OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quinta-feira, 6 de junho de 2024

O INIMIGO DA PAZ

"Chega de tantos megatons!

Parem de construir ogivas!

O planeta vai explodir e levar também vocês...

O inimigo da Paz e seu também não está lá do outro lado...

Está aí. Dentro de vocês. Dentro de cada pretenso dono dos outros.

Que domínio vocês poderão conquistar se os do outro lado vão todos morrer?!

Que hegemonia podem pretender se também vocês serão desintegrados megatonicamente?! ...

Se vocês desejam hegemonia, domínio, controle... então, ainda hoje, comecem a conquista de vocês mesmos; tratem de dominar - em paz, não esqueçam - o que em vocês é irretidão, tibieza, estupidez, ignorância, rancor, medo, ansiedade, arrogância, fragilidade, inquietude, desespero, vício, hipocrisia e desejo de afirmação, apego, rancor, ressentimento.

Depois disto, vocês e os do outro lado terão um problema muito grande a resolver - jogar fora tantos megatons, germes, gases, tantos engenhos apocalípticos que andaram juntando.

Jogar fora???!!!

Onde é fora deste infeliz planeta que vocês estupidamente desarrumaram???!!!"

Hermógenes, Mergulho na paz. Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2005, p. 43.
Imagem: Pinterest.

 

terça-feira, 1 de novembro de 2022

SIMPLICIDADE

"Simplicidade não é miséria: não se opõe diametralmente à riqueza. Viver com simplicidade é seguir o caminho tranquilo da moderação. Numa vida de equilíbrio entre extremos jaz o segredo da felicidade interior. 

Os amantes verdadeiros, em paz consigo mesmos e com o mundo, aceitam alegremente seu destino e lamentam, com razão, o fardo dos reis.

A felicidade é a condição natural e autêntica dos seres humanos. Poucos a encontram porque vivem em sua periferia; distanciam-se o mais possível do seu próprio centro interior. Quanto mais ricos e poderosos se tornam, mais vazios se sentem por dentro.

Nos reis, o anseio de felicidade é quase sempre frustrado: seu desejo natural de ter amigos é diariamente engolido pela maré dos que tentam explorá-los. Sua esperança de encontrar compreensão nos homens é submergida e esmigalhada pela onda dos que lhes disputam os favores. Quanto mais numerosos são os cortesãos, mais o rei se sente interiormente solitário.

Por toda parte as pessoas, em sua busca de felicidade fora de si mesmas, descobrem ao fim que foram buscá-la numa cornucópia vazia e que estiveram sugando febrilmente as bordas de uma taça de cristal na qual nunca se despejou o vinho do regozijo.

(Paramhansa Yogananda - Como Ser Feliz o Tempo Todo - Ed. Pensamento, São Paulo, 2008 - p. 61)
Imagem: Pinterest.


quinta-feira, 8 de setembro de 2022

REALIDADE INTERIOR

"O hábito religioso tende a limitar a influência dos sentidos e favorecer a sensibilidade interna, espiritual. No primeiro caso, o monge pode filtrar o que vem do ambiente e também selecionar o que buscar nele. Amorosamente sensível à necessidade do próximo e rigoroso contra seus próprios caprichos, não se deixa dominar por esses últimos. A vigilância e o discernimento são potencializados pela concentração e pela autoanálise. O tecido do hábito religioso simboliza uma camada adicional de pele, um revestimento figurado capaz de facilitar o bem e refrear o mal, em todos os sentidos.

De onde vêm os monges encapuzados? De toda parte, dessa ou daquela religião, família, etnia, país, do campo ou da cidade, todos se encontram sob as mesmas vestes e compartilham os mesmos ideais e objetivos. Eles se igualam por fora como se nivelam por dentro, já que interiormente têm os mesmos órgãos: coração, pulmões e demais vísceras, iguais em número e sob os mesmos princípios biológicos. O que está por debaixo, ou seja, as vísceras, tem sua contraparte no que está por cima, ou seja, o hábito religioso. Seja de onde for, o manto apaga as fronteiras, é símbolo de igualdade e de unidade.

O monge é a pessoa mais livre do mundo, e o hábito religioso atesta isso. Já tem uma roupa definida, simples, mas carregada de significado espiritual. Se um uniforme precisa ser funcional, como o de um socorrista, por exemplo, o do sacerdote também o é. Frugal, rústico, de cor natural, tem uma estética que ajuda a liberar a mente e o foco para voos altos. Dizem que Einstein só dispunha de um modelo de roupa, por um motivo prosaico: eximir-se da preocupação sobre o que usar. Moderando o que vem do mundo exterior, o hábito ajuda a liberar a realidade interior.

As cores do hábito religioso variam amplamente entre as religiões e ordens. Segundo C.W. Leadbeater, a cor preta, comum nas vestes monásticas, simboliza esotericamente o domínio do espírito sobre a matéria. Significa, portanto, autocontrole e plena moderação espiritual com vistas à libertação dos grilhões que nos induzem ao erro. Em física, a cor negra é o absorvedor ideal, pois não reflete as demais cores. Alegoricamente, de fato, o poder de absorção e de autodomínio se equivalem em suas respectivas dimensões. Portanto, além da forma, a diversidade de cores aponta para um rico simbolismo cromático.

Em várias culturas, os representantes do sagrado, sejam pajés, xamãs ou monges, revestem-se de formas e cores distintivas em suas vestes. O cocar de penas coloridas ou o capuz do monge são exemplos dessa diversidade. Além disso, é comum que símbolos religiosos, como as imagens de santos ou devas, sejam cobertos por mantos, constituindo uma espécie de aura visível a todos. A coroa ou auréola, para Leadbeater, representam, no misticismo oriental, centros de força situados na cabeça. Mas podem também representar o pensamento iluminado. 

