OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

O HOMEM NOS TRÊS MUNDOS (1ª PARTE)

"O homem como sabemos, vive normalmente em três mundos: o físico, o emocional e o mental, e é colocado em contato com cada um desses mundos através de um corpo fornecido por esse tipo de matéria. E atua em cada um desses mundos por meio de um corpo apropriado. Portanto, ele cria resultados em cada um desses corpos, de acordo com as respectivas leis e poderes, e todos eles estão dentro dos limites da lei do karma que tudo abrange. Durante sua vida diária, quando acordado, o homem está criando 'karma', isto é, resultados, nesses três mundos, a que chega pela ação, pelo desejo e pelo pensamento. Quando seu corpo físico está adormecido, o homem está criando karma em dois mundos - o emocional e o mental - e a quantidade de karma então criado por ele depende do estágio de sua evolução.

Podemos nos restringir a esses três mundos, porque os que estão acima deles não são habitados conscientemente pelo homem comum; mas devemos, apesar disso, lembrarmo-nos de que somos como árvores, cujas raízes estão fixadas em mundos mais altos e cujos galhos espalham-se para os mundos inferiores em que vivem os nossos corpos mortais, e nos quais nosso discernimento está trabalhando.

As leis trabalham dentro de seus próprios mundos, e devem ser estudadas como se sua atuação fosse independente. Tal como cada ciência estuda as leis que funcionam dentro do seu departamento, mas não esquece o trabalho mais amplo de condições de maior alcance, o homem, que está trabalhando em três departamentos as leis são invioláveis, imutáveis, e cada uma delas produz seus efeitos totais, embora o resultado final da sua interação seja a força eficiente que permanece quando todo o equilíbrio de forças opositoras foi alcançado. Tudo quanto é verdade no que se refere às leis em geral é verdade para o karma, a grande lei. Estando presente a causa, os acontecimentos devem seguir-se. Retirando ou acrescentando causas, entretanto, eles podem modificar-se. (...)"

(Annie Besant - Os Mistérios do Karma e a sua Superação - Ed. Pensamento, São Paulo, 2009 - p. 43/44)


quarta-feira, 30 de novembro de 2016

PENSAMENTO E SENTIMENTO ESTÃO SUJEITOS A MUDANÇA (1ª PARTE)

"Assim, existe uma mudança sutil quanto à ênfase do papel predominante da vida para um papel como forma. Como a transformação ocorre dentro de nós ao longo de muitas encarnações e é repetida no processo de desenvolvimento de uma criança ao longo de toda nossa evolução humana, primeiramente nos identificamos e à nossa vida com nossos corpos físicos. Leva algum tempo antes que compreendamos que estes corpos são formas que irão passar. Depois quando vemos o corpo como uma forma passageira, são os nossos sentimentos que parecem ser duradouros. Quando adolescentes, juramos amizade eterna ou amor eterno. Posteriormente compreendemos que nossos sentimentos estão também sujeitos a transformação constante, e são nossas ideias que agora consideramos como duráveis. A essa altura somos muito dogmáticos. Isso também passa e podemos adquirir uma certa flexibilidade de pensamento até que compreendamos que até mesmo o pensamento é apenas uma vestimenta, e que algo mais profundo interiormente representa para nós a vida eterna.

O processo pode continuar - o que sentíamos ser uma alma imortal compreendemos ser, por sua vez, um simples veículo temporário ou uma forma, como os outros, sujeito a transformação. Até mesmo Buddhi é um veículo de Atma, não no sentido de um corpo ou de uma forma como os vemos, mas talvez como um tipo de véu tênue - mais sutil do que o mais sutil que conseguimos imaginar. À medida que o homem evolui, a personalidade torna-se cada vez mais a expressão direta do Ego, que é uma forma que reflete verdadeiramente a vida interior. O homem está agora cônscio como um Ego imortal sensibilizando a personalidade como sua forma. Dizem que, com o tempo, até mesmo o Ego deixa de existir como tal, pois, afinal de contas, ele é simplesmente o veículo ou a forma externa da Mônada. Assim, também ele está sujeito a transformação e parece desaparecer. Podemos começar a nos perguntar se, de um certo ponto de vista, a distinção entre vida e forma não é uma ilusão - se vida e forma são, depois de tudo, não duas coisas distintas, mas realmente duas funções da mesma coisa divina.

Voltemos ao nosso estado atual - a nossa condição presente - em relação ao mundo objetivo, onde estamos apegados a formas materiais e sofremos quando elas são transformadas. Como vimos até certo ponto com relação à nossa própria constituição, logo que deixamos de nos identificar com certas formas, toda nossa atitude com relação a elas muda. Ao mesmo tempo nossa atitude com relação à transformação dessas formas muda. Essa mudança é em si mesma uma transformação em nós, uma transformação na consciência até onde a consciência seja forma, até onde esteja cercada, modelada pela forma. Talvez, realmente, seja mais uma questão de ir além das formas do que atravessá-las. Em outras palavras, quando vemos as formas aprisionando nossas consciências, nossos lamentos e preconceitos com relação a elas desaparecem e nossa consciência torna-se correspondentemente livre. Uma expansão de consciência ocorre quando não mais estamos pessoalmente e, portanto, dolorosamente, apegados a elas. (...)"

