OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

RELIGIÃO UNIVERSAL

"Unidade na diversidade é o plano do universo. Como homem, você está separado do animal; como seres vivos, homem, mulher, animal e vegetal, são todos um; e como existência, vocês são unos com o universo. Esta existência universal é Deus, a Unidade suprema do cosmos. Nele somos todos um. Ao mesmo tempo, no plano da manifestação, as diferenças devem sempre permanecer. 

O que nos faz criaturas com uma determinada aparência? A diferenciação. O equilíbrio perfeito seria nossa destruição. Suponha que a quantidade de calor nesta sala, cuja tendência é manter-se em difusão igual e perfeita, atinja esse ponto; o calor praticamente deixaria de existir. O que torna possível o movimento no universo? O equilíbrio perdido. A unificação da igualdade só poderá produzir-se por meio da destruição do universo, caso contrário, impossível. Além do mais, seria também perigoso. Não devemos desejar que todos pensem do mesmo modo; não haveria mais pensamentos para pensarmos. É justamente esta diferença, esta desigualdade, este desequilíbrio entre nós que constitui a verdadeira alma do nosso progresso e pensamentos. É preciso que seja sempre assim.

Então, qual é, a meu ver, o ideal de uma religião universal? Não há de ser uma filosofia universal, nem uma mitologia única, nem um mesmo ritual ecumênico, comum a todas as religiões porque sei que este mundo, esta massa intrincada de mecanismos excessivamente complexos e espantosos, deve prosseguir funcionando com todas as engrenagens. Que podemos nós fazer?

Podemos fazer com que funcionem suavemente, diminuindo a fricção, lubrificando as engrenagens, por assim dizer. Como? Reconhecendo a necessidade natural de diferenciação. Assim como por nossa própria natureza reconhecemos a unidade, também devemos aceitar a diversidade. Precisamos aprender que a verdade pode ser expressa de milhares de modos igualmente legítimos. A mesma coisa pode ser vista de cem diferentes perspectivas e ainda continuar a ser ela mesma. (...)"

(Swami Vivekananda - O Que é Religião - Lótus do Saber Editora, 2004 - p. 29/30)
http://www.lotusdosaber.com


terça-feira, 1 de dezembro de 2020

UNIDADE NA DIVERSIDADE

"Somos todos seres humanos, mas alguns são homens e outros, mulheres. Aqui um negro, ali um branco, mas todos pertencemos à espécie humana. Nossas faces diferem, não vejo duas iguais, mas somos todos seres humanos. Onde está essa humanidade da qual nós fazemos parte? Vejo um homem ou uma mulher, de pele clara ou escura. Entre todas essas faces, sei que há uma humanidade abstrata, comum a todos. Posso não encontrá-la quando a procuro perceber, sentir e realizar, mas estou certo de que existe. Se há alguma coisa de que tenho certeza é esta natureza humana que temos em comum. Mediante a extensão desse conceito eu os vejo como homem ou mulher. 

Assim acontece com essa religião universal, que passa através de todas as diversas religiões sob a forma de Deus, que existe e perdura por toda a eternidade. 'Sou o fio que atravessa todas as pérolas', sendo cada pérola uma religião ou seita que dela derivou. Assim apresentam-se as diferentes pérolas, e o Senhor é o fio que as une, embora a maioria dos homens esteja inteiramente inconsciente disso.

Unidade na diversidade é o plano do universo. Como homem, você está separado do animal; como seres vivos, homem, mulher, animal e vegetal, são todos um; e como existência, vocês são uno com o universo. Esta existência universal é Deus, a Unidade suprema do cosmos. Nele somos todos um. Ao mesmo tempo, no plano da manifestação, as diferenças devem sempre permanecer.

O que nos faz criaturas com uma determinada aparência? A diferenciação. O equilíbrio perfeito seria nossa destruição. Suponha que a quantidade de calor nesta sala, cuja tendência é manter-se em difusão igual e perfeita, atinja esse poeliginto; o calor praticamente deixaria de existir. O que torna possível o movimento no universo? O equilíbrio perdido. A unificação da igualdade só poderá produzir-se por meio da destruição do universo, caso contrário é impossível. Além do mais, seria também perigoso. Não devemos desejar que todos pensem do mesmo modo; não haveria mais pensamentos para pensarmos. É justamente esta diferença, esta desigualdade, este desequilíbrio entre nós que constitui a verdadeira alma do nosso progresso e pensamentos. É preciso que seja sempre assim. 

