tem acesso direto às forças invisíveis que sustentam o cosmos. A inteligência é impessoal, assim como a criatividade e a evolução. Elas são descobertas somente em seu estado de mais profunda consciência. Par que tenho o melhor aproveitamento delas, considere a vida como uma escola, e a consciência como seu currículo.
O ego toma tudo pessoalmente, o que acaba sendo um grande obstáculo; a experiência está acontecendo para 'mim'. O budismo dispende muito tempo tentando dissipar a ideia de que esse 'mim' tenha algum direito a reivindicar a experiência. Em vez disso, dizem os budistas, a experiência se desenrola por si própria, e você, como experimentador, é somente um canal. Dessa forma produzimos formulação do tipo 'o pensamento é o pensamento em si'. Pode ser desconcertante desenredar as complexidades de uma afirmação tão simples como 'ser é' ou 'o dançarino é a dança'. Ainda assim, o ponto essencial é prático: quanto menos você tomar sua vida pessoalmente, maior a facilidade com que ela fluirá através de você. Aguardar com tranquilidade funciona. Aguardar com ansiedade não funciona. Nem tampouco assumindo que cada experiência o eleva ou derruba. O fluxo da vida não seleciona em colunas de mais e menos. Tudo tem seu próprio valor intrínseco, medido em energia, criatividade, inteligência e amor. Para encontrar esses valores, a pessoa deve para de inquirir 'que bem isso pode me fazer?'. Em vez disso, você atesta o que acontece, deslumbrando-se com tudo." ...continua 

(Deepak Chopra - Reinventando o Corpo, Reanimando a Alma - Ed. Rocco Ltda., Rio de Janeiro, 2010 - p. 250/262)


terça-feira, 8 de agosto de 2017

DISCIPLINA ESPIRITUAL

"'Pureza, contentamento, simplicidade, autoestudo e aspiração são as regras da observância' (sutra 32). A disciplina espiritual requer energia e um corpo saudável, mas o foco principal é a mente. Uma mente pura é livre de memórias, preocupações com o futuro e qualquer conteúdo não necessário à situação presente.

A disciplina mental é a vigilância necessária para manter a mente 'fresca' e serena, além, é claro, da meditação, que Patañjali indica em outros sutras. O sutra 40 lembra que a pureza requer um retiro, de tempos em tempos, para 'esvaziar a cabeça'.

Aceitação e contentamento não significam passividade nem resignação, mas ver as coisas como elas são e agir objetivamente. Passividade e resignação são associadas ao ressentimento, que prejudica a percepção e impede que se chegue a uma solução correta de problemas.

A simplicidade, ou austeridade, é o desapego ao supérfluo, não apenas em relação aos bens materiais, mas também à própria personalidade. Ser simples, nesse sentido, é ter a mente livre de complicações desnecessárias.

O autoestudo é a observação de nós mesmos, de forma honesta, sem máscaras ou justificativas que nos impeçam de ver nossas próprias motivações. A aspiração é a direção correta, que no yoga significa a união com Deus, a autorrealização, a iluminação.

As observâncias, assim como as abstinências, não são práticas isoladas. Só podemos saber se estamos na direção correta se nos observarmos. Só podemos nos observar corretamente se a nossa mente for simples. A mente só pode ser simples se há contentamento, isto é, se as coisas são vistas como são. Para ver as coisas como são é preciso que a mente seja pura, que não esteja sobrecarregada."

(Cristina Szynwelski - O yoga e a moral espiritual - Revista Sophia, Ano 2, nº 6 - p. 33)


segunda-feira, 7 de agosto de 2017

ABSTINÊNCIA E COMPREENSÃO

"As abstinências devem ser praticadas por meio da percepção e compreensão da nossa conduta e das nossas motivações. A não falsidade representa, além da eliminação de toda espécie de dissimulação, a capacidade de ver as coisas como elas são, e não como nós as projetamos. Mehta afirma que as projeções surgem de um passado mal resolvido; as frustrações das experiências passadas se projetam em situações novas e nos impedem de viver livremente cada momento da vida.

Não roubar abrange todas as formas de imitação, ainda que sutis. Quando estamos insatisfeitos com o que temos ou somos, passamos a desejar ou a imitar a condição de outras pessoas. Esse comportamento vem do sentimento de estarmos psicologicamente incompletos. Quando não desejamos ter o que não é nosso ou ser o que não somos, experimentamos um estado de preenchimento psicológico, de satisfação pela vida.

