OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


Mostrando postagens com marcador inspiração. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador inspiração. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

VIVER COM INSPIRAÇÃO

"Há um aforismo que diz que 'conhecimento é poder'. É uma afirmação que tem um certo apelo, porque parece estar de acordo com nossa experiência diária e com nosso senso comum. Cada vez que aprendemos uma nova habilidade ou aplicamos alguma informação, influenciamos o nosso ambiente para melhor ou pior. Nesse sentido, nosso conhecimento é poder. Mas será que ele vai somente até aí?

Conhecimento é um termo flexível que pode abranger muitas coisas. Na conversação normal, o termo conhecimento pode significar uma variedade de coisas - do endereço do supermercado na vizinhança aos dados de um experimento físico, ou até a descrição do corpo astral. Embora diferente em conteúdo e qualidade, o processo de obter conhecimento é o mesmo. Os órgãos dos sentidos enviam impressões à pessoa. Segundo a ciência contemporânea, o sistema nervoso informa ao cérebro. Na tradição da Sabedoria Perene, que reconhece a primazia da consciência, o processo tem um alcance mais amplo. Em sânscrito, os jnanendriyas (órgãos do conhecimento) transferem nossas percepções para camadas sempre mais profundas de nosso ser. O que começa como uma impressão física torna-se uma sensação, depois um sentimento, e então se combina com o pensamento. A característica distintiva da informação é que, não importa qual seja o assunto, a informação não transforma. Na melhor das hipóteses, é um fenômeno mental. 

Para aqueles que estão continuamente engajados no processo de autotransformação há uma hierarquia de percepção na qual o conhecimento normal é o primeiro passo. O desabrochar da consciência move-se do conhecimento para a compreensão até a sabedoria. O conhecimento é o construtor. Ele fornece estrutura, que é uma função da mente. A compreensão dá significado às estruturas que a mente constrói e é uma função de buddhi (em sânscrito, a intuição espiritual). A sabedoria é como o espaço, que contém todas as coisas, define todas as coisas, mas não pode ser identificado por nenhuma nem por todas elas. É a natureza da realidade. Nas palavras de Krishna, 'tento penetrado este universo com um fragmento de mim mesmo, Eu permaneço'. Nós experienciamos isso como a percepção da realidade; do irreal conduz-me ao real. 

Para a maioria de nós a necessidade é mover-nos para além da tendência da mente de obter informação, para a função mais profunda da mente iluminada pela intuição espiritual. Somente essa mente reflete a amplidão, a criatividade, a compreensão, a liberdade e a compaixão que caracterizam uma vida inspirada. 

De tempos em tempos encontramos o termo 'círculo vicioso', que se refere à tendência para a ação não inteligente produzir reações indesejadas num ciclo fechado. O exemplo mais proeminente desse processo é encontrado no conceito em sânscrito chamado samsara, muitas vezes descrito como a roda de repetitivo nascimento, doença, velhice, morte e renascimento. Em nossa abordagem à compreensão aplica-se o mesmo princípio, exceto que ele poderia ser mais corretamente chamado de 'círculo virtuoso'.

Atos compassivos e amorosos evocam uma resposta da nossa natureza superior, iluminando nossos corações e mentes, que por sua vez permitem-nos agir com percepção e discernimento mais profundos. O processo autoiniciado de continuamente nos colocarmos na presença de pensamentos e emoções coloridos pelo amor é o que podemos chamar de viver inspirado - um processo que necessariamente resulta na elevação da visão sintética, da percepção global, da compreensão oniabarcante e do senso de unidade a que chamamos compreensão."

(Tim Boyd - Viver com inspiração - Revista Sophia, Ano 16, nº 73 - p. 5/6)
Imagem: Pinterest


quinta-feira, 6 de maio de 2021

EM SUA VIDA: PARTICIPAÇÃO ÍNTIMA (5ª PARTE)

"(...) Peça por nada menos que inspiração. A vida diária pode se tornar enlouquecedoramente mundana. Você pode escapar do tédio, reunindo o maior número de interesses possíveis, mas no fim poderá descobrir que nunca saiu da superficialidade. Pois o que torna a vida mundana é a frivolidade. Você se sente vigoroso, não importa como sua vida esteja na superfície. Em algumas tradições espirituais, tornar vibrante sua rotina diária é um objetivo final. A ideia é de que você pode transportar água e cortar lenha, possuído de um sentimento universal. Respeito tais tradições, mas às vezes sinto falta da qualidade mais vibrante que a vida pode oferecer, que é a inspiração. Elas limitam a alma a pedir iluminação para sua rotina diária. Por que não iluminar realizações extraordinárias?

