OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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terça-feira, 9 de janeiro de 2018

REVENDO VALORES PARA TRANSFORMAR A TERRA (2ª PARTE)

"(...) Nem sempre o que é real é visível aos nossos olhos. Tome-se o exemplo de uma garrafa contendo apenas ar atmosférico. À primeira vista, se perguntarmos a alguém o que ela contém, receberemos em resposta que não tem nada, que está vazia. Contudo, sabemos que o ar é matéria e podemos alterar seu estado físico, tornando-o líquido ou sólido. Além disso, sabemos que ele reage com outras substâncias. O que aparentemente era o nada se solidificou ou se liquefez. Da mesma forma, nem tudo o que vemos é real.

Dessa maneira, geralmente priorizamos e valorizamos as coisas materiais, os bens terrenos, esquecendo-nos da realidade primeira que é Deus.

É lamentável constatar igualmente, que o interesse pessoal se sobrepõe ao coletivo, quer no sentido político, social ou humano. A todo momento, nos deparamos com o SER sendo relegado pelo TER, e para que isso aconteca, constantemente vemos ficar esquecida a Verdade, a Honra, a Justiça e o Amor. 

Eis a razão de tanto sofrimento e de tanta dor permeando a sociedade humana. Ser resgatados esses princípios, certamente não veríamos inúmeros atos de desamor e injustiça sendo praticados, provocando tanta angústia e tanta dor. 

O que se precisa, na realidade, é resgatar a prática do bem em nome do verdadeiro amor, sem visar compensação. Somente assim se alcançará a plenitude da paz espiritual, que é o próprio Céu. É necessário que saibamos que o Céu não é um lugar que se conquista com a prática do bem, a título de recompensa. O Céu é um estado de ser, é um estado de Paz, de Harmonia, de Tranquilidade e de extrema Felicidade, onde reina, como já dissemos, A Verdade, a Justiça e o Amor. (...)" 

(Valdir Peixoto - Conheça-te a ti Mesmo - Ed. Teosófica, Brasília, 2009 - p. 72/74)


sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

CLAREZA DE VISÃO (PARTE FINAL)

"(...) A noção do eu pessoal se desenrolando implica o fato de que estamos normalmente num estado de autoproteção que não nos permite 'desistir do eu pelo não eu', para usar as palavras de A Voz do Silêncio. Para não ter que abrir mão do eu, o ser humano se comporta como uma cobra, que ataca quando provocada e que se sente mais confortável quando está dormitando, enroscada em si mesma. Porém, quando a serpente se desenrola e sua superfície fica plenamente exposta ao ambiente, ela também pode corporificar a sabedoria. Ken Wilber observa que, quando nos percebemos aqui e agora, basicamente sentimos 'uma diminuta tensão ou contração interior, uma sensação de agarrar, desejar, cobiçar, evitar, resistir - é uma sensação de esforço, de busca'. Em sua forma mais elevada, essa sensação assume a forma da 'grande busca pelo espírito'. O paradoxo é que o espírito não está em lugar algum. A sabedoria perene fala do 'espírito como matéria'; portanto, tudo que percebemos no mundo é uma solidificação do espírito. Não reconhecemos isso pelo que é, nem reconhecemos plenamente a nós mesmos pelo que somos - espírito ou ego.

Parece que é necessário um nível de sacrifício pessoal para que o eu se desenrole, mas não é saudável levar isso a extremos. É bom ter em mente o ensinamento budista do Caminho do Meio. Madhava Ashish sabiamente afirmou que 'somos mais completos e perfeitos quando estamos despertos tanto para a fonte não diferenciada do nosso ser quanto para sua manifestação diferenciada'.

Não devemos, por exemplo, doar tanto de nós mesmos e de nossos pertences que não possamos mais agir de maneira eficaz. Blavatsky deu uma indicação disso quando escreveu que 'o autossacrifício tem que ser feito com discriminação; tal autorrenúncia, se for feita sem justiça, ou às cegas, sem consideração para com os resultados subsequentes, pode frequentemente se tornar não apenas inútil como nociva. Uma das regras fundamentais da Teosofia é a justiça para consigo mesmo - visto como uma unidade de coletividade humana, não como uma autojustiça pessoal, nem mais e nem menos do que para com os outros.' (A Chave para a Teosofia)"

(Linda Oliveira - Os artistas do destino - Revista Sophia, Ano 13, nº 58 - p. 15/16)


domingo, 22 de outubro de 2017

DUAS BOAS DEFINIÇÕES (KARMA)

"E. D. Walker, em sua obra Reencarnação,  nos oferece a seguinte explicação: 

"A doutrina de Karma explica que nós mesmos nos fizemos o que somos por atos anteriores e que formamos nossa eternidade futura com as ações presentes. Não existe outro destino além daquele que nós mesmos determinamos.  Não há salvação nem condenação alguma, exceto aquela originada por nós mesmos... Como Karma não oferece nenhum amparo aos gestos culpáveis e requer muito valor, não encontra entre as naturezas débeis tão boa acolhida como as fáceis doutrinas de remissão dos pecados, a intercessão, o perdão e as extremas-unções... No domínio da eterna justiça, a ofensa e o castigo estão unidos inseparavelmente como um único fato porque não existe real diferença entre a ação e sua consequência... Karma ou nossos antigos atos são os responsáveis pela nossa volta à vida terrestre. A residência do espírito muda segundo seu Karma que não permite uma larga permanência na mesma condição, uma vez que sempre está se modificando. Enquanto a ação for governada por motivos materiais e egoístas manifestará seus efeitos com renascimentos físicos; somente o homem perfeitamente desinteressado pode livrar-se do peso da vida material; poucos o conseguiram, mas esta é a meta à qual tende a Humanidade...". 

