OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quinta-feira, 11 de julho de 2024

AS AFLIÇÕES

"A aflição do vício chama-se delinquência. A criatura começa experimentando pequena porção de droga, aumentando gradativamente. Em pouco tempo, pode estar roubando para sustentar o vício. É um sofrimento.

A aflição da agressividade chama-se cólera, e a cólera faz mal para a pessoa que a produz - prejudica o fígado, ataca o estômago e afeta o sistema nervoso. A aflição do crime chama-se remorso, porque ninguém foge da própria consciência. A aflição do fanatismo chama-se intolerância. A aflição da fuga, chama-se covardia. A aflição da leviandade chama-se insensatez. A aflição da inveja chama-se despeito, pois o invejoso sofre tanto que, antes de tudo, não consegue mais reconhecer valor no que ele tem, ou seja, não consegue ser feliz com aquilo que já conquistou, o que representa sofrimento.

A aflição da indisciplina chama-se desordem Há criaturas que são tão indisciplinadas que a vida delas é uma total desordem. Elas não conseguem sequer chegar no horário de um compromisso. Nunca encontram seus pertences, porque jamais põem no lugar adequado. Estão sempre afoitas. Tudo para elas é difícil. E quem sofre mais é a própria pessoa. por isso Chico Xavier dizia:

A disciplina não é uma cela trancada. É a chave da porta que lhe permite sair e voltar. 

A aflição da brutalidade chama-se violência. A aflição da preguiça chama-se rebeldia. A aflição da vaidade chama-se loucura. A aflição do relaxamento chama-se evasiva. A aflição da indiferença chama-se desânimo. A criatura indiferente não se motiva com nada e é tomada por tédio insuportável, porque não consegue se importar com as coisas, e nós precisamos gostar das coisas. Você precisa ter algo de que goste ou gostar de fazer algo, caso contrário sofrerá de tédio, sua vida perderá sentido, você perderá o rumo e entrará em sofrimento, em aflição.

A aflição da inutilidade chama-se queixa. Ainda em Religiões dos Espíritos, o benfeitor Emmanuel é incisivo ao afirmar que, quanto mais inútil uma criatura, mais ela reclama. Quem mais reclama é quem menos faz. Quem mais faz não tem tempo de reclamar.

A aflição do ciúme chama-se desespero. Quantas criaturas chegam até mesmo a se suicidar pelo ciúme, é um sofrimento terrível. A aflição da impaciência chama-se intemperança. Porque quem é impaciente perde a medida, exagera em tudo.

A aflição das sovinices chama-se miséria. De acordo com Emmanuel, 'o sovina é pão-duro', pois quanto mais sovinice ele tem, mais se impõe uma vida de restrição, porque não sabe aproveitar o que já tem.

A aflição da injustiça chama-se crueldade."

Haroldo Dutra Dias, Despertar, O Segredo da reforma íntima, Ed. Intelítera, São Paulo, 2024, p. 14/16.
Imagem: Pinterest. 



   

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

CONHEÇA-SE A SI MESMO (1ª PARTE)

"Bem no fundo do coração de cada ser humano existe o anseio por felicidade. Mas o que é felicidade? Se você perguntar a pessoas diferentes, receberá diferentes respostas.

Os espiritualmente imaturos, após pensar por algum tempo, dirão, talvez, que se obtivessem esta ou aquela satisfação ou tivessem uma preocupação eliminada, seriam felizes. Em outras palavras, para elas a felicidade significa que certos desejos sejam satisfeitos. 

Mesmo que esses desejos se tornassem realidade, porém, tais pessoas não seriam felizes. Elas ainda sentiriam lá no fundo uma certa inquietude. Por quê? Porque a felicidade não depende de circunstâncias exteriores ou de outras pessoas, não importa quão convencida esteja a pessoa espiritualmente imatura dessa falácia.O indivíduo espiritualmente imaturo pensa que a felicidade tem que ser criada primeiro no nível exterior, pois as circunstâncias externas, que não são necessariamente produzidas por ele, devem atender plenamente os seus desejos e, que quando isso for alcançado, a felicidade se seguirá. Os que se encontram amadurecidos espiritualmente sabem que se dá exatamente o contrário. 

Muitas pessoas não querem reconhecer essa verdade. É mais fácil culpar o destino, a injustiça do destino ou das forças superiores, ou ainda as circunstâncias causadas por outras pessoas, do que ser responsável por si mesmo. É mais fácil sentir-se vítima. Dessa forma, não é preciso examinar, por vezes mais profundamente e com o máximo de honestidade, o próprio interior.

Ainda assim a grande verdade é: a felicidade está em nossas próprias mãos. Está em seu poder encontrar a felicidade. Você pode perguntar, 'o que devo fazer'? Mas vejamos o que significa felicidade no sentido espiritualmente maduro. Ela significa simplesmente: Deus. (...)"

