OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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segunda-feira, 22 de abril de 2013

RAJA YOGA - ANTARANGA YOGA (PARTE FINAL)

"Conforme vimos, os angas 6, 7 e 8 configuram uma inteligente disciplina (sadhana) no universo da mente e na abissal realidade que a transcende. Os governos das nações abastadas gastam gigantescas verbas no monumental empreendimento que se tem chamado cosmonáutica. Nada mal. Infelizmente porém desconhecem ainda a possibilidade de uma conquista infinitamente mais compensadora e sem o mínimo dispêndio de dinheiro. Refiro-me à "psiconáutica", isto é, a conquista do universo interior, rumo à verdadeira Essência do homem que é a Essência também do próprio cosmos.

Imensos gastos estão sendo direcionados para a exploração do espaço. Entretanto, pouco esforço tem sido feito para explorar o coração, dentro de cada um. (Sai Baba, em discurso proferido em 24/05/93)

O que o yogui realiza e alcança sentado, imóvel, em silencioso mergulho na paz do samadhi, vai muitíssimo mais longe do que qualquer sofisticada e milionária espaçonave possa alcançar. Ele pode navegar no ilimitado, no inimaginável, que transcende o universo de espaço e tempo; de nomes e formas, além de todos os fenômenos de todos os campos de energia.

6. Dharana: o meditante começa com dharana ou concentração sobre o objeto escolhido (visaya), que pode ser uma coisa, uma lei, um princípio, um conceito, um fenômeno, uma deidade ou um fato da existência. 

7. Dhyana ou meditação propriamente dita: é um prolongamento natural da concentração firme.

8. Samadhi: igualmente é a consequência natural de dhyana, quando ocorre o "saber" isto é, o conhecimento unitivo, no qual atinge-se aquilo que Taimni denominou o "conhecer por tornar-se", desaparecendo então a diferença e a distância entre o sujeito que conhece e o objeto conhecido e o próprio conhecimento.

Samadhi é um transe, que tem sido definido como um êxtase. Ora, como a etimologia autoriza pensar, êxtase é um transbordamento, uma exteriorização. No acontecimento culminante da "psiconáutica", o meditante não sai de si mesmo, mas, ao contrário, se interioriza. Samadhi não é, portanto, um êxtase, mas um êntase. Não esqueçamos que "o Reino de Deus está dentro" de cada um. E não fora."

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 47/48)


quinta-feira, 21 de março de 2013

JNANA YOGA - O REAL E O IRREAL (PARTE FINAL)

"Finalmente, que é real e que é irreal? Que faz uma coisa real e outra não? São perguntas que você tem, não somente o direito, mas o dever de fazer. A Vedanta Adwaita lhe responde. Real é aquilo que não sofre mudanças tais como vir à existência, existir, minguar e depois se extinguir. O Real é sempre igual: o mesmo no presente, no passado e no futuro. Obviamente, irreal é tudo que, no curso do tempo, muda. Ao perguntar a uma pessoa quem é ela, a resposta imediata é sempre "eu sou Fulano". Para sermos exatos, podemos retrucar e dizer-lhe que está enganado. Para grande surpresa, lhe diremos: Você não é. Você, transitoriamente, está Fulano. As pessoas confundem, e se identificam com aquilo que muda e muda sempre, com aquilo que supõem ser - o corpo, a mente, o falso ego, este grande embusteiro. O que qualquer pessoa realmente é, em essência, é o Divino Ser, que todos somos. (...)

Não há conquista tão elevada, tão preciosa, tão próxima do impossível ao homem como esta da fusão no Ser Supremo, pretendida pelos monistas (adwaitas). Por maior que seja o esforço pessoal (decisão, dedicação, devoção, discernimento e disciplina) do aspirante, o alcance da meta será sempre inalcançável se lhe falta a onipotência, onipresença e onisciência da Graça Divina. Para ter acesso a ela, o aspirante conta com o poder da oração, proclamado por Jesus nos seguintes termos:

E eu vos digo: pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. (Lc 11:9)

Eis um compromisso de validade total e eterna, pois expressa uma lei cósmica. Com um pouco de reflexão, concluímos ser absolutamente importante discernir sobre o que pedir, o que buscar, e sobre a porta certa na qual bater. Que pretendemos obter ao formular uma prece? Os aspirantes à Jnana Yoga já têm a resposta correta. Eis uma oração perfeita ensinada pelos Uppanishads:

Do irreal conduz-nos ao Real. Das trevas, conduz-nos à Luz. E da morte à imortalidade. (...)

O Gayatri Mantra é a oração mais repetida pelos hindus. Eis sua tradução.

Ó Gloriosa Luz (Pai e Mãe) que iluminas os três mundos (o mundo físico, o astral e o causal), que Teu Esplendor e Tua Graça iluminem nosso intelecto - nós te rogamos.

Um dia eu também compus minha oração monista:

Ajuda-me, ó Verdade, o transmutar o limitado e periférico conhecer em infinito e profundo saber. Ajuda-me a realizar o que Eu Sou. Ajuda-me a perder-me, redento, no Infinito Eterno do Ser que Eu Sou e que Tu És. Salva-me, Presença, da ignorância escravizante... Eu Te peço, meu Deus, destrói esta distância. Liberta-me da ilusão que nos afasta. (In Yoga, Caminho para Deus)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 110/112)


sábado, 16 de março de 2013

JNANA YOGA - AJNANA E JNANA (3ª PARTE)

"O que nos prende à "roda dos nascimentos e mortes", explicam os Mestres, é ajnana, ou seja, a "ignorância" sobre nossa própria Realidade e Essência. Ajnana escraviza. Jnana liberta. Fica entendido então que o Yoga da sabedoria nos tira da servidão para a redenção.