(Mary Anderson - Transformação - TheoSophia - Outubro/Novembro/Dezembro de 2009 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 32/33)

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

A GRANDE ILUSÃO (1ª PARTE)

"'Conhece-te a ti mesmo'. Pelo fato de o eu ser um fator condicionante de nosso conhecimento, nossas reações às coisas ocorrem segundo sua natureza. Do ponto de vista materialista da ciência do século XIX, o eu ou mente - os dois sendo considerados por ela a mesma coisa - era um produto da matéria ou do ambiente, relativo ao corpo físico perecível. O ponto de vista oculto era diametralmente oposto a isso, e desde então tem sido cada vez mais que justificado. O livro Human Personality and its Survival, de Meyers, registrou um ponto crítico na perspectiva do moderno pensamento científico sobre a construção e a natureza do homem. Contudo, a sobrevivência do corpo não prova a permanência do princípio sobrevivente, que é o eu humano ou a personalidade. A ciência moderna não nos levou muito longe na estrada até sua natureza efetiva. Por outro lado, os antigos filósofos, notadamente na Índia, dirigiam suas investigações mais minuciosas para este princípio, cuja constituição foi dissecada e investigada por eles com cuidado exaustivo. A dissecção e a análise que fazem - nem sempre meras especulações, como alguns Orientalistas ocidentais tão prontamente as apelidaram - têm levado às mais surpreendentes descobertas. Essas descobertas não são menos espantosas e revolucionárias à prespectiva humana do que os resultados das pesquisas feitas pela moderna ciência, uma vez que tomaram o desvio que Copérnico, Newton e Einstein lhe deram em sucessão.

A mudança fundamental de nossa compreensão produzida por um estudo, como por outro, é a total destruição daquela base de egocentricidade sobre a qual o homem, na aurora de sua inteligência, tem buscado construir as teorias de sua própria existência. Ele é um infinitésimo num ilimitado continuum de tempo e espaço (ilimitado embora não infinito, segundo Einstein) e a consciência na qual sua individualidade repousa é tão efêmera quanto a Natureza externa, segundo as pesquisas da ciência subjetiva. Não será uma maravilha das maravilhas que a certeza no mundo da cognição humana - aquele fator primevo que penetra toda experiência de seu próprio eu - deva evidenciar-se como a maior de todas as ilusões? Isso é apenas um senso artificial criado por seus encontros com o externo, do qual as marcas são suas memórias. (...)"

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 44/45)


domingo, 20 de novembro de 2016

A SABEDORIA DA NÃO VIOLÊNCIA

"A Vida verdadeira é como a água:
Em silêncio se adapta, ao nível inferior,
Que os homens desprezam.
Não se opõe a nada,
Serve a tudo.
Não exige nada,
Porque sua origem é da Fonte Imortal.
O homem realizado não tem desejos de dentro,
Nem tem exigências de fora.
Ele é prestativo em se dar
E sincero em falar,
Suave no conduzir,
Poderoso no agir,
Age com serenidade.
Por isto é incontaminável.

EXPLICAÇÃO: Haverá coisa mais frágil do que a água? Ela, que em pedra dura tanto dá até que fura? Onde não há água não há Vida, a Vida nasce e vive na água, até as células do nosso corpo. A água é o símbolo da fraqueza poderosa, assim como a Vida é a onipotência da impotência.

Tao é eternamente silenciosos, por isto realiza todas as coisas poderosas. É um silêncio dinâmico, como é o homem sábio, silenciosamente realizador.

Age pelo não agir."

(Lao-Tse - Tao Te King, O Livro Que Revela Deus - Tradução e Notas de Huberto Rohden - Fundação Alvorada para o Livro Educacional, Terceira Edição Ilustrada - p. 40/41)


domingo, 6 de novembro de 2016

AS TRÊS LEIS DA VIDA HUMANA

"O ego comum ainda não está em condições de escolher um corpo para si mesmo. O lugar do seu nascimento é geralmente determinado por três fatores, ou, talvez fosse melhor dizer, pela ação combinada de três forças. Em primeiro lugar, a lei da evolução, que faz o ego nascer em condições que lhe darão a ocasião de desenvolver as qualidades de que mais necessita. A ação dessa força, contudo, é limitada pelo segundo fator, a lei do carma. O ego pode não ter merecido a primeira oportunidade, e ver-se, em vista disso, obrigado a tolerar a segunda ou mesmo a terceira. Pode ser até que não tenha merecido nenhuma grande oportunidade, de modo que o seu destino será uma vida tumultuosa de escasso adiantamento.

Entra em ação também um terceiro fator - a força dos laços pessoais de amor ou ódio que o ego possa ter formado anteriormente, e que modifica a ação da primeira e da segunda força, pois, graças a ela, o homem pode ser, às vezes, arrastado a uma posição, que não se pode dizer que tenha merecido, não fora o forte amor pessoal que devotou a alguém mais elevado do que ele na evolução.

Um certo homem que tenha trabalhado muito além do ordinário - e já tenha entrado no Caminho que conduz ao estado de adepto - pode exercer alguma opção no tocante ao país e à família do seu nascimento; mas um homem assim será o primeiro a pôr de lado, inteiramente, qualquer desejo próprio na matéria e a entregar-se, de forma absoluta, nas mãos da grande lei eterna, confiado em que tudo o que ele lhe trouxer será muito melhor para ele do que qualquer seleção que venha a fazer.

