OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


Mostrando postagens com marcador comportamento. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador comportamento. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 22 de abril de 2021

EM SUA VIDA: PARTICIPAÇÃO ÍNTIMA (1ª PARTE)

"Uma vez no jogo da vida, você deve jogar para ganhar. Você deve se entregar por inteiro. Conhecer as diretrizes do plano divino lhe dá enorme vantagem sob esse aspecto. Não conhecê-las é como participar de um jogo em que as regras vão sendo reveladas uma a uma e só quando você as infringe. A vida transcorre dessa maneira para a maioria das pessoas. Elas aprendem a viver por meio de tentativa e erro. Outras recorrem a algum livro-guia de uso geral que cubra todas as contingências - A Bíblia é um desses livros, mas existem muitos outros. Na Índia, esses guias para a vida (reunidos em textos conhecidos como os Puranas) chegam a milhares de páginas, com descrições minuciosas das mais enigmáticas situações e combinações de comportamento. O certo é que ninguém jamais viveu uma vida exemplar, seguindo algum tipo de receita.

Entre não ter regra alguma e impor regras rígidas, o universo deixou espaço para diretrizes dinâmicas que impõem a mínima resistência ao livre-arbítrio. Para uma total participação, cada diretriz permite máxima realização. Realização não significa sucesso material. Significa total compreensão de como funciona a consciência. 

Seu melhor jogo
  • Deixe a consciência fazer o trabalho.
  • Não interfira no fluxo.
  • Enxergue a todos como uma extensão de você.
  • Fique alerta à mudança e use-a com sabedoria.
  • Reúna informação de todas as fontes.
  • Espere até que sua intenção fique clara. 
  • Compreenda que nada é pessoal - o universo está agindo através de você.
  • Peça por nada menos que inspiração.
  • Considere cada passo como parte do processo.
Essas táticas têm um fator em comum: estão de acordo com o plano invisível que forma a base da vida de todos. Mas em função de a participação ser voluntária, há um forte contraste entre pessoas que se alinham voluntariamente com o plano e as que não. Vamos ilustrar esse fato item por item." ...continua

(Deepak Chopra - Reinventando o Corpo, Reanimando a Alma - Ed. Rocco Ltda., Rio de Janeiro, 2010 - p. 256/257)


sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

DESAFIOS DA VIDA (PARTE FINAL)

"(...) A limitação material é como o leito de um rio, forçando as águas numa certa direção. Ele pode dar muitas voltas, mas o destino final é sempre o mar. Quanto mais próximo desse destino, menos curvas aparecem no caminho, porque já aprendemos algo, não nos preocupando mais em fugir e desviar do problema.

Benditos desafios! Cada limitação é uma oportunidade nova. Sofrimento? Depende de como olhamos o desafio. Quando um alpinista se defronta com um pico escarpado, enfiado nas nuvens, ele sorri ou empalidece? Encoraja-se ou desanima?

A vida em si é um desafio de alpinista. Chegar ao topo requer equilibrar-se junto às ladeiras, onde tentações diárias - como preguiça, inveja, gula, desonestidade, raiva, mentira - querem nos atrair para a energia antiga, o comportamento antigo. Repetir no mínimo é estagnar, aprofundando a inconsciência, a não ser que coloquemos atenção no ato.

Ainda que repetindo, atenção na ação é crescimento. Da próxima vez será possível um rumo diferente. Ir adiante, porém, é suspender o pé para o degrau seguinte. Por essa razão o autodomínio é tão importante no caminho espiritual - o que não significa reprimir. O trabalho é sempre por meio da consciência. Domar nossa natureza inferior é estabelecer quem manda no corpo, modificando sua energia pela combinação da vontade com pensamentos elevados e amor - o que é impossível na mente entulhada. 

Requer-se esvaziar esse copo, transformando-o em divina taça pela meditação, sons iluminados, trabalho altruísta e alimentação sutil, preferindo também companhias que buscam crescer como você. Essa é uma dieta para a mente e para a alma, elevando também o vaso físico que nos sustenta no mundo. Vibracionalmente, tudo cresce ou se rebaixa ao mesmo tempo em nós, expandindo ou embotando a consciência."

(Walter S. Barbosa - Desafios da vida - Revista Sophia, Ano 15, nº 65 - p. 12/13)


quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

DESFAZENDO A IDENTIFICAÇÃO COM O SOFRIMENTO (2ª PARTE)

"(...) O sofrimento deseja sobreviver, mas, para isso, precisa conseguir que nos identifiquemos inconscientemente com ele. Então poderá nascer, nos dominar, 'tornar-se nós' e viver através de nós.

Ele retira seu 'alimento' de nós. Vale-se de qualquer experiência sintonizada com o seu próprio tipo de energia, qualquer coisa que provoque um sofrimento adicional sob qualquer forma: raiva, destruição, rancor, desgostos, problemas emocionais, violência e até mesmo doenças. Portanto, quando o sofrimento toma conta de nós, cria uma situação em nossas vidas que reflete a própria frequência de energia da qual ele se alimenta. Sofrimento só se alimenta de sofrimento. Não consegue se alimentar de alegria. Acha-a indigesta. 

Quando o sofrimento nos domina, faz com que desejemos ter mais sofrimento. Passamos a ser vítimas ou agressores. Queremos infligir sofrimento, ou senti-lo, ou ambos. Na verdade, não há muita diferença entre os dois. É claro que não temos consciência disso e afirmamos que não queremos sofrer. Mas preste bem atenção e verá que o seu pensamento e o seu comportamento estão programados para continuar com o sofrimento, tanto para você quanto para os outros. Se você estivesse consciente disso, o padrão iria se desfazer, porque desejar mais sofrimento é uma insanidade, e ninguém é insano conscientemente. 