Então, qual é, a meu ver, o ideal de uma religião universal? Não há de ser uma filosofia universal, nem uma mitologia única, nem um mesmo ritual ecumênico, comum a todas as religiões porque sei que este mundo, esta massa intrincada de mecanismos excessivamente complexos e espantoso, deve prosseguir funcionando com todas as engrenagens. Que podemos nós fazer?

Podemos fazer com que funcionem suavemente, diminuindo a fricção, lubrificando as engrenagens, por assim dizer. Como? Reconhecendo a necessidade natural de diferenciação. Assim como por nossa própria natureza reconhecemos a unidade, também devemos aceitar a diversidade. Precisamos aprender que a verdade pode ser expressa de milhares de modos igualmente legítimos. A mesma coisa pode ser vista de cem diferentes perspectivas e ainda continuar a ser ela mesma. (...)"

(Swami Vivekananda - O Que é Religião - Lótus do Saber Editora, Rio de Janeiro, 2004 - p. 28/30)


quinta-feira, 24 de setembro de 2020

A ACEITAÇÃO DAS RELIGIÕES

"Há várias gradações mentais. Talvez você seja racionalista, cheio de bom senso e espírito prático, e não se interesse por ritos e cerimônias. Você quer fatos intelectuais rigorosos e relevantes para convencer-se. Os puritanos e muçulmanos também não admitem imagem ou estátua no recinto de culto. Muito bem. Entretanto, outra pessoa tem um temperamento mais artístico. Deseja cercar-se de arte - a beleza de linhas e curvas, cores, flores, cerimônias; quer velas, luzes e todos os símbolos e acessórios ritualísticos para que possa ver Deus. A mente dessa pessoa apreende Deus por essas formas, enquanto a sua o apreende por meio do intelecto. Há também o homem piedoso; sua alma chora por Deus, a quem ele só pensa em adorar e glorificar. E há ainda o filósofo, que se mantém à parte e de todos zomba. Ele pensa: 'Como são absurdas as ideias que eles fazem de Deus!'

Eles podem rir uns dos outros, mas cada um tem seu lugar no mundo. A diversidade de mentalidades e a variedade de temperamentos são necessárias. Se algum dia existir uma religião ideal deverá ser bastante nobre e ampla para suprir todas essas mentes. Oferecerá ao filósofo a força da filosofia, ao adorador de Deus o coração piedoso, ao ritualista tudo o que o simbolismo mais maravilhoso pode transmitir, ao poeta tanta emoção quanto ele pode aguentar, e assim por diante. Para criar essa religião ampla, teremos de voltar aos primórdios das religiões e adotá-las todas. 

Nossa palavra de ordem será então aceitação e não exclusão. Não apenas tolerância, pois esta suposta tolerância geralmente é um insulto, e não estou de acordo com ela. Acredito em aceitação. Por que deveria eu tolerar? Tolerância significa que acho que você está errado e estou apenas permitindo que exista. Não é uma blasfêmia pensar que você e eu estamos consentindo que os outros vivam? Aceito as religiões do passado e presto culto a Deus em todas elas: juntamente com cada uma, adora a Deus na cerimônia ou rito que usarem. Entrarei na mesquita do muçulmano; entrarei na capela do cristão e ajoelhar-me-ei ante o crucifixo do altar; entrarei no templo budista onde me refugiarei em Buda e sua Lei. Entrarei na floresta e sentarei em meditação com o hindu que está tentando ver a Luz que ilumina o coração de cada ser. 