Outro ilustre escritor teosófico diz (Objeto da Teosofia, por A. P. Sinnett): 

"Cada indivíduo, com cada ato e pensamento diário, está criando bom ou mau Karma e está ao mesmo tempo esgotando nesta vida o Karma produzido pelos atos e desejos da anterior. Quando vemos pessoas atormentadas por sofrimentos naturais pode-se dizer que esse sofrimento são resultados inevitáveis de causas originadas pelas mesmas num nascimento anterior. Poderá alguém argumentar que pelo fato dessas aflições serem hereditárias nada têm a haver com uma encarnação passada, mas é preciso lembrar que o Ego, o homem real, a individualidade, não tem sua origem espiritual na parentela que o reencarna, mas que é atraído pelas afinidades que seu gênero de vida agrupou na corrente que o leva, quando chega a hora do renascimento, para a morada mais adequada para o desenvolvimento dessas tendências... A doutrina de Karma bem compreendida guia e ajuda àqueles que compreendem sua verdade, elevando e melhorando sua vida; porque não se deve esquecer que não apenas nossos atos, mas também nossos pensamentos atraem com certeza um acúmulo de circunstâncias determinantes no nosso futuro e o que é mais importante, ainda no futuro de nossos semelhantes. Se os pecados por omissão ou cometimento somente interessassem ao Karma do pecado, o fato teria menores consequências; porém, como cada pensamento e ato na vida acarreta uma influência correspondente, boa ou má, nos outros membros da família humana, o sentido estrito da justiça, moralidade e generosidade é necessário à felicidade ou progresso futuros. Nenhum arrependimento, por maior que seja, pode apagar os resultados de um crime já cometido ou os efeitos de um mal pensamento. O arrependimento se é sincero deterá o homem, impedindo-o de cometer novamente as mesmas faltas, porém não pode livrá-lo e aos demais dos efeitos já produzidos por aquelas que infalivelmente recairão sobre ele nesta vida ou no próximo renascer"."

(H. P. Blavatsky - A Doutrina Teosófica - Ed. Hemus, São Paulo - p. 78/80)


sábado, 2 de setembro de 2017

A RELIGIÃO DA BELEZA (PARTE FINAL)

"(...) A resposta à beleza transmuta a consciência. Quando vemos a luz do sol se derramando sobre as folhas ou sentimos a beleza do entardecer, algo se abre dentro de nós. Há um sentimento de alívio e deleite, pois a beleza nos libera, nos põe em contato com o eu, com a nossa natureza mais profunda, onde está o sujeito que não pode ser visto ou ouvido, mas que é todo percepção. A beleza é uma ponte entre o eu e a essência daquilo que vemos. A experiência da beleza nos transporta ao universal.

Tudo que é belo abre uma vereda para o sagrado e o santificado, porque é um fragmento manifestado das verdades divinas. Segundo Hugh l'Anson Fausset, 'pela visão espiritual daqueles que viram a beleza celestial, podemos descobrir a realidade à qual pertencemos e participar de seu mistério.'

Por isso, os Upanishades aconselham: aprenda a olhar, ouvir, penetrar em você mesmo e meditar, pois é assim que a consciência universal é conhecida. Krishnamurti também recomendou, com insistência, que as pessoas observassem e escutassem.

A verdade se mantém aberta a todas as formas de beleza. Beleza é ordem. Por isso há um sentimento de santidade na contemplação da ordem natural. Há uma beleza aterradora na progressão ordenada das estrelas e no crescimento de todas as coisas de acordo com sua natureza própria. Há uma grande beleza na ordem que não foi criada por nós. Isso cria uma sensação de confiança, de que tudo está bem; nos diz que existe justiça o tempo todo, porque a ordem celeste governa o universo."

(Radha Burnier - A religião da beleza - Revista Sophia, Ano 2, nº 7 - p. 5/6)


terça-feira, 4 de julho de 2017

APRENDIZADO CONSTANTE (PARTE FINAL)

"(...) Os budistas acreditam que o caráter é a soma de nosso passado. Os ensinamentos teosóficos explicam essas ideias, dizendo que a memória é armazenada na parte superior de nossa natureza; ela é vislumbrada ocasionalmente e vista claramente no momento da morte. Livres dos embaraços terrenos, vemos em retrospectiva as causas, as inter-relações, o propósito e a justiça de tudo que ocorreu na vida. (...) 