O caminho da sabedoria redentora é essencialmente vedantino, isto é, baseado nos ensinos da parte final dos Vedas. Mas é também cristão. Ao afirmar Eu e o Pai somos Um, o Cristo manifestou a Verdade desta Unidade Real e Essencial; referiu-se ao Uno Sem Segundo de que falaram sábios vedantinos, os adwaitas. Estes denunciam a ignorância como nosso cárcere a deter-nos na equivocada convicção da dualidade, isto é, de sermos distintos e estarmos distantes uns dos outros e, o que é mais dramático, de nos sentirmos distantes e distintos do Ser Supremo, que nós mesmos somos.

Embora o Cristo tenha tentado convencer de que o "Reino de Deus" está dentro de nós, ainda hoje teimosamente não acreditamos. Continuamos equivocada e incoerentemente a procurá-lo sempre fora de nós, e, o que é mais lamentável, sempre fora de nosso alcance. Nós, que nos temos por cristãos, obstinadamente ainda nos negamos a aceitar este ensinamento salvador. Como?! Por quê?!

O homem continuará escravo enquanto não alcançar jnana, a verdade de ser um com o Ser Supremo. Se aceitá-la apenas intelectualmente, menos mau. Mas isto muito longe está de ser o bastante. Nosso desafio é chegar a "saborear" esta redentora Verdade, e isto naturalmente exige ir muito além, muitíssimo além do intelecto. A Jnana Yoga tem por objetivo unir-nos à Verdade e nela nos fundir. Não será isto o que significa "ter a gnose (jnana) da Verdade, conforme falou o Cristo? (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 102/103)


terça-feira, 1 de janeiro de 2013

A VERDADE QUE LIBERTA


“A VERDADE QUE LIBERTA – promessa e realidade – é uma forma superior de perceber, apenas alcançada pelos poucos que transcendem os limites da mente intelectualizada e renunciam à erudição acumulada.

Libertação ou Paz é para os que deixam para trás a barreira dos aparentes e impermanentes, e conseguem chegar à fonte-essência das coisas.”

(Hermógenes – Mergulho na paz – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro – p. 80)


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

AME A ESSÊNCIA


“Amor não é aquele que só consegue amar a perecível forma.

Por ser fácil, é vulgar amar a formosura da forma.

Esse amor, que não vai além do apetite estético, é tão vulnerável quanto a própria beleza transitória. Dura somente o tempo que dura aquilo que o tempo, a doença e a morte desfiguram e extinguem.

O Amor liberto do tempo, das injunções existenciais, o Amor que perdura, os vulgares não conhecem, pois não entendem o que é amar a Essência, que transcende as formas.

Somente os que já conseguiram penetrar em algumas camadas mais sutis e profundas de seu próprio universo interno, portanto, mais longe do ilusório, são capazes da libertadora aventura, da transcendente ventura de Amar.

Este amar Real também goza a forma.

Mas, em realidade, ama a Essência, que lhe dá Eternidade, Infinitude, Transcendência, Felicidade, Plenitude.”

(Hermógenes – Mergulho na paz – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro – p. 223)


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O "EU"


“A única dor verdadeira – eu.

Apenas um verdadeiro mal – eu.

Só uma cruz eu vejo – eu.

A mais desgraçada de todas as distâncias – eu.

Não há outra doença senão – eu.

Quem usurpa minha essência? – eu.

Fragilidade, conflito, neurose são – eu.

Os grilhões que limitam são feitos de – eu.

Mas, o que mais admiro, a quem mais sirvo, alimento e defendo, ainda, infelizmente, é - meu eu.

Este é o drama de todos os homens.”

(Hermógenes – Mergulho na paz – Nova Era, Rio de Janeiro – p. 171/172)


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A EXISTÊNCIA QUE TENS É UM EMPRÉSTIMO


“És pó e ao pó voltarás”, ensinaram-me. E eu me deprimi.

“És Deus e esqueceste que és”, disseram-me. E eu me senti feliz.

Caí em dúvida: Então há em mim treva e luz?

Divino e humano?

Glória e miséria?

Infinitude e limitação?

Essência e existência?

Cósmico e telúrico?

Realidade e aparência?

Plenitude e vazio?

Eternidade e impermanência?

Pó e Deus?

Evidentemente que sou joio e trigo.

Céu e inferno.

Grandeza e mesquinhez.

Verdade e mentira.

Liberdade e servidão.

E agora?!...

“A existência que tens é um empréstimo. Aproveita-a para realizares a Essência” foi o que aprendi.

... e o pó deixará de ser.

... e Deus virá a ser.

(Hermógenes – Mergulho na paz - p. 194)


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

DEUS EM TUDO


“Adoro-Te, Deus meu, quando Te encontro árvore e me dás frutos e sombra.

Adoro-Te quando riacho a matar minha sede.

Adoro-Te no próximo.

Adoro-Te a criar novas formas.

Adoro-Te a destruir o que deve mudar.

Adoro-Te quando nascimento e também quando morte.

Adoro-Te onde quer que seja, como quer que seja, quando quer que seja.

Adoro-Te dentro e fora, no cume e na raiz, no oriente e no ocaso, no fogo e no gelo, na bonança e na tormenta, no sono e na vigília, no tempo e na Eternidade, imanente e transcendente, dentro de limites e Infinito, na existência e na Essência.”

(Hermógenes – Mergulho na paz – p. 217)