Não só farei isso, mas conservarei meu coração aberto para tudo o que vier no futuro. O livro de Deus está terminado ou é uma constante e contínua revelação? É um livro maravilhoso - as revelações espirituais do mundo. A Bíblia, os Vedas, o Alcorão e todas as escrituras sagradas são apenas algumas páginas de um número sem fim que ainda resta para folhear. Eu o deixaria aberto para todos. Vivemos no presente, porém estamos abertos para o futuro infinito. Acolhemos o passado, desfrutamos da luz do presente e abrimos todas as janelas do coração para o tempo que há de vir. Saudações aos profetas antigos, aos grandes seres da nossa época e aos que virão no futuro!"

(Swami Vivekananda - O que é Religião - Lótus do Saber Editora, Rio de Janeiro, 2004 - p. 23/24)


domingo, 5 de fevereiro de 2017

O QUE É O PROGRESSO? (PARTE FINAL)

"(...) Estudos sobre o cérebro humano avançaram a ponto de fazer algumas pessoas pensarem que podem mudar as características psicológicas de pacientes e clientes. Um repórter escreveu: 'À medida que os neurocientistas aprenderem quais produtos químicos causam determinados traços da personalidade, a tentação de brincar com a natureza será irresistível.' Alguns otimistas e aventureiros no campo da neurociência acreditam até mesmo que, no futuro, estarão em posição de projetar cérebros.

Até onde podemos ver, a capacidade humana de agir não aumenta junto com o aumento do conhecimento e das habilidades tecnológicas. Pode o cérebro insensato, que parece ter tanto talento para causar sofrimento, terminar projetando cérebros que irão melhorar os problemas para a espécie humana e para todos os outros seres incorporados na corrente evolutiva?

A destruição da diversidade da Terra é outra causa de preocupação, mas a grande maioria das nações e das pessoas não está preocupada, e busca um estilo de vida que torna a destruição inevitável. Quem seria capaz de adivinhar o futuro do humilde mamífero das primeiras eras, e imaginar que iria tornar-se algo que propõe redesenhar cérebros por si próprio? Se houvesse oportunidade para alguma outra criatura da natureza intervir como o homem intervém, talvez ela pudesse destruir aquele humilde mamífero. Clonar e imiscuir-se geneticamente nos traços que definem a diversidade das espécies e subespécies pode ser antiprogresso.

O direcionamento na evolução só pode originar-se da inteligência ilimitada do universo, operando naquela esfera eterna onde passado, presente e futuro são um. Os Adeptos dizem que, para eles, passado, presente e futuro são como um livro aberto. Somente uma consciência assim pode saber o que é bom, no final das contas. Um cérebro insignificante e uma mente que nem mesmo reconhece que existe uma inteligência superior podem dar passos regressivos enquanto imaginam que existe progresso. Essa mente pode imaginar-se em posição de decidir que parte da diversidade do planeta deve ser preservada ou destruída; que tipo de progênie é melhor para a vaca, o porco ou o ser humano; como o cérebro deve ser moldado e como substituir características indesejadas para satisfazer nada mais do que sua própria vaidade.

Nós, humanos, somos verdadeiramente parte de uma grande família invisível. 'Deus sabe mais' é um bom ditado quando sabemos que Deus é a vida una, a inteligência suprema, sob cuja visão a direção é clara."

(Radha Burnier - Onde está Deus? - Revista Sophia, Ano 8, nº 30 - p. 15)


quinta-feira, 23 de julho de 2015

A ALVORADA DA FILOSOFIA UNIVÉRSICA E DO HOMEM CÓSMICO

"A Filosofia Univérsica, ou Cósmica, é a filosofia segundo o Universo, ou Cosmos.

Não trata apenas da amplitude extensiva da Filosofia Universal, mas da profundidade intensiva que caracteriza o próprio Universo. Não toma por ponto de partida e termo de referência alguma pessoa - Platão, Aristótoles, Tomás de Aquino, Spinoza, Kante, Descartes, Hegel, Bergson - nem se guia por uma determinada escola de pensamento - empirismo, racionalismo, idealismo - mas reflete a própria índole da Constituição do Universo, isto é a mais intensa unidade na mais extensa diversidade -  o universo em toda a sua genuinidade e integridade.

A Filosofia Univérsica aceita, naturalmente, como contribuintes, todas as correntes válidas do pensamento humano, mas não navega em nenhum desses afluentes do grande Amazonas da Filosofia perene, e sim na grande síntese do próprio Cosmos.