Os pais não podem escolher a alma que habitará o corpo a que darão vida, mas, vivendo de modo que ofereçam uma oportunidade iniciadamente boa para o progresso de um ego avançado, podem tornar mais do que provável a vinda, para eles, de um ego nessas condições."

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 263)


terça-feira, 1 de novembro de 2016

O DRAMA DA ALMA

"Podemos considerar as repetidas encarnações da Alma divina nos mundos de manifestação externa como uma atividade especial do Ego, com o determinado propósito de adquirir o conhecimento que só desse modo lhe é possível. A tragédia se dá com a descida da consciência divina aos três corpos - físico, emocional e mental -, a verdadeira queda do homem na matéria, que é a causa de todo o subsequente sofrimento na peregrinação da Alma. Assim é que o Ego, ao infundir uma porção de si mesmo em cada um dos três corpos, identifica-se com o corpo em que se infunde; e, por essa identificação, percebe a si próprio como sendo o corpo destinado a servir-lhe de instrumento. 

Ao identificar-se com os seus veículos, a consciência encarnada já não compartilha da oniabarcante consciência do divino Ser a que pertence, mas participa da separatividade dos corpos e se converte numa entidade dissociada dos demais seres e oposta a eles, isto é, numa personalidade. É a velha lenda de Narciso, que ao contemplar sua imagem refletida na água do lago anseia por abraçá-la; e ao fazer tal tentativa, morre submerso na água. Assim a consciência encarnada está submersa no mar da matéria; e, ao identificar-se com os distintos corpos, separa-se do Ser a que pertence e já não se reconhece como o que verdadeiramente é: filho de Deus.

Então começa a longa tragédia da Alma exilada, que se esquece de sua divina herança e se degrada na inconsciente submissão aos corpos que deveriam ser instrumentos de sua Vontade. É o antigo mito gnóstico de Sophia: a Alma divina exilada vive entre ladrões e salteadores que a humilham e maltratam, até que Cristo a redime e a restitui à sua divina morada.

Pode haver maior tragédia e mais profunda degradação que aquela onde a Alma divina, membro da suprema Nobreza, a própria Divindade, esteja sujeita às humilhações e indignidades de uma existência na qual, esquecida de sua alta categoria, consente em escravizar-se à matéria? 

Às vezes, quando vemos a humanidade em seu pior aspecto, horrenda em sua odiosidade, discordante em seu desvio da Natureza, grosseira e brutal ou estúpida e frívola, nos apercebemos dessa intensa tragédia da Alma exilada e temos pungente consciência da degradação sofrida pelo imortal ser interno."

(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 18/19)


quinta-feira, 27 de outubro de 2016

O ENVELHECIMENTO (2ª PARTE)

"(...) Podemos contemplar o seguinte poema sobre os sofrimentos do envelhecimento, escrito pelo erudito Gungtang:
Quando somos idosos, nosso cabelo se torna branco, Não porque o tenhamos lavado muito bem; Isso é um sinal de que, em breve, encontraremos o Senhor da Morte.
Temos rugas em nossa fronte, Não porque tenhamos carne demais; É um aviso do Senhor da Morte: 'Estás prestes a morrer'.
Nossos dentes caem, Não para abrir espaço para novos; É um sinal de que, em breve, perderemos a capacidade de ingerir alimentos que as pessoas normalmente desfrutam.
Nosso rosto é feio e desagradável, Não porque estejamos usando máscaras; Isso é um sinal de que perdemos a máscara da juventude.
Nossa cabeça balança de um lado para outro, Não porque estejamos discordando; É o Senhor da Morte batendo em nossa cabeça com o bastão que ele traz em sua mão direita.
Andamos curvados, fitando o chão, Não porque estejamos à procura de agulhas perdidas; Isso é um sinal de que estamos em busca da beleza e das memórias que deixamos de ter.
Levantamo-nos do chão usando os quatro membros, Não porque estejamos a imitar os animais; Isso é um sinal de que as nossas pernas estão fracas demais para suportar o nosso corpo.
Sentamo-nos como se tivéssemos sofrido uma queda repentina, Não porque estejamos zangados; Isso é um sinal de que o nosso corpo perdeu seu vigor.
Nosso corpo balança quando andamos, Não porque pensemos que somos importantes; Isso é um sinal de que as nossas pernas não podem sustentar o nosso corpo.
Nossas mãos tremem, Não porque estejam com ânsia de roubar; Isso é um sinal de que os dedos gananciosos do Senhor da Morte estão roubando as nossas posses.
Comemos pouco, Não porque somos avaros; Isso é um sinal de que não podemos digerir nossa comida.
Sibilamos com frequência, Não porque estejamos sussurrando mantras aos doentes; Isso é um sinal de que nossa respiração em breve desaparecerá. (...)"
(Geshe Kelsang Gyatso - Budismo Moderno, O Caminho de Compaixão e Sabedoria - Tharpa Brasil, São Paulo, 2016 - p. 49/51)
Fonte:
https://cienciaespiritualidadeblog.wordpress.com


sexta-feira, 23 de setembro de 2016

DE ONDE PROVÉM AS DOENÇAS (PARTE FINAL)

"Apesar de determinadas doenças terem seu início no decorrer da própria encarnação em que se manifestam, muitas delas foram geradas ANTES do nascimento físico. Nós mesmos, como almas, as escolhemos como meio de purgação de antigos desequilíbrios ou como meio de fortalecimento e desenvolvimento de certas qualidades que de outro modo não emergiriam. Escolhemos nossas enfermidades com o mais profundo poder de decisão e, por esse motivo, é inútil querermos depois combatê-las às cegas. Isso não quer dizer que as doenças sejam indispensáveis à evolução do homem: pelo contrário, elas são um mal, ainda que por enquanto necessário.