Por fim, usei a expressão 'hábito religioso' para designar as vestes monásticas ou sacerdotais. Entretanto, se pensarmos sobre o outro significado da palavra 'hábito' e considerarmos o hábito religioso como a repetição de um comportamento: altivo, capaz de nos religar à divindade onipresente, teremos uma reflexão igualmente válida. Revestidos de bons hábitos poderemos aspirar a um mundo melhor, mais fraterno e mais justo. Assim, toda pessoa de bem porta um hábito religioso invisível tão digno quanto as vestes sagradas visíveis, um lembrete simbólico da aura em purificação."

(Fernando Gaspar - O Simbolismo do Hábito Religioso - Revista Sophia, Ano 19, nº 97 - p. 36/37)
Imagem: Pinterest.


terça-feira, 19 de abril de 2022

O VALOR DO PERDÃO (PARTE FINAL)

"(...) O discernimento é necessário no perdão, como em todas as situações da vida. Ao perdoar não preciso concordar nem apoiar o comportamento prejudicial ou antissocial do outro. O perdão é uma atitude interior e não um ato externo, muitas vezes teatral. O objetivo do perdão não é mostrar que temos uma natureza superior e magnânima. Tampouco tem o propósito de mudar ou envergonhar o outro, mas simplesmente mudar nossa maneira de ver o mundo e, com isso, mudar os pensamentos negativos ou de discórdia que nutrimos em nossa mente. Dessa forma, alcançamos seu verdadeiro propósito que é trazer paz para nossa mente, abrir caminho para o amor incondicional e permitir que venhamos sentir a verdadeira alegria de nos livrarmos dos venenos do passado. 

O perdão é especialmente importante no seio da família. É entre aqueles que mais amamos que ocorrem mais ocasiões para sofrimento: palavras inapropriadas em momentos de estresse, descuidos com as suscetibilidades de cada um dos nossos familiares, esquecimentos de datas, ocasiões especiais, promessas esquecidas, expectativas não alcançadas, enfim, toda gama de situações em que magoamos nossos familiares e somos magoados por eles. Nesse sentido, a família é realmente um lugar fundamental para o exercício do perdão. Em uma recente homilia, o Papa Francisco disse:

'Não existe família perfeita. Não temos pais perfeitos, não somos perfeitos, não nos casamos com uma pessoa perfeita nem temos filhos perfeitos. Decepcionamos uns aos outros. Por isso não há casamento saudável nem família saudável sem o exercício do perdão. O perdão é vital para nossa saúde emocional e sobrevivência espiritual. Sem perdão a família se torna uma arena de conflitos e um reduto de mágoas. Quem não perdoa não tem paz na alma nem comunhão com Deus. A mágoa é um veneno que intoxica e mata. Guardar mágoa no coração é um gesto autodestrutivo. É autofagia. Quem não perdoa adoece física, emocional e espiritualmente. É por isso que a família precisa ser lugar de vida e não de morte; território de cura e não de adoecimento; palco de perdão e não de culpa. O perdão traz  alegria onde a mágoa produziu tristeza, cura, onde a mágoa causou doença.'

O perdão só será completo em nossas vidas quando conseguirmos perdoar inteiramente nossos pais. Muitas pessoas, mesmo em sua vida adulta, guardam ressentimentos de certas atitudes do pai ou da mãe, ou de ambos. Mesmo que nossos pais tenham sido amorosos conosco, ainda assim, é provável que nosso relacionamento com eles, em nossa tenra infância, tenha deixado marcas psicológicas profundas que nos acompanham pelo resto de nossas vidas. Para nos libertarmos de nossos traumas de infância, precisamos perdoar aqueles que julgamos 'culpados' pelos problemas de nossas vidas. Vale lembrar que, se tivermos a possibilidade de conhecer as circunstâncias da infância de nossos pais, vamos verificar que eles provavelmente repetiram conosco o tratamento que receberam dos pais deles, nossos AVÓS.

Esse entendimento, de que as pessoas tendem a repetir ou repelir o que vivenciaram no passado, é importante para aprendermos a extensão de como somos prisioneiros do passado. A libertação da culpa, ou do medo, que é o outro lado da culpa, facilitará nosso entendimento de que para alcançar a paz e a felicidade precisamos nos libertar do passado.²¹ Um futuro melhor só pode ser construído no presente. Mas, para isso, teremos que estar conscientes do presente, em vez da usual aceitação de que o presente é uma continuação automática do passado e que o futuro será a mesma coisa, ou seja, uma prisão eterna.

O perdão é uma mudança de atitude interior. Para isso precisamos estar convencidos de que podemos mudar. Toda mudança começa com uma decisão interior, com o pensamento de que deve haver uma alternativa e que podemos escolher essa alternativa. Com isso assumimos a responsabilidade por nossa vida em vez de esperar que nossos problemas sejam resolvidos por uma fonte externa, seja ela o nosso companheiro/a, o governo ou Deus."

²¹ KRISHNAMJURTI, J. Liberte-se do Passado. São Paulo: Ed. Cultrix.

(Raul Branco - A Essência da Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 2018 - p. 87/89)
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terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

O CAMINHO ESTÁ NO INTERIOR

"Todo aspirante ao Caminho descobre, mais cedo ou mais tarde, que todo o processo é realizado em seu interior. O caminho está dentro dele. O poder do sucesso está dentro dele. Os obstáculos estão todos dentro dele, até mesmo, os kármicos; pois o efeito do karma é decidido por sua reação a ele. Eventos externos, mesmo os Níveis alcançados, são apenas externalizações do que se passa dentro dele. Todas as grandes realizações são interiores. Todas as grandes batalhas, derrotas e vitórias ocorrem em seu interior. A vida externa é apenas um reflexo da experiência e da condição interior. Portanto, o grande esforço deve sempre ser direcionado para dentro, para purificar e aperfeiçoar o caráter, refinar toda natureza e, acima de tudo, para desenvolver poder, sabedoria, compaixão e inteligência. É essencial que a mente seja mantida sempre no ideal. O aspirante deve dedicar seu coração e sua alma às mais importantes coisas da vida. Ele deve viver para essa dedicação." 