O sofrimento, a sombra escura projetada pelo ego, tem medo da luz da nossa consciência. Teme ser descoberto. Sobrevive graças à nossa identificação inconsciente com ele, assim como do medo inconsciente de enfrentarmos o sofrimento que vive dentro de nós. Mas, se não o enfrentarmos, se não direcionarmos a luz de nossa consciência para o sofrimento, seremos forçados a revivê-lo.

O sofrimento pode parecer um monstro perigoso, mas eu garanto que se trata de um fantasma frágil. Ele não pode prevalecer sobre o poder na nossa presença. (...)".

(Eckhart Tolle - Praticando o Poder do Agora - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 75/76


sábado, 5 de agosto de 2017

O YOGA E A MORAL ESPIRITUAL

"As tradições religiosas e a liberalidade da sociedade contemporânea não são capazes de solucionar as dúvidas sobre a influência do comportamento moral da nossa felicidade. Sabemos que nem a repressão nem a entrega completa à satisfação dos desejos geram felicidade; é impossível encontrar alguém feliz em meio à devassidão moral ou a um rígido ascetismo.

Entretanto, se um homem comum, que segue com bom senso os costumes da sociedade e a ética religiosa, não consegue se sentir feliz, para que serve a moral, além de manter um convívio civilizado entre as pessoas? Podemos encontrar a resposta para essa pergunta nos comentários de Rohit Mehta aos Yoga-Sutras de Patañjali, um clássico do yoga escrito no século VI a.C. Essa obra aborda o caminho espiritual para a libertação da alma, e não deve ser confundida com a prática das asanas, ou posturas físicas.

No livro Yoga, a Arte da Integração (Editora Teosófica, 1995), Mehta afirma que o comportamento e os mandamentos religiosos podem ser analisados sob dois pontos de vista: o externo, ou social, e o interno, ou psicológico. A moral religiosa cumpre seu papel social quando o homem segue as regras do bom comportamento civilizado. Porém, isso não é o suficiente para atingir a felicidade, ou o 'reino dos céus', que está dentro de nós.

É claro que uma pessoa que não consegue se ajustar minimamente ao convívio social também não será capaz de enfrentar as sutilezas muito mais desafiadoras do mundo psicológico. Mas aquele que quer dar um passo além e seguir o caminho da realização espiritual precisa saber encarar os problemas da vida e suportar os inevitáveis sofrimentos com autocontrole e serenidade. Isso, porém, não pode ser confundido com acumular tristezas e aborrecimentos nem renunciar às alegrias da vida, como sugerem algumas rígidas interpretações da moral religiosa.

'O propósito da disciplina do yoga', segundo Patañjali, é 'eliminar as impurezas causadas pelo processo de condicionamento, de modo que a luz do puro percebimento incondicionado possa brilhar.' A disciplina do yoga, portanto, não faz parte de um sistema de recompensa e punição por bons ou maus atos praticados, mas tem o objetivo de purificar a mente de seus próprios processos de condicionamento."

(Cristina Szynwelski - O yoga e a moral espiritual - Revista Sophia, Ano 2, nº 6 - p. 31)


quinta-feira, 20 de julho de 2017

COMO REDUZIR A IRA

"O ressentimento e a ira muitas vezes levam a doenças; por isso, é importante não se deixar contaminar automaticamente por uma pessoa zangada e manter-se atento ao crescimento da própria ira em resposta à ira do outro. Mesmo que esse sentimento surja, pode-se mudar o foco da atenção, visualizar alguém com quem se tem um relacionamento amoroso e deixar que esse amor flua para fora, mesmo que seja durante um curto espaço de tempo.

Essa mudança de atenção permite perceber as causas da ira e nossa habilidade de diminuir nossas próprias respostas hostis. Em suma, isso nos fornece uma melhor perspectiva do padrão da interação. É possível, dessa forma, produzir um fluxo mais positivo de pensamentos suavizantes, calmos, e enviá-los à pessoa com quem se está zangado. De início isso parece uma tarefa impossível, mas a tentativa de implementar essa estratégia desenvolve a percepção que lentamente transforma a resposta automaticamente hostil numa resposta natural e suave.

Muito embora a pessoa possa perceber que está reagindo com raiva, hostilidade e ressentimento, muitas vezes ela resolve não mudar, já que não reagir negativamente à emoção negativa da outra pessoa é interpretado, em nossa cultura, como fraqueza ou submissão. Porém, ao escolher deliberadamente uma resposta positiva, a pessoa desenvolve um método ativo de mudar seu próprio comportamento condicionado.

Perceba os efeitos dos impactos emocionais. Você é capaz de intervir, reduzir as tensões e otimizar seus relacionamentos."

(Dora Kunz e Erik Peper - A ira e seus efeitos - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p. 37)

sexta-feira, 13 de maio de 2016

ATIVIDADES VIRTUOSAS


"Comprometer-se com atividades virtuosas é um pouco como criar uma criança pequena. Há uma grande quantidade de fatores envolvidos. E, principalmente no começo, precisamos ser prudentes e habilidosos em nossas tentativas de transformar nossos hábitos e temperamentos. 

Também temos de ser realistas a respeito daquilo que esperamos conseguir. Levou muito tempo para ficarmos do jeito que somos, e não se mudam hábitos da noite para o dia. É bom olhar para cima à medida que se progride, mas é um engano julgar nosso comportamento utilizando o ideal como padrão. 

Por isso, é muito mais eficaz, em vez de alternar breves rompantes de esforço heroico com períodos de relaxamento, trabalhar com constância, como um rio fluindo em direção a um objetivo de transformação." 