Há certas correntes de pensamento que admitem que estaríamos geneticamente programados para viver nesta Terra cerca de cento e cinquenta anos (isso dentro do ATUAL código genético), e podemos facilmente compartilhar desta ideia na medida em que, refinando nossa capacidade de percepção, reconhecemos esse potencial em nosso próprio corpo físico. Três fatores impedem, entretanto, e há muito parecem impedir, que permaneçamos em encarnação o quanto nos seria possível: a alimentação inadequada de dezenas de gerações através dos séculos, os tóxicos absorvidos por diferentes vias (físico-etéricas, emocionais e mentais) e o estado de ansiedade ao qual a vida voltada para valores corriqueiros dá permanente estímulo. Assim, muito trabalho há para ser feito em favor da saúde, antes que possamos atingir nossa máxima longevidade e vigor físico. Sabe-se, porém, que faz parte do Plano Evolutivo que o homem se torne completamente são num ciclo futuro da Terra, assim como ele o é em outros planetas e estrelas desta ou de outras galáxias (referimo-nos tanto a locais físicos como a dimensões mais sutis de vida)."

(Trigueirinho - Caminhos para a cura interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1995 - p. 38
www.pensamento-cultrix.com.br


quarta-feira, 21 de setembro de 2016

DE ONDE PROVÉM AS DOENÇAS (1ª PARTE)

"Antigamente se dizia que as doenças eram enviadas por Deus para castigo dos pecadores. Séculos depois modificou-se essa ideia, e o 'diabo', criatura má, passou a ser quem as trazia. Depois disso, os pesquisadores descobriram os vírus e as bactérias e a estes foram então atribuídas as causas das enfermidades. Mais recentemente, quando começaram a surgir escolas de psicologia, certas doenças passaram a ser consideradas produto ou somatização das reações e dos estados psíquicos do homem. Assim, ideias e pesquisas sobre o assunto foram evoluindo e, por certo, não estacionaram aí.

Quando o apelo interior da humanidade por maior expansão de consciência se tornou suficientemente forte para atrair novos esclarecimentos sobre a saúde e a doença, ela pôde receber conhecimento mais amplo. Seres que trabalham nas dimensões interiores do planeta lho puderam transmitir através de uma espécie de telepatia que não se limita ao âmbito mental. Essa telepatia superior consiste num contato consciente que a alma do homem estabelece com o núcleo interior de um ser ainda mais evoluído do que ele, de onde recebe ensinamentos. Além disso, a aprendizagem por vias subjetivas também pode ser feita através da 'leitura' daquilo que está impresso nas camadas do éter cósmico, camadas sutis que envolvem a Terra e que contêm toda e qualquer informação. Através desse acervo, percebe-se pelos sentidos interiores que o atrito provocado na atmosfera terrestre pelas forças construtivas que vêm através dos raios solares produz as doenças no planeta e na maioria dos reinos nele existentes. Isso é causado não pelas forças positivas em si, mas pela própria condição impura da atmosfera terrestre, que reage à sua passagem, como vimos. 

A presença das enfermidades, como já foi dito, é própria dos níveis de consciência físico-etérico, emocional e mental - não existe além deles. É nesses três planos vulneráveis que também está localizada a parte pessoal da nossa consciência. Na verdade, o homem como um todo é emanação da Mente Única, que se manifesta sob vários aspectos, e a personalidade humana é apenas um deles. Sempre que o pensamento e a energia estejam centrados nas características mais materiais do ser, enfocando de modo exclusivo assuntos da personalidade, o indivíduo  está mais sujeito à doenças, dado que é exatamente nessa área que elas existem. 'Um homem é o que ele pensa', diz certa lei. Se polariza sua atenção apenas no lado físico, emocional e mental da própria vida, torna-se ainda mais suscetível à condição doentia dos níveis terrestres. (...)"

(Trigueirinho - Caminhos para a cura interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1995 - p. 33/34


sábado, 27 de agosto de 2016

ESCALA EVOLUTIVA HUMANA (PARTE FINAL)

"(...) A existência dos Mestres foge à capacidade de crença de grande número de pessoas. Causa-lhe estranheza que seres super-humanos andem nivelados com homens comuns, levando vida física habitual.

Mas, para quem admita a evolução tal como temos exposto, haverá algo de extraordinário que existam tais seres?

A existência desses Mestres obedece a razões lógicas e não há nada demais que, para cinco bilhões de seres humanos, haja menos de uma centena de super-homens, em corpo físico, para determinar ações, ou arranjos, ou ajustamentos, enfim, efetuar mecanismos de inter-relação entre os seres humanos e os super-humanos.