(Geoffrey Hodson - A Vida do Iniciado - Ed. Teosófica, Brasília, 2021 - p. 59)


quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

ILUMINAÇÃO INTERIOR

"A mais rica linguagem poética é evocada pelo recorrente fenômeno diário do nascimento do sol, uma maravilha da natureza equiparada em esplendor somente ao pôr do sol ao final do dia. No contexto da experiência religiosa, o nascimento do sol é usada como símbolo de iluminação espiritual; os raios do sol tipificam a luz divina vertida na consciência individual. Como o amanhecer assinala o início de um novo dia, o nascimento do sol é apropriadamente empregado para retratar a aurora de uma nova fase na vida interna do homem, uma iniciação a um modo de consciência tradicionalmente descrito na linguagem da luz. 

Mas na verdade o nascimento do sol é uma ficção poética, a transferência de movimento do espectador para o espetáculo. O sol nunca nasce ou se põe. Esses eventos, embora anotados com precisão nos almanaques, jamais ocorrem. A verdade, que quase nem se precisa dizer, é que a Terra gira, e nós com ela; mas tão completo é o nosso condicionamento ao mundo da experiência sensorial que habitualmente projetamos sobre um corpo externo o nosso próprio movimento. A Terra gira, o sol torna-se visível, e dizemos: ele nasce. A Terra gira, o sol some de nossa visão, e dizemos: ele se põe. 

Na literatura da vida espiritual, a adoção do nascimento do sol como símbolo de iluminação interior oculta a verdade de que a iniciação não é o resultado de um favor divino ou uma inspiração poética, mas é produzida por uma mudança no interior do indivíduo. Na verdade a mudança é um giro, uma verdadeira conversão para longe da vida do 'eu' e uma aproximação da vida de autodoação. Quando o aspirante é capaz de rasgar o véu do egoísmo, pode perceber a luz que jamais deixou de estar presente.

As figuras de linguagem têm sido a língua franca dos místicos de todas as eras. Conscientemente empregadas como o único meio verbal para expressar o inexpressável, eles não podiam ser mal interpretados por aqueles para quem a iluminação, o nascimento do sol interior, era um fato de experiência. Onde falta experiência, no entanto, é provável que a ignorância como único intérprete aceite o simbolismo verbal como uma afirmação de fato, perpetuando assim a ilusão que mantém o homem prisioneiro dos seus sentidos. 

Um trecho dos escritos de H. P. Blavatsky expõe vigorosamente um exemplo de nossa escravidão ao ponto de vista egocêntrico - isto é, centrado na personalidade. Ela diz: 'Se ao menos pudésseis apreender a ideia básica.' Lembrando seus discípulos da 'grande verdade axiomática da Realidade Una', acrescenta: 'Esta é a sempre existente Essência Raiz, imutável e incognoscível aos nossos sentidos físicos, mas manifesta e claramente perceptível às nossas naturezas espirituais.' Daí segue-se naturalmente que 'se Ela é onipresente, universal e eterna, Dela devemos ter emanado, e devemos, algum dia a Ela retornar'. 

Há uma consequência ulterior, da qual a ilusão do nascimento do sol pode lembrar-nos diariamente. 'Sendo assim', escreve ela, chamando a atenção mais uma vez para as implicações da grande verdade axiomática, 'então faz sentido que vida e morte, bem e mal, passado e futuro, sejam todas palavras vazias, ou na melhor das hipóteses, figuras de linguagem'. 

O nascer do sol é uma ilusão, pois a Terra gira, mas o sol não nasce. Vida e morte são ilusões, pois há apenas Existência, à qual nada pode ser acrescido, da qual nada pode ser retirado, na qual tudo eternamente é."

(Ianthe H. Hoskins - Iluminação Interior - Revista Sophia, Ano 15, nº 65 - p. 5/7)


terça-feira, 29 de junho de 2021

DEIXA DE SER BONECO DE ENGONÇOS!

"O mundo em derredor é um mundo de efeitos visíveis - cuja causa é invisível. Por detrás dessa vasta tela multicor de fenômenos transitórios atua a misteriosa causa incolor, o eterno e imutável Númeno - Deus.

O homem profano é constantemente impelido pelo mundo externo; não é ele que decide - é o mundo fenomenal que determina o que esse homem deve fazer ou deixar de fazer.

O homem profano é antes um objeto atuado do que um sujeito atuante.

É escravo dos seus sentimentos e pensamentos, que lhe tolhem a liberdade de ser ele mesmo, seu verdadeiro Eu divino.

Está à mercê das paixões do egoísmo, da cobiça, da sensualidade, do medo, do ódio, da aversão - vítima passiva de todos os impactos vindos da periferia da sua personalidade.

É um 'caniço agitado pelo vento' - e não um baluarte firmado em rochedos eternos.

Qual boneco de engonços manobrado por cordéis invisíveis, assim move o profano mãos e pés, mente e coração, ao sabor de agentes alheios.

O profano não se guia - é guiado.

Mas, quando o homem ultrapassa a fronteira do mundo fenomenal das aparências e entra na zona da grande realidade; quando, de vítima dos efeitos heterônomos, passa a ser senhor da causa autônoma, das creaturas ao Creador, das aparências à essência, do temporal ao eterno - então deixa de ser escravo das ilusões e se torna senhor da verdade.

