OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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segunda-feira, 7 de julho de 2014

OS GRANDES MESTRES

"Os grandes Mestres são assim como o mar. Imensos e cristalinos. Dão o que têm. Não negam aos que sabem buscar, aos que buscam saber.

Deles os homens se aproximam para tirar proveitos. Neles se reconfortam. Deles querem muito.

Mas... acovardados, ficam na praia. Ficam ali, imaginando os tesouros que a profundidade esconde. 

Os grandes Mestres são assim como o mar.

Lavam as impurezas dos que mergulham e, não obstante, continuam imaculados.

Assim como o mar, os Mestres, são inesgotáveis. Por mais que lhes saquem, mais ainda têm para dar."

(Hermógenes - Mergulho na paz - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2005 - p. 177/178)


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

DOIS SAPOS

"Vivia um sapo – no fundo dum poço.

Lá nascera, lá vivera, de lá nunca saíra – e lá esperava morrer.

O seu horizonte era de um metro e meio de largura – o diâmetro do poço.

A profundidade de sua vida era de três palmos – como as águas do poço.

Para além da borda do poço – nada mais existia para ele...

Certo dia, tombou no fundo do poço – um sapo de outras regiões...

Vinha de longe, de muito longe – das praias do mar...

Com secreto rancor, viu o primeiro invadido pelo segundo o seu espaço vital.

Mas, como o segundo era mais forte, resolveu o primeiro não o guerrear – e limitar-se à defesa passiva...

Depois de três dias de silêncio recíproco, travou-se entre os dois batráquios o diálogo seguinte:

- Donde vens tu, estranho invasor?

- Das praias do mar, ignoto ermitão.

- Que coisa é o mar?

- O mar?... O mar é uma grande planície d’água.

- Tão grande como esta pedra em que pousam minhas pernas gentis?

- Muito maior.

- Tão grande como esta água que reflete o meu corpo esbelto?

- Maior, muitíssimo maior.

- Tão grande como este poço, minha casa?

- Mil vezes maior. Milhares de poços destes caberiam no mar que eu vi. O mar é tão grande que sempre começa lá onde acaba. É tão grande que todo o céu cabe nele, e ainda sobra mar. Todos os sapos do mundo, pulando a vida inteira, não chegariam ao outro lado – tão grande é o mar à cuja margem nasci e vivi.

- Safa-te daqui, mentiroso! – exclamou o batráquio do poço. – Coisa maior que este poço não pode haver! Mais água que esta água é mentira!...

*   *   *

Desde então viviam os dois em pé de guerra, no fundo do poço.

Não diz a história se algum deles, supersapo, venceu nessa luta feroz...

Nem diz se um deles, batráquio genial, convenceu o outro da verdade das suas ideias...

Consta apenas que, desde esse tempo, vivem no mundo seres que só creem em si mesmos...

Seres que sabem tudo o que os outros ignoram...

Seres que tacham de loucos os que afirmam o que eles não compreendem...

Seres de tão vasto saber que consideram desdouro aprender...

Não fales, meu amigo, em mares – a quem mares não viu!

Deixa viver no poço – quem no poço nasceu!

Horizonte de metro e meio, água de três palmos de fundo, pedra de meio palmo – que mais quer o batráquio dum poço?

Deixa ao ignorante a sua feliz ignorância!

Não fales em mares a quem para um poço nasceu!

Cada qual com seu igual...”

(Huberto Rohden – De Alma para Alma – Ed. Martin Claret, São Paulo, 2005 – p. 127/128)


domingo, 18 de novembro de 2012

A FONTE


“Pretensão infantil me levou a filosofar com a fonte. Desejei estimulá-la, e disse-lhe:

- Hoje, minha amiga, és humilde e ainda muito longe estás de tua imersão no Mar. Nada de impaciência. Tem fé e persistência. Algum dia chegarás ao Mar e herdará sua imensidão.

E a fontezinha do grotão, de voz de cristal gelado, falando bonito, me disse:

- Não vês? Eu estou vindo do Mar, embora pareça nascer do fundo da pedra. Já sou o Mar. Nunca deixei de ser o Mar.”

(Hermógenes – Mergulho na paz - 147)