Objetarão alguns: 'Por que não se mostram ou por que não exibem seus poderes e sua ciência? Convenceria, então, facilmente a todo mundo e isto facilitaria o trabalho evolutivo.' A resposta é difícil: há razões complexas para que se não exibam poderes nem se ensinem coisas a homens ainda atrasados intelectual e moralmente, os quais não seriam aptos nem dignos de conhecê-las.

E a esses Mestres, como aos Iniciados, não interessa a manifestação de poderes, nem a glória, riquezas e outras coisas que se afiguram muito importantes ao comum dos homens.

Preferem 'ajuntar tesouros no céu, onde nem a traça, nem a ferrugem consomem e onde os ladrões não minam nem roubam'...

Em ocasiões determinadas aparecem como guias de povos, instrutores de religiões, mas os homens de seu tempo não reconhecem sua magnitude espiritual."

(Alberto Lira - O ensino dos mahatmas - IBRASA, São Paulo, 1977 - p. 186/187

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

ESCALA EVOLUTIVA HUMANA (1ª PARTE)

"A humanidade compõe-se de homens muitos desiguais no físico, no moral, na inteligência; do homem primitivo ao gênio há verdadeira escala evolutiva.

Os clarividentes, homens dotados de visão supranormal, descrevem no corpo humano matérias as mais sutis não visíveis ao homem comum.

Elas formam ao redor dele a aura, espécie de halo luminoso, brilhante, colorido, cujas tonalidades são muito mais belas do que as físicas e diferentes destas.

Segundo os clarividentes, essa formação áurica é bem grosseira, mal delimitada, de cores menos limpas e menos harmoniosas, nos homens reconhecidamente atrasados e, pelo contrário, bem conformada, bem delimitada, grande, luminosa, brilhante, belamente colorida nos homens que se destacam pela moral e pela inteligência.

Clarividentes há que têm encontrado homens cuja aura é de tal forma extensa, brilhante e magnífica, que logo se evidencia não se tratar de um ser humano comum.

Com efeito, a humanidade não está no princípio nem no fim da escala evolutiva.

Antes da espécia humana, há seres menos evoluídos, que entrarão no gênero humano e, na humanidade, aqueles que atingem ao máximo, passam à categoria de verdadeiros super-homens, cujo plano de ação nem sempre está na Terra. (...)"

(Alberto Lira - O ensino dos mahatmas - IBRASA, São Paulo, 1977 - p. 184/185

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

O TEMPLO

"Isto mesmo, jovem. Cuide bem de seu corpo.

Alimente-o inteligentemente. Não o desgaste em excessos esportivos, eróticos ou profissionais. Não o amoleça com prolongados e estagnantes repousos. Dê-lhe atividade correta. Pratique ginástica, de preferência Hata Yoga. Recuse-se a iniciar qualquer vício. Mantenha seu corpo jovem, forte, elegante, ágil, limpo por dentro e por fora, eficiente, lépido, resistente...

Mas, por favor, nunca chegue a fazer de seu corpo um ídolo para sua adoração. Idolatria, não. Narcisismo, nunca. 

Nunca se esqueça - se é que pretende evitar enorme frustração - de que embora precioso, ele não é eterno, e não passa de um simples equipamento do Espírito.

O Espírito que você realmente é, está, temporariamente, utilizando o corpo.

Seu corpo é maravilhoso talento que você - Espírito - tem de administrar muito bem. Com cautela e muita dignidade. 

Eis, Senhor, meu corpo-templo. Santifica-o."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 97)


domingo, 17 de julho de 2016

O DESAPEGO É A ESSÊNCIA DA VIRTUDE

"O processo do desapego é a virtude de agir sem apego. O homem precisa primeiro saber o quanto está desapegado. Por ignorância e egoísmo está apegado à ação; e, por conseguinte, está sujeito ao carma, a que chama sina, sorte ou destino. Está apegado ao seu corpo e é movido pelas emoções e pensamentos. Está psicologicamente isolado e vive cada vez mais para si mesmo, simplesmente aproveitando-se dos outros. Ganância, egoísmo e desonestidade são características suas. Reage rapidamente sem que tenha compreendido totalmente, ou realmente percebido, o que está para acontecer. Predomina a ideia do 'eu' e 'meu'. 

O ego é o pensamento eu, mim e meu, mas o verdadeiro 'Eu' é o puro Ser. Se considerarmos o Ser como ego, então tornamo-nos egoístas. Se considerarmos o Ser como a mente, tornamo-nos a mente, se como o corpo, tornamo-nos o corpo. É o pensamento que constrói paredes ou invólucros de tão variadas maneiras. Os homens estão apegados aos seus animais de estimação, ao jardim ou quintal, à sua posição, mobília, filho ou filha, aos seus deuses, à sua religião, ao seu país, etc. A sua vida baseia-se tanto em apegos materiais como em apego ao dogma, crenças, ideias, etc. Uma pessoa pode ser letrada e culta, mas também lasciva, gananciosa e fútil. Onde existe verdadeiro conhecimento não existe apego. Se o conhecimento não ajudar o homem a tornar-se desapegado e livre, então é porque há algo errado com a sua interpretação ou compreensão.