O Universo Integral - como causa e efeito, como essência e existência, como alma e corpo, como fonte e canais - é o único modelo válido para o pensamento e a vida do homem. O homem integral e perfeito, é plasmado à imagem e semelhança do Cosmos, uno em seu ser, múltiplo em seu agir. O homem bom é o homem cósmico, o homem mau é o homem acósmico ou anticósmico.

O uno do Universo é o Infinito - o verso (vertido, derramado) são os Finitos. O uno e único, diriam os orientais, e Brahman, que se derrama ou pluraliza no múltiplo de Maya. Nem o uno do Infinito, nem os múltiplos dos Finitos, quando tomados disjuntivamente, são o grande Todo do Universo; somente o uno e os múltiplos - a fonte e os canais - quando, tomados conjuntivamente, é que perfazem o Universo em toda a sua genuinidade e integridade. O infinito da essência se revela sem cessar nos Finitos das existências. A Transcendência do Deus do mundo aparece na Imanência dos mundos de Deus. O universo é a essência da existência, causa-efeito, alma-corpo, ser-agir, infinito-finito, eterno-temporário, imanifesto-manifesto, absoluto-relativo. A alma do Deus do mundo se revela nos corpos dos mundos de Deus. 

O homem, esse macrocosmo, reflexo do macrocosmo, não pode atingir diretamente a longínqua transcendência do Uni-Infinito da Divindade - mas pode atingir a propínqua imanência dos Diversos-Finitos de Deus, que transparecem em todas as coisas do mundo. Deus é a Divindade em sua imanência finita - a Divindade é Deus em sua transcendência infinita. A Divindade, por assim dizer, se finitiza em Deus. A Divindade 'é' - Deus 'existe'. Ninguém pode conhecer a Divindade-ente - só pode conhecer algo do Deus-existente. O grande Além-transcendente ecoa nos pequenos Aquéns-imanentes."

(Huberto Rohden - Setas para o Infinito - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 19/20)


quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

O UNO É O MÚLTIPLO

"Devoção desabrocha em sabedoria; bhakthi produz jnana. Bhakthi é tão necessário e inevitável como a infância. A devoção promove as virtudes mais altas. Os anos de vida desperdiçados sem a luz do Amor são anos ruinosos, de pó e enfermidade. Seria como estar morto ou para sempre decadente. Prema ou o mais alto Amor transcende o ego. É puro, doce, sagrado e santificante. O Amor para Deus, que brota de seu coração, deve fluir para todos, porque todos são encarnações do mesmo Divino Ser. O mal, em você, se manifestará como obstáculo em seu caminho para a paz; ele foi posto lá por seus próprios sentimentos e impulsos (egocêntricos).

O Uno está cintilando em e através da multiplicidade. O Uno é o múltiplo. 'o Uno decidiu ser múltiplo' (Ekoham bahusyam) para gozar sua própria multiplicidade. O Uno surge como toda esta diversidade. Esta é a Verdade. A insistência sobre a unidade fundamental de toda criação é a característica especial do pensamento hindu. Não se dê por satisfeito com míseros fragmentos de informações. Por trás de todo processo do conhecer, busque Aquele que conhece. Esta é a vitória real."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1989 - p. 77/78)

sábado, 1 de novembro de 2014

SEGURANÇA NUM MUNDO INCERTO (3ª PARTE)

"(...) A solidariedade ampla e o discernimento intuitivo, necessários para curar os males terrestres, não podem resultar de mera consideração intelectual da diversidade humana, mas sim do conhecimento da unidade profunda dos homens: seu parentesco com Deus. Para atingir o supremo ideal do mundo - paz por meio da fraternidade - possa a yoga, a ciência da comunhão pessoal com a Divinidade, espalhar-se com o tempo entre todos os homens, em todas as terras. A sombria marcha dos acontecimentos políticos no mundo aponta para a verdade inexorável de que, sem visão espiritual, os povos perecem. A ciência, se a religião não o fez, despertou na humanidade uma inquietante sensação da insegurança e, também, da insubstancialidade de todas as coisas materiais. Para onde pode o homem ir agora, com certeza, se não para a sua Fonte e Origem, o Espírito que nele habita?

