OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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terça-feira, 11 de outubro de 2022

PROVAÇÕES E ESPERANÇAS

"Cada ser humano experimenta algum tipo de angustia emocional e mental na vida. Podemos nos preocupar com nossa segurança financeira, ter dores em razão de um amor perdido, ter preocupações com o bem estar de nossos parentes amigos ou nós mesmos, ou experimentar muitas outras situações e eventos perturbadores, Seria ótimo se nossos problemas simplesmente fossem embora ou outras pessoas cuidassem deles para nós. Contudo, intimamente sabemos que devemos resolver nossos próprios problemas. Devemos mudar a nós mesmos, crescer, desenvolver-nos e tornarmo-nos fortes sem perder a compaixão. Mesmo assim, a maioria de nós só muda quando as fraquezas nos forçam a fazê-lo.

O processo é algo assim. Se não temos autoconfiança, podemos ser dominados pelos outros. Podemos até mesmo prover uma oportunidade para que pessoas sem ética tirem proveito de nós. Se permanecemos tímidos, não conseguimos expressar adequadamente nosso próprio potencial. A falta de autoconfiança resulta em frustração que eventualmente se torna mais do que conseguimos suportar. A dor emocional resultante pode então nos forçar a desenvolver nossa própria vontade e coragem.

As pessoas que usualmente estão zangadas logo se afastam dos outros e descobrem que não têm amigos. Dai pode resultar a solidão. Ao ser deixado de fora dos eventos sociais, esses indivíduos podem aprender a substituir a raiva pela paciência, tornarem se mais flexíveis e ate menos egocêntricos.

Se somos desorganizados, descobrimos que somos ineficientes. Nossos supervisores no trabalho também descobrem isso e, se não tomarmos uma atitude para mudar essa postura, podemos perder o emprego. Essas consequências kármicas podem os forçar a treinar nossa mente.

Esse processo de ser confrontado pelas consequências de nossas fraquezas e de nossas ações erradas gradualmente nos leva a um maior insight e ao desenvolvimento do caráter. Após uma extensão de tempo quase incalculável ao longo de muitas encarnações, esse processo eventualmente desperta o eu interior para a vida consciente, e eventualmente para a iluminação.

Há, no entanto, uma rota mais direta uma rota que somente poucos ousam seguir.

Assim como o processo evolutivo externo prossegue através de estágios ordenados, definidos, o mesmo se dá com o lado interno da evolução humana consciente. A maioria dos seres humanos viaja pela estrada ampla que serpeia sempre muito lentamente em torno da montanha rumo ao topo, Poucos seguem uma rota mais direta e árdua, às vezes chamada de 'senda'. Eles seguem essa rota difícil não com desejo de benefício pessoal, mas a partir de um anelo direcionado a servir a humanidade sofredora de modo mais eficaz. Cada passo nessa senda é marcado por uma grande mudança na consciência - um tipo de renascimento.

A rota mais difícil tem recebido vários nomes em diferentes tradições místicas. Na China, é o Tao; no Hinduísmo, 'a Senda da Iniciação; no Budismo, 'o Nobre Caminho Óctuplo'; no Judaísmo, 'o Caminho da Santidade'; no Cristianismo, 'o Caminho da Cruz'. Platão a descreveu em sua analogia da caverna, e, em A Voz do Silêncio, H.P. Blavatsky fala de seus estágios como 'portais'. Todas essas fontes indicam que a senda é difícil e perigosa, mas que, se o peregrino for bem-sucedido, traz uma recompensa inenarrável.

Para entrar na senda a pessoa deve estar consumida, como diz Blavatsky, 'por um inefável anelo pelo infinito'. Em termos bíblicos, 'tu deves amar o Senhor teu Deus, com todo teu coração, e com toda tua alma, e com toda tua mente, e ao teu próximo como a ti mesmo'. E a pessoa desejar enfrentar os perigos e as dificuldades no caminho que se estende adiante, desejosa de sacrificar a própria vida pelo bem do infinito, para encontrar a vida eterna.

Quando passamos por momentos difíceis, poderemos nos lembrar de cavar dentro de nós para encontrar os recursos, a força, o talento até então desconhecidos e profundamente ocultos dentro de nosso próprio ser. Crescemos ao enfrentar os problemas de frente e vencendo as resistências.

As árduas provações e as esperanças luminosas dessa senda mística para a paz interior estão sucintamente expressas por Blavatsky num curto fragmento intitulado simplesmente 'Há uma estrada': 'Há uma estrada, íngreme e espinhosa, assolada por perigos de toda espécie, mas ainda assim uma estrada. E ela leva ao coração do universo.
Eu posso dizer-lhe como encontrar aqueles que irão mostrar a passagem secreta que se abre apenas internamente, e que se fecha firmemente e para sempre atrás do neófito.
Não existe perigo que a coragem intrépida não consiga conquistar.
Não existe provação que a pureza imaculada não vença.
Não existe dificuldade que o intelecto forte não consiga superar.
Para aqueles que seguem adiante com esforço, existe a recompensa inefável: o poder de abençoar e salvar a humanidade.
Para aqueles que fracassam, existem outras vidas nas quais pode surgir o sucesso.'

Sob essa forma poética, Blavatsky fala das dificuldades, mas assegura também que não existem problemas insolúveis. Podemos ser bem sucedidos se dermos ouvidos a um de seus instrutores, que escreveu: 'Nós temos uma palavra para todos os aspirantes: tentai.'"