O que é necessário ao desapego é compreender e aceitar o apego e aprender a ver e a perceber que no apego há dor, medo, inveja e ansiedade. É verdade que não se pode evitar que se formem impressões no cérebro e aí se acumule, porque o cérebro registra automaticamente. Temos padrões cerebrais de comportamento. Não precisamos ter o trabalho de fazer parar este registro automático de impressões no cérebro, mas devemos prestar atenção constante a esse processo de registro e aprender a ver as nossas próprias reações. O verdadeiro conhecimento não conhece apego; por exemplo, a identificação com o corpo e a mente é uma ilusão.

O corpo não é real. Cada partícula nele está em constante mutação. O mesmo de aplica à mente. Num momento está feliz para logo a seguir estar infeliz. É como um redemoinho de água sempre mudando. Então o homem compreende e realiza que o corpo e a mente são um conjunto de fenômenos mutáveis e deixa de se sentir apegado ou identificado com eles. Com o verdadeiro conhecimento o homem torna-se ativo no nível físico e não preguiçoso. No nível emocional deixa de sentir raiva, luxúria e ganância e, no nível mental, deixa de sentir orgulho e inveja. Torna-se desapegado, o que passa a ser a sua virtude essencial. Isso o ajuda a posicionar-se corretamente e não tanto a posicionar os outros corretamente."

(C.A. Shinde - Nos sábios não existe apego - Revista Theosophia, Ano 101, Janeiro/Fevereiro/Março 2012 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 16/17) 

quinta-feira, 23 de junho de 2016

O SOFRIMENTO EVOLUTIVO DA NATUREZA E NA HUMANIDADE (1ª PARTE)

"Toda a vida da natureza em evolução está baseada numa espécie de sorriso sadio.

Não há evolução sem resistência ou sofrimento.

O sofrimento sadio está a serviço da integridade e evolução do corpo. Se um ferimento não causasse dor, nenhum organismo existiria sem lesões corporais.

Na humanidade, porém, aparece um novo motivo de sofrência, que não visa apenas o corpo, mas a realização do homem integral.

Sem sofrimento não há evolução superior, mas perpétua estagnação.

O homem é um homem realizável, mas não realizado. Pode estar terminada a sua evolução corporal - falta, porém, a sua realização hominal.

Diz um pensador moderno: 'Deus creou o homem o menos possível, para que o homem se possa crear o mais possível'.

Essa transição ascensional do menos para o mais implica em sofrência, num sofrimento sadio e evolutivo.

Se não houvesse sofrimento na humanidade, haveria eterna estagnação, ou até involução.

Mas as leis cósmicas do Universo exigem imperiosamente evolução.

O centro de todo homem é o seu Eu espiritual, a sua alma, o seu Deus interno. Mas esse Deus interno no homem se acha, de início, em estado embrionário, meramente potencial. Para desenvolver esse embrião divino, deve o homem atualizar o que é apenas potencial - e isto requer esforço, luta, sofrimento. 

Uma semente não pode brotar em planta, se não se romper o invólucro duro da semente - e isto lembra um sofrimento. (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 19/20)

sábado, 21 de maio de 2016

A LEI DO KARMA (1ª PARTE)

"O karma é uma lei universal, a lei última que existe em toda a natureza. Toda ação terá uma reação igual ou contrária que ajustará o efeito à causa nos planos físico, astral e causal. O homem é quem decreta sua recompensa e castigo; ele é, para si mesmo o caminho, a verdade e a vida. Ele realiza isso com seu corpo físico, a fala, o pensamento e a mente. Segundo a lei do karma, todos os atos, sejam físicos, verbais ou mentais, terão uma reação igual e contrária agora ou no futuro. Aquilo que você distribui retornará a você. 

O karma é um princípio equilibrador. 'O que quer que um homem semeie, é o que ele colherá'. Os traços kármicos muitas vezes persistem na mente subconsciente de cada alma, vida após vida. Grande parte desses traços kármicos permanece inativa, mas outra parte dele precisa se manifestar e ser experimentada pela pessoa. Além disso, todos criam novos karmas, como sendo resultado de ações e reações às circunstâncias.

Quando um homem sucumbe fica zangado, é ciumento ou ganancioso, ele aceitou o convite do mal. Quando um homem é senhor de si mesmo - moderado, calmo, compreensivo, altruísta - está convidando Deus a acompanhá-lo. Naturalmente o bom karma traz bênçãos, e o mau karma atrai infelicidade. Mas não devemos esquecer que todos os karmas são gerados por ações físicas, verbais e mentais, em vidas passadas e na vida atual. Todos podem ser bons ou maus, de acordo com as intenções e ações da pessoa. (...)"

(Vinai Vohora - A lei do karma - Revista Sophia, Ano 12, nº 51 - p. 11)




segunda-feira, 2 de maio de 2016

ATRAENTE É O CAMINHO DO PECADO

"'Um homem que caminhava numa região do pais em que diamantes foram encontrados chegou a uma área coberta de cacos de vidro, que reluziam à luz do sol.

'Diamantes!', pensou, animado. Abaixando-se para pegar um deles, percebeu que se tratava apenas de um caco de vidro. Desapontado, atirou-o longe e estendeu o braço para apanhar outro. Mas este, também, era apenas um caco de vidro. E assim ele prosseguiu a apanhar um caco de vidro atrás do outro. Algumas vezes, ele se cortava com os cacos mais afiados. Todo caco que apanhava era tão enganador quanto os anteriores. 