(Eva Pierrakos, Donovan Thesenga - Não Temas o Mal - Ed. Pensamento-Cultrix Ltda., São Paulo, 2006 - p. 23/24)


quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

DEUS NÃO É INJUSTO

Resultado de imagem para flores de deus"Se, para achar os seus defeitos, vocês fazem metade do esforço que comumente despendem achando os defeitos dos outros, vocês verão a ligação com a lei de causa e efeito e só isso os libertará, mostrando a vocês mesmos que não existe injustiça. Só isso lhes será a prova de que não é Deus, nem o destino, tampouco uma ordem injusta no mundo em que vocês tem de sofrer as consequências das limitações das outras pessoas, mas a ignorância, o medo, o orgulho e o egoísmo de vocês que direta ou indiretamente causarão aquilo que pareceu, até aqui, entrar no caminho de vocês sem que vocês nada fizessem para tanto. Descubram esse elo oculto e verão a verdade. Então compreenderão que vocês não são vítimas das circunstâncias nem da imperfeição dos outros, mas são realmente os que criam a própria vida. As emoções são forças criativas de grande efeito, porque o inconsciente de vocês afeta o da outra pessoa. Essa verdade talvez seja a mais importante para a descoberta de como vocês provocam os acontecimentos, quer bons, quer maus, favoráveis ou desfavoráveis da vida.

Depois que vocês passam por essa experiência, podem acabar com a imagem que têm de Deus independentemente de vocês terem medo de Deus, porque acreditam que vivem num mundo de injustiça e receiam tornar-se vítima das circunstâncias sobre as quais não têm controle, ou de rejeitarem a responsabilidade e ficarem à espera de um Deus flexível que os mime, que lhes oriente a vida, tome decisões por vocês, os poupem de dificuldades que vocês mesmos criam. A compreensão de como vocês são a causa dos efeitos da vida de vocês acabará com essa imagem de Deus. Isso constitui um dos momentos decisivos da vida de vocês.

Só esse momento lhes facultará o reconhecimento de que vocês não são vítimas; de que têm poder sobre a vida; de que são livres e de que essas leis de Deus são infinitamente boas, sábias, amáveis e seguras! Elas não visam transformá-los em fantoches, mas fazer de vocês pessoas totalmente livres e independentes."

(Eva Pierrakos, Donovan Thesenga - Entrega ao Deus Interior - Ed. Cultrix, São Paulo, 2010 - p. 53/54)

terça-feira, 24 de setembro de 2019

DEUS NÃO É INJUSTO

"Se, para achar os seus defeitos, vocês fazem metade do esforço que comumente despendem achando os defeitos dos outros, vocês verão a ligação com a lei de causa e efeito e só isso os libertará, mostrando a vocês mesmos que não existe injustiça.  Só isso lhes será a prova de que não é Deus, nem o destino, tampouco uma ordem injusta no mundo em que vocês tem de sofrer as consequências das limitações das outras pessoas, mas a ignorância, o medo, o orgulho e o egoísmo de vocês que direta ou indiretamente causarão aquilo que pareceu, até aqui, entrar no caminho de vocês sem que vocês nada fizessem para tanto. Descubram esse elo oculto e verão a verdade. Então compreenderão que vocês não são vítimas das circunstâncias nem da imperfeição dos outros, mas são realmente os que criaram a própria vida. As emoções são forças criativas de grande efeito, porque o inconsciente de vocês afeta o da outra pessoa. Essa verdade talvez seja a mais importante para a descoberta  de como vocês provocam os acontecimentos, quer bons, quer maus, favoráveis ou desfavoráveis da vida. 

Depois que vocês passam por essa experiência, podem acabar com a imagem que têm de Deus independentemente de vocês terem medo de Deus, porque acreditam que vivem num mundo de injustiça e receiam tornar-se vítima das circunstâncias sobre as quais não têm controle, ou de rejeitarem a responsabilidade e ficarem à espera de um Deus flexível que os mime, que lhes oriente a vida, tome decisões por vocês, os poupem de dificuldades que vocês mesmos criam. A compreensão de como vocês são a causa dos efeitos da vida de vocês acabará com essas imagens de Deus. Isso constitui um dos momentos decisivos na vida de vocês. 

Só esse momento lhes facultará o reconhecimento de que vocês não são vítimas; de que têm poder sobre a vida; de que são livres e de que essas leis de Deus são infinitamente boas, sábias, amáveis e seguras! Elas não visam transformá-los em fantoches, mas fazer de vocês pessoas totalmente livres e independentes."

(Eva Pierrakos/Donovan Thesenga - Entrega ao Deus Interior - Ed. Cultrix, São Paulo, 1997 - p,54/55)


domingo, 11 de março de 2018

O CAMINHO DO MEIO (1ª PARTE)

"Na manifestação não há harmonia. Tal é a situação em quase todo o tempo entre as pessoas e entre a pessoa e as circunstâncias em que se encontra e assim por diante. Mas harmonia é uma das coisas que devemos aprender para viver corretamente. Isso significa que não devemos fazer qualquer julgamento injusto e apressado, mas sim que devemos praticar para compreender. Normalmente fazemos julgamento a respeito de várias coisas, mas devemos aprender a não julgar. Podemos ter certo ponto de vista e ao mesmo tempo compreender que tal visão pode não estar certa, ou em muitos casos ser muito limitada e de valor apenas temporário. Todo mundo pode descobrir por si se seu julgamento é certo ou não, se deve ser mais flexível ou não. 

Diz A voz do silêncio: 'Tendo se tornado indiferente a objetos de percepção, o discípulo deve buscar o Raja dos sentidos, o produtor de pensamentos: aquele que desperta a ilusão'. O que nos acontece neste nível mais baixo da manifestação, o nível físico, é que não compreendemos que nossa visão das coisas pode estar certa só até certo ponto; podemos dizer 'não' ou parcialmente 'não' a algo, e 'sim' a outra coisa, mas essa opinião pode estar errada. Poderemos manter a mente num estado em que a mesma opinião não seja definitiva? As experiências por que passamos tornam-se difíceis se nos aferramos a tais opiniões achando que estão certas. É difícil agir sem aferrar-se muito ao modo certo ou ao que parece certo no momento.

