OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


Mostrando postagens com marcador lágrima. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador lágrima. Mostrar todas as postagens

sábado, 11 de outubro de 2014

A DEVOÇÃO DEVE SE APENAS PARA DEUS, NÃO PARA IMPRESSIONAR OS OUTROS

"O devoto que segue o caminho de bhakti, ou devoção, pode passar por uma fase de sentimentalismo por certo tempo. Se, porém, ele é profundamente sincero, esse fervor externo se dissipará gradualmente, e em seu lugar haverá um profundo estado de consciência devocional interior. Você já leu a respeito disso na vida de muitos santos que seguiram a senda de bhakti. Há um período de grande emotividade; lágrimas escorrem e o devoto às vezes chega a perder a consciência. Mas se ele perseverar e for profundamente sincero, se não tentar impressionar os outros, sua mente ficará, de modo gradual, tão absorta interiormente que haverá muito pouca exposição de seus sentimentos.

Alguns aspirantes, ao experimentarem uma pequena devoção, fazem muito alarde na presença dos outros com o desejo consciente ou subconsciente de impressioná-los. Com tal exibição, perdem todo o verdadeiro sentimento devocional. Quando alguém entra nessa fase emocional de início, deve perguntar-se: 'Estou sendo sincero?' Lembre sempre disso. O devoto deve analisar-se com honestidade: 'Estou tentando impressionar alguém? Sou tão profundamente emotivo, em meu sentimento por Deus, quando estou só, onde ninguém pode observar-me, como quando estou com os outros?' Essa é a primeira coisa que ele deve fazer: ser honesto consigo. Se vê que seus sentimentos são igualmente profundos, que as lágrimas escorrem não menos abundantemente quando está só, então sua devoção está na trilha correta. Se, por outro lado, ele vê que sua emoção é muito mais forte quando está com os outros, deve se afastar mentalmente, por um momento, e se perguntar se de fato está esperando impressionar, com seu 'grande adiantamento espiritual', as pessoas que estão à sua volta. Se verificar que é assim, não perca tempo e ore profundamente a Deus: 'Ó Senhor, por favor, não permitas que eu profane esta centelha de devoção que sinto por Ti! Ajuda-me a remover esta exibição, para que ninguém possa ver meu amor por Ti. Deixa-me conservá-la oculta, sagrada entre Ti e mim.' Dessa maneira muda-se a direção dos pensamentos e sentimentos que fluem para fora, conduzindo-os para dentro.

Quando o devoto ama a Deus sinceramente, quando sua devoção se torna profunda e pura, ele esquece o mundo. Já não se importa que o mundo o julgue um louco ou um santo, que o mundo o aceite ou rejeite. Só quer sentir o amor de Deus e absorver-se nesse amor. Nessa consciência, quando as lágrimas escorrerem de sua face, se sua mente acaso exteriorizar-se por um instante, seu desejo é que ninguém a não ser Deus veja essas lágrimas. Esse devoto talvez saiba que está no caminho certo; e que sua devoção se tornará gradualmente mais profunda, mais recolhida, mais interiorizada - mas mesmo então ela poderá, de vez em quando, se exteriorizar."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 182/184)
http://www.omnisciencia.com.br/so-o-amor.html

sexta-feira, 7 de março de 2014

ANTES QUE OS OLHOS POSSAM VER, DEVEM SER INCAPAZES DE LÁGRIMAS

"Quando vêm as lágrimas a nossos olhos? Quando não gostamos de determinada situação. Significa que queremos que as coisas e as situações sejam diferentes do que são. Quando uma pessoa não está disposta a aceitar coisas e situações tais como são e se sente frustrada em seus esforços para alterá-las, vêm-lhe lágrimas nos olhos. Certamente, as lágrimas denotam uma perda da perspectiva e, portanto, uma deformação da visão. A solidão não sugere encarar as coisas e situações tais como elas o são? Os olhos são capazes de verter lágrimas, quando a mente está em conflito entre o que é e o que ela desejaria que fosse. Ora, a mente que está em companhia de seus próprios pensamentos e ambições não está em estado de solidão. Ser incapaz de chorar é estar desejoso de encarar a vida tal qual ela é.