'Assim é o caminho do pecado. Atraente é o seu falso brilho, mas a experiência mostra no final não se tratar de outra coisa senão de um 'caco de vidro'. Por vezes, esse caco de vidro faz com que a pessoa que o apanha se corte. Ele sempre causa decepção.

'Os prazeres sensuais só podem terminar em fastio, em marasmo angustiante e em desgosto. Por quê? Pelo simples fato de que os seus sentidos físicos não são o seu verdadeiro Eu.'"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 63


sexta-feira, 1 de abril de 2016

SÍNTESE DA EVOLUÇÃO HUMANA (1ª PARTE)

"Vimos, de modo muito sumário e perfunctório, a evolução a qual é emanação ou centelha divina.

Esta inicialmente 'desce' profundamente até a matéria mais grosseira e, gradualmente, vai 'subindo' e se expandindo em plenitude, por meio de veículos cada vez mais afinados.

A 'alma', no início, tem necessidade de passar pelas experiências fortes, brutais, dos homens primitivos, porque os veículos são grosseiros e ela está, por assim dizer, entorpecida.

Os veículos (ou corpos) astral e mental só se desenvolvem, nestes princípios, pelas sensações terríveis, e a alma tem que perceber as diferenças entre as sensações, o que acontece pelo choque dos contrastes enérgicos e violentos. Daí, prazeres desregrados e dores brutais que 'martelam' a alma nos primórdios da evolução.

À medida que as sensações se apuram e se desenvolvem, também o pensamento e o raciocínio progridem; estes só podem se alargar em toda sua pujança quando as sensações também se tornam mais perfeitas e afinadas; as comparações são melhores, as deduções mais profundas e a capacidade de raciocínio mais perfeita. 

A noção do bem e do mal, quase imperceptível no homem primitivo, vai se firmar somente após certo estágio evolutivo. As sensações, as reações intelectuais e afetivas transmitem-se por vibrações do corpo físico e dos corpos mais sutis, ao corpo causal, onde impressionam diretamente a alma.

Esta, à custa das experiências, se expande e, por sua vez, quanto mais ampliada em suas qualidades, tanto mais perfeitos serão os veículos com os quais se cerca.

A memória das experiências, isto é, das vidas passadas, permanece no corpo causal, imperecível. Ela não sobrevive como imagem no homem encarnado, mas os germes causais provocam a formação de novos corpos, de acordo com as qualidades adquiridas e estes corpos manifestam, então, as tendências desenvolvidas nas vidas anteriores. (...)"

(Alberto Lira - O ensinamento dos mahatmas - IBRASA, São Paulo, 1977 - p. 195/196)


sexta-feira, 25 de março de 2016

OS CAMINHOS DA SAÚDE (2ª PARTE)

"(...) O homem não é apenas um corpo. Ele é um ser triplo: corpo, inteligência e espírito. Essa unidade de força torna-se cada vez mais sensível à medida que a evolução prossegue. O equilíbrio e a responsividade nervosa e psíquica da humanidade tornam-se continuamente mais delicados. Em consequência, a violação da lei básica produz uma maior perturbação, produz no homem uma dor mais aguda.

Qual é a mensagem que o eu espiritual transmite, a mente recebe e o corpo precisa ratificar? Se fosse possível - e de fato é - ascender ao estado de consciência espiritual e ver o universo com os olhos do espírito, o que se veria? Se, com os ouvidos do espírito, a canção da vida pudesse ser ouvida, qual seria o tema? A resposta para essas perguntas é: 'a vida é una'. Uma vida, uma luz, um poder, um amor - essa é a verdade espiritual fundamental.

A unidade é a mensagem que o eu espiritual transmite ininterruptamente ao homem através da mente. No egocentrismo do homem de mente material, unidade e amor ainda são negados. 'Cada um por si' é o lema. Indivíduos, grupos e até mesmo nações, quando não são ameaçados por um perigo comum, ainda se mostram como unidades egocêntricas, com pouca ou nenhuma consideração para com o próximo, sem mencionar para com a natureza. Os resultados saltam à vista: a grande maioria dos seres humanos está  propensa a doenças; o caos e a doença do mundo são os resultados diretos da negação do homem em relação à unidade da vida.

Mas essa não é uma situação incorrigível; há cura para a humanidade que teme a guerra e é oprimida pela doença. O homem está evoluindo gradualmente. A gentileza para com o próximo e o tratamento gentil dos animais estão aumentando. A caridade está se estendendo. Para um número crescente de pessoas a voz interior se torna mais forte e mais insistente, afirmando a vida una. Consequentemente, a mente responde e o corpo cumpre. O amor se aprofunda, torna-se menos egoísta e mais universal. A saúde e a felicidade aumentam de modo correspondente.

Por fim, a mensagem da unidade da vida é reconhecida como uma instrução divina e se torna uma ordem irresistível. A mente concorda, o cérebro responde e a conduta se adapta à consciência. A clemência torna-se o evangelho da vida. A caridade arde como uma chama no coração. O autointeresse se perde no altruísmo. Esse é o segredo da saúde perfeita, da vitalidade radiante e da felicidade interior, pois o reconhecimento da unidade é a panaceia individual e universal. (...)"