(Edward Abdill - A senda mística para a paz interior - Revista Sophia, Ano 12, nº 48, p. 32/33)
Imagem: Pinterest.


terça-feira, 4 de outubro de 2022

A SENDA MÍSTICA PARA A PAZ INTERIOR

"Existe uma estrada íngreme e espinhosa, assolada por perigos de toda espécie, mas ainda assim uma estrada. Ela leva ao coração do universo. Assim escreveu H. P. Blavatsky sobre a estrada metafórica que leva à iluminação. Mas pode alguma estrada levar 'ao coração do universo'?

Uma afirmação assim não parecerá impossível se considerarmos a nossa real natureza humana e como evoluímos através do tempo. Temos uma natureza complexa, somos um composto. Evidentemente somos criaturas físicas, e evidentemente nossa natureza física é também impermanente.

Dizem que a cada sete anos; nossos corpos adquirem um conjunto de átomos totalmente novo. O corpo físico está em mudança constante, morrendo uma vez a cada sete anos, Contudo, o senso de 'eu' que sentimos tão fortemente perdura ao longo de toda a vida. Se fossemos apenas o corpo, certamente seríamos uma pessoa diferente a cada sete anos, mas não somos. Ainda somos o mesmo eu.

Temos ainda uma natureza emocional que está em estado de constante mudança. Ela está sujeita a mudanças de momento a momento, e ao longo dos anos está sujeita a uma mudança gradual. O eu que perdura ao longo dessas mudanças não pode ser a natureza emocional.

Temos também uma mente que possui um potencial extraordinário. Como os animais, podemos usá-la para conseguir o que queremos, mas diferentemente deles, somos capazes de pensamento abstrato e de autoexame. Pensamentos em constante mutação passam por nossa mente, e o modo como vemos o mundo pode mudar radicalmente ao longo dos anos ou, em alguns casos, com o lampejo de um insight

Mesmo com todas essas mudanças o eu permanece o mesmo. No nível mais profundo de nossa consciência está um poder extraordinário: o poder de autotransformação. É um poder inerente ao que a religião chama de alma imortal e a Teosofia chama de ego reencarnante. É o eu interior, o observador, a testemunha, a própria consciência, que perdura através das mudanças. É verdade que podemos nos expressar com o corpo, as emoções e a mente. Contudo, podemos também observar nosso estado físico, emocional e mental.

Embora nossa atenção seja atraída por cada evento bom ou mau em nossas vidas, a consciência pura chamada 'eu' não é perturbada pelos objetos diante de si. A sabedoria antiga sugere que o eu permanente reside no eterno, 'no coração do universo'. O eu que somos, como disse Walt Whitman em Song of My Self, 'está tanto dentro quanto fora do jogo'. Podemos ficar à parte e observar todo o processo que chamamos de 'eu', e podemos mudá-lo.

Se isso é verdade, podemos então perguntar por que não nos identificamos com esse eu interior. Poderíamos muito bem perguntar por que não nos identificamos com nosso subconsciente pessoal. Os psicólogos sabem que nosso foco e o nosso senso de eu muitas vezes bloqueia a percepção dos aspectos mais obscuros de nossa própria mente. Não será porque nosso senso de eu, ou seja, aquelas experiências que chamamos de 'eu', também bloqueia na nossa consciência até mesmo os aspectos mais profundos de nosso próprio ser? Se assim for, será então possível levar esse eu recôndito à plena consciência?" 

(Edward Abdill - A senda mística para a paz interior - Revista Sophia, Ano 12, nº 48, p. 29)
Imagem: Pinterest.


quinta-feira, 19 de maio de 2022

SENSUALIDADE E SUA CORREÇÃO

"A sensualidade (uma dificuldade do segundo, quarto e sexto raio) é a falha mais difícil de suportar. Para quem aspira trilhar a Senda, a condescendência ao excesso, sob qualquer forma, é uma doença insuportável para o coração. Traz em seu bojo uma profunda humilhação, irreverência, desrespeito e remorso. 

Para escapar das agonias desses efeitos posteriores, a princípio tentamos muitas vezes justificar nossa tolerância como liberdade de expressão, o direito de viver como queremos e com nossa emancipação das convenções restritivas. Isso é fundamentalmente um mecanismo de defesa, uma forma de encobrir a verdade sobre nós mesmos. Tal atitude produz uma cegueira mental que nos permite continuar tolerando nossas falhas, desafiando sem a dor ou os autocorretivos valiosos da humilhação, desrespeito e remorso. Com isso, a vida precisa nos levar a lidar conosco pelo método longo e doloroso de tentativa e erro e seus resultados desastrosos para a psique e para o caráter. 

Mas, quando a doença da autoindulgência nos ataca e é vista e aceita pelo que é, o desejo ou falha de conduta tendo sua satisfação negada e a condição da doença suportada incansavelmente, então os corretivos da sensualidade que vasculham a alma podem iniciar sua função de cura. Pois todas essas agonias acabarão ocorrendo, não apenas depois ou durante a condescendência, mas, eventualmente, antes que ela ocorra e, assim, se tornarão um seguro preventivo. Essas agonias são os 'ingredientes' com os quais a força moral e a fibra são incorporadas ao caráter. O pensamento e o forte desejo de pureza devem ser concentrados diariamente e a cada hora, a fim de substituir o desejo por sua virtude oposta. 