(Dali-Lama - O Caminho da Tranquilidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2008 - p. 36)


sábado, 7 de maio de 2016

O DESAFIO DOS RELACIONAMENTOS (1ª PARTE)

"Uma das maiores alegrias da vida vem dos nossos relacionamentos com os outros. Ao mesmo tempo, os relacionamentos podem também apresentar nossos maiores desafios, oferecendo inúmeras maneiras de crescer e de nos conhecer melhor. Para experienciar harmonia em nossos relacionamentos, devemos aprender a ver e amar o divino nos outros, e a compreender que relacionamentos duradouros resultam de se ser a pessoa certa, e não de se encontrar a pessoa certa.

Um princípio espiritual básico é o de que a unidade é a única coisa que existe. Somos todos um com todos os outros e com tudo que encontramos. Em vez de tentar mudar ou 'consertar' alguém a quem vemos como fonte de nossos problemas e dificuldades, podemos lembrar o que essa pessoa realmente é. Em vez de focar na aparência e no comportamento - peculiaridades, idiossincrasias, roupas, estilo de cabelo - podemos olhar para o outro com o seguinte pensamento: 'Esta é uma alma, filha de Deus. Este ser humano é uma expressão do infinito'.

Ao fazer isso, adquirimos maior compreensão e uma perspectiva desapegada: 'Esta pessoa possui sentimentos, assim como eu. Ela tem pensamentos e opiniões, aspirações e sonhos que são tão importantes para ela quanto os meus são para mim. A força viva de Deus nessa pessoa está se manifestando em sua personalidade e nos serviços que ele executa - nas coisas que ela faz por mim, na maneira como trata os outros, em seu modo de ser. Porque eu sei quem sou: um divino filho de Deus que já possui tudo, e portanto posso aceitar e ver a divindade nos outros.'

À medida que absorvemos essa imagem superior de quem somos, seguem-se inúmeros benefícios. Quando você parte da percepção de que é um ser espiritual, já não se relaciona mais consigo mesmo como uma criatura cujas satisfações vêm somente dos prazeres físicos. Você para de se relacionar com os outros em termos da aparência física que eles têm. Como sabe que seu valor deriva do ser eterno dentro de você, e como percebe de que esse mesmo ser vive nos corações de todos, você se relaciona com todos com respeito, gentileza e amor, não importa as circunstâncias. 

Essa mudança de atitude a respeito dos relacionamentos é um dos mais agradáveis benefícios da experiência espiritual, embora traga enormes responsabilidades. A fim de vermos a nós mesmos em tudo, devemos nos desapegar de nosso próprio ego; caso contrário, nós nos envolveremos emocionalmente nos problemas das outras pessoas e perderemos de vista nossa unidade com o espírito. (...)"

(Susan Smith Jones - O desafio dos relacionamentos - Revista Sophia, Ano 9, nº 36 - p. 33)

domingo, 1 de maio de 2016

BENEVOLÊNCIA

"Você é pessoa que evolutivamente há muito ultrapassou o nível de comportamento que lhe permitiria empunhar um revólver e sair à rua a ameaçar transeuntes, arrancando-lhes os haveres, agredindo-os, humilhando-os.

Felizmente, você já está muito acima de tal horror.

Mas, sinceramente, já terá transcendido a faixa em que ainda está sujeito a, invigilantemente, no íntimo de seu ser, deixar-se levar por pensamentos, projetos e desejos de que algo ruim aconteça a alguém que o preteriu, prejudicou, agrediu?...

Analise-se bem a fim de que, embora não exercendo a violência em suas expressões objetivas, não se entregue à violência subjetiva.

Ambas as formas são expressões de um mesmo mal - a violência.

Que seja eu sempre benevolente e misericordioso."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 64)


quarta-feira, 20 de abril de 2016

A TRAIÇÃO ESCURECE NOSSA ÉPOCA

"A maior perda na Segunda Guerra Mundial tem sido descrita como o declínio da lealdade. Um atributo da natureza humana, a deslealdade, tem-se manifestado num grau incomum nos últimos tempos. Na verdade, um termo especial de más conotações vem sendo usado para designá-la. Este termo é 'quinta coluna', significando a traição como uma escolha política. Quando, em 1936, o General Emilio Mola anunciou que capturaria Madri porque tinha quatro colunas fora da cidade e uma quinta coluna de simpatizantes dentro, o mundo agarrou-se à frase com a voracidade de um homem que busca encontrar uma senha importante. A frase era, de fato, um alarme de calamidade, como a subversão que se seguiu demonstra. O que o General Mola fez foi indicar a dimensão da traição no nosso tempo. Outras épocas tiveram seus traidores individuais - homens que, por pusilanimidade ou por avidez, traíram suas causas - mas no século vinte, pela primeira vez na história, os homens reuniram-se aos milhões, em movimentos como o nazismo, o fascismo e o comunismo totalitário, dedicados ao propósito de trair as instituições sob as quais viviam. A traição tornou-se uma vocação, cuja forma moderna é especificamente a traição de ideias. Isso é, na verdade, parte da escuridão desses anos. 

A falta de fé encontra expressão no baixo padrão moral na vida pública, marcada como está pela corrupção. Isso é particularmente evidente na esfera dos políticos, nacionais e internacionais. Em palestra proferida durante o mês de setembro de 1951, Herbert Hoover, ex-Presidente dos Estados Unidos, disse: '(...) Temos um crescimento canceroso de desonestidade intelectual na vida pública que está principalmente por trás da lei. A discussão hoje é a decência na vida pública versus a indecência. (...) Nosso maior risco não é a invasão de exércitos estrangeiros. Nosso perigo é o de podermos cometer suicídio internamente por complacência com o mal ou por aceitação pública de comportamentos escandalosos."