A Era Atômica verá a mente dos homens tornar-se mais sensata e mais aberta pela verdade - agora cientificamente inegável - de que a matéria é, em realidade, uma concentração de energia. A mente humana pode e precisa liberar dentro de si mesma energias maiores do que as contidas nas pedras e nos metais, a fim de que o gigante atômico material, recentemente desencadeado, não se volte contra o mundo em insana destruição. Um benefício indireto da preocupação da humanidade com as bombas atômicas pode ser um maior interesse prático pela ciência Yoga, um verdadeiro 'abrigo à prova de bombas'. Neste mundo sempre haverá tumultos e dificuldades. Por que se preocupar? Dirija-se ao abrigo de Deus, para onde os Mestres têm ido e de onde estão observando e auxiliando o mundo. Você terá segurança para sempre, não apenas para você, mas também para todos os entes queridos que foram confiados aos seus cuidados, por nosso Senhor e Pai.

Felicidade verdadeira, felicidade duradoura só existe em Deus, 'Aquele a quem, quando se tem, nada que se venha a obter é maior'. Nele está a única segurança, o único abrigo, a única salvação para todos os nossos temores. Você não tem nenhuma outra segurança no mundo, nenhuma outra liberdade. A única liberdade verdadeira está em Deus. Portanto, esforce-se seriamente para estabelecer um contato com Ele na meditação, pela manhã e à noite, e também ao longo do dia, em todo trabalho e tarefa que você executar. A yoga ensina que onde Deus está, não há temor nem tristeza. O iogue bem-sucedido pode ficar sem ser abalado em meio ao choque de mundos em colisão. Ele está seguro, na compreensão de que : 'Senhor, onde eu estou, ali Tu tens de vir'. (...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 45/47)

quinta-feira, 5 de junho de 2014

LIBERDADE DE OPOSTOS (PARTE FINAL)

"(...) Para tomarmos outro exemplo, aquela natureza que pode ser chamada espiritual sempre tem presente em si o atributo de uma sensibilidade extrema, uma inteligência que responde imediatamente ao mais leve toque. Embora esta resposta pareça automática, ela surge de uma percepção da verdade com relação ao que quer que a toque, portanto, esta resposta é determinada por aquela verdade. É a resposta de uma natureza que é susceptível, porém não influenciada. Ela não se entrega indistintamente a qualquer coisa e nunca se deixa dominar; mas também não se diminui ou foge de qualquer coisa que atravesse o seu caminho – que seria o oposto da ‘entrega’ – ela mantém a sua liberdade e equilíbrio. (...)

Vemos diferenças em toda a parte na natureza. As diferenças que existem na natureza das coisas no campo da matéria são refletidas no campo da mente e das emoções e ali geram reações, enquanto ainda se encontram em um estado de inconsciência. O Gitᾱ fala da liberdade dessas reações que são prazeres e desprazeres, paixões, avidez, ódio e inveja. Quando as reações cessam de existir, há um espírito de igualdade no coração das pessoas, boa-vontade comum, preocupação e consideração em relação a todos, o elevado e o usual, o simples e o erudito e assim por diante. A natureza em que se manifesta esta mesma atitude é a natureza verdadeiramente espiritual. (...)

Pode parecer paradoxal que um estado de liberdade possa conter dentro de si o segredo da correção absoluta, bem como a perfeição. Isto ocorre assim porque compreendemos a liberdade em um sentido que não é liberdade real, uma condição que não está sujeita à atração ou repulsão. Nesta condição, a ação está de acordo com uma lei inata que em um indivíduo é a lei do seu ser. É uma lei que, entre os componentes daquele ser, sempre mantém um estado de harmonia. O nosso conceito de perfeição também incorpora, de forma consciente ou inconsciente, essa harmonia que é a manifestação de uma unidade na diversidade."

(N. Sri Ram - Em busca da Sabedoria – Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p.32/39)


terça-feira, 14 de janeiro de 2014

HARMONIA NA DIVERSIDADE

“Meu amigo, deixa a cada ave o seu voo!