Todos os seres vivos existiram antes de sua atual aparição na Terra. Orígenes, um padre da Igreja Primitiva, explicou que as almas humanas existiam no mundo espiritual dentro do ambiente divino, antes de encarnarem. Platão foi além, explicando que as almas não apenas existiam no universo antes de entrar neste reino de experiência, mas que, quando libertas dos vínculos de suas limitações, retornavam à morada anterior para repousar e assimilar as experiências terrenas. Depois de certo tempo, elas novamente seguem adiante, revigoradas e prontas para enfrentar as novas provações por meio das quais obtêm conhecimento da vida e visualizam as alturas que um dia alcançarão.

Quantas vidas vivemos? No livro Fernão Capelo Gaivota, de Richard Bach, a sábia gaivota expressa um ponto de vista interessante: 'Você tem alguma ideia de quantas vidas devemos ter vivido antes de sequer termos a primeira ideia de que existe mais coisas com relação à vida do que comer, lutar, ou o poder do rebanho? Mil vidas, Jon, dez mil! E depois outra centena de vidas até que comecemos a aprender que existe algo chamado perfeição, e mais cem vidas novamente até adquirirmos a ideia de que nosso propósito para viver è encontrar essa perfeição e manifestá-la.'

A mesma regra aplica-se a nós; escolhemos nosso próximo mundo através daquilo que aprendemos neste. Se não aprendermos nada, o próximo mundo será semelhante, com todas as limitações e pesos para superar."

(Eloise Hart - Os mistérios da reencarnação - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p. 30/31)


sábado, 1 de julho de 2017

OS MISTÉRIOS DA REENCARNAÇÃO

"A reencarnação intriga as pessoas. É como se suas almas soubessem algo que a mente não consegue entender. Quando pela primeira vez ouvi falar em reencarnação, vi que isso respondia perguntas desconcertantes: por que algumas crianças nascem na pobreza e outras têm tantas vantagens? Por que pessoas boas encontram tantas dificuldades? Como pode um Deus amoroso ser tão injusto? A morte será o fim absoluto? Céu e inferno são eternos? Aqueles que não creem estão condenados para sempre?

A ideia de que viveremos muitas vidas pôs fim aos meus pesadelos. A explicação de que somos o que somos por causa de pensamentos e ações passados convenceu-me de que havia justiça e propósito na vida. As situações em que as pessoas se encontram são oportunidades para crescer, desenvolver a compreensão e melhorar a vida. Henry Ford acreditava nisso: 'Quando descobri a reencarnação, foi como se encontrasse um plano universal, uma oportunidade de trabalhar minhas ideias. Eu não era escravo do relógio. Havia tempo suficiente para planejar e criar.'

Todos nós temos memórias de vidas passadas, embora vagas. Frequentemente sentimos que vivemos em determinado momento em alguma existência prévia. Mas isso não é o essencial; a essência da experiência é que é valiosa e permanece conosco.

O espírito dentro de cada indivíduo usa inúmeras almas e corpos para se expressar. Cada um desses corpos, almas e espíritos está buscando a evolução por meio de um processo de repetidas corporificações. Ao examinar os processos envolvidos, podemos perceber vários aspectos da reencarnação.

Como seres humanos, nossa consciência está centrada em nosso ego encarnante, que é o veículo de expressão de nossos eus divinos e espirituais. As três partes de nossa constituição - o corpo, feito de componentes astrais-vitais-físicos; a alma, com elementos mentais e emocionais; e o espírito imortal - trabalham e evoluem juntos durante nossa estadia na Terra. Essa evolução consiste, atualmente, em refinar pensamentos e sentimentos para melhor expressar as qualidades espirituais de compaixão, inteligência, imaginação e força de vontade. Considerando isso, começamos a entender como cada vida é importante, como as lições que aprendemos e o bem que fazemos contribuem para o progresso de cada parte de nós mesmos."

(Eloise Hart - Os mistérios da reencarnação - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p. 27/28)
www.revistasophia.com.br


terça-feira, 27 de junho de 2017

A PAZ NASCE DA MANSUETUDE

"O Chefe de Estado que obedece a Tao
Não tenta dominar com violência,
Porque sabe que toda a violência
Recai sobre o próprio violento.
Nos campos de batalha,
Só medram espinhos e cardos.
Guerras geram angústias e miséria.
Por isto, o sábio vive sem armas,
Não obriga ninguém com violência,
Não conhece ambição nem glória,
Não alimenta presunção alguma,
Nem aspira ao poder.
Faz o que deve fazer,
Mas sem forçar ninguém.
Ele conhece o ritmo da evolução,
Sabe que tudo falha
Quando contradiz às leis da vida,
Porque todas as ilusões
Depressa se dissipam.

EXPLICAÇÃO: (...) Uma guerra justa não é essencialmente melhor do que uma guerra injusta, porque ambas têm por base a egoidade humana, que em si mesma é um fator negativo.

Quando se trata da alternativa de 'matar ou morrer', o ego opta pela primeira e a justifica, porque, para ele, morrer é deixar de existir, ao passo que, para o Eu divino no homem, morrer não é deixar de existir, e morrer para não matar equivale a existir melhor e mais verdadeiramente.