Embora seja verdade que a própria natureza humana esteja inclinada a esses males que, admite-se, não se confinam apenas à cristandade, é também verdade que uma função do ensinamento e da prática religiosa é reduzi-los a um mínimo, inspirando os homens a elevarem-se acima deles. Se, entretanto, exemplos de prevalência desses males estão registrados na Bíblia e, numa interpretação literal, a Deidade ou Seus representantes encontram-se aí encorajando alguns deles, os que inculcam uma interpretação letra morta dessas e de outras passagens não podem se eximir de alguma responsabilidade por ações similares praticadas por pessoas cuja religião está fundada na Bíblia. Não obstante, o autor reitera aqui a opinião de que muitas instituições cristãs propõem  uma moralidade elevada, embora ela não seja suficientemente seguida. A cristandade, de fato, produziu um número formidável de homens e mulheres magníficos, muitos dos quais se tornaram grandes servidores da humanidade. Pode-se seguramente afirmar que muitas igrejas e seus pastores, escolas dominicais e seus instrutores, trabalhadores cristãos, pais e professores ensinam a restrição moral e, em particular, tendem a encorajar, entre os jovens, a conduta e um padrão moral elevado, semelhante ao de Cristo."

(Geoffrey Hodson - A Sabedoria Oculta na Bíblia Sagrada - Ed. Teosófica, Brasília, 2007 - p. 24/25)


terça-feira, 19 de abril de 2016

SUA CONSCIÊNCIA O AJUDARÁ A VIVER BEM CONSIGO MESMO

"Várias coisas são necessárias para saber como viver bem consigo mesmo. Primeiro: uma pessoa excessivamente emotiva ou inquieta, com maus hábitos, jamais conseguirá viver bem consigo mesma. Quando a consciência lhe diz o tempo todo que você está fazendo coisas erradas, como esperar uma boa convivência consigo mesmo? E ao conhecer outras pessoas, você verá que elas não lhe demonstrarão confiança nem boa vontade, pois um indivíduo que age contra a própria consciência desconfia de si mesmo, o que se reflete no seu caráter. A consciência do ser humano fala com ele o tempo todo e constantemente o incita a mudar e a se comportar corretamente. Logicamente é verdade que você pode calar a sua consciência, mas ela não ficará muda para sempre. No mínimo, as leis do país perturbarão a complacência dos que têm a consciência completamente embotada pelo abuso do livre-arbítrio. Os criminosos descobrem que seus atos sem consciência não compensam.

Portanto, ouça sempre a consciência, a voz de seu eu interior; ela está lá para ajudar você a viver bem consigo mesmo."

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a Autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 140/141)


quarta-feira, 6 de abril de 2016

O SIGNIFICADO DIVINO POR TRÁS DOS RELACIONAMENTOS HUMANOS (PARTE FINAL)

"(...) Considero que, antes de duas pessoas se casarem e antes de terem filhos, a lei devia exigir que fossem para uma escola onde aprendessem a arte do comportamento correto. Quando uma pessoa foi espiritual e psicologicamente educada para conhecer um pouco da natureza humana e a arte de se relacionar bem com os outros, existe então possibilidade de uma vida familiar feliz, harmônica e espiritualmente progressiva. A alma floresce em tal relacionamento iluminado. 

Os seres humanos fracassam em seus relacionamentos pessoais quando deixam de ter respeito um pelo outro; o marido pela mulher, a mulher pelo marido, os filhos pelos pais e os pais pelos filhos. Os relacionamentos humanos se deterioram quando falta a amizade. Sem amizade, o amor entre marido e mulher, filhos e pais, é logo destruído. A amizade dá liberdade à outra pessoa para expressar a si mesma e à sua própria identidade única.

Quando existe completo entendimento e comunicação entre duas almas, há amizade autêntica e amor verdadeiro. Quando as pessoas aprendem a conservar a amizade, o respeito e a consideração em seus relacionamentos maritais, paternais, maternais e outros, nunca abusarão um do outro nem se magoarão por causa de tal abuso.

Você pode dizer: 'Sim, seria ideal se meu esposo (ou esposa, ou filhos) fizesse justamente isso!' Por que não começar por você? Faça sua parte; deixe os outros nas mãos de Deus.

Sempre voltamos para o mesmo ponto: é preciso começar com você primeiro." 

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 59/60)


terça-feira, 5 de abril de 2016

O SIGNIFICADO DIVINO POR TRÁS DOS RELACIONAMENTOS HUMANOS (1ª PARTE)

"Deus nos deu os relacionamentos humanos sob várias formas por uma razão: temos que aprender um com o outro. Todos são, em certo sentido, nosso 'guru' ou professor. As crianças nos ensinam e nos disciplinam; temos de aprender a cultivar infinita paciência e como estender nossa mão para além dos limites do nosso próprio egoísmo e interesse, a fim de ajudar a moldar sua vida corretamente. Nós, alternativamente, somos os 'gurus' delas, pois é nossa responsabilidade guiá-las e treiná-las, dando-lhes o melhor início possível na vida.

De todos esses relacionamentos adquirimos uma expansão e purificação de nosso amor; e acredito que, em última análise, só o amor pode mudar os outros. Se você se aproximar do filho, ou do marido, ou de qualquer um, nessa consciência de amor e compreensão sem fim, digam o que disserem ou façam o que fizerem, por mais que o magoem, você não pode deixar de vencer no final. Mas você também precisa ter a paciência de continuar tentando.