Da mesma maneira, outras fraquezas dos Raios podem ser trabalhadas e substituídas pelas maravilhosas virtudes opostas. Pelo princípio de substituir o erro pela virtude oposta, construímos nossa natureza imortal enquanto ainda estamos no corpo."

(Geoffrei Hodson - A Vida do Iniciado - Ed. Teosófica, Brasília, 2021 - p. 147/148)
Imagem: Pinterest.


sábado, 13 de janeiro de 2018

LIBERTAÇÃO (2ª PARTE)

"(...) A libertação pode ser vista tanto como um fim quanto como um processo. A compreensão do processo no qual estamos envolvidos abrirá uma visão quanto ao fim.

O processo é contínuo, é a senda descrita na filosofia indiana como a senda do retorno. A senda na qual o homem não anseia por mais experiência do tipo provido pelo mundo, mas, tendo chegado a um ponto de saturação, busca conhecer o valor e significado de tudo isso, e ao compreender, descobrir a si mesmo. Ele então atinge o estágio de descobrir o que está sendo limitado e o que o limita. 

Aquilo que deve ser liberado na realidade somos nós mesmos, como somos profundamente dentro de nós, e não como normalmente sentimos que somos. O puro fluir de nossa consciência tornou-se dividido e estreitado, e coloriu-se de apegos, repulsões, ganância, medo, convencionalismos e hábitos.

Libertação é essencialmente se libertar do carcereiro do egoísmo frio e venenoso do qual todo mal que vemos é apenas o resultado monstruoso. Nossa experiência diária pode ensinar-nos que o amor, como uma emoção ou força abnegada, é o único e supremo libertador de nosso egocentrismo.

Infelizmente, nos dias de hoje, a palavra amor assumiu uma importância aviltada. Passou a conotar excitação sexual física, sua indulgência e um estado de possessividade baseado na ânsia por tal excitação. Não é o amor de São Paulo em sua carta aos Coríntios ou bhakti (devoção com autoentrega) do verdadeiro devoto. 

O principal meio de libertação em relação ao nosso próximo só pode ser amor expresso em serviço, ação na qual o eu é esquecido e através da qual um Eu Superior é manifestado, resultando na criação de beleza e felicidade. (...)"

(N. Sri Ram – O Interesse Humano – Ed. Teosófica, Brasília, 2015 – p. 38/39


sábado, 16 de dezembro de 2017

UM PROCESSO CRIATIVO (1ª PARTE)

"O artista geralmente começa com uma ideia do que será trazido à vida sobre a tela. Talvez por um longo período de evolução o ser humano não tenha uma visão específica do que pode se tornar. Um vislumbre precisa de tempo para ganhar clareza. Porém, quando o momento crítico é alcançado, a visão de uma ordem diferente da humanidade pode começar a surgir. Quanto mais focada esteja a visão, mais rápido o retorno. À medida que o eu retrocede, o Eu começa a revelar suas cores delicadas e sutis.

Para Krishnamurti e Ken Wilber poderia não ser necessário buscar aquele algo que já somos, mas que percebemos apenas de maneira obscura. Talvez também não lhes tenha sido necessária uma visão, o simples reconhecimento do que é. Para Wilber, o que é importante no final das contas é reconhecer o imutável, o vazio primordial, a divindade inqualificável, o puro espírito. Podemos chamar a isso de reconhecer o eu universal interior, ou conhecer mais uma vez aquilo que verdadeiramente somos. Porém, o desabrochar humano também requer um processo, a preparação para aquilo a que nos referimos como 'a senda'.

Voltando à metáfora do artista, isso implica a ocorrência de um processo criativo. Quanto mais identificamos aquilo com que temos que trabalhar, mais podemos remover a dura capa externa de vidas passadas e permitir que o que está no interior possa emergir. Podemos então nos tornar responsivos ao Eu, em vez de reativos aos caprichos do eu pessoal que tende a preencher a maior parte do nosso estado de vigília. A qualidade de vida se torna mais rica, mais equilibrada, tingida de maneira crescente pela beleza interior. O ego reencarnante é refinado e iluminado. (...)"

(Linda Oliveira - Os artistas do destino - Revista Sophia, Ano 13, nº 58 - p. 16)
www.revistasophia.com.br


terça-feira, 6 de junho de 2017

A COMUNHÃO DOS SANTOS (1ª PARTE)

"Santos houve em todos os tempos, entre todos os povos e crenças. O santo é alguém em quem floresceu o germe da divindade ou Cristandade, oculto em cada um de nós. Essa divindade revela-se como bondade e perfeição; uma vez que a perfeição humana engloba todas as virtudes e graças, existem santos de muitos tipos, alguns se sobressaindo em devoção a Deus, outros em conhecimento da verdade, e outros ainda em ação altruística de acordo com a vontade de Deus. Todas essas sendas são igualmente sendas que levam ao ponto mais elevado. Deus, devemos compreender aqui, não é a imagem artificial, mas o supremo poder que tem sede no coração do próprio homem e também em todas as outras coisas, visíveis e invisíveis.

Houve grandes homens e mulheres que devem ter sido amados por Deus, embora não reconhecidos pelos homens; deve ter havido alguns, entre os assim chamados santos, sobre quem o halo foi lançado, por assim dizer, em antecipação, por seus ardentes seguidores. A grandeza nem sempre é reconhecida no seu tempo, nem sempre consiste no que parece ser.