Examinemos isso um pouco mais. É muito difícil agir sem um motivo devido ao sentimento de 'eu'. Mas, se não houver o 'eu', ou se este não for forte, o motivo torna-se muito forte. Assim fazemos o que pensamos ser certo, mas não pensamos que seja a resposta final. É o mesmo que perguntar: estamos livres da atração e repulsão, de gostos e rechaços? Há pessoas cujas ações parecem erradas e por isso não gostamos delas; pensamos que não são bem intencionadas, mas quem somos nós para julgar? Não devemos ligar as ações à pessoa e encará-las de maneira diferente. Essa é uma das lições que temos no Novo Testamento. Jesus Cristo aceitava como amigos até as pessoas mais depravadas, os que não sabiam o que faziam. Tal atitude é a que devemos cultivar. 

Podemos ter essa atitude de benevolência em relação a quem quer que dela necessite? O sentimento de piedade, de cuidar, de querer ajudar uma pessoa - isso marca a pessoa que não tem atração nem repulsão. Ela sabe que há um elemento divino em todos. Existem os objetos, os sentidos estão vivos, a mente percebe, mas é estática, sem movimento, sem ir ou se mover para qualquer lugar; tudo isso é parta da yoga. (...)"

(Radha Burnier - O caminho do meio - TheoSophia, Ano 99, Janeiro/Fevereiro/Março de 2010 - Pub. da Sociedade Teosófica do Brasil - p. 9/10)


terça-feira, 27 de junho de 2017

A PAZ NASCE DA MANSUETUDE

"O Chefe de Estado que obedece a Tao
Não tenta dominar com violência,
Porque sabe que toda a violência
Recai sobre o próprio violento.
Nos campos de batalha,
Só medram espinhos e cardos.
Guerras geram angústias e miséria.
Por isto, o sábio vive sem armas,
Não obriga ninguém com violência,
Não conhece ambição nem glória,
Não alimenta presunção alguma,
Nem aspira ao poder.
Faz o que deve fazer,
Mas sem forçar ninguém.
Ele conhece o ritmo da evolução,
Sabe que tudo falha
Quando contradiz às leis da vida,
Porque todas as ilusões
Depressa se dissipam.

EXPLICAÇÃO: (...) Uma guerra justa não é essencialmente melhor do que uma guerra injusta, porque ambas têm por base a egoidade humana, que em si mesma é um fator negativo.

Quando se trata da alternativa de 'matar ou morrer', o ego opta pela primeira e a justifica, porque, para ele, morrer é deixar de existir, ao passo que, para o Eu divino no homem, morrer não é deixar de existir, e morrer para não matar equivale a existir melhor e mais verdadeiramente.

Mas o ego, essencialmente ilusório, não pode compreender tão grande verdade. O ego só conhece 'o direito', que é sinônimo de egoísmo, ao passo que o Eu se guia pela 'justiça', homônimo de verdade e amor, incompatíveis com o direito, como a luz é incompatível com a treva."

(Lao-Tse - Tao Te King, O Livro Que Revela Deus - Tradução e Notas de Huberto Rohden - Fundação Alvorada para o Livro Educacional, Terceira Edição Ilustrada - p. 89/90)


sexta-feira, 17 de março de 2017

AS MODIFICAÇÕES DA DOUTRINA DO KARMA E ALGUMAS CRENÇAS LIGADAS A ELAS (PARTE FINAL)

"(...) Sempre podemos desejar transferir nossas boas ações e pensamentos para o bem de outros. Mas não irá isso interferir com o Karma desses outros? Não, se compreen­demos como se faz isso. Na verdade, é quase impossível, e fica além do nosso poder interferir no Karma alheio. Ninguém pode receber o bem indiscriminadamente e, ao mesmo tempo, não podemos dizer quem está em condi­ções de receber ajuda e quem não está. Façamos uma comparação para saber como ajudar outros. Suponhamos um homem caminhando por uma estrada cansativa e carregando uma carga pesada; suponhamos também um outro homem, cheio de compreensão, que se apro­xima dele, fala com ele, atrai o seu interesse, de forma que o tempo passa rapidamente e, quando menos se es­pera, a viagem chega ao fim e a carga ficou meio esque­cida pelo mútuo interesse. Bem, nesse caso, o homem levava a carga que ele próprio criara para si. Não obstan­te, embora fosse Karma seu carregar a sua carga, seu com­panheiro, no verdadeiro sentido da palavra, ajudou a tor­nar mais leve aquele peso.

É assim que aprendemos a ajudar-nos mutuamente a carregar nossas cargas. É aprendendo como usar o jugo do Cristo, que leva o Cristo a suportar as cargas dos que tomam o seu jugo, isto é, aprendendo a maneira pela qual Ele carrega o peso. E a Sua maneira é a da paciência, da humildade e do amor. Amor verdadeiro, solidariedade e compaixão para com os outros, ajuda-os a suportar suas cargas e encurtam a jornada para a Meta. Inversamente, os deprimidos e não solidários afetam as condições de todos os que entram em contato com eles. Aqueles, por exemplo, que, não satisfeitos em suportar seus desgos­tos, acham que devem expor desnecessariamente suas mágoas a todos os que os rodeiam, também os tornam desencorajados. Ainda assim, é bom, de vez em quando, 'chorar com os que choram', porque a solidariedade acalma, e são muitos os que não podem suportar sozinhos os desgostos e precisam de toda a compaixão que puder­mos ter.