Mas o ego, essencialmente ilusório, não pode compreender tão grande verdade. O ego só conhece 'o direito', que é sinônimo de egoísmo, ao passo que o Eu se guia pela 'justiça', homônimo de verdade e amor, incompatíveis com o direito, como a luz é incompatível com a treva."

(Lao-Tse - Tao Te King, O Livro Que Revela Deus - Tradução e Notas de Huberto Rohden - Fundação Alvorada para o Livro Educacional, Terceira Edição Ilustrada - p. 89/90)


segunda-feira, 1 de maio de 2017

DEVERES E DIREITOS

"Que adianta extinguir grandes ódios,
Quando ficam ressentimentos?
Como remediar isto?
Cumpre teu dever e esquece teus direitos.
Quem se guia pela voz da consciência,
Só atende à voz do dever,
E não insiste em seus direito.
Os poderes eternos não têm favoritos,
Mas favorecem sempre os bons.

EXPLICAÇÃO: O direito é sinônimo de egoísmo - o dever é homônimo de amor. Enquanto o homem insiste nos seus direitos, tudo está torto; mas quando renuncia a seus direito, tudo se endireita.

No frontespício do Forum de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, se acham quatro palavras em latim: SUMMUM IUS - SUMMA INIURIA, que quer dizer O sumo direito é a suma injustiça. São palavras de um código do Império Romano, que já reconheceu e proclamou que o direito é o contrário da justiça.

Nesse sentido disse o Evangelho 'Por Moisés foi dada a lei (o direito) - pelo Cristo veio a verdade, veio a graça (a justiça)'. 

A sociedade humana é regida pelo direito - mas a consciência obedece à justiça.

Por isto o sábio dá mais importância aos seus deveres do que aos seus direitos, obedece mais aos ditames do seu Eu divino do que à política do seu ego humano."

(Lao-Tse - Tao Te King, O Livro Que Revela Deus - Tradução e Notas de Huberto Rohden - Fundação Alvorada para o Livro Educacional, Terceira Edição Ilustrada - p. 193/194)


sexta-feira, 24 de março de 2017

O BOM CORAÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) Como a lei do carma é inevitável e infalível, sempre que fazemos mal aos outros estamos diretamente fazendo mal a nós mesmos, e sempre que os fazemos felizes estamos trazendo futura felicidade para nós mesmos. Assim diz o Dalai Lama:
Se você tentar dominar seus impulsos egoístas - raiva e assim por diante - e desenvolver mais bondade e compaixão pelos outros, no fim você mesmo estará se beneficiando mais do que estaria de outra forma. Por isso às vezes digo que o egoísta sábio deveria praticar desse modo. Os egoístas tolos estão sempre pensando em si mesmos, e o resultado disso é negativo. Os egoístas sábios pensam nos demais, ajudam-nos o quanto podem, e o resultado é que também eles recebem benefícios.
A crença na reencarnação mostra-nos que há no universo uma espécie de justiça ou bondade suprema. É essa bondade que todos estamos querendo descobrir e libertar. Sempre que agimos positivamente, movemo-nos na direção dela; sempre que agimos negativamente, nós a obscurecemos e inibimos. E sempre que não podemos expressá-la em nossas vidas e ações sentimo-nos infelizes e frustrados. 

Assim, se tiver de tirar uma mensagem essencial do fato da reencarnação, seria esta: desenvolva esse bom coração que deseja ardentemente que os outros seres encontrem felicidade duradoura, e que age para assegurá-la. Nutra e pratique a bondade. Disse o Dalai Lama: 'Não há necessidade de templos; nenhuma necessidade de filosofias complicadas. Nosso próprio cérebro, nosso próprio coração é nosso templo; minha filosofia é a bondade'."

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 131/132)


terça-feira, 8 de novembro de 2016

A NATUREZA PEDAGÓGICA DO CARMA (PARTE FINAL)

"(...) Um ego decide, às vezes, se assumirá ou não certo carma na vida presente, conquanto, muitas vezes, a mente cerebral não esteja inteirada da opção, de sorte que as próprias circunstâncias adversas, contra as quais o homem se debate, podem ser as mesmas que ele escolheu deliberadamente, a fim de favorecer a sua evolução. Quando ele se torna discípulo, e se acha, de certo modo, fora do estágio da evolução atualmente normal, amiúde domina e, em grande parte, modifica o seu carma - não que lhe seja dado escapar à parte que lhe cabe, senão que adquire muitos conhecimentos novos, e, portanto, coloca em movimento novas forças em muitas direções, as quais, naturalmente, alteram a operação das antigas. Colocando uma lei contra a outra, neutraliza forças cujos resultados poderiam atalhar-lhe o progresso.