Esses santos, embora possam não estar encarnados, ainda são presenças espirituais - como todos os homens - naquele aspecto de suas naturezas que está sempre voltado para Deus, só que ainda mais. Assim, eles estão unidos a nós de maneiras sutis, misteriosas. No reino do Espírito todas as suas manifestações formam uma unidade.

A ideia de que os santos, do passado e do presente, constituem uma comunhão ou associação é bela e consagra uma verdade maravilhosa. Mesmo em nosso mundo inferior, semelhante atrai semelhante. Muito mais ocorre naquele reino onde cada vida ou centro pulsa com magnetismo e poder. Deve haver perfeita concórdia onde existe perfeita compreensão e unidade de objetivo, que é a realização do plano de Deus. (...)"

(N. Sri Ram - o Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 60/61)


sábado, 3 de junho de 2017

O MALTRATO DOS ASPIRANTES (1ª PARTE)

"Um dos piores erros em que o ocultista pode incorrer é frustrar o cumprimento da aspiração de alguém recentemente desperto para a vida espiritual.

Um exemplo extremo seria zombar de suas tentativas de vivenciar a mais alta moralidade, ridicularizar seus ideais e a ele por segui-los, distrair deliberadamente a sua atenção e seduzi-lo propositadamente para afastá-lo de sua meta, e de qualquer maneira impedir ou dificultar o seu engajamento na vida oculta. Isto não só é extremamente danoso para a vítima, mas é a causa do carma mais adverso para a pessoa que comete este erro.

Uma das fases mais críticas e maravilhosas da vida da Mônada é o período prolongado durante o qual a personalidade gradativamente se volta para a vida espiritual. Este é o período em que a influência da Mônada através do Ego pode direcionar sucessivas personalidades para a Senda, ou ser impedida de fazê-lo por pessoas ignorantes, invejosas ou voltadas somente para a materialidade.

Alguns que já fizeram um certo grau de progresso, consciente ou inconscientemente, temem com inveja que os neófitos possam ultrapassá-los, e assim colocam obstáculos em seu caminho. O ocultista sábio faz exatamente o oposto. Ele percebe a grande importância para a Mônada-Ego e para a humanidade de cada novo aspirante desperto. Assim sendo, ele ajuda de todas as maneiras ao seu alcance, orientando, alertando, mostrando amizade e protegendo, especialmente durante as dificuldades iniciais quando a mudança está sendo efetuada. Na verdade, esta é uma parte muito importante da vida do ocultista, ajudar os outros a encontrar e a trilhar a Senda. Ainda que não tenham esta motivação, estes ajudantes geram um carma muito auspicioso durante sua própria ascensão na suprema realização espiritual através da ioga. (...)"

(Geoffrey Hodson - A Suprema Realização através da Yoga - Ed. Teosófica, Brasília, 2001 - p. 157/158


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

MEDITAÇÃO - O CAMINHO PARA ALCANÇAR DEUS

"'Quem quer ser um pianista de concerto haverá de praticar no piano doze horas por dia. Se, em vez disso, a prática dessa pessoa consiste em tocar as teclas do piano desanimadamente alguns minutos por dia, essa pessoa jamais será um bom pianista.

'O mesmo se dá com a busca de Deus. De que modo você espera encontrá-Lo se você tenta isso muito pouco?

'É muito difícil alcançar Deus. Se até mesmo um concertista deve trabalhar duro para obter êxito na sua profissão, imagine quanta aplicação deve ter o devoto na sua meditação a fim de compreender o Infinito!

'Entretanto, eis aqui um pensamento animador: todos os que se esforçam com sinceridade na senda espiritual certamente alcançarão o seu objetivo. O mesmo não se pode dizer das ambições materialistas. Não é qualquer um que pode se tornar um pianista famoso, independentemente dos seus esforços. Pois em toda área há, nos patamares mais elevados, espaço para bem poucos. Entretanto, todos os homens podem igualmente reivindicar sua qualidade de filhos diante do Pai Celestial.'"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 168)


sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

O CAMINHO DO DESAPEGO

"Um dos mais importantes ensinamentos budistas diz respeito à impermanência. O livro Luz no Caminho (Ed. Teosófica) também faz referência à 'senda verdadeira', que a pessoa pode trilhar quando deixa para trás o apego. Isso significa desprender-se de cada pensamento, sentimento e preferência, até que a mente esteja completamente livre.

Nós nos apegamos às coisas que conhecemos; no entanto, só se pode adentrar o campo do desconhecido quando o conhecido deixar de existir. O desconhecido é, evidentemente, aquilo sobre o que não fazemos qualquer ideia. Então, nós nos aferramos a algo ou a algumas pessoas na esperança de que sejam substitutos para isso. Podem ser membros da família ou amigos com quem temos um íntimo relacionamento. Numa certa parte do nosso cérebro, sabemos que é por isso que continua a existir o luto por pessoas que não mais existem. Esse apego é uma das mais sérias doenças enfrentadas pelos seres humanos, e encarnações se passam antes que o desapego seja sequer considerado uma virtude. 

Conta-se que Krishnamurti era muito apegado a seu irmão. A doutora Annie Besant era como uma mãe para ele, mas havia também seu irmão mais novo, que devia auxiliá-lo em sua obra. O irmão morreu na Califórinia, quando Krishnamurti nem mesmo estava presente. Durante várias noites ele teve que lutar não com o fato, mas consigo mesmo. Ele saiu do luto como uma pessoa nova, pois entendera toda a questão do apego.