Dessa forma é que os Salvadores, os Budas, os Nirmanakâyas, estão sempre auxiliando, 'fazendo parivarta' pela salvação de outros. é essa a sua divina tarefa, é essa a Sua natureza — abrandar os desgostos da vida, se ao menos andarmos a Seu lado! Como é simples, não obs­tante, como é difícil recordar isso, porque não temos Fé. Eles estão sempre nos procurando — esses Senhores e Mestres - não no sentido metafórico, mas real e verda­deiramente. Procuram-nos, e fazem isso com incansável amor e compaixão. Os Budas, isto é, os Iluminados de todos os tempos, estão sempre conosco. Desde o grande Céu Akanishtha, onde moram os Arhats, até o mais baixo dos Infernos, Avitchi, os Budas da Compaixão estão co­nosco, esperando que falemos com Eles. Quem sabe quan­tos desastres Eles têm evitado? Quem sabe, mesmo quan­do vêm os desastres, que Mão os abrandou? Não há, por acaso, uma profunda verdade na declaração de que os Mestres podem suportar nossos desgostos e sentir o peso das nossas iniquidades? Por isso é que entre os budistas Mahayâna os piedosos sempre rezam para que os Nirmanakâyas, ou Budas da Compaixão, jamais nos deixem, para que Aqueles Grandes, que, ao alcançarem o Nirva­na, renunciam, com grande sacrifício, a gozá-lo, possam permanecer espiritualmente presentes para ajudar o mun­do - e fisicamente presentes, se for necessário.

Nos comentários acima, a respeito do trabalho interoperativo do Karma, não há fuga quanto à responsabili­dade implícita da pessoa, com o correr do tempo. Se rece­bemos algum Bem ou algum Mal de outros, isso tem um propósito, e o Mal pode aliviar um tanto dos nossos pró­prios erros, enquanto o Bem exteriormente recebido aju­da-nos no gozo do nosso próprio Bem, ou no poder de auxiliar outros. E, embora seja impossível penetrar no ambiente labiríntico das operações Kármicas, devemos compreender que jamais será possível que se faça injus­tiça contra nós, e que estamos completamente seguros nas mãos do Grande Brahma. Assim, devemos também recordar que tal, como o homem, no exemplo que demos acima, foi realmente auxiliado pela presença de um companheiro solidário, também devemos, forçosamente, car­regar nossa própria carga, de forma que também possa­mos ter nossos encargos aliviados, se andarmos ao lado do Senhor e Mestre, conversando com Ele, ouvindo a Sua Voz, que fala onde som algum pode ser ouvido, na profundidade inefável das nossas Almas."

(Irmão Atisha - A Doutrina do Karma - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 37/38)

terça-feira, 14 de março de 2017

A REENCARNAÇÃO E SUA NECESSIDADE (PARTE FINAL)

"(...) A glória da humanidade, do ponto de vista científico, parece estar fora da lei da causação. A ciência não nos diz como construir mentes robustas e corações puros para o futuro. Ela não nos ameaça com uma vontade arbitrária, mas deixa-nos sem explicação sobre as desigualdades humanas. Dizem que os ébrios legam a seus filhos corpos propensos à doença, mas não explicam por que algumas infelizes crianças são os recipientes de herança tão hedionda.

A Reencarnação devolve a justiça a Deus e poder ao homem. Todo espírito humano entra na vida humana como um gérmen, sem conhecimento, sem consciência, sem discernimento. Pela experiência, agradável ou dolorosa, o homem reúne material, como foi explicado antes, e o erige em faculdades mentais e morais. Assim, o caráter com que nasceu foi feito por ele, e marca o estágio que ele alcançou em sua longa evolução. A boa disposição, as excelentes possibilidades, a natureza nobre são o espólio de muitos e duros campos de batalha, são o salário de pesados e duros labores. O reverso indica um estágio mais recente de crescimento, o pequeno desenvolvimento do gérmen espiritual.

Todos caminham por uma estrada igual, todos estão destinados a alcançar a máxima perfeição humana. A dor é consequência dos erros e é sempre reparadora. A força se desenvolve na luta; colhemos, após cada semeadura, o resultado inevitável – a felicidade, que vem do que é correto, e o sofrimento, que vem do que é errado. Um bebê que morre logo depois de nascido paga com a morte um débito, uma dívida do passado, e retorna rapidamente à Terra, retido por breve espaço de tempo, livrando-se da sua dívida, para reunir a experiência necessária ao seu crescimento. As virtudes sociais, embora colocando o homem em desvantagem na luta pela existência, levando mesmo, talvez, ao sacrifício da sua vida física, constroem um nobre caráter para as suas vidas futuras, modelando-o para se tornar um servidor da nação.

O gênio chega a ser inerente ao indivíduo como resultado de muitas vidas de esforço, e a esterilidade do corpo que ele usa não roubará ao futuro os seus serviços, porque ele retorna maior a cada novo nascimento. O corpo envenenado pelo alcoolismo de um pai é usado por um espírito que aprende, com a lição do sofrimento, a guiar sua vida terrena sobre linhas melhores do que as que seguiu no passado.

Assim, em cada caso, o passado individual explica o presente de cada um, e quando as leis do desenvolvimento forem conhecidas e obedecidas, um homem poderá construir com mãos seguras seu destino futuro, modelando seu desenvolvimento em linhas de beleza sempre crescente, até que atinja a estatura do Homem Perfeito."