'Conhecereis a verdade - e a verdade vos libertará'...

Abandona o movediço areal do mundo periférico e alicerça sua casa sobre o rochedo central da realidade divina.

Proclama a sua verdadeira liberdade - 'a gloriosa liberdade dos filhos de Deus'.

E das excelsas e sólidas alturas do seu Himalaia espiritual contempla esse homem, com jubilosa serenidade, todas as rampas e baixadas da vida humana e do mundo em derredor.

Não com o sobranceiro desdém do orgulhoso - mas com a humilde benevolência do sábio.

Que tudo compreende desconhece desprezo, orgulho e ódio - abrange todas as coisas com a potente suavidade e a suave potência de um amor universal.

No coração desse homem têm lar e querência segura todos os seres do universo de Deus.

Porque o iniciado sabe por experiência íntima que todos os filhos de Deus são seus irmãos e suas irmãs, membros da grande família do Pai celeste.

Verdade é liberdade.

Liberdade é compreensão.

Deixa, pois, meu amigo, de ser fantoche de compulsão externa - e torna-te senhor do impulso interno.

Senhor da tua vida.

Senhor do teu destino..."

(Huberto Rohden - Imperativos da Vida - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 1983 - p. 143/145)



 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

CONHEÇA-SE A SI MESMO (1ª PARTE)

"Bem no fundo do coração de cada ser humano existe o anseio por felicidade. Mas o que é felicidade? Se você perguntar a pessoas diferentes, receberá diferentes respostas.

Os espiritualmente imaturos, após pensar por algum tempo, dirão, talvez, que se obtivessem esta ou aquela satisfação ou tivessem uma preocupação eliminada, seriam felizes. Em outras palavras, para elas a felicidade significa que certos desejos sejam satisfeitos. 

Mesmo que esses desejos se tornassem realidade, porém, tais pessoas não seriam felizes. Elas ainda sentiriam lá no fundo uma certa inquietude. Por quê? Porque a felicidade não depende de circunstâncias exteriores ou de outras pessoas, não importa quão convencida esteja a pessoa espiritualmente imatura dessa falácia.O indivíduo espiritualmente imaturo pensa que a felicidade tem que ser criada primeiro no nível exterior, pois as circunstâncias externas, que não são necessariamente produzidas por ele, devem atender plenamente os seus desejos e, que quando isso for alcançado, a felicidade se seguirá. Os que se encontram amadurecidos espiritualmente sabem que se dá exatamente o contrário. 

Muitas pessoas não querem reconhecer essa verdade. É mais fácil culpar o destino, a injustiça do destino ou das forças superiores, ou ainda as circunstâncias causadas por outras pessoas, do que ser responsável por si mesmo. É mais fácil sentir-se vítima. Dessa forma, não é preciso examinar, por vezes mais profundamente e com o máximo de honestidade, o próprio interior.

Ainda assim a grande verdade é: a felicidade está em nossas próprias mãos. Está em seu poder encontrar a felicidade. Você pode perguntar, 'o que devo fazer'? Mas vejamos o que significa felicidade no sentido espiritualmente maduro. Ela significa simplesmente: Deus. (...)"

(Eva Pierrakos, Donovan Thesenga - Não Temas o Mal - Ed. Pensamento-Cultrix Ltda., São Paulo, 2006 - p. 23/24)


terça-feira, 15 de outubro de 2019

O MUNDO INTERIOR EM CONTRAPOSIÇÃO AO MUNDO EXTERIOR

"Os sentidos são a raiz da consciência material. O indivíduo comum está mais inclinado para o mundo e para as coisas materiais do que para as coisas espirituais, porque os faróis de seus cinco sentidos - visão, audição, olfato, paladar e tato - estão direcionados para o exterior, isto é, aos objetos e prazeres materiais. É por isso que tudo lá fora parece lindo e agradável. Nunca se contempla o 'mundo interior' a menos que os faróis se invertam e se focalizem ali. Só quando aprender a não se deixar levar pela operação dos sentidos é que você conseguirá desfrutar da consciência espiritual.

Quando você se interioriza, começa a perceber que há muito mais maravilhas no mundo interior do que no exterior. Se gosta da música deste mundo, descobrirá que a música astral é muito mais encantadora. Da mesma forma que aprecia a carícia de um brisa refrescante, o calor do sol e outras sensações saudáveis, quando você tem a consciência voltada para dentro sente as percepções sutis, extremamente agradáveis, das forças situadas nos centros espirituais do eixo cerebrospinal do corpo. Todas as coisas belas deste mundo nada mais são do que uma grosseira réplica da radiante grandiosidade do mundo astral. Nada material pode se comparar às maravilhosas visões do mundo interior. A consciência espiritual leva à percepção da sabedoria e da beleza que existem por trás de todos os fenômenos materiais.

A beleza da natureza é como uma fonte: você vê como a névoa de água é bonita mas não enxerga as maravilhas dentro de cada gota. A luz e a cor astral por trás de cada átomo são indescritivelmente belas. Na fonte de esplendor da natureza você vê apenas o exterior grosseiro, mas não a sutil beleza interior, nem o Poder que confere essa beleza à natureza. 

'Ó Senhor, todas as coisas são formosas porque Tu lhes emprestaste a beleza que possuem. A lua sorri e as estrelas cintilam porque lá estás, fulgurante. Como Tu és belo, tudo é belo; sem Ti, nada seria bonito. Ó Beleza Infinita, és mais bela do que todas as coisas belas que vêm de Ti. Os encantos da natureza nada mais são do que ondas de Tua beleza dançando em Ti, Ó Espirito Invisível da Beleza!'"

( Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 88/89)
http://www.omnisciencia.com.br/livros-yogananda/romance-com-deus.html


quinta-feira, 5 de setembro de 2019

CRISE EXTERIOR E CRISE INTERIOR

"O rigor e a dor de uma crise não são em absoluto determinados pelo fato objetivo. Penso que a maioria das pessoas pode verificar isso facilmente. A maioria das pessoas passou por mudanças sérias, exteriormente. Você pode ter perdido uma pessoa amada, pode ter-se defrontado com mudanças as mais drásticas e com fatos objetivamente traumáticos - guerras, revolução, perda de fortuna e habitação, doença. Entretanto, interiormente, você pode ter-se agitado e sofrido menos do que em situações que exteriormente não se poderiam comparar com a agitação de seus sentimentos interiores. Podemos assim dizer que uma crise exterior pode deixá-lo interiormente mais tranquilo do que uma crise interior. Às vezes o fato objetivamente mais traumático fere menos do que o fato objetivamente menos traumático. Na primeira instância, a mudança necessária ocorre num nível externo, e seu ser interior aceita com mais facilidade, ajusta-se ao melhor, e encontra um novo modo de lidar com ela. No segundo caso, a necessidade de mudança interior esbarra numa resistência maior. Sua interpretação  subjetiva do fato torna a crise desproporcionalmente dolorosa. Às vezes uma pessoa procura encontrar explicações racionais para uma intensidade emocional peculiar dessas - explicações que podem ser chamadas de racionalizações. Às vezes tanto as mudanças e crises interiores como as exteriores encontram a mesma atitude interior.

Quando o processo da crise é aceito e não é mais obstruído, quando a pessoa se põe a andar junto com ele em vez de lutar contra ele, o alívio chega de modo relativamente rápido. Quando o pus escorre do abscesso e as atitudes são ajustadas, a autorrevelação traz paz; a compreensão proporciona nova energia e vitalidade. O processo de cura está em andamento, mesmo quando o abscesso estoura.

A negação desse processo, a atitude interior prolonga a agonia, em meio à qual se diz: 'Eu não quero passar por isso. Tenho de passar por isso? Isto, isso e aquilo está errado com os outros. Se não estivesse, eu não precisaria passar pelo que passo agora.' Essa atitude procura evitar a erupção necessária do abscesso, que consiste num emaranhado doloroso de energia negativa sempre crescente cuja força torna cada vez mais difícil alterar o curso. O ciclo negativo continuado e sua repetição vã e automática de que a consciência não é capaz de parar produzem a desesperança. A repetição e a desesperança podem parar somente através de sua atitude de não mais negar a mudança necessária.

Toda experiência negativa, todo sofrimento, é resultado de uma ideia errada. Um aspecto importante desse trabalho é a articulação dessas ideias. E, entretanto, quantas vezes todos vocês ainda deixam de perceber isso por não manterem em mente esses fatos incontestáveis quando se defrontam com uma situação de infelicidade?

(Eva Pierrakos - O Caminho da Autotransformação - Ed. Cultrix, São Paulo, 2006 - p. 161/162)

terça-feira, 6 de agosto de 2019

OFEREÇA SEUS DONS ESPECIAIS A DEUS

"(18:46) Atinge a perfeição o homem que oferece seus dons especiais Áquele que permeia todo (o universo) e por meio do qual todos os seres se manifestam.

Qualquer que seja o dom especial de uma pessoa, ela evoluirá mais se ofertar espiritualmente esse dom a Deus. Este, de seu lado, aprimorará o dom e ajudará a pessoa a sair-se bem em tudo o que faça. Também a ajudará, pois que a vê ansiar pela verdade, a avançar na direção da liberdade interior. 

Vemos aqui, recapitulado, o conselho de Krishna a Arjuna para agir e não tentar chegar a Deus renunciando a toda atividade. A única restrição a esse ensinamento é: 'Se um dever conflitar com outro, de tipo superior, deixará de ser um dever.' Em outras palavras, havendo diversas coisas que ele faça bem, o homem se concentrará naquela que lhe expanda os bons sentimentos e lhe exalte a consciência. 

Muitos comentadores afirmaram que Krishna, nessa passagem, recomenda seguir a vocação tradicional na família. Estão enganados. Numa sociedade estável (não em transição como a nossa no mundo inteiro), esse conselho talvez pudesse ser aceito de um modo geral (embora não se saiba, então, como alguém que o seguisse iria se tornar um sannyasi!). Entretanto, numa época em que a própria sociedade não pára de modificar-se, tal conselho seria ruinoso! Em verdade, neste mundo, cada qual é cada qual. Aparece em sua família como um convidado. Sendo transitório, nada que está fora poderá definir quem ou o que ele é. Todo homem deve seguir sua própria estrela. Quanto mais subir rumo à liberdade interior, mais imperativo se tornará para ele esse conselho."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 494/495)
www.pensamento-cultrix.com.br



terça-feira, 18 de junho de 2019

UMA NOVA AURORA

"Uma verdadeira transformação social não é algo que possa ser alcançado por meio de leis. Não pode ser imposta de cima. O fator mais implortante em relação a isso é a perspectiva dos que querem produzir a transformação social. Como sabemos, quando se considera transformação no contexto teosófico, a ênfase é colocada sobre a transformação no nível individual. A ênfase está na transformação da natureza, da conduta e da perspectiva da pessoa com relação à vida. 

É sempre pertinente entender a natureza da transformação que ocorre no interior do indivíduo; uma transformação na própria psique, em todo o seu ser - que é a verdadeira fonte, o verdadeiro manancial da revolução exterior. Somente a mudança interna pode produzir mudança no mundo externo, pois muda a perspectiva da pessoa com relação à vida. É a agitação interior, as questões e dúvidas, que ajudam a perceber a beleza da vida interna - uma vida que não se opõe à vida mundana, mas que é mais plena, mais rica e mais completa. 

