OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quinta-feira, 23 de junho de 2022

AFORISMOS SAGRADOS (PARTE FINAL)

"4. Evitar todo o mal, procurar o bem, conservar a mente 
pura: eis a essência do ensinamento de Buda.

A tolerância é a mais difícil das disciplinas, mas a vitória final é para aquele que tudo tolera.

Deve-se remover o rancor quando se está sentindo rancoroso; deve-se afastar a tristeza enquanto se está no meio da tristeza. Deve-se remover a cobiça enquanto se está nela infiltrado. Para se viver uma vida pura e altruística, não se deve considerar nada como seu, no meio da abundância.

Ser de boa saúde é um grande privilégio. Estar contente com o que se tem vale mais do que a posse de uma grande riqueza. Ser considerado como de confiança é a maior demonstração de afeto. Alcançar a Iluminação é a maior felicidade.

Estaremos libertos do medo quando alimentarmos o sentimento de desprezo pelo mal, quando nos sentirmos tranquilos, quando sentirmos prazer em ouvir bons ensinamentos e quando, tendo estes sentimentos, nós os apreciarmos.

Não se apeguem às coisas de que gostam nem tenham aversão às coisas de que desgostam, pois a tristeza, o medo e a servidão surgem do gostar ou desgostar.

5. A ferrugem corrói o ferro e o destrói, assim como o mal corrói a mente de um homem, destruindo-o.

Uma escritura que não é lida com sinceridade, logo estará coberta de poeira; uma casa que não é reformada, quando necessita de reparos, torna-se imunda e assim, um homem indolente logo se torna corrupto.

Os atos impuros corrompem uma mulher pois a mesquinhez macula a caridade. Os maus atos poluem não só esta vida, mas também as vidas seguintes.

Mas a mácula que deve ser temida é a mácula da ignorância. Um homem não pode esperar purificar o corpo ou a mente, sem que antes seja removida a ignorância.

É muito fácil mergulhar na imprudência, ser atrevido e impertinente como um corvo, magoar os outros sem sentir nenhum remorso pela ação cometida.

Contudo, é muito difícil sentir-se humilde, saber respeitar e honrar, livrar-se de todos os apegos, manter o pensamento puro e tornar-se sábio.

É fácil apontar os erros alheio, mas é difícil admitir os próprios erros. Um homem divulga os erros dos outros sem pensar, entretanto, oculta os seus próprios erros, como um jogador esconde falsos dados.

O céu não guarda vestígio do pássaro, da fumaça ou da tempestade, tal como um mau ensinamento não conduz à Iluminação. Nada neste mundo é estável, mas a mente iluminada é imperturbável.

6. Assim como um cavaleiro guarda o portão de seu castelo, devemos proteger a mente dos perigos externos e internos e não se deve negligenciá-la nem por um momento sequer.

Cada um é o senhor de si mesmo, deve depender de si próprio, devendo, portanto, controlar-se a si próprio.

O primeiro passo para se livrar dos vínculos e grilhões dos desejos mundanos é controlar a própria mente, é cessar as conversas vazias e meditar.

O sol faz brilhante o dia, a lua embeleza a noite, a disciplina aumenta a dignidade de um soldado e a tranquila meditação distingue aquele que busca a Iluminação.

Aquele que é incapaz de vigiar seus cinco sentidos – olhos, ouvidos, nariz, língua e o corpo – e fica tentado por seu ambiente, não é aquele que se prepara para a Iluminação. Aquele que vigia firmemente as portas de seus cinco sentidos e conserva a mente sob controle, este sim, é aquele que pode alcançar êxito na busca da Iluminação.

7. Aquele que se influência pelo gostar e desgostar não pode compreender corretamente o seu ambiente e tende a ser por ele vencido. Aquele que está livre de todo o apego compreende corretamente o seu ambiente e, para ele, tudo se torna novidade e significativo.

A felicidade segue a tristeza, a tristeza segue a felicidade, mas quando alguém não mais discrimina a felicidade da tristeza, a boa ação da má ação, então poderá compreender o que é a liberdade.

O aborrecer-se com antecipação ou alimentar tristezas pelo passado apenas consomem a pessoa, são como o junco que fenece ao ser cortado.

O segredo da saúde da mente e do corpo está em não lamentar o passado, em não se afligir com o futuro e em não antecipar preocupações, mas está no viver sábia e seriamente o presente momento.

Não viva no passado, não sonhe com o futuro, concentre a mente no momento presente.

Vale a pena cumprir bem e sem erros o dever diário. Não procure evitá-lo ou adia-lo para amanhã. Fazendo logo o que hoje deve ser feito, poderá viver um bom dia.

A sabedoria é o melhor guia e a fé, a melhor companheira. Deve-se, pois, fugir das trevas da ignorância e do sofrimento, deve-se procurar a luz da Iluminação.

Se um homem tiver o corpo e a mente sob controle, ele dará evidências disso com suas boas ações. Este é um sagrado dever. A fé será a sua riqueza, a sinceridade dará um doce sabor à sua vida e acumular virtudes será a sua sagrada tarefa.

Na jornada da vida, a fé é o alimento, as ações virtuosas são o abrigo, a sabedoria é a luz do dia e a correta atenção é a proteção da noite. Se um homem tiver uma vida pura, nada poderá destruí-lo e, se tiver dominado a cobiça, nada poderá limitar sua liberdade.