(Annie Besant - O Enigma da Vida - Ed. Pensamento)
fonte: http://universalismoesoterico.blogspot.com.br/


segunda-feira, 13 de março de 2017

A REENCARNAÇÃO E SUA NECESSIDADE (1ª PARTE)

"Há apenas três explicações para as desigualdades humanas, sejam de capacidade, de oportunidade ou de circunstância, 1: Criação especial por Deus, implicando que o homem é indefeso, seu destino sendo controlado por uma vontade arbitrária e incalculável. 2: Hereditariedade, conforme sugere a ciência, implicando igual impotência por parte do homem, sendo ele o resultado de um passado sobre o qual não teve controle. 3: Reencarnação, implicando que o homem pode tornar-se senhor do seu destino, o resultado do seu próprio passado individual, sendo, assim, o que fez de si mesmo. A criação especial é rejeitada por todos os que raciocinam, como explicação para as condições que nos rodeiam, a não ser na mais importante de todas elas, o caráter com o qual e o ambiente ao qual nasce uma criança. A evolução é tida como certa em tudo, menos na vida da inteligência espiritual chamada homem. Ele não tem passado individual, embora tenha um futuro individual infinito. O caráter que traz com ele – e do qual, mais do que qualquer outra coisa, depende o seu destino na Terra – é, segundo essa hipótese, especialmente criado para ele por Deus, e é imposto a ele sem qualquer escolha de sua parte, destino saído da sacola da sorte da criação, da qual ele pode retirar um prêmio ou um bilhete em branco, sendo este último a condenação ao infortúnio. Do jeito que for, ele deve aceitá-lo.

Se da sacola ele retirar uma boa disposição, ótima capacidade, uma natureza nobre, tanto melhor: ele nada fez para merecê-lo. Se tirar uma criminalidade congênita, uma idiotia congênita, uma moléstia congênita ou um alcoolismo congênito, tanto pior para ele: ele nada fez para merecê-lo. Se a eterna bem-aventurança está anexada a um e o tormento eterno a outro, o desafortunado deve aceitar sua má sorte como puder. O poder do oleiro não é maior do que o da argila? Isso pareceria triste, se a argila pudesse sentir.

Sob outro aspecto, a criação especial é grotesca. Um espírito é criado especialmente para um pequeno corpo que morre poucas horas depois de ter nascido. Se a vida na Terra tem algum valor educativo ou experimental, esse espírito será, para sempre, o mais pobre, ao perder a vida, e a oportunidade perdida jamais poderá ser recuperada. Se, por outro lado, a vida humana na Terra não é essencialmente importante e leva com ela a certeza de muitas ações más e de sofrimento, e a possibilidade de sofrimento eterno ao seu final, o espírito que vem para um corpo que dura até a velhice mal pode tratar dele, pois deve suportar muitas doenças que o outro pode evitar, sem qualquer vantagem equivalente. E pode ser condenado para sempre.

A lista das injustiças induzidas pela ideia da criação especial poderia ser ampliada ao infinito, porque tal ideia inclui todas as desigualdades. Ela faz miríades de ateus, que a consideram incrível para a inteligência e revoltante para a consciência. Ela coloca o homem na posição de inexorável credor de Deus, perguntando, estridentemente: 'Por que me fizeste assim?' (...)"

(Annie Besant - O Enigma da Vida - Ed. Pensamento)