Questões como a ânsia de saber nos levarão à compreensão da unidade da vida e da harmonia na vida interna e externa. Um ponto que merece consideração é: que valores humanos buscamos preservar em nosso progresso rumo às transformações sociais?

Precisamos examinar nosso próprio eu para ver se há alguma falta de comprometimento de nossa parte. O que não nos permite tomar a iniciativa, agir espontânea e voluntariamente quando a situação exige? Quais são os fatores e as forças que nos oprimem e que não nos deixam praticar uma correta ação no momento certo? Pensar seriamente nessas questões, com consciência, pode nos ajudar a resolver diversos problemas e tensões, com a compreensão e a boa vontade apropriadas.

Para isso é preciso que cada indivíduo se torne genuinamente forte internamente, porque só assim suas boas qualidades poderão criar um impacto positivo sobre as pessoas. É necessário despertar a força moral interna, já que apenas ela deve guiar pensamentos e ações na direção certa. É preciso que haja completa coordenação entre o que sabemos, o que absorvemos e o que fazemos. Assim, nossos pensamentos e ações terão um impacto positivo e podem gerar uma atmosfera que encoraje outros a praticar valores elevados no dia a dia. 

Para sair da crise, não podemos ignorar o presente. Que o presente seja a plataforma para um futuro melhor para nós e também para toda a sociedade. Mas não devemos esperar passivamente que a inspiração seja servida numa bandeja. Precisamos trabalhar muito e aplicar nossos melhores esforços. Então a harmonia, a sabedoria e a verdade inatas poderão desabrochar através de nós. Precisamos não de uma abordagem casual ou indiferente, mas de uma atitude uma abordagem e uma perspectiva positiva e construtiva. Temos que utilizar o presente da melhor maneira possível, tanto em pensamento quanto em ação. Que cada momente seja uma nova aurora - então, o que quer que pensemos e façamos será verdadeiro, bom e belo."

(S. Sundaram - Uma nova autora - Revista Sophia, Ano 17, nº 79 - p. 34)


domingo, 1 de abril de 2018

VIVER EM DEUS, PARA DEUS, COM DEUS

"Estudar as escrituras e textos religiosos, sem que se faça esforço para os praticar, resulta em má saúde. Ser falso à sua própria profissão destrói o autorrespeito e inicia um processo que leva ao envergonhar-se de si mesmo. Assim, aprendam, mas pratiquem; comam, mas digiram. Este é o conselho que lhes dou.

Tenho-lhes recomendado usar o tempo em meditação (dhyana) ou em repetir um mantra ou na recitação do santo nome de Deus (namasmarana), pois a Paz e a Alegria não são encontrados na natureza exterior. São tesouros que jazem nos reinos internos do homem. Uma vez que estes sejam encontrados, nunca mais o homem será triste e agitado. (...) A cada inspiração e expiração pronunciem o nome de Deus. Vivam em Deus, para Deus, com Deus. 

A fim de atingirmos e compreendermos a Divindade, devemos cumprir a disciplina espiritual, o sadhana, e comportar-nos de uma forma que nos asemelhe ao Divino."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 23 e 28)


domingo, 25 de março de 2018

O PODER DA SUA PRESENÇA

"PERCEBER, DE REPENTE, que você está ou tem estado preso ao sofrimento pode lhe causar um choque. No momento em que percebe isso, você acabou de romper com a ligação.

O sofrimento é um campo de energia, quase como uma entidade que se alojou temporariamente  no seu espaço interior. É a energia da vida que foi aprisionada, uma energia que não está mais fluindo.

Claro que o sofrimento está ali por causa de certas coisas que aconteceram no passado. Ele é o passado vivo em você. E, se você se identifica com ele, se identifica com o passado. Uma identidade vítima acredita que o passado é mais poderoso do que o presente, o que não é verdade. É a crença de que outras pessoas e o que fizeram a você são responsáveis pelo que você é hoje, pelo seu sofrimento emocional, ou por sua incapacidade de ser o verdadeiro eu interior.

A verdade é que o único poder está bem aqui neste momento: o poder da sua presença. Uma vez que saiba disso, perceberá também que só você é responsável pelo seu espaço interior no presente instante e o passado não consegue prevalecer contra o poder do Agora.

A inconsciência cria o sofrimento. A consciência transforma o sofrimento nela mesma. São Paulo expressa esse princípio universal de forma linda ao dizer: 'Tudo é revelado ao ser exposto à luz, e o que for exposto à própria luz se torna luz.'

Assim como não se pode lutar contra a escuridão, não se pode lutar contra o sofrimento. Tentar fazer isso poderia gerar um conflito interior e um sofrimento adicional. Observar o sofrimento já é o bastante. Observá-lo implica aceitá-lo como parte do que existe naquele momento."

(Eckhart Tolle - Praticando o Poder do Agora - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 81/82)


quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

AS QUALIDADES REQUERIDAS PARA SE CAMINHAR NA SENDA DO YOGA (PARTE FINAL)

"(...) Em segundo lugar, é preciso ter uma vontade firme, invariável.

Qual é a diferença entre o desejo e a vontade? É uma diferença muito notável. O desejo é a mesma energia que a vontade, mas diferem em que o desejo é sempre determinado por um objeto exterior, mesmo que seja o ardente desejo do qual vos falei; o desejo é sempre posto em atividade por um objeto. A vontade é a mesma energia determinada pelo Eu, brotando do interior e não movida pelos objetos do exterior. Por conseguinte, a vontade não muda com os desejos; é permanente, e é dirigida do interior através de todas as experiências anteriores da alma durante a série de vidas em que o homem tem existido no mundo.