O fato de que Krishnamurti parecia não precisar de companhia era um dos dados desconcertantes a seu respeito. Isso pode acontecer a qualquer um de nós; no entanto, não queremos abrir mão do apego. As pessoas acham difícil aceitar a verdade da impermanência. Nada dura nesse mundo. Quando chegamos a essa conclusão - de que tudo perece -, perguntamos: haverá um 'eu' que transcende essa regra?"

(Radha Burnier - O caminho do desapego - Revista Sophia, Ano 10, nº 40 - p. 21)


quarta-feira, 16 de novembro de 2016

AS TRÍADES

"Heráclito (século VI a.C.) e Aristóteles (século IV a.C.) descrevem ambos o Caminho do Meio como a Senda de Ouro. De acordo com Aristóteles, a virtude ou excelência depende de julgamento claro, de autocontrole, de equilíbrio do desejo, de habilidade com os recursos. Não é posse de um único homem, nem recompensa da intenção inocente, mas a aquisição da experiência no homem plenamente desenvolvido.

Aristóteles organizava as qualidades do caráter em tríades, nas quais dois representam os extremos ou os vícios, e o terceiro é a virtude ou excelência. Por exemplo, entre os extremos da covardia e a temeridade encontramos a virtude da coragem, e entre a humildade e o orgulho está a modéstia.

Mas somente o homem plenamente realizado pode apreciar essa verdade. O extremista considera o Caminho Dourado como o maior dos erros. Por exemplo, o homem bravo é chamado de impetuoso pelos covardes e de covarde pelos impetuosos. Na política moderna 'o liberal' é chamado de 'conservador' pelos radicais e de 'radical' pelos conservadores. Os gregos, por outro lado consideram os extremos como as qualidades da pessoa ignorante. Também entendiam que todas as ações, quer fossem vícios ou virtudes, são causadas pela 'paixão', a força interior diretora da vida. Para os gregos, as paixões em si mesmas não eram vícios, mas constituíam a matéria-prima tanto da virtude quanto do vício, quer funcionassem em excesso ou fossem desproporcionais em medida e harmonia.

Esse conceito da harmonia dos opostos como o melhor meio de se atingir a maturidade espiritual é reconhecido por todas as religiões orientais. A essência do modo de vida hindu é ser resoluto no prazer e na dor, no sucesso e no fracasso, no ganho e na perda. Tais opostos devem ser aceitos como companheiros inevitáveis da vida, e a pessoa não deve ser levada ao desespero e à consequente inação devido ao fracasso, nem deve partir para a ação indiscriminadamente a fim de alcançar o sucesso. O Hinduísmo não advoga o estoicismo e nem exorta a pessoa a evitar o prazer e infligir-se penitências, seja pelo pecado dos outros ou de si mesma. Ao mesmo tempo, deplora o hedonismo, que, indiferente às buscas pelo mais elevado, pode afogar os sentidos da pessoa no oceano dos prazeres sensuais. Devemos viver em harmonia, trilhando o dourado Caminho do Meio, entre aqueles dois extremos, em vez de fazermos esforços frenéticos para banir um ou outro de nossas vidas."

(Ajaya Upadyay - A senda do equilíbrio - TheoSophia - Outubro/Novembro/Dezembro de 2009 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 22/23)

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

A DEVOÇÃO DEVE SER COMPLETA (1ª PARTE)

"Nesta Senda não pode haver meias medidas. Muitos se acham na atitude reservada em que se colocaram Ananias e Safira, que se esquivaram de declarar o que possuíam em bens terrenos, não precisamente com o intento de enganar, mas porque não estavam seguros do êxito da nova religião cristã. Eram muito entusiastas e dispostos a dar tudo o que possuíam; mas conjeturaram que seria prudente reservarem para si algo, no caso de fracassar o movimento. Não mereciam que os vituperassem por esta circunstância, porém o malicioso e falaz foi que, sabendo que haviam reservado algo, dissessem que haviam entregue tudo. Muitos há atualmente que lhes seguem o mau exemplo; espero que o relato não seja verídico, pois o Apóstolo se mostrou certamente um tanto severo com eles.

Tampouco entregamos nós tudo quanto temos, pois nos reservamos algo de nós mesmos, não precisamente dinheiro nem bens materiais, senão sentimentos pessoais, que nos afastam dos pés do Mestre. Em ocultismo não cabem essas coisas. Devemos seguir o Mestre sem reservas. Não digamos: 'Seguirei o Mestre, enquanto não me fizer trabalhar com tal ou qual pessoa; ou seguirei o Mestre, com a condição de que publique nos jornais tudo quanto faço.' Não nos cabe estabelecer condições; mas também não devemos descurar nossos deveres no plano físico. O necessário é que ponhamos todo o nosso ser à disposição do Mestre. Temos de preparar-nos para renunciar tudo, ceder tudo e ir aonde convenha, não como uma prova, mas porque nosso amor à obra é a maior coisa de nossas vidas. (...)"

(C.W. Leadbeater - Os Mestres e a Senda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2004 - p. 76/77

domingo, 21 de agosto de 2016

RETA AÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) Conhecimento sem ação é não somente absurdo, mas é puramente mental e apenas pseudoconhecimento. Ação sem verdadeiro conhecimento só pode ser a reação de uma natureza composta, não clara, da qual as várias partes carecem tanto de coesão quanto de equilíbrio.