Tem-se dito muitas vezes que o discípulo que toma providências para apressar o próprio progresso chama, por esse modo, o sofrimento sobre si. Essa talvez não seja a melhor maneira de dizê-lo. Tudo o que o discípulo faz é tomar a própria evolução nas mãos e tentar, tão rapidamente quanto possível, erradicar o mal e desenvolver o bem dentro de si mesmo, a fim de poder tornar-se, cada vez mais, um perfeito canal vivo do amor divino. É verdade que tal ação atrairá seguramente a atenção dos Grandes Senhores do Carma e, conquanto a resposta d'Eles seja dar-lhe uma oportunidade maior, pode envolver (e não raro envolve) um aumento considerável de sofrimento de várias maneiras.

Mas, se pensarmos com cuidado, veremos que é precisamente isso que se pode esperar. Todos temos, mais ou menos, um mau carma atrás de nós, e, enquanto não dermos cabo dele, ele será um perpétuo estorvo para nós em nosso trabalho superior. Um dos primeiros passos que podemos dar na direção do progresso sério é, portanto, solucionar o que quer que ainda permaneça em nós desse mal, e, assim, a primeira resposta dos Grandes à nossa luta para subir será, não raro, dar-nos a oportunidade de pagar um pouco mais dessa dívida (visto que nos tornamos agora tão fortes que podemos fazê-lo) a fim de que ela seja retirada do caminho do nosso trabalho futuro. O modo com que a dívida será paga é uma questão que está inteiramente nas mãos deles e não nas nossas; e podemos fiar-nos de que eles lidarão com isso de modo que não infligirão novos sofrimentos a outros - a menos, é claro, que esses outros ainda tenham alguma dívida cármica pendente, que pode ser descarregada dessa maneira. Seja como for, as grandes divindades cármicas procedem com inteira justiça em relação a cada pessoa interessada, quer direta, quer remotamente."

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 283/284)


sábado, 20 de agosto de 2016

RETA AÇÃO (2ª PARTE)

"(...) Qual deve ser a natureza do mérito da ação, as qualidades que devem marcar o seu mérito? Os termos em que a resposta a esta pergunta pode ser dada parecem diferentes, segundo o ponto de vista. Listarei algumas qualidades nas quais geralmente não se pensa com relação à ação potente e eficaz, e depois acrescentarei algumas outras.

Primeiramente, deve haver inocência - a ausência de qualquer motivo, intenção, desejo ou pensamento de ferir ou lançar a mais leve sombra sobre a felicidade de outra pessoa, muito menos coisas grosseiras tais como má vontade e malícia.

Segundo, deve haver gentileza, tornando a ação tão útil quanto possível à pessoa que é objeto da ação; mesmo que seja uma operação cirúrgica deve-se evitar toda dor desnecessária. Deve haver um temperamento que seja uma perfeita adaptação à necessidade da pessoa a ser auxiliada. 

Terceiro, lisura, de modo que na adaptação não haja a mancha do engano ou da fraqueza.

Quarto, inteligência e discrição, sem as quais qualquer ação carecerá de claras linhas de definição e movimento, e não se moverá dentro de suas próprias fronteiras.

Quinto, precisamos de perseverança e diligência, pois como trabalhamos no tempo, toda ação tem de ser sutentada durante um período que testa o requisito força de propósito, e muitas vezes a meta só é alcançada após certas pausas e reflexões ou desvios de movimento.

Por fim, deve haver as qualidades de justiça e responsabilidade; sem a primeira toda ação é errada, e a segunda dá um reconhecimento das obrigações a nós imbuídas por cada situação, e a relação do ato particular maior com o esquema que, do ponto de vista mais elevado, é trabalho em apoio ao plano divino. (...)

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 74)


domingo, 28 de fevereiro de 2016

O QUE O HOMEM SEMEAR, ISSO COLHERÁ

"As reencarnações estão ligadas umas às outras pelo operação da lei de causa e efeito. Sob essa lei todas as ações, sentimentos e pensamentos produzem suas próprias reações naturais e perfeitamente apropriadas, as quais podem acontecer imediatamente após as ações que lhes deram causa ou, ainda mais tarde, na mesma vida, podem ocorrer nas encarnações seguintes. Há referência dessa lei em muitos lugares na Bíblia, tendo Paulo declarado: 'Deus não se deixa escarnecer, o que o homem semear, isso colherá.' A palavra sânscrita karma (ação) é usada para designar essa lei, sua operação e os efeitos que ela produz. Sob seu fundamento, as ações motivadas pelo amor, pelo serviço e pelo altruísmo produzem prazer e o florescimento da autoexpressão, que encorajam o autor a repeti-las. Por outro lado, ações determinadas pela antipatia, pela ganância e pelo interesse produzem dor e aumento da limitação da autoexpressão, que desencorajam o autor a repeti-las. Ademais, a intensidade do prazer ou da dor é regulada pelo grau com que os objetivos egoístas ou altruístas expressam-se na ação. Essa compensação equilibrada está afirmada nas palavras do Senhor Cristo: 'Não julgueis para não serdes julgados. Pois com o julgamento com que julgais sereis julgados, e com a medida com que medis sereis medidos' (Mt 7: 1-2).