domingo, 12 de março de 2017

A REENCARNAÇÃO NO PASSADO

"Talvez não haja no mundo doutrina filosófica que tenha tão esplêndida ancestralidade como a da Reencarnação – o desenvolvimento do Espírito humano através de repetidas vidas na Terra –, experiências que são reunidas durante a existência terrena e trabalhadas para se transformarem em capacidade intelectual e consciência durante a vida celeste. Assim, uma criança nasce com suas experiências pretéritas transformadas em tendências e possibilidades mentais e morais. Como acertadamente observou Max Muller, as maiores inteligências que a humanidade produziu aceitaram a Reencarnação. A Reencarnação é ensinada e ilustrada nos grandes épicos hindus, como fato indubitável, no qual a moralidade se baseia. E a esplêndida literatura hindu, que encanta os eruditos europeus, está impregnada dessa certeza. Buda ensinou a Reencarnação e falava constantemente em seus nascimentos anteriores. Pitágoras fazia o mesmo, e Platão incluiu-a em seus escritos filosóficos. Josephus declara que essa ideia era aceita pelos judeus, e conta a história de um capitão que encorajava seus soldados a lutar até a morte, fazendo-lhes lembrar seu retorno à Terra. Na Sabedoria de Salomão está dito que nascer num corpo impoluto era a recompensa 'por ser bom'. Cristo aceitou-a, dizendo a seus discípulos que João Batista era Elias. Virgílio e Ovídio consideravam-na como coisa estabelecida. O ritual composto pelos sábios do Egito ensinava-a. As escolas neoplatônicas aceitavam-na, e Orígenes, o mais culto dos padres cristãos, declarou que 'todo o homem recebia um corpo segundo seus méritos e suas ações passadas'. Embora condenada por um Concílio da Igreja Romana, as seitas heréticas mantiveram essa velha tradição. E veio até nós, da Idade Média, a palavra de um culto filho do Islã: 'Morri como pedra e tornei-me uma planta; morri como planta, e tornei-me um animal; morri como animal, e tornei-me um homem. Por que temeria eu a morte? Quando foi que me tornei menos do que era, por morrer? Morrerei como homem, e me tornarei um anjo.' Posteriormente, encontramos a Reencarnação ensinada por Goethe, Fichte, Schelling e Lessing, para citar apenas alguns entre os filósofos alemães. Goethe, em sua velhice, antecipava alegremente a ideia do retorno. Hume declarou que aquela era a única doutrina da imortalidade que um filósofo poderia considerar, opinião, de certa forma, semelhante à do nosso professor Mc Taggart, o inglês que, analisando a imortalidade em suas várias teorias, chegou à conclusão de que a da Reencarnação era a mais racional. Não preciso lembrar a ninguém que tenha cultura literária o fato de que Wordworth, Browing, Rossetti e outros poetas acreditavam nela. O reaparecimento da crença na Reencarnação não é, portanto, a emergência de uma crença supersticiosa entre nações civilizadas, mas um sinal de recuperação no que se refere a uma temporária aberração mental do Cristianismo, de uma desracionalização da religião, que produziu tanto mal e deu lugar a tanto ceticismo e materialismo. Afirmar que há a criação especial de uma alma para cada novo corpo implica que a vinda da alma à existência depende da formação de um corpo, e leva, inevitavelmente, à conclusão de que, com a morte, a alma passará a não mais existir. Que uma alma sem passado possa ter um futuro pela eternidade é tão incrível como dizer que uma bengala poderia existir com uma única ponta. Só a alma que não nasceu pode esperar não ser levada pela morte. A perda do ensinamento da Reencarnação – com seu purgatório temporário resultante de sentimentos nocivos, e seu céu temporário para a transformação da experiência em capacidade – deu origem à ideia de um céu infinito, do qual ninguém é bastante digno, e de um inferno infinito, para o qual ninguém é bastante perverso, confinando a evolução humana a um insignificante fragmento da existência, prendendo um futuro eterno ao conteúdo de uns poucos anos, e tornando a vida um ininteligível emaranhado de injustiças e parcialidades, de genialidade não conquistada e de criminalidade não merecida. Um problema intolerável para os que raciocinam, e tolerável apenas para a fé cega e sem fundamento."

(Annie Besant - O Enigma da Vida - Ed. Pensamento)
fonte: http://universalismoesoterico.blogspot.com.br/


segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

IRA

"Qual de nós que, diante de uma indignidade, de uma ofensa grave, de uma tremenda injustiça... não se deixa tomar numa crise de ira?!

Na hora, sentimos impulso de destruir, de punir, de dominar o autor ou autores do malfeito! Basta não ter 'sangue de barata'.

E há ainda aquele que de 'pavio curto', que, igual a algum tipo de mate, 'já vem queimado'!

Irar-se é humano.

Não é humano é manter a ira.

Um sábio hindu - Ramakrishna - disse: 'A ira de um sábio dura tanto quanto um risco que se faz na água.'

E São Paulo aconselha: 'que o sol não se ponha sobre tua ira', isto é, não deixes a ira passar para o dia seguinte.

Senhor.
Ajuda-me a ser calmo
em toda circunstância."

(Hermógenes, Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p.77/78)


sábado, 22 de outubro de 2016

GUIA-ME, LUZ BENIGNA!

"Guia-me, luz benigna, no meio das trevas que me cercam!...

Ilumina as veredas que meus pés palmilham...

Não te peço que me rasgues vastos horizontes, soberbos panoramas, dilatadas perspectivas...

Suplico-te apenas, ó luz benigna, que ilumines o modesto espaço que cada passo tem mister...

Basta-me um passo, um passo apenas, porque tu sabes onde ponho o pé...

Guia-me, seguro, por escarpas e alcantis...

Guia-me por ínvios desertos e estepes sem trilho...

Guia-me quando alegrias me exaltam e sofrimento me deprimem...

Guia-me quando amigos me louvam e inimigos me vituperam, para que eu não me julgue melhor nem pior do que sou a teus olhos...

Guia-me, luz benigna, para que nenhuma injustiça me faça injusto...

Que nenhuma ingratidão me faça ingrato...

Que nenhuma amargura me faça amargo...

Que nenhuma maldade me faça mau...

Que eu queira antes sofrer todas as injustiças do que cometer uma só...

Guia-me, luz benigna, e mostra-me que todas as coisas, mesmo as mais pequeninas, são grandes, quando feitas com grandeza de alma...

Guia-me rumo à humildade grandeza de servir, longe da soberba mesquinhez de querer ser servido...

Guia-me cada vez mais longe de mim, cada vez mais perto de ti...

Bem perto de ti...

Ó luz benigna!..."

(Huberto Rohden - Imperativos da vida - Alvorada Editora e Livraria Ltda., São Paulo, 1983 - p. 17/18)


quinta-feira, 13 de outubro de 2016

CONSAGRAÇÃO

"Quando um tormento o alcançar, não se desespere nem se revolte.

Uma criança a quem o pai nega um sorvete, por querer evitar uma piora em sua bronquite, sente a negação como uma injustiça, uma frustração, e até falta de amor por parte do pai.

Em seu curto entendimento, é assim que pensa.

Nós também, em nossas dores, nos tornamos cegos para entender os planos de Deus.

Num quadro de sofrimento, convém lembrar o que disse São Paulo: '... todas as coisas contribuem conjuntamente para o bem daqueles que amam a Deus'.