A senda da ação para cada indivíduo está entreleçada por seu próprio karma e as complexidades desse nó complicado, no qual sua mentalidade divide-se e se enlaça. Ele tem de simultaneamente desatar esse nó - por meio do amor e do conhecimento verdadeiro - e trilhar seu caminho no mundo externo pela força de uma vontade e decisão espirituais. O verdadeiro conhecimento é o do filósofo que vê a verdade com o olho aberto da intuição. 

Existe decisão instantânea quando não há dilema ou escolha, quando a direção precisa de um ato é uma determinação espontânea que se origina no interior, quando o estudo e a avaliação apropriados de uma situação produzem no interior da pessoa um movimento harmônico, que resulta na ação particular. Existe uma força de propósito que se mantém, quando os revezes causados por objetos ou obstáculos externos não tocam absolutamente a vontade. A vontade que é pura move-se numa vereda própria, autoisolada. Os obstáculos podem retardar a ação, porque estão no mesmo plano. Mas não conseguem deter a vontade fundamental. A força jaz na resistência, na concentração de energias e direção, não na violência; no equilíbrio do perfeito autocontrole em qualquer ação que controle ou toque os outros."

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 74/75)


sábado, 30 de julho de 2016

O QUE É RETA AÇÃO (1ª PARTE)

"Os budistas, de um ponto de vista puramente técnico, não podem pertencer a nenhum exército. O exército é dirigido por todo tipo de pessoas que podem ter seus próprios motivos para criar uma guerra, ou para produzir tensão. Os oficiais, soldados, e quem quer que esteja preso nisso mecanicamente, faz o que quer que se lhes ordene sem considerar que possa haver algo de errado nos objetivos. Consequentemente, alguém que esteja decidido a viver a vida espiritual, ou o reto tipo de vida, não fará parte de um exército. Há muitas pessoas que dirão que não é bem assim. O Bhagavad-Gita, por exemplo, diz: 'Continue lutanto, Arjuna'. As palavras 'continue lutando' referem-se a lutar no nível físico, ou terá todo o Gita um significado diferente?

Existem milhões de pessoas que estão engajadas em negócios ligados à guerra. Investir em armas de guerra e fabricá-las é apenas uma delas. Existem muitos cientistas engajados nesse negócio mais do que em propósitos pacíficos. Tal fato deve ser considerado por qualquer um que esteja trilhando a senda ou que queira trilhá-la. Ele quer engajar-se em atividades que causam danos aos outros?

É bastante comum encontrar pessoas ingerindo bebida alcoólica. Isso significa que muitas outras pessoas estão engajadas nesse negócio, preparando a bebida e vendendo-a. Trabalhar com tal produto é acessório para várias outras atividades. Muitas coisas que usamos são produzidas sem levar em consideração o fato de que podem afetar as vidas de outros seres. As pessoas tendem a usar animais para experiências, para fazer produtos mais belos e para outros propósitos. Os pobres animais são torturados e mortos em larga escala sem qualquer razão aparente. Somos nós, como membros da Sociedade Teosófica, cuidadosos a respeito daquilo que compramos? Compramos, até onde sabemos, coisas que não afetem as vidas inocente de outras criaturas? Milhões de criaturas são afetadas, mortas, torturadas e maltratadas de muitas maneiras, porque o homem quer usar os produtos.

Nos Estados Unidos, querem ter o cuidado de não causar dano aos seres humanos; contudo fazem coisas terríveis a outras criaturas para garantir que nenhum dano seja causado aos seres humanos. Felizmente, na Inglaterra e na Europa, muitos experimentos foram extintos e substituídos por outros métodos mais humanitários. Agora se pode descobrir se uma droga ou outros produtos são úteis ou não por outros meios que não o sofrimento causado aos animais. Antes, milhares de criaturas eram feridas e maltratadas em nome do assim chamado progresso.

(Radha Burnier - O rio da vida - Revista Theosophia, Ano 101, Abril/Maio/Junho 2012 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 46/47) 


terça-feira, 19 de julho de 2016

VIDA VIRTUOSA

"Raiva, malevolência, sensualidade, inveja... - todos são obstáculos na senda do amor e da cooperação. Rebaixam o homem, do nível Divino ao animal. Lide com os outros com paciência e compreensão. Pratique tolerância (sahana) e simpatia. Tente encontrar o ponto de contato, e não o de conflito. Espalhe fraternidade e aprofunde a bondade que vem da sabedoria. Depois disso, a vida se tornará melhor e sem erros.

Sem dar ouvidos a tais mentiras patentes, nascidas da malevolência e da ambição, aconselharia vocês a fazer um sathsang,¹ onde encontrarão e trocarão verdades e manterão conversa virtuosa; onde estudarão livros sagrados e discorrerão sobre a Glória de Deus. Por que malbaratar precioso tempo com escândalos e críticas sobre os outros e sua conduta? Cultivar inveja, malevolência, ira e ressentimento contra os outros é um perverso passatempo que se volta contra quem o pratica. Em cada um reside a mesma Centelha Divina - assim, criticar o próximo equivale a criticar a própria Divindade.

O jogo da vida é valioso e se torna interessante somente quando haja limites e normas que o controlem. Imagine uma partida de futebol na qual não houvesse limites para o campo, sem quaisquer regras. Seria o caos. Um vale-tudo. Um túmulo. Não se poderia dizer quem ganha e como. O dharmamarga² e o Brahmamarga³ são as fronteiras do campo (no jogo da vida). As virtudes lutam contra as tendências viciosas. Jogue tal jogo prestando atenção às advertências de 'falta' (foul) e 'fora' (out)."