Precisamos lembrar-nos de que LUZ NO CAMINHO não sugere insensibilidade dos olhos. É verdade que as lágrimas podem ser evitadas pela recusa de ver, fechando os olhos ou fugindo de uma situação. Mas essa não é a instrução dada no livro. O preceito ao neófito é: os olhos devem ver e, contudo, devem ser incapazes de lágrimas. De fato, esta primeira instrução ao peregrino espiritual diz que os olhos não estão aptos a ver claramente, enquanto forem capazes de lágrimas. E as lágrimas vêm devido à relutância da mente em encarar a vida tal qual ela é. Assim, a não ser que a mente esteja solitária, livre de suas próprias ambições e associações, não é possível ao neófito cumprir a primeira instrução. Usualmente nossas mentes são vagarosas demais ou demasiadamente intrometidas. Se o neófito embotou sua mente, os olhos serão incapazes de ver qualquer coisa. Mas se sua mente se intromete, devido às suas próprias ambições, recusando aceitar a situação tal qual ela é, então seus olhos estarão, na certa, constantemente marejados de lágrimas, oriunda de um conflito entre o que é e o que a mente desejaria que fosse. A primeira instrução, entretanto, indica o estado de solidão onde a mente se encontra completamente livre de todos os apegos e as associações psicológicas, onde não se sente nem mesmo em companhia de seus própios modos ou tendências de pensar. Está numa condição em que a 'faculdade pensante está tensa e, entretanto, não pensa'. Ser capaz de ver e, contudo, ser incapaz de lágrimas é, certamente, um estado de grande tensão - uma condição na qual a mente atingiu um ponto crítico."

(Rohit Mehta - Procura o Caminho - Ed. Teosófica, Brasília - p. 29/30)


sábado, 24 de agosto de 2013

TRABALHO INTERIOR

"Luta com teus pensamentos impuros antes que eles te dominem. Trata-os como eles te querem tratar, porque, se os poupas, criarão raízes e crescerão, e repara, esses pensamentos dominar-te-ão até que te matem. Acautela-te, discípulo, não sucumba, não deixes aproximar-se nem mesmo a sua sombra. Porque ela crescerá, aumentará em tamanho e poder, então essa coisa escura absorverá o teu ser antes que te apercebas da presença do monstro hediondo e negro. (...)

Que a tua Alma dê ouvidos a todo grito de dor como a flor de lótus abre seu coração para sorver o sol matutino.

Não deixes que o sol feroz seque uma única lágrima de dor antes que a tenhas, tu mesmo, enxugado dos olhos de quem sofre.

Que cada ardente lágrima humana goteje no teu coração e aí fique; nem nunca a seques enquanto não for retirada a dor que a causou."

(H. P. Blavatsky - A Voz do Silêncio - Ed. Teosófica, Brasília, 2011 - p. 111/114)


domingo, 2 de junho de 2013

BEM-AVENTURADOS OS QUE CHORAM: PORQUE SERÃO CONSOLADOS

"Enquanto nos julgarmos ricos de bens terrenos ou de conhecimentos, não poderemos progredir espiritualmente. Quando sentirmos que somos pobres de espírito, quando nos afligirmos por não termos percebido a verdade de Deus - somente então seremos consolados. Sem dúvida que todos nós choramos - mas por quê? Pela perda de prazeres e de posses terrenos. Mas, não é desse tipo de lamento que Cristo fala. O lamento que Cristo chama de "abençoado" é bastante raro, porquanto nasce de um sentimento de perda espiritual, de solidão espiritual. É um lamento que surge necessariamente antes que Deus nos console. A maioria de nós está inteiramente satisfeita com a vida superficial que leva. No fundo de nós, talvez tenhamos consciência de que nos falta algo, mas agarramo-nos ainda na esperança de que essa falta possa ser preenchida pelos objetos sensíveis deste mundo. 

