“Se seu marido ou esposa deixa-se
tomar pela ira e desperta a sua raiva, dê um pequeno passeio e refresque a
cabeça antes de responder-lhe. Se ele ou ela fala de maneira grosseira, não
responda do mesmo modo. É melhor ficar calado até que a exasperação passe.
(...) Jamais deixe que qualquer pessoa roube sua paz; e não roube a paz dos
outros por meio do seu destempero verbal. (...)
Se sua mulher grita com você e
você grita com ela, vocês sofrerão o dobro – primeiro pelas palavras ásperas
dela e, depois, pelas suas. Antes de mais nada, você estará ferindo a si mesmo.
Quando acabar essa troca de ultrajes, sentirá que você também se acabou. É por
isso que há tantos divórcios.
Falando francamente, as pessoas
não deveriam se casar até que aprendessem a ter algum controle de suas emoções.
As escolas deveriam educar os jovens nessa arte e no modo de desenvolver a calma
e a concentração. (...) Como podem viver juntas duas pessoas habituadas à
atividade nervosa, sem quase destruírem uma à outra com seu nervosismo? No
começo de um casamento, a noiva e o noivo se deixam levar pelas emoções da
excitação e da paixão. Mas depois de algum tempo, quando essas emoções começam
inevitavelmente a desaparecer, a verdadeira natureza do casal começa a surgir,
e as brigas e os desapontamentos aparecem.
O coração exige o verdadeiro
amor, a amizade e, acima de tudo, a paz. Quando a paz é destruída pela emoção,
dá-se a profanação do templo corporal. Um sistema nervoso saudável é o que
manterá em ordem todos os órgãos e sentimentos corporais. Para manter o sistema
nervoso saudável, é importante permanecer livre de emoções arrasadoras como o
temor, a ira, a cobiça e a inveja.
Esses cáusticos parasitas mentais
devoram todas as fibras de nosso ser; eles consomem e destroem a paz interior –
a maior riqueza da pessoa.”
(Paramahansa Yogananda – Paz
Interior – p. 99/100)