É preciso encontrar esta firmeza de vontade; ela permanece oculta no Eu; é a ultima qualidade divina do Eu, e dirige todas as experiências de nossas vidas, por numerosas que tenham sido. Toda a direção imprimida no transcurso destas vidas, emana da vontade que permanece oculta em nós, é a divindade oculta que tudo dirige. Mas é preciso que esta divindade se manifeste, que não permaneça escondida, pois a vontade do homem, vontade verdadeiramente livre, é o dom mais precioso que a alma humana possui. É Deus mesmo em nós.

A vontade no homem é a vontade divina que caminha sempre unida à Vontade Suprema e que Se esforça por dominar os desejos que pululam nos mundos inferiores; são eles o reflexo de seus próprios poderes, porém se levantam contra estes, dos quais são os verdadeiros filhos.

Em terceiro lugar é preciso uma inteligência penetrante, intensa, sem a qual não existe Yoga possível. Mas como fazer brotar, como fazer crescer estes poderes da alma?

Pode-se responder a esta pergunta com três palavras; cada uma delas se refere a uma capacidade.

Pode-se estimular o desejo, pensando; pode-se desenvolver a vontade, agindo, e pode-se desenvolver a inteligência, estudando.

Eis aqui os três meios que devo precisar."

(Annie Besant - Yoga, ciência da vida espiritual - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 31/32)

sábado, 3 de fevereiro de 2018

DÚVIDAS

"'Há dois tipos de dúvida: a dúvida destrutiva e a dúvida construtiva.

'A dúvida destrutiva equivale ao ceticismo comum. As pessoas que adotam essa atitude são tão cegas na sua descrença quanto qualquer fanático com respeito ao seu fanatismo. Para essas pessoas, o exame imparcial não tem importância. Visam apenas ao aspecto que haverá em rejeitar novas ideias, e que corresponde às próprias opiniões ou às opiniões que predominam.

'O ceticismo é como a estática no rádio da mente. Ele impede uma pessoa de receber as transmissões da intuição advindas do silêncio interior.

'A dúvida construtiva, por outro lado, equivale ao exame esclarecido, justo e imparcial. Os que cultivam essa atitude jamais julgam de antemão uma ideia. Tampouco aceitam como válida a opinião alheia destituída de fundamento. Eles conservam a mente aberta e baseiam suas conclusões em provas objetivas. Buscam acima de tudo constatar conclusões por meio da própria experiência.

'Essa é a abordagem correta da verdade.'"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 189)
www.editorapensamento.com.br


quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

REVENDO VALORES PARA TRANSFORMAR A TERRA (PARTE FINAL)

"(...) O nosso planeta conturbado, onde permeiam as guerras, os homicídios, os roubos, as chacinas, as invasões, a ganância, entre outras mazelas, é consequência da luta desenfreada pelo poder, pelo ter, o que desencadeia dores e sofrimentos. 

Até a própria natureza tem respondido às agressões com reações implacáveis, como os maremotos, ciclones, terremotos, entre outros, que culminam com extermínio de milhares de pessoas.

É chegado o momento de todos nós nos conscientizarmos de que, se deixarmos o Deus que habita nosso interior fluir, o mundo será diferente. Cada um de nós é responsável pela mudança desse estado de coisas que envolvem nossa sociedade de hoje.

Assim como o certo e o errado só existem na mente do julgador, a vida que estamos vivendo é a que escolhemos e, se seus frutos são bons ou maus, simplesmente depende de nossas atitudes. Urge que mudemos nossos atos.

A humanidade está excessivamente voltada para uma vida repleta de realizações exteriores; é preciso, no entanto, refletir que estas realizações são resultantes da formação interior que possuímos. Como o planeta, e até a própria vida que estamos vivendo, estão bem próximos do caos, é chegado o momento de cada ser se transformar interiormente.

É preciso entender que o realinhamento do Universo depende das nossas ações, da prática do Amor, de atos voltados para o bem comum, da irradiação da Luz, que permitirá vermos nossa Terra iluminada, como sendo o próprio Paraíso. 

Se cada um procurar se transformar a si próprio, o mundo estará transformado."

(Valdir Peixoto - Conheça-te a ti Mesmo - Ed. Teosófica, Brasília, 2009 - p. 74/76)


quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

DESFAZENDO A IDENTIFICAÇÃO COM O SOFRIMENTO (1ª PARTE)

"O SOFRIMENTO NÃO QUER que nós o observemos diretamente e vejamos o que ele realmente é. No momento em que o observamos, sentimos seu campo energético dentro de nós e desfazemos a nossa identificação com ele, surge uma nova dimensão da consciência. 

Chamo isso de presença. Passamos a ser testemunhas ou observadores do sofrimento. Isso significa que ele não pode mais nos usar, fingindo ser nosso eu interior. Então, não temos mais como realimentá-lo. Aqui está nossa mais profunda força interior. 

Alguns sofrimentos são irritantes, mas inofensivos, como é o caso de uma criança que não para de chorar. Outros são monstros destrutivos e mórbidos, verdadeiros demônios. Alguns são fisicamente violentos; outros, emocionalmente violentos. Eles podem atacar tanto as pessoas à nossa volta quanto a nós mesmos, seus hospedeiros. Os pensamento e sentimento relativos à nossa vida tornam-se, então, profundamente negativos e autodestrutivos. Doenças e acidentes frequentemente acontecem desse modo. Alguns sofrimentos podem até levar uma pessoa ao suicídio.

Às vezes levamos um choque ao descobrir uma faceta detestável em alguém que pensávamos conhecer bem. Entretanto, é mais importante observar essa situação em nós mesmos do que nos outros.