O sofrimento humano não deve, assim, ser visto como uma retribuição imposta pela Deidade, uma punição aplicada do alto ou um infortúnio injusto, acidental. Ao contrário, toda dor é autoinfligida e, portanto, recebida justificadamente. Ela é, além disso, destinada a avisar o autor de sua transgressão. O sofrimento deve ser visto, então, como justo e de fato benéfico, porque educativo em seu efeito final. O reconhecimento da lei da ação e reação resolve o problema de justiça para o homem. Todas as condições humanas - sofrimento, doença, felicidade e saúde - são autocriadas sob a lei. O problema apresentado pelo nascimento de bebês malformados ou doentes é resolvido quando a sequência de causa e efeito é reconhecida como operando através de uma série de vidas. À primeira vista, embora tais atribulações pareçam ser completamente injustas, porque imerecidas e tão sem culpa, elas não são realmente assim. De fato, são os efeitos estritamente apropriados das causas geradas pelo mesmo Ego em vidas anteriores. Sem essa explicação a vida é, na verdade, um enigma desesperante que desafia qualquer solução. As doutrinas gêmeas da reencarnação e do carma lançam um fluxo de luz sobre a vida humana, revelando a existência de justiça, propósito e um objetivo seguro para todos os homens."

(Geoffrey Hodson - A Sabedoria Oculta na Bíblia Sagrada - Ed. Teosófica, Brasília, 2007 - p. 58)

domingo, 15 de novembro de 2015

AS 4 LEIS DO CÓDIGO DE DEUS (2ª PARTE)

"A segunda Lei do Código de Deus é a Lei de Átman-Budhi ou Lei da Subordinação. É também conhecida como Lei de Manas-Budhi. Dá no mesmo. Essa Lei define a verdade de que tudo e todos se subordinam entre si ou a alguém ou a alguma coisa e que também nos subordinamos a nós mesmos. Nossa primeira subordinação e a Deus-Mahat - Deus Verdade. Se somos obedientes a Ele e a Seu Código, tudo tende a andar normalmente e sem maiores problemas. Obedecer não é temer. Obedecer é anuir com o Sistema, é aceitar a disciplina e a ordem. Somos subordinados aos pais, às plantas que fornecem alimentos, aos chefes e também a certas situações. Por sermos subordinados a Deus-Mahat - Deus Sistema, o somos automaticamente à moral, à ética, à dignidade, à Lógica, à Justiça, ao dever. Somos subordinados a quem devemos alguma coisa, seja dinheiro, coisas ou favor.

Ser  subordinado não significa estar por baixo e sim ser parte irremovível e interdependente de um Sistema que nos leva a subordinar alguém ou alguma coisa e a sermos subordinados a alguém ou alguma coisa. Somos subordinados às Leis, à Pátria e a tantas outras coisas mais. Mas não devemos esquecer que também somos subordinados a nós mesmos, ao nosso Ego, à nossa individualidade, daí termos que observar a capacidade de ser subordinados e a arte de também sabermos subordinar. Identificar os predicados dessa Lei Divina é ser acima de tudo Saptaparna? O Homem - o eleito e preferido por Fohat, a Divina Providência. É ser racional e ter consciência de que é parte irremovível do Sistema Deus Verdade. Sentir e entender a Lei de Átman-Budhi ou Lei da Subordinação é sentir que é parte irremovível do Sistema Deus Verdade. (...)"

(Sagy H. Yunna - Um Iogue na Senda de Brian Weiss - WB Editores, São Paulo - p. 33/34)

segunda-feira, 27 de julho de 2015

O ENRIQUECIMENTO INTERNO E A PROSPERIDADE EXTERNA (PARTE FINAL)

"(...) Desde que o homem especule mercenariamente para receber qualquer benefício externo pelo fato de ser bom, já está num trilho falso, porque degrada as coisas espirituais a escrava das coisas materiais - e não pode ser feliz. O espiritual deve ser buscado incondicionalmente, sem segundas intenções - e Deus se encarregará do resto.

A felicidade pessoal não é, pois, algo que o homem deva buscar como prêmio da sua espiritualidade, nem mesmo como uma espécie de 'céu' fora dele - essa felicidade lhe será dada como um presente inevitável, como uma graça, como um dom divino - suposto que ele seja incondicionalmente bom.

Essa atitude interna de completo desinteresse, é claro, exige grande pureza de coração, e é por isto mesmo que o Nazareno proclama 'bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus'. 'Pureza de coração' é isenção de egoísmo.

É imensamente difícil, para o homem profano, ser integralmente honesto consigo mesmo, não camuflar intenções, não criar cortinas de fumaça para se iludir egoisticamente sobre os verdadeiros motivos dos seus atos. Um homem que, digamos, durante dez ou vinte anos, praticou vida espiritual, mas não conseguiu prosperidade material, e se queixa desse 'fracasso' descrendo da justiça das leis eternas que regem o universo e a vida humana, esse homem não é realmente espiritual, nutre um secreto espírito mercenário, esperando receber algo material por sua espiritualidade; não busca sinceramente o reino de Deus e sua justiça, e por isto mesmo, não lhe serão dadas de acréscimo as outras coisas.