A consciência é de livre valia. Ela pode ser moldada em coisas feias, insípidas, inertes, se sua intenção for essa. Como a aquarela de um artista, que é cheia de cores, mas não dá nenhuma garantia de que resultará e um belo quadro, a consciência contém entusiasmo, brilho e fascínio. Entretanto, mesmo uma pessoa autoconsciente não adquire automaticamente uma vida com essas qualidades. É preciso moldar a consciência com intenção, motivo pelo qual pedir por inspiração é crucial. Já disse anteriormente que sua alma deixa sinais ao longo do caminho, pistas da próxima coisa que o estimulará . Para ser mais preciso, esses sinais dependem de onde você vem e para onde você vai. Se você está trilhando um caminho de baixas expectativas, a próxima coisa que irá encontrar dará suporte a essas baixas expectativas. 

A alma não segue uma agenda. Ela não se expõe para torná-lo o melhor que puder, mas sim para preencher o potencial que você descobre em si mesmo, o que significa que você e sua alma estão em um empreendimento cooperativo. Você pede, ela supre. O suprimento que ela fornece o leva a pedir pela próxima coisa. Por ser raro manter uma intenção clara em todas as ocasiões, frequentemente pedimos por coisas confusas e conflituosas. E quando o fazemos, a alma acaba por prover-nos com oportunidades aquém do ideal. Terminamos sem ter o que fazer ou seguindo pistas falsas. Para que isso não aconteça, peça por nada menos que inspiração. Isso é o mesmo que dizer mantenha sua visão mais elevada em mente, e em qualquer situação procure o resultado mais elevado segundo essa visão.

Como sempre, essa estratégia é puramente subjetiva; ela acontece interiormente. Mas somente apegando-se com firmeza à sua visão é que você poderá se alinhar para expressar o potencial mais elevado com que nasceu. O melhor que você pode ser se resume a uma série de decisões que recusar 'menos que o melhor'. Não estou me referindo a compras consumistas. Não é a 'menos que a melhor' amante, casa, 'menos que o melhor' carro ou emprego. Você evita a ideia, a motivação, o propósito, a solução e o objetivo 'menos que o melhor' escolhendo, em vez disso, aguardar por algo melhor, e confiando que sua alma lhe trará o que deseja." ...continua

(Deepak Chopra - Reinventando o Corpo, Reanimando a Alma - Ed. Rocco Ltda., Rio de Janeiro, 2010 - p. 262/264)


quinta-feira, 29 de abril de 2021

EM SUA VIDA: PARTICIPAÇÃO ÍNTIMA (3ª PARTE)

"(...) Fique alerta à mudança e use-a com sabedoria. Você pode usar a natureza transitória da vida em seu benefício. A maioria das pessoas tem medo de mudar; outras não dão importância. Para usar a mudança de modo criativo, tais atitudes não irão funcionar. Nenhuma estratégia de vida funcionará se não for dinâmica e expansiva. A mudança em si é neutra, visto que para cada mudança construtiva haverá uma outra destrutiva. Mas é no princípio da mudança que está a chave, pois ele ensina que seguir o fluxo da vida traz crescimento e criatividade, enquanto tentar congelar acontecimentos, lembranças, prazer e inspiração provoca estagnação. Os momento mais agradáveis e inspiradores de sua vida pedem para ser relembrados e saboreados. Você precisa resistir a essa tentação porque no instante em que tenta se agarrar à experiência ela perde a vitalidade que a tornou especial em primeiro lugar. 
Use o princípio da mudança para manter sua vida fresca e renovada. Assumir que o fluxo da vida é sempre autorrenovador irá ajudá-lo a evitar a estagnação e a ansiedade acerca do futuro. O que torna as pessoas ansiosas sobre o futuro é um medo torturante de que o melhor já passou ou de que a única oportunidade perdida terá sido decisiva. 'A pessoa que se foi' é um tema recorrente de romances fracassados e que se aplica igualmente a carreiras, projetos abandonados e aspirações empobrecidas. Mas, na realidade, 'a pessoa que se foi' representa o apego a uma ideia fixa. Todo o sucesso de uma pessoa criativa é baseado na confiança de que a inspiração é permanente. Quanto mais você cria, mais há para se criar. Em um documentário sobre um famoso maestro que completava oitenta anos de vida, o momento mais pungente foi o de seu último comentário: 'Não tenho o desejo de viver muitos anos a mais, exceto por saber que estou apenas começando a dizer tudo o que quero através de minha música.'