Consagre-se a Deus!

Faça-se, Senhor, Tua Santa Vontade. Não a minha."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era - Rio de Janeiro, 1995 - p. 86)


terça-feira, 6 de setembro de 2016

MENTIRA

"Você e eu temos conhecido muita gente que, de tanto e tão frequentemente usar a mentira para proteger-se e lucrar, que, baseado no falso poder do embuste, não vacila em cometer atos amorais e lesivos aos outros, finalmente a perpetrar hediondos crimes. Para eles, mentira garante impunidade; mentira possibilita explorar e agredir.

É dessa forma que a mentira se faz a porta larga para todos os delitos, e consequentemente para a ruína total de muitas existências.

Quando assumimos com nós mesmos um compromisso de não recorrer à mentira como um meio de proteção e aquisição, ou seja, quando passamos a assumir a plena responsabilidade por nossas ações, dificilmente caímos em erro, dificilmente praticamos atos incorretos e injustos, dificilmente nos deixamos tentar, corromper, degradar, perder...

A mentira é corruptora. A verdade nos ergue e nos salva.

Seja teu falar sim sim, não não."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 60)


terça-feira, 29 de março de 2016

AUTOANÁLISE

"Para melhorar a sociedade - algo que todos desejamos - o método mais sábio e eficaz é começarmos a melhorar por nós mesmos.

É essencial que comecemos a assumir a coragem de pesquisar-nos, usando a mesma lente com a qual analisamos os demais.

Só conseguimos ver hipocrisia, ambição, incorreção, fraqueza, feiura, covardia, maldade, egoísmo, vaidade... nos outros, sempre nos outros. Facilmente lançamos sobre os outros a culpa de todas as crises, de todas as calamidades e injustiças, desta grande devastação... que está assolando a sociedade e o planeta.

É cômodo e fácil inculpar os demais. O difícil é exatamente o que pode melhorar tudo - conhecer-nos fria e objetivamente, para, depois, com a ajuda de Deus, oferecermos ao mundo mais um ser humano correto, que tanto 'falta na praça'.

Ensina-me, Senhor, a conhecer-me."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, São Paulo, 1995 - p. 137)


terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

JUSTIÇA PUNITIVA

"Crime dá dinheiro sim. Com o dinheiro se pode comprar gozo material e até altas posições na sociedade e na política.

É o que se tem visto.

Mas, chegará a dar paz verdadeira, verdadeira segurança, amor autêntico?...

A ação cruel e injusta acarreta dívidas com a Lei Maior, aquela que não erra, e da qual ninguém escapa.

Só os que insistem em ficar na ilusão da posse e do gozo dos frutos imediatos, e supondo que podem fugir às penas da Lei, isto é, à dor infalível que algum dia os alcançará, optam pela ação criminosa.

Tenho compaixão de todos os iludidos, que, ou ignoram a Lei Divina, ou ainda acreditam que são bastante espertos a ponto de se esconderem, fugindo do ajuste de contas."

Quero apenas, Senhor, aquilo que Tua Graça de concede."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 103/104)


sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

SOFRIMENTO SUBSTITUTIVO (1ª PARTE)


"Além do sofrimento evolutivo, que abrange toda a natureza dos seres vivos, há um sofrimento substitutivo, que é próprio da humanidade.

Onde há livre-arbítrio, pode haver, e, onde há culpa, deve haver reação em forma de pena ou sofrimento. É esta a expressão das leis cósmicas, que exigem reequilibramento de qualquer desequilíbrio.

Por isto, sofre o justo pelo pecador. O justo não desequilibrou o equilíbrio das leis cósmicas, mas, como o pecador as desequilibrou, e não as reequilibrou, deve o justo ajudar a fazer o que o injusto não fez.

É esta a justiça do Universo - a sua justeza, o seu ajustamento.

A humanidade é um todo orgânico e solidário; deve a parte justa da humanidade sofrer pelo que a parte injusta pecou.

Não há nisto injustiça. Injustiça seria, se o justo, sofrendo pelo pecador, se tornasse também pecador, o que é impossível. A sofrência do inocente não diminui em nada o valor dele, podendo mesmo aumentá-lo. Pode o justo aumentar o seu próprio crédito, enquanto ajuda a pagar débito alheio. 

A finalidade da existência do homem aqui na terra não é sofrer nem gozar, mas é realizar-se - e isto é possível tanto no gozo como no sofrimento. Gozo e sofrimento são fenômenos facultativos da vida, o necessário é somente a realização do homem, como dizia o Mestre: 'Uma só coisa é necessária' (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Marin Claret, São Paulo, 2004 - p. 26)

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

ESTRELAS ANÔNIMAS

"Os condutores de que o mundo precisa raramente aparecem. Surgem como estrelinhas faiscantes, mas em geral ficam anônimos, quando não perseguidos, anulados, esmagados pela mediocridade dominante.

Alguns desses raros seres nem sequer saem da pobreza em que nasceram.

O mundo não os entende. E muito menos lhes atende.

O mundo prefere continuar seu viver sofrido, entre choques de doutrinas, nacionalismos adversários, facciosismos conflitantes, impérios que crescem esmagando e fazendo injustiça, instalando a exploração, despertando ódios, derramando sangue... E tudo em proveito de mentirosas e efêmeras hegemonias.

Os gênios que poderiam conduzir o mundo à Paz continuam estrelinhas anônimas, ignoradas, isoladas, inacessíveis.