Sri Ramakrishna costumava dizer: "As pessoas derramam rios de lágrimas porque um filho não nasceu ou porque não conseguiram ficar ricas. Quem, entretanto, verte sequer uma lágrima por não ter visto Deus?" Este falso sentido de valores é resultado de nossa ignorância. No tocante à natureza dessa ignorância, o filósofo indiano Sankara dizia que o sujeito, o cognoscente (o Eu ou o Espírito), opõe-se tanto ao objeto, o conhecido (não Eu ou matéria), como a luz se opõe às trevas. No entanto, por influência de maya - o poder inexplicável da ignorância - sujeito e objeto misturam-se a tal ponto que, em geral, o homem identifica o Eu como o não Eu. É muito fácil entender intelectualmente que o Eu verdadeiro é diferente do corpo, da mesma forma, que somos diferentes da roupa que vestimos. Todavia, quando o corpo adoece, dizemos: "Estou doente." Intelectualmente, podemos entender que o verdadeiro Eu é diferente da mente. Mas, se temos uma alegria ou um sofrimento, dizemos: "Estou feliz", ou "Sou um miserável." Além disso, identificamo-nos com os nossos parentes e amigos: algo que aconteceu a eles parece estar acontecendo a nós. Identificamo-nos com as nossas posses. Se perdemos nossas riquezas, sentimo-nos como se perdêssemos a nós mesmos. Essa ignorância é comum a toda a humanidade. Somente o conhecimento direto de Deus pode removê-la. Quando começamos a sentir uma ausência espiritual dentro de nós, quando começamos a lamentar como o Cristo queria que lamentássemos, quando vertemos pelo menos uma lágrima por Deus - então estamos preparando o caminho para o consolo daquele conhecimento divino. 

A espécie de lamento que Cristo chamava de bem-aventurado vem expresso na Imitação de Cristo:
"Ó meu Deus, quando poderei ser um contigo e fundir-me em teu amor, a ponto de me esquecer por inteiro de mim mesmo? Sê tu em mim, e eu em ti; e concede que possamos permanecer assim, sempre juntos num só."
É preciso que atinjamos esse estágio, quando sentirmos que nada mais nos dá paz, a não ser a visão de Deus. Então Deus atrai a mente do homem para si como um imã atrai a agulha - e o consolo chega." 

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 22/24)


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O FILHO PRÓDIGO

"A DOR FOI A SALVAÇÃO do filho pródigo.

Ele mesmo me contou:

- Sangraram-me os pés pelo muito que vaguei. Para trás ficaram caminhos e ilusões. Ficaram perdidos nos milênios, nos reinos, nas aldeias, albergues e mercados...

Do sangue de meus pés ficaram marcadas as pedras e a poeira. Meu rosto chorou onde passavam os porcos.

Naquelas mesmas estalagens onde, rico e forte, alegrei amigos, depois, desgraçado, passei fome, enquanto via os outros comerem.

O tinir de minhas moedas - as que me dera meu Pai - atraíra companhias prazerosas. Estas, depois, me viraram as costas, quando, em vez de moedas, lágrimas me restavam. Ficou-se somente a companhia da dor.

Dos subterrâneos de minha indigência, quase em desespero, consegui ainda ver uma luz.

Era a saudade de meu Pai. A reminiscência do Lar. Era o que Eu sou e me esquecera de ter sido.

Foi o extremo da desgraça que me descerrou os olhos, e me deixou ver novamente a luz: Convite - Esperança - Desafio - Salvação.

Revolvi-me na lama da servidão.

Rebelde e chorando, lutei.

E quantas vezes caí vencido!

E quantas vezes o charco me abraçou a convencer-me de que eu era dele! 

E quantas vezes minhas feridas sangraram com o atrito das correntes!

Mas, crescia em mim o apelo da Luz, do reencontro...

As correntes já ficaram no charco.

Eu volto para onde os milênios me viram nascer.

Bendita dor que me abriu o caminho das estrelas!"

(Hermógenes - Mergulho na Paz - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 114/115)
http://www.record.com.br/livro_sinopse.asp?id_livro=15991


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

VERSOS DO ONIPRESENTE

"Deus escreve um verso em cada colibri, em todas as auroras, em todos os caminhos, em cada lágrima, no sorriso de cada um, num solo de violino, no vagido de um recém-nascido, na paz com que morre o justo, nos carinhos dos que se amam...

Onde e quanto, sendo Onipresente, deixa de escrever seus versos?

Eles sempre existem, mesmo que semi-ocultos pelas sombras dos cifrões que fazem a segurança de muitos, ou inaudíveis entre os gritos de lamento ou de gozo."

(Hermógenes - Mergulho na Paz - p. 206/207)