¹ Sathsang: Sath, a verdade, Deus...; sang (junção, associação, comunidade, grupo de pessoas...). Os grandes Mestres da humanidade sugerem como procedimento importante, para a realização de Deus, a companhia de ou associação com pessoas santas, puras, avançadas no caminho, e que amem Sath. Se o leitor é aspirante à realização, cultive amizade e a companhia de pessoas mais espiritualizadas.
² Dharmamarga - Dharma, lei, justiça, retidão, virtude; marga, caminho, senda. Dharmamarga é o caminhar na retidão, na virtude, na ética.
³ Brahmamarga - Brahman, o Ser Real, o Deus Transcendente. Brahmamarga é uma vida virtuosa que abre o acesso à união com Deus, à Divina Realização. É o verdadeiro sentido da palavra religião.

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 157/158)


sexta-feira, 4 de março de 2016

SANTO OU PECADOR

"'Escolher os amigos é algo importante. Se você deixar o seu casaco num recinto onde as pessoas estão fumando, em pouco tempo o casaco recenderá a fumaça de cigarro. Se você deixar esse casaco, posteriormente, ao ar livre, no jardim, quando você voltar com ele para dentro de casa, perceberá nele a fragrância do ar puro e das flores.

'O mesmo se dá com a mente. As vestes dos seus pensamentos absorvem as vibrações daqueles com quem você se envolve. Se você travar contato com pessimistas, em pouco tempo você haverá de se tornar um pessimista. Se andar em companhia de pessoas alegres e felizes, a sua natureza será alegre e feliz.

'O ambiente é mais forte do que a força de vontade. Misturar-se com pessoas materialistas sem pelo menos absorver um pouco do materialismo delas requer grande força espiritual.

'Os que se iniciam na senda espiritual deveriam ter muito cuidado quanto aos companheiros que escolhem. Esses iniciantes deveriam fazer amizade com outros devotos, e não tentar envolver-se com pessoas materialistas, voltadas para o ego. Os iniciantes deveriam principalmente evitar as pessoas negativas, mesmo que essas pessoas sejam devotas.

'Tornar-se um santo ou um pecador depende em grande parte das companhias de cada um.'"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 185)


sábado, 20 de fevereiro de 2016

POR QUE TANTA LUTA? ( 1ª PARTE)

"Ao responder a pergunta ‘Por que tem de haver todos esses erros e quedas ao se trilhar a senda da evolução?’, devemos considerar o universo como algo existente, como um fato através do qual dar início; e devemos estudá-lo para descobrir o fim, ou pelo menos um dos fins ao qual está tendendo. Por que ele deve tender para aquela meta é, como foi dito, uma nova questão, e do mais profundo interesse; mas é pelo fim descoberto que devemos julgar os meios empregados para chegar até ele.

Mesmo um estudo superficial da parte do universo na qual nos encontramos mostra-nos que pelo menos um de seus fins - se não seu único fim - é produzir seres vivos altamente inteligentes e de vontade forte, capazes de tomar parte ativa em continuar e orientar as atividades da Natureza e de cooperar no esquema geral da evolução.

O estudo ulterior, empreendido pelo desabrochar das qualidades internas e endossado pelas escrituras antigas, nos mostra que este mundo não está só, mas forma um de uma série, que tem sido ajudado na evolução de sua humanidade por homens mais velhos, e deve produzir homens de sua própria lavra para o auxílio de mundos mais jovens em eras ainda por vir. Ademais, mostra também uma vasta hierarquia de Seres supra-humanos, direcionando e guiando a evolução, e como centro do universo o tríplice Logos, Soberano e Senhor de Seu sistema. E esse estudo nos informa que os frutos de um sistema não são apenas uma grande hierarquia de inteligências poderosas com gradações de esplendor cada vez menor à medida que descendem, mas também esta suprema perfeição de um Logos como a coroação de tudo. Desvenda panorama após panorama de crescente esplendor, universos onde cada sistema é apenas um mundo, em extensão sempre crescente de gloriosa e ilimitável plenitude de vida infinita. Então surge a pergunta: ‘Por que meios serão desenvolvidos esses Seres poderosos, que se elevam da poeira às estrelas, e dessas estrelas que são a poeira de sistemas mais vastos até estrelas que são para elas como o lodo para o Sol?’ (...)"

(Annie Besant - Um estudo sobre a Consciência - Ed. Teosófica, Brasília - p. 236/237) 
www.editorateosófica.com.br


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

CRESCENDO EM CONHECIMENTO E CAPACIDADE

"A vida é um mistério, e nós a conhecemos em suas manifestações. Podemos pensar na vida como a existência e atividade do Eu por trás de tudo, que é um, imortal, eterno, e ilimitado, eternamente belo e criativo. Tem-se imaginado a natureza desse Eu como sendo Luz, Fogo, Som. A morte assiste-a em cada forma exceto em sua plenitude. Pois o processo de sua manifestação deve precisar ser uma limitação e uma retirada. Existem o pravritti marga e o nivritti marga, as sendas de ida e de retorno, uma atividade cíclica que é uma tentativa sucessiva de autodefinição da entidade ou consciência em questão, uma passagem da imperfeição para a perfeição relativa. A vida no mundo é vida numa prisão; a vida em qualquer forma deve inevitavelmente estar imensamente circunscrita. Mas em cada estágio o dharma é tornar a vida tão perfeita, tão bela quanto possível.