A não indulgência representa o abandono da busca de prazer. Isso não significa negar o prazer, mas parar de correr atrás dele. O prazer do paladar, por exemplo, não é nenhum mal em si; entretanto, ficar o tempo inteiro pensando em comida é ruim, pois gera uma distorção na mente que a impede de viver o momento presente. A não indulgência é viver o prazer quando ele acontece, e depois esquecê-lo.

A não possessividade é o desapego de todos os tipos de objetos. Isso não significa ser um mendigo, mas possuir as coisas sabendo que elas são transitórias e amanhã podem não estar mais conosco. Por objetos entendemos não apenas os bens materiais, mas todas as nossas condições de vida, que podem mudar a qualquer momento. Viver em função de memórias de fatos passados também é uma espécie de apego; é ficar preso a um conteúdo da mente."

(Cristina Szynwelski - O yoga e a moral espiritual - Revista Sophia, Ano 2, nº 6 - p. 32)


quinta-feira, 11 de maio de 2017

A META

"Visando a defender seu maior patrimônio, a saúde, descubra um motivo muito elevado, muito nobre para nele empenhar sua existência; encontre um grandioso ideal a perseguir; ache uma tarefa importante e mesmo essencial a cumprir; defina um papel sublime a desempenhar no imenso palco da vida; isto lhe aumentará a vitalidade e o poder imunológico. Quem tem algo muito significativo a fazer não se entrega à doença e à morte.

Vive doente e fraco quem não tem o motivo para viver e não se sente atraído para as alturas maiores quem não sente o apelo do mundo transcendente. Não tem resistência nem euforia vital o entediado pela carência de motivação.

Se você ainda não descobriu um objetivo, uma finalidade, uma grandiosa meta para sua existência, deixe-me lembrar mais uma vez - você é um precioso investimento de Deus.

Sou forte, sadio e feliz porque tenho algo a fazer ao qual dedico minha vida - fazer render o investimento que eu sou."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 127)


quinta-feira, 23 de março de 2017

O BOM CORAÇÃO (1ª PARTE)

"O tipo de nascimento que teremos na próxima vida é determinado então pela natureza das nossas ações nesta vida. E é importante não esquecer nunca que o efeito das nossas ações depende inteiramente da intenção ou motivação que está por trás delas, e não da sua magnitude.

No tempo do Buda vivia uma velha mendiga chamada 'Confiando na Alegria'. Ela observava os reis, príncipes e povo em geral fazendo oferendas ao Buda e a seus discípulos, e não havia nada que quisesse mais do que poder fazer o mesmo. Saiu então pedindo esmolas, mas ao fim do dia não havia conseguido mais do que uma moedinha. Levou-a ao mercador para tentar trocá-la por algum óleo, mas ele lhe disse que aquilo não dava para comprar nada. Quando soube que ela queria fazer uma oferenda ao Buda, encheu-se de pena e deu-lhe o óleo que queria. A mendiga foi para o mosteiro e acendeu uma lâmpada. Colocou-a diante do Buda e fez o seguinte pedido: 'Nada tenho a oferecer senão esta pequena lâmpada. Mas com esta oferenda, possa eu no futuro ser abençoada com a lâmpada da sabedoria. Possa eu libertar todos os seres das suas trevas, purificar todos os seus obscurecimentos e levá-los à iluminação'.

Durante a noite, o óleo de todas as outras lâmpadas se acabou. Mas a lâmpada da mendiga ainda queimava na alvorada, quando Maudgalyayana, o discípulo do Buda, chegou para recolher as lâmpadas. Ao ver aquele única ainda brilhando, cheia de óleo e com pavio novo, pensou: 'Não há razão para que essa lâmpada continue ainda queimando durante o dia', e tentou apagá-la. Mas ela continuou queimando. Tentou apagar a chama com os dedos, mas foi inútil. Tentou abafá-la com suas vestes, mas ela ainda ardia. O Buda o observava há algum tempo, e disse: 'Maudgalyayana, você quer apagar essa lâmpada? Não vai conseguir. Não conseguiria nem movê-la daí, que dirá apagá-la. Se jogasse nela toda a água dos oceanos, ainda assim não adiantaria. A água de todos os rios e lagos do mundo não poderia extinguir essa chama. Por que não? Porque ela foi oferecida com devoção e com pureza de coração e mente. E nessa motivação produziu um enorme benefício'. Quando o Buda terminou de falar, a mendiga se aproximou e ele profetizou que no futuro ela se tornaria um perfeito buda, conhecido como 'Luz da Lâmpada'.

É a nossa motivação, portanto, seja ela boa ou má, que determina os frutos da nossa ação. (...)"

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 130/131)