OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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domingo, 3 de setembro de 2017

O CAMINHO PARA A HARMONIA

"Quando nos sentamos e contemplamos o mar, o céu, a lua ou as estrelas, temos uma sensação de espaço e eternidade. Isso muda, pelo menos por algum tempo, não apenas a nossa psique, mas também o corpo.

Quando a consciência é inocente, há menos impureza a obstruir a luz, e sente-se a beleza mais profundamente. Pensamentos ruins, preconceitos e ideias preconcebidas fazem a vida parecer enfadonha e árida. A inocência de uma criança é um complemento à beleza; nessa inocência, há também virtude. A verdadeira virtude é a beleza da luz divina se irradiando do nosso interior.

As palavras de uma canção ou o tema de um quadro não tornam a arte religiosa. Para ser verdadeiramente religioso, devemos abandonar o desejo de estar numa forma individual e fluir para a beleza do universal. Sem sensibilidade para o universal, podemos estar engajados não apenas em um ritualismo vazio, mas também em formas de arte vazias. As formas podem ser tecnicamente excelentes, mas não contêm a essência da arte, e portanto não possuem a qualidade religiosa.

O princípio da verdade não pode ser captado enquanto a mente estiver poluída com desejos e atividades autocentradas. Só quando estamos livres do desejo a virtude pode penetrar em nosso coração. Então temos uma visão da totalidade, que é a verdadeira religião.

Para que a virtude possa surgir, tudo o que é supérfluo deve ser removido. Assim como o escultor desbasta o mármore para revelar uma forma, devemos desbastar o que foi acrescentado à nossa natureza, até que emoções e pensamentos sejam puros e inocentes. Krishnamurti chamava isso de austeridade; ele dizia que austeridade é 'a simplicidade da mente purgada de todo conflito, que não está presa ao fogo do desejo, mesmo o desejo mais elevado. Sem essa austeridade não pode haver amor'.

A religião da beleza é o caminho para a pureza e a harmonia com tudo. Isso significa virtude e amor. Com uma mente silenciosa e o coração aberto ao grande oceano da vida, com todas as suas belezas, nenhuma outra religião é necessária."

(Radha Burnier - A religião da beleza - Revista Sophia, Ano 2, nº 7 - p. 6)

quarta-feira, 17 de maio de 2017

AMAR É CONHECER (2ª PARTE)

"(...) Buda afirmou que os pensamentos de amor poluem a mente, enquanto o próprio amor limpa e purifica. Krishnamurti falou que quando a ação surge do pensamento não há amor. Nos seus Comentários sobre a vida, ele disse que os sentidos de tempo, espaço, separação e dor nascem do pensar, e que só quando cessa o pensamento pode haver amor.

Buda não explicou em detalhes o que é o amor, mas explicou a causa da ausência de amor na vida do ser humano. A abordagem de Krishnamurti é diferente, mas tem por meta o mesmo estado de bondade e amor. Ele nos instiga a descobrir que o que cria a servidão não é o amor verdadeiro, mas a sentimentalidade, o apego às pessoas num relacionamento emocional. Quando existe esse tipo de sentimentalismo e de autopromoção por meio de outra pessoa, a coisa pode facilmente mudar e se tornar ira, frustração ou crueldade. Podemos encontrar muitos casos semelhantes na vida comum, quando o assim chamado amor transforma-se em animosidade e depois em ódio.

Portanto, o que chamamos de amor traz consigo complicações e tumulto interior. Krishnamurti disse: 'O que vamos fazer é descobrir o valor do conhecido, olhar para o conhecido. Quando se olha para ele com pureza, sem condenação, a mente liberta-se do conhecido. Somente então podemos saber o que é o amor.' O teste talvez esteja na sensação de perda, de solidão, se essa posse não mais for possível. E o teste maior está na morte, quando ela traz o sentimento de que tudo foi perdido.

Helena Blavatsky afirmou, num de seus escritos, que, 'quando existe amor verdadeiro, não há absolutamente qualquer senso de separação'. A pessoa pode se examinar e verificar se o senso de separação é realmente compatível com o amor, ou se ele surge junto com o desejo de possuir. Quando há o sentimento de que algumas pessoas importam tremendamente e outras não, será isso realmente amor, ou alguma forma de busca egoísta? (...)"

(Radha Burnier - Amar é conhecer - Revista Sophia, Ano 8, nº 31 - p. 25)


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

OS PARADOXOS DA VERDADE

"Quem demanda a perfeição
Parece ser imperfeito.
Embora a sua oculta plenitude
Plenifique todas as vacuidades.
Quem possui verdadeira plenitude
É inesgotável,
Por mais que se esgote.
Quem anda direito,
Parece torto.
Grande habilidade
Parece inabilidade.
Arte genuína
Parece mediocridade.
Movimento supera o frio.
Quietação vence o calor.
O que é puro e reto
Sempre orienta o mundo.

EXPLICAÇÃO: Tudo o que é do mundo da qualidade é ignorado pelo mundo das quantidades. A qualidade não está sujeita a tempo e espaço, porque é do eterno e do infinito. E, por isso mesmo, o que não pertence ao mundo da qualidade é tachado pelos cultores das quantidades como irreal e ilusório.

O cego acha normal a escuridão - e anormal a luz.