Só um homem que possa dizer como Job, depois de perder tudo: 'O Senhor o deu, o Senhor o tirou - seja bendito o nome do Senhor!' ou que compreenda praticamente as palavras de Jesus: 'Quando tiverdes feito tudo que devíeis fazer, dizei: Somos servos inúteis; cumprimos apenas a nossa obrigação, nenhuma recompensa merecemos por isto' - só esse homem é realmente espiritual e descobrirá o segredo da verdadeira felicidade. (...)

O altruísmo de que falamos é um meio para o homem fechar as portas ao seu egoísmo pessoal e abrir a porta à invasão do seu grande Eu espiritual. Quem quer autorrealizar-se em sua alma, deve substituir o seu egoísmo pelo altruísmo. O ego só se encontra com Deus via tu."

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 7ª edição - p. 35/36)
  

domingo, 7 de junho de 2015

CARIDADE

"É muito fácil ver caridade no que apenas parece ser; é muito difícil se dizer, com justiça, se uma pessoa é caridosa.

A 'caridade' espetacular, publicamente exibida, efetivamente pode ser proveitosa aos pobres, mas só a eles. Os que se mostram caridosos podem ser úteis aos necessitados, e isto é bom para estes. Mas, na medida em que, exibindo caridade, homens e mulheres se credenciam à admiração pública ou procuram recompensas vindas da justiça de Deus, se iludem quanto aos frutos espirituais. É o egoísmo o que leva pessoas a posarem de caridosas.

Travestidos de caridosas e convencidas de que o são, elas permanecem presas da ilusão e sempre no culto do inimigo maior de cada um - exatamente o ego.

Só a caridade verdadeira é benéfica àquele que dá, e a condição de ser verdadeira é exatamente não se fazer cálculo dos benefícios a serem colhidos. Quem espera recompensas da 'caridade' é o ego em nós.

'Quem dá aos pobres empresta a Deus' - é uma infeliz expressão de uma triste barganha, na qual os pobres entram como mercadoria, e Deus como um 'freguês'.

Ensina-me, Senhor, a doar e a doar-me sem nada esperar."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 59/60)
www.record.com.br


sexta-feira, 5 de junho de 2015

DEFENDA O QUE É CERTO

"Estamos na Terra por muito pouco tempo, e logo partimos. Não se apegue nem se prenda a nada. Na primeira vez em que fui convidado para ser cidadão deste país, recusei, porque não queria ser chamado de cidadão de nenhum país. Meu país são todas as nações; sou um cidadão do mundo. Meu Pai é Deus e minha família é toda a humanidade. Quem pode me contradizer nisso? Se eu tiver de lutar, será pela justiça. Defenderei os Estados Unidos quando tiverem razão, mas não lutarei pelo país quando ele estiver errado. Sempre que seu país estiver certo, lute por ele. Sempre que sua família estiver certa, dê-lhe apoio. Sempre que seus amigos estiverem certos, colabore com eles. Vê como é claro? Você não pode negar a justiça deste princípio. Este é o princípio divino ensinado por Krishna, Cristo e todos os grandes mestres. E é o que vai trazer a paz duradoura ao mundo.

Vou contar uma história: havia um juiz muçulmano muito ortodoxo e preconceituoso. Um aldeão hindu foi levado à sua presença e o juiz perguntou do que o acusavam. Ele respondeu: 'Meritíssimo, devo declarar que seu touro brigou com meu touro, quebrou seus chifres e ele agora está morrendo.'

O juiz retrucou: 'Bem, você sabe que os animais brigam. Caso encerrado.'

Ao ouvir isto, o esperto aldeão disse: 'Meritíssimo, cometi um erro. O que eu quis dizer é que o meu touro quebrou os chifres do seu; é o touro que lhe pertence que está à morte.'

O juiz ficou furioso e aplicou uma multa equivalente a 50 dólares no aldeão. Na hora em que o touro do juiz é que estava morrendo, seu 'julgamento' foi diferente. A moral é: seja sempre um juiz pleno de discernimento e entendimento. Faça primeiro o teste em si mesmo e em seus motivos. Sempre que tiver alguma dúvida no coração, julgue a si mesmo perante o seu próprio tribunal interior."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 254/255)


sexta-feira, 15 de maio de 2015

O REINO DOS CÉUS

"Com efeito, eu vos asseguro que se a vossa justiça não exceder a dos escribas e a dos fariseus, não entrareis no reino dos céus.

Os escribas e os fariseus esquecem o primeiro mandamento: 'Ama o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente.' São pessoas muito éticas, corretas em seu modo de vida; prendem-se, porém, às formas e observâncias exteriores, o que os leva à intolerância, à estreiteza e ao dogmatismo. A justiça que ultrapassa a dos escribas e dos fariseus é exatamente o oposto disso. É uma ética que encara a observância das formas e dos rituais não como um fim em si mesmo, mas como meios para entrar no reino dos céus.