Deve-se esquecer de si próprio pela família; deve-se esquecer da família por sua aldeia; deve-se esquecer da própria aldeia pela nação; e deve-se esquecer de tudo em prol da Iluminação.

Tudo é mutável, tudo aparece e desaparece. Só poderá haver a bem-aventurada paz quando se puder escapar da agonia da vida e da morte."

(A Doutrina de Buda -  Bukkyo Dendo Kyokai (Fundação para propagação do Budismo), 3ª edição revista, 1982 - p. 186/191)
Imagem: Pinterest. 

terça-feira, 21 de junho de 2022

AFORISMOS SAGRADOS (1ª PARTE)

"1. “Ele me insultou, zombou de mim, ele me bateu.” Assim alguém poderá pensar, e, enquanto nutrir pensamentos dessa espécie, sua ira continuará. 

O ódio nunca desaparece, enquanto pensamentos de mágoa forem alimentados na mente. Ele desaparecerá tão logo esses pensamentos de mágoa forem esquecidos. 

Se o telhado for mal construído ou estiver em mau estado, a chuva entrará na casa; assim, a cobiça facilmente entra na mente, se ela é mal treinada ou fora de controle. 

A indolência nos conduz pelo breve caminho para a morte e a diligência nos leva pela longa estrada da vida; os tolos são indolentes e os sábios são diligentes. 

Um fabricante de flechas tenta fazê-las retas, da mesma forma um sábio tenta manter correta a sua mente.

Uma mente perturbada está sempre ativa, saltitando daqui para lá, sendo difícil de controlar; mas a mente disciplinada é tranquila; portanto, é bom ter sempre a mente sob controle. 

É a própria mente de um homem que o atrai aos maus caminhos e não os seus inimigos.  

Aquele que protege sua mente da cobiça, ira e da insensatez, desfruta da verdadeira e duradoura paz.

2. Proferir palavras agradáveis, sem a prática das boas ações, é como uma linda flor sem fragrância. 

A fragrância de uma flor não flutua contra o vento; mas a honra de um bom homem transparece mesmo na adversidade do mundo. 

Uma noite parece longa para um insone e uma jornada parece longa a um exausto viajante e da mesma forma, o tempo de ilusão e sofrimento parece longo a um homem que não conhece o correto ensinamento. 

Numa viagem, um homem deve andar com um companheiro que tenha a mente igual ou superior à sua; é melhor viajar sozinho do que em companhia de um tolo. 

Um amigo mentiroso e mau é mais temível que um animal selvagem, pois o último pode ferir-lhe o corpo, mas o mau amigo lhe ferirá a mente. 

Desde que um homem não controle sua própria mente, como pode ter satisfação em pensar coisas como 'Este é meu filho' ou 'Este é o meu tesouro', se elas não lhe pertencem? Um tolo sofre com tais pensamentos. 

Ser tolo e reconhecer que o é vale mais que ser tolo e imaginar que é um sábio.

Uma colher não pode provar o alimento que carrega. Assim, um tolo não pode entender a sabedoria de um sábio, mesmo que a ele se associe. 

O leite fresco demora em coalhar e desta mesma forma, os maus atos nem sempre trazem resultados imediatos. Estes atos são como brasas ocultas nas cinzas e que, latentes, continuam a arder até causar grandes labaredas. 

Um homem será tolo se alimentar desejos pelos privilégios, promoção, lucros ou pela honra, pois tais desejos nunca trazem felicidade, pelo contrário, apenas trazem sofrimentos. 

Um bom amigo que nos aponta os erros e as imperfeições e reprova o mal, deve ser respeitado como se nos tivesse revelado o segredo de um oculto tesouro. 

3. Um homem que se regozija ao receber boa instrução poderá dormir tranquilamente, pois terá a mente purificada com estes bons ensinamentos. 

Um carpinteiro procura fazer reta a viga; um fabricante de flechas procura faze-las bem balanceadas; um construtor de canais de irrigação procura faze-los de maneira que a água corra suavemente; assim, um sábio procura controlar a mente, de modo que funcione suave e verdadeiramente. 

Um rochedo não é abalado pelo vento do mesmo modo que a mente de um sábio não é perturbada pela honra ou pelo abuso. 

Dominar-se a si próprio é uma vitória maior do que vencer a milhares em uma batalha. 

Viver apenas um dia e ouvir um bom ensinamento são melhores do que viver um século, sem conhecer tal ensinamento. 

Aqueles que se respeitam e se amam a si mesmos devem estar sempre alerta, a fim de que não sejam vencidos pelos maus desejos. Pelo menos uma vez na vida, devem despertar a fé, quer durante a juventude, quer na maturidade, quer durante a velhice. 

O mundo está sempre ardendo, ardendo com os fogos da cobiça, da ira e da ignorância. Deve-se fugir de tais perigos o mais depressa possível. 

O mundo é como a espuma de uma fermentação, é como uma teia de aranha, é como a contaminação num jarro imundo e por isso deve-se proteger constantemente a pureza da mente." ... continua

(A Doutrina de Buda -  Bukkyo Dendo Kyokai (Fundação para propagação do Budismo), 3ª edição revista, 1982 - p. 183/186)
Imagem: Pinterest.