O surdo acha normal o mundo sem som - e anormal o mundo do som.

O doente que nunca conheceu saúde pode achar normal a doença - e anormal a saúde.

Por isto disse alguém: 'A loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria dos homens - e a fraqueza de Deus é mais forte que a força dos homens';

As grandes verdades quase sempre aparecem em forma de paradoxos - que não devem ser explicados - mas aplicados."


(Lao-Tse - Tao Te King, O Livro Que Revela Deus - Tradução e Notas de Huberto Rohden - Fundação Alvorada para o Livro Educacional, Terceira Edição Ilustrada - p. 122/123)


segunda-feira, 28 de novembro de 2016

TRANSFORMAÇÃO

"Transformações estão ocorrendo constantemente no mundo à nossa volta - na Natureza, nas coisas feitas pelo homem e no próprio homem. Não será a transformação uma expressão do movimento que, segundo A doutrina secreta, é um dos três aspectos do Absoluto - movimento, espaço e duração?

A palavra transformação é derivada do latim trans, que significa 'além de, completamente, através de', e forma, que significa 'uma forma'. Assim, poderíamos dizer que, etimologicamente, transformação tem a ver com atravessar ou ir além de uma forma ou de formas. Existe movimento através das formas de uma para outra e novamente daquela forma. Assim, é a forma que muda, embora visivelmente possa não mudar em sua inteireza ou imediatamente, a não ser que um fator especial, tal como o fogo, seja introduzido do exterior. Geralmente, aquilo que muda constantemente não é a forma total, mas suas partes. Na matéria são as moléculas e os átomos que mudam. Nos corpos vivos, orgânicos - corpos de animais e plantas -, células novas estão constantemente sendo adquiridas e as velhas sendo descartadas.

Dizem que a cada sete anos as células do corpo humano são completamente renovadas de modo que não é o mesmo corpo que era há sete anos. Em toda matéria - a de nossos corpos tanto quanto a de objetos inanimados - os átomos estão em constante movimento, e as partículas subatômicas da matéria movem-se tão rapidamente que passam a pertencer a um conjunto de leis completamente diferentes das leis que se aplicam à matéria que vemos com nossos olhos físicos. Mas, na matéria que conhecemos, as mudanças normalmente parecem ocorrer lentamente e conseguimos identificá-las. Vemos uma flor crescer, desabrochar e estiolar-se. Vemos o corpo de um animal recém-nascido crescer, entrar na fase adulta, envelhecer e depois morrer, desintegrando-se. Podemos dizer que o corpo do adulto ou do idoso é o mesmo que o de um bebê? É o mesmo que era há sete anos? É o mesmo que era ontem ou há poucos momentos? Contudo, reconhecemos a sucessão de formas como pertencendo a uma unidade, porque muitas dessas formas permanecem para preservar a aparência exterior e, acima de tudo, porque existe 'algo internamente' que permaneçe constante através de todas as mudanças. Existe um movimento de forma para forma, mas o que é que se move? Frequentemente dizem que a forma é um par de opostos, sendo o outro par a vida, e que, enquanto a forma muda, a vida é imutável."

(Mary Anderson - Transformação - TheoSophia - Outubro/Novembro/Dezembro de 2009 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 30)
http://www.sociedadeteosofica.org.br/


terça-feira, 22 de novembro de 2016

A GRANDE ILUSÃO (PARTE FINAL)

"(...) Espaço, tempo e eu tornam-se todos ilusórios, aparentemente essas coisas constituem um triângulo de ilusão. Torna-se óbvio agora que, antes que possamos esperar compreender a natureza dessas ilusões, temos que buscar uma inteligência não afetada por elas, que possa, por assim dizer, abordar as extensões de nosso problema a partir de uma nova dimensão. A ciência oculta mostra-nos exatamente a existência desta possibilidade. À luz desta inteligência, que jaz incrustada em cada ser humano como um germe não desenvolvido, seu eu, como ele o conhece aqui embaixo, é apenas uma clausura de sombras, que ele busca manter e fortificar por todo meio psicológico em seu poder. Antes que possa compreender a natureza de tempo e espaço, em termos diferentes dos símbolos matemáticos, ele tem de preparar em si um estado de consciência que será capaz de captar impressões novas dos fenômenos que as constituem, e ler sua importância não afetada por modos prévios de as compreender. 

Haverá de ser um estado de consciência no qual a faculdade de cognição esteja livre da servidão do apego às suas próprias percepções prévias, livre de qualquer ímpeto de uma inércia que imperceptivelmente a transporta sobre os limites de nova percepção direta, dependendo do contato entre sujeito e objeto de momento a momento. Terá de ser uma faculdade tão sutil que não aceite conexão entre ponto e ponto, no tempo ou no espaço, que ela não consiga perceber diretamente ou verificar por si mesma.

Uma percepção tão viçosa, penetrante e iluminada só é possível a uma consciência que tenha dissipado as trevas que envolvem a prisão de suas próprias limitações. Somente quando a natureza da limitante entidade pessoal é compreendida é que a faculdade de cognição, retirada de seus embaraços, estará suficientemente refinada ou suficientemente pura para compreender até mesmo o mais longínquo aspecto dessa relação eterna entre ser e não ser, que constitui a essência da manifestação."

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 45/46)