Deixa a cada planta a sua forma!

Deixa a cada flor o seu colorido!

Deixa a cada essência o seu perfume!

Deixa a cada homem o seu gênio!

Deixa a cada alma o seu caminho às alturas!

Não penses que só o teu trilho seja bom!

Muitos são os caminhos que levam a Deus...

Onde quer que exista uma reta vontade – existe uma ponte para o Infinito...

Procura preservar de falsos caminhos os homens – mas não tenhas por falsos todos os caminhos fora do teu!

Deus é Deus da Plenitude – e não do vácuo...

Deus é o Deus da variedade – e não da monotonia...

Deus é amigo da evolução – e não da estagnação...

Quão tedioso seria o cenário da flora se todas as flores fossem rosas, lírios ou cravos! (...)

Quão monótono seria o mundo mineral se todas as pedras preciosas fossem safiras, rubis, esmeraldas, diamantes ou topázios? (...)

Quão desgracioso seria o firmamento noturno se todas as estrelas tivessem o mesmo tamanho e fossem dispostas simetricamente como um tabuleiro de xadrez?

Não queiras, ó homem, corrigir as obras de Deus...

Sabes tu por que vivem no mundo homens de todas as índoles? Caracteres múltiplos, gênios versicolores? (...)

Deixa a cada um o caráter que Deus lhe deu – e o caminho que Deus lhe traçou!

Respeita nos outros a liberdade que reclamas para ti mesmo!

Estima o que é teu – tolera o que é dos outros!

Sê, no grande mosaico, a pedrinha que és – e deixa que os outros sejam também as pedrinhas que são!

Se todos fossem como tu, se tu fosses como os outros – morreria toda a beleza...

Beleza só existe onde reina harmonia na diversidade... (...)"

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Editora alvorada, 8ª edição - p. 95)


quarta-feira, 13 de novembro de 2013

A DIVERSIDADE NA UNIDADE

"Toda e qualquer religião externa, objetiva, atinge apenas o ego periférico do homem, mas não o seu eu central; produz uma moral externa, mas não uma ética interna. A moral pode produzir armistício, que é uma trégua entre duas guerras, mas não pode estabelecer verdadeira paz, que nasce do conhecimento intuitivo de que o Deus em mim é também o Deus em ti (namastê), e que, por isto, eu posso amar o próximo assim como amo a mim mesmo, porque o ponto de referência do amor próprio e do amor alheio é o mesmo: o verdadeiro Eu divino, seja em mim, seja em ti. O Deus em nós é o Deus em mim, o Deus em ti, o Deus nele, o Deus nela.

(...) Amor supõe diversidade na unidade. O amor é univérsico. Quando há somente diversidade não pode haver amor; quando há somente unidade não pode haver amor. Amor é a percepção da diversidade existencial como manifestação da unidade essencial.

(...) Para curar a raiz do mal não basta boa vontade, que é do ego, mas requer-se sabedoria, compreensão da realidade do Eu humano."

(Huberto Rohden - Entre dois Mundos - Ed. Alvorada, São Paulo, 1984 - p. 59/60)


sábado, 10 de agosto de 2013

A UNIDADE NA DIVERSIDADE

"Diversos textos santos exortam-nos a descobrir unidade na diversidade e reconhecer diversidade dentro da unidade. Isto está sendo pregado; no entanto, não podemos achar uma pessoa que, por suas ações, seja capaz de levar estar verdade a nossos corações. 

Se pretendermos reconhecer unidade na diversidade, devemos primeiro conhecer o significado de tais palavras. Podemos dizer facilmente que a eliminação da tristeza e a conquista da alegria constituem o caminho singelo, que conduz à iluminação espiritual. Mesmo neste sentido, devemos conhecer a natureza da aflição. Só então conseguiremos destruí-la ou eliminá-la. 

Algumas vezes, achamos que nossa experiência é aflitiva, tempos depois chegamos a constatar que ela até se torna agradável. E quando temos por alegre uma experiência, pode ela vir mesmo a tornar-se aflição ou angústia no decorrer do tempo."

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro -p. 42)