Dê o exemplo, em sua própria vida, das qualidades que quer ver ressaltadas nos outros. 'A arte de viver' - esta é uma grande ciência. Paramahansaji nos dizia: 'Quando me dirigi a meu guru, Sri Yukteswar, ele me disse: 'Aprenda a comportar-se'.' E assim você precisa aprender a comportar-se neste mundo: essa é a ciência da religião. Quando aprender a se comportar, saberá o que Deus é, porque então se conduzirá de tal forma que saberá, a cada momento, que você é a alma, e não a mente ou o corpo mortal. A alma bebe sempre, profundamente, do néctar divino da presença de Deus. Você não é um ser mortal, é um ser divino; assim, aprenda a comportar-se como tal.

Isso só pode ser feito quando a pessoa põe a religião em execução diária, de modo prático, como ensina a Self-Realization Fellowship. A religião não é algo a ser exposto gloriosamente aos domingos e esquecido no resto da semana. Nosso Guru nos disse: 'Não estou interessado em seguidores de igreja comuns. Se estivesse, eu poderia ter tido milhares e milhares em todo o mundo. Vim para escolher, em multidões de buscadores, almas que se empenham em conhecer a Deus profunda e sinceramente.' Ele não quis dizer que desejava fazer de toda pessoa um monge. Ele dizia: 'Faça de seu coração um eremitério, onde possa recolher-se em silêncio para adorar a Deus'. Nesse eremitério de seu coração, coloque Deus em primeiro lugar. Como é maravilhoso quando Ele se torna o Amado de sua alma, o Amigo de sua alma, o Pai, a Mãe, o Companheiro, o Guru de sua alma. A vida torna-se gratificante; seus relacionamentos com os outros, uma jubilosa experiência. Você ama seus filhos, seu marido, sua mulher, com a compreensão, a compaixão e o amor maior de Deus. Deus fortalece os laços entre os seres humanos, entre os corações humanos, e liberta seus relacionamentos terrenos dos vínculos do apego egoísta que contribuem para confinar e reprimir o amor. Nada como o sentimento possessivo para sufocar o amor. 'Porque você é meu, tem de fazer isso; eu tenho o direito de tratá-lo assim.' Isso é sempre um golpe fatal para o relacionamento humano. (...)"

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 58/59)


segunda-feira, 28 de março de 2016

A BOA CONVIVÊNCIA COM O PRÓXIMO COMEÇA EM CASA

"Enquanto aprende a viver bem consigo mesmo, pratique também a arte de conviver com os outros - uma grande arte, embora difícil.

Comece em sua própria casa, com as pessoas que convivem com você. Há um ditado: 'um anjo nas ruas e um demônio em casa'. Se aprender a se dar bem com o pessoal de casa, você estará mais bem equipado para conviver com o resto do mundo. Corrija seu comportamento, sua atitude. Se tentar fugir dos que entram em atrito com você, ainda assim seu temperamento e suas paixões continuarão pendurados em você; aonde quer que vá, continuará a ter dificuldades. Por que não resolver as dificuldades aqui e agora?

Antes de qualquer coisa, sempre que tiver problemas com outras pessoas, analise-se: veja se não é o culpado pelo que aconteceu. Faça uma introspecção profunda e veja se seu comportamento está correto; veja se merece as críticas que lhe são feitas. E lembre-se: exemplos falam mais alto do que palavras. Se quer transformar alguém, transforme primeiro a si mesmo. Se quer ensinar outra pessoa a conviver com os outros, dê o exemplo. Viver bem com os seres humanos significa viver bem com Deus, desde que eles não se comportem injustamente em relação a você. Jesus foi injustamente perseguido. Mas se uma pessoa criticar você justamente, significa que ainda é necessário um esforço maior para se corrigir."

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a Autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 144)


quarta-feira, 9 de março de 2016

PODER E BELEZA

"Nossos hábitos e tendências comportamentais profundamente enraizados estão armazenados no cérebro como padrões elétricos. Todos os hábitos, inclinações e tendências são mentais. Sempre que nossa atenção é colocada sobre os sulcos dos hábitos mentais bons ou ruins, que estão registrados no cérebro por experiências ou ações repetidas, eles automaticamente se manifestam em atividade mental e muscular. Pensamos em algo, seguimos uma trilha de pensamentos e sucumbimos ao fazer algo que não desejávamos.

Os sentidos e a mente são as portas pelas quais o conhecimento se infiltra na consciência. O conhecimento é filtrado pelos nervos sensoriais e interpretado pela mente. O cérebro organiza as impressões dos sentidos e envia mensagens através dos nervos motores. Mas existe um outro aspecto da mente, que é o sentimento, uma expressão da intuição que nos dá a capacidade de discernir entre certo e errado, para evitar os erros a que estamos propensos. A maneira mais segura de escapar ao karma é liberar a expressão da intuição por meio da meditação, que levará ao harmonioso equilíbrio entre razão e sentimento.

Aquilo que se acumula permanece inalterado, e não perece com a morte, é o desejo latente, a semente do desejo, as impressões do desejo na consciência. Essas sementes de desejo são mais instigantes do que os desejos recentes, já que estão profundamente enraizadas no subconsciente, prontas para surgir subitamente com demandas que na maioria das vezes são irracionais, frustrantes e causadoras de sofrimento. Enquanto não houver um fim para o desejo, não haverá um fim para o karma.

A miséria humana não é totalmente física, e é improvável que a abundância resolva os problemas do homem. Enquanto houver seres humanos arrogantes, preguiçosos, irresponsáveis, invejosos, cruéis, vingativos, possessivos, intolerantes, egoístas, mesquinhos, hipócritas e assim por diante, vamos infligir miséria a nós mesmos e aos outros, independentemente de termos todos os luxos que quisermos. O mundo externo jamais será perfeito até que tenhamos tornado perfeito nosso mundo interior.

Um dia, este triste mundo finalmente se tornará o que deve ser: um lugar luminoso, cheio de homens e mulheres que tomaram conhecimento de seus defeitos e aprenderam a transformá-los em algo luminoso e belo. Faz parte do plano de Deus elevar toda a criação para fazê-la evoluir e desabrochar sua natureza espiritual, de verdade, poder e beleza."