(Geoffrey Hodson - Os caminhos da saúde - Revista Sophia, Ano 12, nº 50 - p. 37/38
www.revistasophia.com.br


quinta-feira, 24 de março de 2016

OS CAMINHOS DA SAÚDE (1ª PARTE)

"A saúde é a maior necessidade física do ser humano. Contudo, apesar do progresso da ciência, a incidência de doenças como câncer, diabetes, hipertensão e problemas cardíacos tende a aumentar. Mais e maiores hospitais estão sempre sendo construídos. Quais são as leis fundamentais da saúde e do bem-estar, e de que maneira elas são violadas, a ponto de um indivíduo perfeitamente saudável ser uma raridade?

Saúde é uma condição de harmonia e unidade de pensamento, sentimento e conduta. Quando essa unidade é atingida e mantida, duas leis básicas são obedecidas. Uma é a lei de equilíbrio sobre a qual todo o universo está estabelecido; a outro é a lei de compensação pela qual todo o universo é governado. Quando nenhuma lei natural é violada, não há dor pessoal; quando é, o sofrimento é inevitável. A natureza e a extensão da dor são sempre proporcionais ao grau de violação.

A aplicação desse conhecimento à nossa conduta na vida e a obediência a essas leis constituem a única fundação sobre a qual a saúde perfeita pode ser assegurada, a felicidade perfeita pode ser mantida e ambas, quando perdidas, podem ser totalmente restauradas. A cura do doente depende do retorno à harmonia e da obediência à lei natural.

Também podemos definir a saúde como o resultado da interação harmoniosa entre as forças do espírito e da mente, por um lado, e as do corpo e da emoção, por outro. A partir do interior, as forças e os impulsos espirituais e mentais vibram. Do exterior, os impulsos físicos e emocionais respondem e modificam os primeiros. Essa interação harmoniosa é essencial para a saúde.

A saúde, portanto, é quase inteiramente uma questão de ética e de conduta harmônica. O eu espiritual interior continuamente transmite impulsos. A mente os recebe e os retransmite. O corpo físico recebe-os e os manifesta e ratifica em vários graus. O grau de ratificação decide a extensão da felicidade e da saúde. Similarmente, o grau em que esses impulsos são ignorados determina a extensão da infelicidade e da doença. Quando a harmonia é preservada, a saúde está assegurada. Quando não é, a doença é inevitável. Com o tempo, a discórdia interior produz doença exterior. (...)"

(Geoffrey Hodson - Os caminhos da saúde - Revista Sophia, Ano 12, nº 50 - p. 37)


terça-feira, 15 de março de 2016

O PROPÓSITO DA EXISTÊNCIA HUMANA (1ª PARTE)

"Por que, então, o espírito humano se encarna num corpo físico com a perda consequentemente, embora temporária, do conhecimento de sua divindade e unidade com Deus? O propósito da existência humana é a evolução espiritual, intelectual, cultural e física. Esse é um processo dual, que consiste, por um lado, do desdobramento gradual, da latência à plena potência, dos atributos espirituais trinos do homem e, por outro lado, da evolução de seus quatro veículos materiais, para uma condição em que eles evidenciam perfeitamente os poderes desenvolvidos do Espírito humano. A vida num corpo físico é essencial para essa realização.

O eu espiritual do homem é como uma semente que contém em si a potencialidade da planta original, que é Deus. Essa semente é 'espalhada' ou nasce na Terra, lança raízes, tronco e folhas e, finalmente, floresce. A individualidade humana resultante, em seus quatro veículos, é fortalecida pelos ventos da adversidade, purificada e refinada pela chuva do sofrimento, embelezada e expandida pela luz da felicidade e do amor e alcança, finalmente, o estado de plenamente desabrochada. Assim como nas sementes todos os poderes parentais estão inerentes, também nas mônadas dos homens todos os poderes divinos estão presentes potencialmente desde o começo. As experiências da vida, combinadas com o impulso interior evolucionário, levam esses poderes inerentes ao pleno crescimento e à perfeita expressão. Toda experiência é válida; nada é desperdiçado. A vida é verdadeiramente educativa. O desabrochar do Ego e o desenvolvimento físico ocorrem simultaneamente, com a evolução interior sendo acompanhada pelo desenvolvimento externo dos quatro corpos mortais. Aqui o ensinamento teosófico torna-se eminentemente prático; pois, quando esse importantíssimo conhecimento do propósito da vida humana é obtido e aceito, o homem inteligente coopera, e em tal cooperação com o plano divino reside todo o segredo da felicidade humana.

A que culminância, então, a humanidade finalmente atinge? O alvo da evolução humana é padrão da perfeição descrito no cristianismo como 'a medida da estatura da plenitude de Cristo' (Ef 4:13). Isso implica na realização de um divino estado de perfeita (apenas no que toca à evolução humana) e irresistível vontade, de sabedoria e amor perfeitos, que a tudo abrange, e de perfeito conhecimento, que a tudo inclui. (...)"

(Geoffrey Hodson - A Sabedoria Oculta na Bíblia Sagrada, Ed. Teosófica, Brasília, 2007 - p. 55/56)