São estrelinhas num rasgo de céu em noite tempestuosa, pejada dos negros nimbos da violência e da ignorância.

Quando teremos nós, os homens, um céu todo estrelado?"

(Hermógenes - Mergulho na paz - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 30)


terça-feira, 14 de julho de 2015

DESAPEGANDO-SE DA RAIVA (PARTE FINAL)

"(...) Quando estamos com raiva, provocamos danos químicos em nosso corpo, que afetam a parede de nosso estômago, nossa pressão sanguínea, os vasos sanguíneos do coração e da cabeça, nossas glândulas endócrinas, nosso sistema imunológico, e assim por diante. Mesmo assim, a despeito dessas consequências de ordem física e emocional, nos deixamos tomar pela raiva com muita frequência sem buscar dissolvê-la.

Além disso, a raiva não é um instrumento eficaz para resolver qualquer questão. Ela perturba a clareza do raciocínio, afeta a tomada de decisão, inviabiliza nossa argumentação e cria uma predisposição negativa no interlocutor. Mas, apesar disso tudo, empreendemos poucos esforços para afastar a raiva. Somos uma espécie bastante teimosa. 

É verdade que a mídia projeta para nós modelos de pessoas raivosas. Rambo está permanentemente com raiva. Acho que ele nunca sorri. O Exterminador do Futuro tinha que estar com raiva o tempo todo, para ser capaz de fazer o que fazia. A grande maioria dos policiais, soldados e outros heróis de ação são forjados no ódio. Normalmente, o ódio deles é retratado como uma ira justa. Algum tipo de injustiça foi cometida contra eles, e isso torna aceitável odiarem e até mesmo matarem.

Essas imagens são um enorme desserviço para todos nós. A raiva deveria ser evitada e não encorajada, pois ela provoca guerras e sofrimento. A raiva nos destrói, seja por meio de nossa química interna, seja por balas disparadas pelo inimigo. A compreensão e o amor dissolvem a raiva. 

Eu reparei que, se alguém me dá uma fechada em Miami, onde moro, isso me deixa com raiva. Quando estou de férias numa ilha do Caribe e alguém faz a mesma coisa, não sinto raiva nenhuma. Minha perspectiva se transforma durante as férias e não tomo a grosseria como uma agressão pessoal. Mas a raiva não é geográfica, a mudança ocorreu dentro de mim. E poderia ter acontecido em Miami."

(Brian Weiss - A Divina Sabedoria dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 1999 - p. 83/84)
www.sextante.com.br


terça-feira, 14 de outubro de 2014

A RESPOSTA ESTÁ NO PASSADO

"Você reclama que seu vizinho iniciou a disciplina espiritual há dois anos somente, enquanto você a tem mantido durante vinte anos, e não obstante, ele já está desfrutando felicidade, enquanto você permanece infeliz. Você se ressente porque, embora vindo a Mim desde há muitos anos, eu chamo para perto exatamente aqueles que só recentemente vieram. Suas reações o induzem a ver nisto injustiça e parcialidade. A resposta no entanto se encontra no passado, do qual você não tem conhecimento. Vinte golpes de martelo foram dados por um homem sobre um pedregulho, mas o pedregulho resistiu. Um outro veio a seguir e, em seu segundo golpe, partiu o bloco. O homem que deu as vinte marteladas está desapontado, e o segundo, exultante. O pedregulho arrebentou, no entanto, como resultado dos vinte e dois golpes, por efeito cumulativo. A pessoa que está a seu lado tem a seu crédito vinte anos de sadhana armazenados em seu corpo causal¹, no qual ele veio de seus prévios nascimentos até o nascimento presente. Quanto a você, sua natureza e predileções são confeccionadas pelo modo como amou, se conformou, se alimentou e lutou, na longa série de vidas que já teve.²"

¹ O ser humano é composto por três corpos: a) o corpo denso (sthula sarira), que é composto pelos cinco elementos (éter, ar, fogo, água e terra); b) o corpo sutil (sukshma sarira), formado pelos órgãos dos sentidos (os da percepção e os da ação), os cinco pranas (energias fisiológicas) e a mente; c) o corpo causal (karana sarira), o qual funciona como um depósito das experiências colhidas pelo exercício do agir (karma) em encarnações anteriores e determinantes das experiências reencarnacionais vindouras. As boas ações armazenam sementes boas; as más, sementes más. As sementes boas, no corpo causal, tornam-se 'causas' de condições e coisas auspiciosas. As más sementes, resultado de ações más, armazenadas no corpo causal, germinarão sofrimento. O corpo físico é o instrumento material, que o corpo sutil vivifica e sente. As ações realizadas pelo corpo físico geram as 'sementes' que o corpo causal armazena. Tais sementes conservam, no armazenamento, seu poder germinativo, e quando condições propícias (no plano físico) ocorrem, elas germinam (no plano físico). Assim, o homem que arrebentou a pedra com apenas duas pancadas tinha, acumuladas, em seu corpo causal as condições de realizar aquela proeza. Ele acumulara no corpo causal tais boas condições porque, através de várias encarnações anteriores, praticara a disciplina. Os corpos físico e sutil, em cada nascimento, são confeccionados conforme as 'sementes' cármicas. Corpo causal é como que uma 'programação'.
² A parábola dos trabalhadores da última hora, narrada por Cristo e mais a expressão paradoxal 'os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos' podem ser decodificadas com este ensinamento de Sai Baba.

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 21)