(Vinai Vohora - A lei do karma - Revista Sophia, Ano 12, nª 51 - p. 12/13)

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

A IMPORTÂNCIA DO AMBIENTE

"O ambiente e as companhias são de capital importância. O ambiente externo, em conjunção com o interno - as ideias e os hábitos -, controla nossa vida, moldando gostos e comportamento. As perturbações ambientais ocorrem em virtude de nossos atos conscientes ou inconscientes do passado. Você deve culpar a si mesmo por isso, sem entretanto desenvolver um complexo de inferioridade. As provações não ocorrem para destruí-lo, mas para ensiná-lo a melhor apreciar Deus. Não é Ele que as envia - você próprio as fabrica. Tudo o que tem a fazer é resgatar sua consciência do abismo da ignorância.

Lembre-se de que Deus julga apenas o ambiente mental interior da pessoa. O indivíduo pode muito bem ser um pecador no coração e viver rodeado de santos; ou ser um santo e cercar-se de pecadores. Santos ou pecadores se fazem em grande parte pelos amigos que procuram. Se um pecador quiser reparar seus erros na companhia dos santos, terá todas as chances de mudar, ao passo que o homem espiritualizado, mas descuidoso, se deteriorará no convívio com gente perversa. Nosso ambiente mental se forma, desde a infância, pela reação ao ambiente exterior. Esse ambiente mental interior constituído de ideias e hábitos orienta nossas ações de maneira quase automática."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda,  A Espiritualidade nos Relacionamentos - Ed. Pensamento, São Paulo, 2011 - p. 36)
 

terça-feira, 17 de novembro de 2015

AS 4 LEIS DO CÓDIGO DE DEUS (PARTE FINAL)

"A quarta Lei Básica de Deus chama-se Lei de Antakharana, ou seja, Lei da Tramitação ou Lei da Ponte. Tudo que chega ou sai de nós o faz por um veículo que passa por uma ponte. É a Lei da Tramitação, um meio de comunicação, um caminho, uma estrada, uma carta, um anúncio, um telefonema, uma comunicação verbal, um livro. Tudo que de nós sai passa por uma ponte, por um caminho, por uma estrada, seja de viva voz ou por um veículo de comunicação, como uma carta, um anúncio, um livro. Ponte, via de comunicação; Carta, conteúdo de comunicação. É a Lei que usa os sentidos e d'Eles se aproveita para atingir seus objetivos. Ela dá o direito de avaliar a maneira como recebeu a mensagem, ouviu, viu ou leu. Dá a cada um o direito de dizer, falar ou escrever a sua maneira. O céu está cheio de nuvens negras é um anúncio e mensagem de Antakharana de que vem mau tempo. O veículo foi o Céu, a mensagem foram as nuvens escuras. A Lei de Antakharana estabelece que a qualidade da ponte define a do veículo, do ônibus, da mídia e, implicitamente, a da resposta. Dizer algo com franqueza brutal é uma qualidade de tramitação. Dizê-lo rindo é outra coisa.

Um anúncio em cores tem, supostamente, melhor qualidade que outro em preto e branco. Isso quer dizer que o Homem, antes de falar, de se comunicar, de mandar o emissário, de escrever uma carta, de publicar um anúncio, de atravessar a ponte, enfim, será potencialmente mais bem-sucedido se adotar cuidados especiais, ensejando que o Antakharana empregado não vá lhe trazer de volta, pelo mesmo caminho, pela mesma ponte, por uma ponte lateral ou vicinal, pelo mesmo veículo, pelo mesmo princípio usado, um teor que venha em seu prejuízo, ou seja, um Antakharana pior que o inicial. A Lei de Antakharana estabelece que, por uma ponte tanto pode passar o perigo, o invasor, como o carro de mel, o cesto de flores, a carga de alimento ou o pote de fel. A ponte é o meio onde os veículos de todas as naturezas passam para chegar ao seu destino. Uma vez iniciada a travessia da ponte, ela tem de ser terminada; não haverá pior solução do que ficar ou parar no meio. Se isso ocorrer, a magia de Antakharana faz com que a ponte se encolha tal no exato lugar onde o Homem parou. O princípio da Tramitação não deve ser interrompido porque, se isso ocorrer, simplesmente não existiu, o que é óbvio. O Antakharana virtual é o Jornal que circula, a televisão que mostra, a estação de rádio que transmite, a ponte sobre o rio, o sorriso brejeiro de uma mulher bonita, a carta simpática de um homem de negócios, a arrogância de um balconista. Como toda ponte, o Antakharana é constituído de qualidade e quantidade. Tem, pois, peso e feição. Encerra em si mesmo os princípios básicos da comunicação - ética/lógica/estética - em proporções e formas que compete ao condutor que atravessa o Antakharana estabelecer, podendo cada um desses princípios transformar-se ou não em antagônicos. Justamente por força dessa qualidade e dessa quantidade podem chegar à ética, ao ilógico e ao antiestético. (...)

São quatro, portanto, as Leis do Código de Deus que regulamentam o Código de Comportamento do Homem na sua existência em seu habitat, a Terra. Essas Leis, apenas quatro, abrangem todas as situações relacionadas com o comportamento do Homem, com seu padrão de atitude, com seus atos, ações e reações. Seja qual for a posição ou a situação que se apresente na face da Terra, ela estará invariavelmente implícita numa ou mais dessas Leis de Deus."      