Deus está além do bem e do mal relativos. Ele é o Bem absoluto. Quando nos unirmos a ele em nossa consciência, vamos além da justiça relativa. Essa verdade é com frequência mal compreendida: não significa que devamos desculpar a imoralidade, pois a ética é o fundamento real da espiritualidade. Ao nos iniciarmos na vida espiritual, é preciso que nos abstenhamos conscientemente de fazer mal aos outros; que nos abstenhamos da mentira, do roubo, do desregramento e da avidez; impõe-se que observemos a pureza física e mental, o contentamento, o autocontrole e a lembrança contínua de Deus. 

Mas o desejo de viver uma vida verdadeiramente ética e de praticar as disciplinas espirituais vem-nos apenas se decidirmos viver o primeiro mandamento - se aprendermos a amar a Deus e a lutar por manifestá-lo. Sem este ideal, a moralidade degenera para o decoro externo dos escribas e dos fariseus. Se, porém, o primeiro mandamento é observado, então o segundo se segue como decorrência natural. Quando amamos Deus, precisamos amar nosso próximo como a nós mesmos - porque nosso próximo é o nosso próprio eu.

Pela prática do autocontrole, pela contenção interior das paixões, desenvolvemo-nos espiritualmente na direção da união com o Deus absoluto. A pessoa que atinge este estágio supremo não precisa fazer distinção consciente entre o certo e o errado, nem praticar o autodomínio. A santidade e a pureza tornam-se sua verdadeira natureza. Ela transcende a justiça relativa e entra no reino dos céus."

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 51/53


quarta-feira, 4 de março de 2015

A ALMA DO ASCETA

"Somente na alma do asceta reina a Paz. Ele não quer mais do que tem. Não anseia tornar-se o que ainda não é. Não se angustia nem mesmo com a estupidez dos homens. Não se filia a doutrinas que deve defender ou impor. Não persegue ilusões. Não teme a morte. Nunca se sente pobre. Não deseja poderes, honras, lugares, haveres... Não reprime. Não se reprime. Não se engana. Não engana. Não explora. Mas também nada tem e, se nada tem, não anseia aumentar ou guardar. Não se perturba, pois nada o ameaça. Não se ira, pois ninguém o pode ferir.

Ele só tem uma estrela a supri-lo com Infinito, Beleza, Justiça, Amor, Verdade, Beatitude...

Sua estrela é ele mesmo."

(Hermógenes – Mergulho na paz - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2005 - p. 44/45)


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

OÁSIS

EM DIA DE treva,
é bom lembrar que a Luz está apenas temporariamente
oculta.

No tumulto dos conflitos,
necessário é pressentir a Paz.

Em meio à multidão sem rumo,
é gostoso falar da riqueza da Solidão.

Ensurdecido pela disfonia dos ruídos,
bom é ser tangido pelo acalanto do Silêncio.

No festival do amoralismo cultivado,
como é bom pensar e desejar e praticar o Bem!

Afogando-me em mar de ódios,
é sublime cultivar o Amor.

Vítima da injustiça dos potentados
o remédio é esperar pela Justiça de Deus.

Desgarrados e desolados na imensidade do grande deserto,
abriguemo-nos no Oásis de Deus.

Interrompamos o tropel agitado de todas as formas de fuga.

Paremos.

Sentemo-nos.

Vamos orar!

(Hermógenes - Viver em Deus - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2007 - p. 176/177)


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A CALMA É A MELHOR CURA

"A melhor cura para o nervosismo é cultivar a calma. Quem é naturalmente sereno não perde o senso de razão, de justiça ou de humor sob nenhuma circunstância. Esta pessoa sempre pode separar o fato do sentimento ou das falsas expectativas. Não se deixa enganar pela fala açucarada de gente desonesta, que chega com projetos inviáveis para a obtenção de riquezas ilícitas. Não envenena os tecidos orgânicos, com a raiva e o temor, que afetam adversamente a circulação. Bem comprovado é o fato de que o leite da mãe encolerizada pode ter efeito prejudicial sobre o filho. Que prova mais impressionante podemos pedir de que as emoções violentas acabam por reduzir o corpo a uma vergonhosa ruína?

O equilíbrio é uma bela qualidade. Devemos modelar nossa vida segundo uma estrutura triangular: calma e doçura são os dois lados; a base é a felicidade. Todos os dias, devemos lembrar: 'Sou um príncipe da paz, sentado no trono do equilíbrio, dirigindo meu reino de atividade.' Agindo rápida ou lentamente, na solidão ou nas agitadas aglomerações humanas, devemos estar centrados na paz e no equilíbrio. Cristo nos deu o ideal. Em toda parte, demonstrou paz, superando todos os testes concebíveis sem perder o equilíbrio.

Deus está em tudo, controlando planetas e galáxias; contudo, Ele não Se perturba. Embora esteja no mundo, está acima do mundo. Devemos refletir Sua imagem e semelhança. Devemos meditar frequentemente e dar continuidade aos efeitos de paz que se seguem à meditação. Devemos emitir pensamentos de amor, boa vontade, harmonia. No templo da meditação, com a luz da intuição ardendo sobre o altar, não há inquietude, esforço ou buscas nervosas. O homem encontra-se finalmente em seu verdadeiro lar, um santuário que não foi construído com as mãos e, sim, com a paz de Deus."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 101)