Reúna informações de todas as fontes. O universo é multidimensional, e quando nos referimos ao fluxo da vida, estamos nos referindo a um fluxo multidimensional. Imagine não apenas um rio caudaloso correndo para o mar, mas uma centena de pequenos riachos convergindo, misturando-se, cada um acrescentando sua contribuição única. Para extrarir o melhor da vida, você deve estar consciente de que qualquer coisa pode contribuir para isso. Inspiração vem de todas as direções, tanto de dentro quanto de fora. Você deve permanecer antenado para sentir a continuidade com que sua alma está se comunicando com você. Não é como ficar diante de uma TV a cabo mudando de canal na esperança de achar algum programa interessante. Mais propriamente, na agitação das sensações que bombardeiam o cérebro todos os dias, algumas delas foram feitas para voce - elas carregam um significado que lhe é exclusivo.
Na cultura indiana, diz-se que Deus gasta tanto tempo se escondendo quanto se revelando, o que aponta para uma verdade diária. A próxima coisa que o estimulará está adormecida até que você a acorde. O futuro é um esconderijo a que chamamos de desconhecido. Também o conhecido, que é o aqui e agora, não vem de outro lugar que não o desconhecido. O instinto que diz 'algo aguarda do outro lado' é válido. Você se encontra na linha divisória entre o desconhecido e o conhecido. Sua tarefa é buscar na escuridão a próxima coisa que faça sentido.
Algumas pessoas evitam essa tarefa repetindo o conhecido incessantemente. O que elas não percebem é que o desconhecido nunca é verdadeiramente invisível. Sua alma antecipa aquilo de que você necessita e ela deixa sinais e indícios em seu caminho. Essa é a forma sutil de orientação empregada pela alma. Ela elimina os começos inúteis, sem direção, enganosos e falsos. Se você se sintonizar com atenção, sentirá uma sensação vibrante acerca do que deveria estar fazendo - que é certo, fascinante, tentador, prazeroso, curioso, intrigante e desafiador, tudo de uma só vez. Estar aberto a esses sentimentos, o que é totalmente subjetivo, permite que você recolha os sinais deixados por sua alma. O desconhecido parece obscuro somente para aqueles que não conseguem ver seu brilho oculto."...continua

(Deepak Chopra - Reinventando o Corpo, Reanimando a Alma - Ed. Rocco Ltda., Rio de Janeiro, 2010 - p. 258/260)


sábado, 21 de abril de 2018

O IDEAL DO BODDISATTVA

"A Voz do Silêncio expressa de maneira magnífica a meta ou o ideal a aspirarmos. Nesse texto, o caminho é conhecido como a Senda do boddhisattva e descrito nestas palavras, que despertam todas as nossas inspirações interiores de mente e coração:
Sabe que a corrente de conhecimento super-humano e a Sabedoria Dévica que conquistaste devem, por meio de ti, o canal de Alaya, ser despejada em outro leito.
Sabe, tu da Senda Secreta, que as águas puras devem ser usadas para tornar mais doces as amargas ondas do oceano - aquele poderoso mar formado pelas lágrimas dos homens.
[...] logo que te tiveres tornado como a estrela fixa no céu elevado, aquele claro orbe celestial deve brilhar nas profundezas espaciais para todos - salvo para ti; dá luz a todos, mas não a tome de ninguém. [...]
Autocondenado a viver através de futuros kalpas sem agradecimento e sem ser percebido pelos homens; uma cunha de pedra com inúmeras outras pedras que formam a 'Muralha Guardiã', tal é teu futuro.  
Esse futuro, diz-nos Luz no Caminho, é um futuro no qual nos tornamos capazes de 'tomar parte na parceria da alegria', muito embora sua conquista exija de nós 'trabalho terrível' e 'profunda tristeza'. Contudo, é um caminho autoescolhido que nos leva a um futuro assim, pois estamos verdadeiramente 'autocondenados', como diz A Voz do Silêncio. E cada um de nós deve comprometer-se com a busca, 'buscar o caminho', por meio da qual vencemos as dificuldades e seguimos rumo ao nosso destino."