(Sagy H. Yunna - Um Iogue na Senda de Brian Weiss - WB Editores, São Paulo - p. 35/36)

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

AS 4 LEIS DO CÓDIGO DE DEUS (3ª PARTE)

"A terceira Lei Básica de Deus é a Lei de Ahankara ou Lei da Contraposição. Essa Lei Básica de Deus não surgiu com o Homem. Ela sempre existiu, aplicada ao princípio natural de Deus Primordial, mas foi com o advento do Homem e a aplicação ao seu comportamento que ela ganhou Universalidade. Na primeira versão, a velha árvore da floresta era contestada pelo meio em que se situava, pois já não produzia frutos, não oferecia sombras. O solo em que estava começou a se contrapor - Lei de Ahankara - tornando-se ácido. Os micro-organismos tentaram destruí-la, até que ela tombou e foi totalmente devorada pelas criaturinhas do chão e do húmus. Ao apodrecer, transformou-se em mais húmus para servir de alimento às futuras plantas que ali medrassem. Em seu lugar surgiram árvores novas, produtoras, úteis. Aplicou-se, assim, no princípio natural, o lado positivo da Lei de Ahankara. Destruir para construir melhor. Se contrapor para não estagnar e portanto melhorar. Constrói-se um prédio novo, após termos derrubado um velho. Anula-se uma velha lei humana já sem aplicação e em seu lugar edita-se uma nova e moderna para facilitar o progresso. 

A Lei de Ahankara é a responsável pelo movimento pendular. O pêndulo da existência terá que continuar, pois se cessar a vida se acaba. Voltaríamos àquele estado anterior à grande explosão. Só a Lei de Ahankara consegue manter o meio social em constante progresso, pois com ela não existe acomodação. Não existe aceitação em primeira mão. A lei da Ahankara seria o princípio social da esquerda política sem que a direita política venha a significar razão, pois a direita também obedece a Lei de Ahankara. A Lei de Ahankara é a explosão que se manifesta pela mistura inadequada de partículas químicas antagônicas. A Lei de Ahankara é o galho que se quebra sob o peso de quem não devia lá estar. É a Lei do inconformismo. É a Lei do movimento incansável. É a Lei do querer sempre mais. É a Lei que catalisa os fatores que promove o Progresso. É a Lei que agasalha o mal para este se contrapor ao Bem. É a Lei que se faz de Diabo para os desprovidos do Conhecimento. É a Lei que promove a guerra e esta colabora no equilíbrio populacional. (...)

Foi pelo impulso ocasionado por essa Lei Divina que os governantes resolveram criar as Constituições de suas pátrias, as mesmas contra as quais Jesus Cristo se rebelou por se revestirem de injustas normas do judaísmo e por isso se valeu de sua missão messiânica, reformadora. E os governantes se deram conta de que as Constituições seriam, por natureza e estrutura, o lado inflexível das disposições que se desejam rígidas para nortear o estabelecimento de seu Poder Ahanakara, portanto de feições eterna ou quase eternas.

E, após o exemplo de Cristo, o mundo praticamente se calou diante do império da Vontade pessoal, do interesse dos congressistas, como os do mundo moderno. Estes não sabem ou ignoram de propósito que a Constituição deve nortear o espírito das leis e aperfeiçoar a qualidade do Estado. Ignoram de propósito que as leis devem, uma vez norteadas pela Constituição, ser flexíveis e revogáveis para atender às necessidades do povo e aos objetivos da Nação. (...)"

(Sagy H. Yunna - Um Iogue na Senda de Brian Weiss - WB Editores, São Paulo - p. 34/35)


sábado, 19 de setembro de 2015

COM A AÇÃO VENCE A MORTE E COM O CONHECIMENTO ALCANÇA A IMORTALIDADE (1ª PARTE)

"(...) Aquele que conhece o conhecimento e a ação, com a ação vence a morte e com o conhecimento alcança a imortalidade. 

Aqui há uma óbvia referência à existência simultânea do Conhecimento e da Ação, de modo que não há contradição entre ambos. Em nossas experiências normais consideramos a ação como seguidora do pensamento. Há primeiro um pensamento padrão e, então, lentamente, através de labor e esforço, buscamos criar um comportamento padrão em termos daquele pensamento. Consideramos o pensamento como sempre precedendo a ação. Mas esse como um meio de descrever a ação. A descrição pelo pensamento surgiria muito naturalmente. Quando uma pessoa descobre algo, daquela experiência surge uma expressão que é natural e simultânea. Não há brecha entre a experiência e a expressão, embora haja sempre uma brecha entre a crença e o comportamento. Uma ponte jamais pode ser construída entre o Pensamento e a Ação, mas entre a Ação e o Pensamento não há necessidade alguma de ponte. Se a ação pudesse preceder o pensamento, então todo o problema da frustrante luta entre o Preceito e a Prática seria eliminado. É a isso que o verso acima do Upanixade Ishavasya se refere, pois ele diz: 'com a ação ele vence a morte e com o conhecimento alcança a imortalidade'. É um fato que o homem teme a morte e deseja vencê-la adquirindo conhecimento da imortalidade. Mas o Upanixade Ishavasya diz: 'reverta o problema de modo que a ação venha antes e o pensamento siga depois'. Ele diz: 'primeiro MORRA e, a seguir, nessa experiência da morte, chegará o conhecimento da Imortalidade.' O conhecimento da imortalidade nasce natural e espontaneamente, ele vem com o próprio despertar da experiência da morte. 