PRESTE ATENÇÃO A QUALQUER SINAL de infelicidade em você, qualquer que seja a forma, pois talvez seja o despertar do sofrimento. Ele pode se manifestar como uma irritação, uma sinal de impaciência, um ar sombrio, um desejo de ferir, sentimentos de raiva, ira e depressão ou uma necessidade de criar algum tipo de problema em seus relacionamentos. Agarre o sinal no momento em que ele despertar de um estado inativo. (...)"

(Eckhart Tolle - Praticando o Poder do Agora - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 74/75


terça-feira, 28 de novembro de 2017

AMA AO TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO

"Jesus lançou essa exortação em oito palavras ao mundo como se fosse uma bomba. Lembro-me da primeira vez que descobri uma de suas implicações: que, para amar a meu próximo, devo antes de tudo amar a mim mesmo. Notemos isto: quando nos ensinou a amar, Jesus quis dizer que o amor é uma qualidade interior, a qual alimentamos dentro do nosso coração para em seguida deixar fluir em direção aos que nos cercam. Se tentamos amar ao nosso semelhante, mas deixamos de fomentar o amor por nosso  próprio eu, estamos perdidos. O primeiro passo no aprendizado do amor consiste em estabelecer uma conexão íntima entre o nosso coração e a fonte absoluta do amor. 

A solução final e muito simples da polaridade egoísmo/desprendimento encontra-se na injunção de Jesus para amarmos nossos semelhantes tanto quanto amamos a nós mesmos. Ele não disse 'Ama ao teu próximo mais que a ti mesmo' porque sabia que isso é impossível. Quando, pois, não há amor em nosso coração, não há amor para darmos ao semelhante. Mas se aumentarmos o fluxo desse amor, aumentaremos o fluxo de amor disponível para fluir em direção ao próximo. A despeito de diversas críticas que consideram a prática meditativa inerentemente egoísta, não podemos fugir ao fato de que, para amar aos que nos cercam, nossa primeira responsabilidade cifra-se em voltarmo-nos para dentro de nós mesmos e tornarmo-nos mais amorosos com relação ao nosso próprio ser.

Na meditação tal qual a estamos aprendendo, reservamos um tempo diariamente para contemplar nossos pensamentos, avaliar até que ponto os negativos geram emoções negativas... e, nesse ato, optar por não nutrir ideias capazes de nos magoar.

Somos criaturas que gravitam rumo ao prazer e evitam a dor. Quando percebemos que certas ruminações críticas causam-nos sofrimento grave e duradouro, afastamo-nos delas. Esse é o poder de cura da meditação. Ao vislumbrar com clareza a verdade, nós mudamos. Ao conhecer a verdade de nossos hábitos mentalmente danosos, nós nos livramos deles."

(John Selby - Sete Mestres, Um Caminho - Ed. Pensamento, São Paulo, 2004 - p. 117/118)


sexta-feira, 24 de novembro de 2017

GRATIDÃO E RESPEITO (1ª PARTE)

"Para descobrir o erro não é preciso verdadeiro esforço, mas, para ver melhor, é preciso esforço contínuo. A maioria das grandes almas reforçam isso como um lembrete. Diz novamente Steiner: 'Devemos buscar em todas as coisas à nossa volta aquilo que consegue despertar nossa admiração e respeito Se eu conheço outras pessoas e critico suas fraquezas, retiro de mim o poder cognitivo superior, mas, se penetro profunda e amorosamente em suas boas qualidade, eu assimilo essa força.'

Chegamos onde estamos hoje pelas circunstâncias da vida e pelas forças ativas em nós. Este tem sido um estado semiconsciente. Se desejamos alcançar o estado superconsciente, precisamos engajar nosso eu a partir do interior, o que constitui maturidade em ação - ver e sentir a necessidade de se mover, e então buscar como fazê-lo. Infelizmente na maioria das vezes olhamos na direção de onde fomos empurrados. Este é o lado insconsciente da vida; o lado consciente está no interior. É preciso um esforço quase que constante; contudo, uma coisa é certa: a chave para a vida é compreender não apenas nós próprios e os outros, mas também o mundo em que vivemos. 

Um dos passos iniciais do yoga, dito de maneira simples, é 'cessa de fazer o mal; faz o bem'. São Paulo disse: 'Não faço as coisas boas que quero, mas faço as coisas ruins que não quero'. Isso diz respeito a todos nós, mas por quê? As reações, surgindo da mente subconsciente, formam uma grande parte de nossas vidas. É com a mente que julgamos o que está certo ou errado. Vemos o que desejamos fazer e não fazer; sendo assim, por que cometemos erros? Uma resposta, oculta na compreensão esotérica, pode ser colocada simplesmente assim: 'O corpo do desejo, ou corpo emocional, move os músculos.' Isso é verdadeiramente parte da resposta ao problema. Se não temos vontade de fazer algo e a mente quer fazê-lo, o que acontecerá? Nada. Se não estivermos alinhados com o que queremos, a coisa não acontecerá; ou, se a ação for guiada pelo medo, ela pode ser iniciada, mas não continuará.

Precisamos compreender a nós mesmos retornando ao conhecimento esotérico: 'Desejo é vontade voltada para fora. Essa é sua forma latente. Quando ativa, ela se volta para o interior.' Quando somos atraídos por algo ou por alguém, nos sentimos puxados. A vontade é quando os desejos foram compreendidos e subjugados a partir do interior. Ela então substitui o sentimento de 'não querer fazer' pela força interior do 'fazer', orientada pela moralidade, não porque é doloroso ou agradável. (...)"

(Barry Bowden - Sabedoria: o tesouro oculto - Revista Sophia, Ano 13, nº 58 - p. 40/41)