(Joy Mills - Buscai o caminho - TheoSophia, Ano 100, Julho/Agosto/Setembro de 2011 - Pub. da Sociedade Teosófica do Brasil - p. 47/48)

terça-feira, 3 de abril de 2018

AS MANIFESTAÇÕES DA PRESENÇA DE DEUS

"'Ao sair de casa, tente sentir que todas as coisas ao seu redor fazem parte da sua própria percepção desenvolvida.

'Observe as folhas balançando nas árvores e tente captar-lhes o movimento. Imagine nesse movimento que Deus está expressando Seus pensamentos e inspirações.

'Observe a grama dos prados à medida que ondula ao vento. Imagine a brisa como o hálito de Deus soprando sobre o mundo, inspirando todos os seres e dando-lhes a vida.

'Ouça os pássaros cantando. Imagine que Deus, mediante o canto dos pássaros, está tentando chegar até você por meio dessa sensação de satisfação divina.

'Esteja consciente dos raios do sol na sua pele. Penso no calor que você sente como se ele fosse a energia de Deus. Permita que ele encha o seu corpo com vitalidade e força. Imagine a energia divina dando força às criaturas em todos os cantos da terra por meio da luz solar.'"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 173)


domingo, 5 de novembro de 2017

OS TRÊS INSTRUMENTOS DO CONHECIMENTO

"Em todos os seres encontramos três tipos de instrumentos de conhecimento. O primeiro é o instinto, altamente desenvolvido nos animais; é o mais inferior de todos. Qual é o segundo? O raciocínio,  o mais altamente desenvolvido no homem. Todavia, o instinto é um instrumento inadequado; a esfera de ação dos animais é muito limitada e, dentro desses limites, age o instinto. No caso do homem, o instinto evoluiu e transformou-se na razão; a esfera de ação humana ampliou-se. Contudo, até a razão é insuficiente: adianta-se até um ponto do caminho e, então, tem de parar; não pode avançar mais e, se você insistir, o resultado será uma inevitável confusão. A própria razão torna-se insensata. A lógica transforma-se em argumentação, num círculo vicioso. Tomemos, por exemplo, a base de nossa percepção: matéria e força. Que é matéria? Aquilo sobre o qual a força atua. E força? Aquilo que atua sobre a matéria. Você percebe a complicação, que os lógicos chamam de gangorra; uma ideia dependente de outra e vice-versa. Você se depara com uma poderosa barreira, a partir da qual a razão é impotente. No entanto, sempre há o anseio de atingirmos a região do Infinito transcendente. Digamos que neste mundo, este universo que os sentidos experimentam e a mente analisa, é só um átomo do Infinito, projetado no plano da consciência. Dentro do estreito limite circunscrito pela rede da consciência nossa razão opera, e não além dele. Deve existir, portanto, algum outro instrumento que nos leve mais longe, e este chama-se inspiração.

Assim os três instrumentos do conhecimento são instinto, razão e inspiração. O instinto pertence aos animais, a razão ao homem, e a inspiração aos homens-deuses. Em todos os seres humanos, porém, são encontradas as sementes mais ou menos desenvolvidas desses três instrumentos do saber. As sementes precisam estar presentes para que os três se desenvolvam. É preciso também lembrar que um instrumento é o desenvolvimento do outro e, portanto, não o contradiz. A razão envolve para a inspiração, logo a inspiração não contradiz a razão, mas a complementa. O que a razão não pode alcançar, a inspiração traz à luz, sem contradizer a razão. O homem idoso não contradiz a criança, é a criança no seu apogeu.

Por isso vocês devem sempre ter em mente que o grande perigo consiste em confundir a forma inferior com a superior. Muitas vezes o instinto apresentou-se aos olhos do mundo como inspiração, disso decorrendo pretensões espúrias ao dom da profecia. Um louco ou desequilibrado pensa que a confusão reinante em seu cérebro é inspiração e quer que os homens o sigam. Os desatinos mais contraditórios e irracionais já pregados ao mundo são, simplesmente, o jargão instintivo de cérebros confusos e dementes, que se pretende fazer passar por linguagem inspirada. (...)"

(Swami Vivekananda - O que é Religião - Lótus do Saber Editora, Rio de Janeiro, 2004 - p. 35/36)