Devemos notar que a precedência da Ação sobre o Pensamento não é uma defesa para a ação impensada. Uma ação impensada é uma ação impulsiva. É uma ação nascida do hábito ou instinto. Obviamente é uma ação nascida da inércia. Mas a precedência da Ação sobre o Pensamento é um estado no qual a ação ocorre quando o pensamento ainda nem mesmo nasceu. O verso acima do Upanixade Ishavasya fala da 'derrota da morte' pela Ação. Não é preciso dizer que a Morte demanda uma ação total, pois não deixa nada para trás. Tal totalidade de ação é possível apenas quando a ação precede o pensamento. Onde o pensamento intervém, a ação está fadada a ser incompleta. O pensamento surge da experiência acumulada da mente. Sua existência depende, portanto, de manter essa experiência intacta. O rompimento dessa experiência significa o fim do próprio pensamento. E, portanto, a intervenção do pensamento em qualquer ação é para manter a continuidade da experiência. Assim, o pensamento restringe a ação e a mantém dentro dos confins da continuidade. Como pode uma ação que funciona dentro dos confins da continuidade vencer a morte que é uma experiência de descontinuidade? A morte é um fenômeno de descontinuidade. A vitória sobre a morte, portanto, requer uma ação livre das influências restritivas da continuidade. Tal ação é possível somente quando não há intervenção do pensamento. Onde a ação precede o pensamento, somente aí a experiência da morte ocorre. E dessa experiência da morte surge a compreensão da imortalidade. A experiência da morte e a compreensão da imortalidade não estão separadas no tempo, são instantâneas. A ação de conquistar a morte e o conhecimento da imortalidade são simultâneos, não ocorrem um após o outro. (...)"

(Rohit Mehta - O Chamado dos Upanixades – Ed. Teosófica, Brasília, 2003 - p. 28/29)


domingo, 13 de setembro de 2015

SEGREDOS DO PROGRESSO ESPIRITUAL

"Para formar hábitos espirituais, é essencial ter um conjunto de normas espirituais. Paramahansa Yogananda dizia que não gostava de regras, mas que no início elas são necessárias ao devoto aspirante. Quando a pessoa aprende a se comportar, as regras se tornam desnecessárias.

Interpretado à luz da sabedoria de Swami Sri Yukteswar, 'como se comportar' significa atitude correta e ação que nasce da ininterrupta sintonia com Deus. Quando nos encontramos sempre na consciência Dele, já não precisamos de regras. Até então necessitamos, realmente, da sua disciplina. Não devemos pensar que as regras espirituais são restritivas. Elas são amigas, ajudando a nos guiar, a canalizar nossas energias, pensamentos e atividades de uma forma construtiva que conduz a Deus. 

Podemos compreender melhor as regras e segui-las de bom grado quando compreendemos que o comportamento correto pode ser resumido desta forma: fazer as coisas que devemos fazer na hora em que devemos fazê-las. O indivíduo que aprendeu essa arte de comportar-se corretamento não necessita de regras; entretanto, continua a seguir os mesmos princípios como antes, sem qualquer senso de restrição. Por exemplo, temos em nossos ashrams a regra da meditação diária em grupo. Quando a pessoa adquire a compreensão e a habilidade de 'fazer as coisas que ela deve fazer quando deve fazê-las', essa regra já não é uma regra para ela. Ela segue automaticamente, porque o hábito do comportamento correto se formou e porque encontra nessa prática o modo de vida que quer estabelecer. Ela quer estar com Deus.

Se se permitir que a água flua indiscriminadamente na Terra, ela agirá como uma força destrutiva. A fim de utilizar a força da água para algum propósito construtivo, o homem construirá primeiro uma represa para controlar o fluxo e a direção da água. Então, sua força é aproveitada construtivamente. É a mesma coisa com o esforço espiritual. Se o canalizamos, torna-se produtivo. Regras sábias não criam obstáculos, mas ao contrário nos levam à direção desejada, de uma forma direta, regulada. São uma parte essencial da vida no caminho espiritual. (...)"

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 123/124)


segunda-feira, 10 de agosto de 2015

A YOGA ENSINA O HOMEM A MUDAR A SI MESMO (PARTE FINAL)

"(...) Torne-se como uma flor; se você colhe uma linda rosa e a esmaga em suas mãos, ela desprende uma doce fragrância. É assim que o devoto deve ser. Não importa como seja esmagado pela indelicadeza do outro, ele emite o doce perfume do perdão, da bondade. São Francisco era assim. Todos os santos expressam compaixão e bondade. (...)

O homem divino está preocupado em seu próprio comportamento correto em relação à outras pessoas. 'Ofereço bondade, penso com bondade, falo com bondade? Faço o bem neste mundo?' Ele não está interessado em ser um grande instrutor para praticar o bem. Não. Onde quer que esteja, seja o que for, ele quer fazer somente o bem. Esse indivíduo é como a flor perfumada; abelhas devotas juntam-se a seu redor.

Eis uma outra ilustração que Guruji oferecia: 'As moscas gostam de apinhar-se em volta de imundícies. A abelha quer ir somente aonde possa recolher o doce néctar. Não gosto de ver pessoas se comportarem como moscas, reunindo-se onde quer que haja feiura, mexerico, maldade, mesquinhez, ódio, ciúme, inveja, intolerância e preconceito. Preferiria contemplar um jardim de perfumadas florações de qualidades da alma, para onde as abelhas humanas são atraídas para sorver o mel divino do amor, da compaixão e da bondade.

Quando digo essas palavras, cada um de vocês reage positivamente. Por quê? Porque elas expressam a própria natureza de sua alma; e estou simplesmente recordando o que vocês são: almas feitas à imagem do Amado Único.

'Não terás outros deuses diante de Mim. (...) Eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso'. Agora você entende melhor o que o Senhor quer dizer: quando fazemos coisas divinas, quando expressamos qualidades divinas, que são inatas em cada um de nós, não temos outros deuses - ciúme, cobiça, ira, ódio ou qualquer outra coisa. Nós fizemos Dele, de Suas qualidades, de Seus ideais, o primeiro em nossa vida."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 168/169)