Assim, a medida que passamos de estágio a estágio crescemos em conhecimento e capacidade, e, eventualmente, quando o quadro perfeito tiver sido desenhado, ele será belo em cada parte e como um todo, e toda a confusão trabalho, sofrimento e exaustão parecerão não apenas maravilhosamente vantajosos para realização tão gloriosa, mas talvez até mesmo diferentes do que parecem aos nossos olhos atualmente. Talvez mesmo agora, de algum modo misterioso, inimaginável, seja um processo de desabrochar de uma imagem oculta de beleza perfeita em sua sabedoria, força e amor."

(N. Sri Ram, O Interesse Humano, Editora Teosófica, Brasília, 2015 - p.35/36)


sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

MINHA ORAÇÃO PARA VOCÊS

"Minha oração para cada um de vocês, neste ano novo, é que possam alcançar seus mais elevados e nobres objetivos na senda espiritual. Vocês que buscam o amor divino, que o encontrem; vocês que procuram a compreensão, não a busquem nos relacionamentos humanos, mas Nele, que é a Fonte da Compreensão; vocês que procuram força, ou coragem, ou humanidade, possam ir até o único grande Professor que pode ajudá-los a conquistar essas qualidades, que pode despertar a divindade adormecida dentro de vocês, para que possam contemplar-se como autênticos filhos de Deus. Lembro-me de escutar a exortação de nosso abençoado Guru no ano novo: 'Despertem, não durmam mais! Despertem, não durmam mais! Despertem, não durmam mais!'

O caminho da paz, da alegria, da felicidade e do amor divino está em manter a consciência centrada em Deus, repousada em Deus. Concentre-se em uma ideia: Deus apenas. 'Tu és minha Estrela Polar; em Ti eu vivo, me movo, respiro e existo. Nada mais procuro, exceto Te amar e servir.' Faça dessa a sua oração constante no novo ano.

Concentre-se noite e dia em Deus, e embriague-se com o amor Dele. Só Ele é real. Em Seu amor está a sabedoria, a humildade, a alegria, a compaixão, a compreensão e a realização. Que cada um de nós possa buscar esse amor com mais seriedade.

Medite mais profundamente e faça um esforço para servir a Deus com maior disposição, com maior consciência e concentração. Não basta apenas servir; considerando isso um grande privilégio, sirva com entusiasmo, alegria e amor no coração. Cantando canções de devoção a Deus, levemos conosco essa jubilosa consciência durante todos os dias do ano novo, para que possamos encerrar o ano como começamos: pensando apenas Nele."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 95/96)

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

UMA LEI DA VIDA ESPIRITUAL

"Existe uma lei pouco conhecida da vida espiritual, todos que trilham a Senda devem levar outra pessoa com ele ao longo da estrada ascendente. O ideal é que esta pessoa seja a mais próxima nos vários relacionamentos humanos.

Trilhar a Senda é muito mais do que ser bem-sucedido nos exercícios e práticas da ioga. É um gradual enriquecimento e embelezamento de toda a natureza do aspirante, incluindo a autossensibilização com relação à presença da vida divina em todos os seres e na própria Natureza, ainda que somente nos níveis psíquico e intelectual no início.

O sucesso na ioga inclui a ampliação gradual e efetiva de toda a natureza intuitiva e intelectual do aspirante, para que ele comece a conhecer as grandes leis e princípios subjacentes à encarnação do Logos no universo, para que estes princípios possam começar a ser compartilhados com experiências em consciência, sendo isto parte do significado da palavra 'ioga'.

Na verdade, isto é ajudado pela meditação e sublimação e faz parte do seu valor na vida oculta. As qualidades de profunda compaixão e de uma grande suavidade são necessárias no desenvolvimento de uma natureza semelhante ao Cristo. Não se espera que ninguém faça mais em quaisquer destas direções do que está ao seu alcance; no entanto, estes são os ideais a serem lembrados."

(Geoffrey Hodson - A Suprema Realização através da Ioga - Ed. Teosófica, Brasília, 2001 - p. 95/96)
www.editorateosofica.com.br


domingo, 20 de abril de 2014

O INSTRUTOR: “QUANDO O DISCÍPULO ESTÁ PRONTO, O MESTRE APARECE”

"Aqueles que leram a Voz do Silêncio saberão que esta obra consiste em três tratados que transmitem a essência do pensamento Mahayânico de uma forma muito clara. Estão agrupados em forma de discursos, nos quais o aluno pede orientação e luz ao instrutor, e este fala ao aluno sobre os objetivos da senda, as várias virtudes a serem desenvolvidas, as fraquezas a serem evitadas, e as verdades relacionadas a tudo isto. O instrutor também esclarece que ele pode apenas apontar o caminho, ele não pode conduzir o aluno até o destino pretendido. O aluno terá de usar a sua própria inteligência a cada passo, reunir todas as energias de sua natureza, e aplicar-se seriamente à tarefa. Se fosse meramente uma questão de encontrar um instrutor que conduzisse a pessoa até o objetivo adequado, a dificuldade residiria apenas em encontrar a pessoa certa, e assim o aluno não teria responsabilidade alguma. Mas não é este o caso. O discípulo terá de realizar a viagem por ele próprio, enfrentando todas as dificuldades, guiado pela sua própria compreensão.

De acordo com estes preceitos, das dez coisas a serem feitas uma importante entre elas é o encontro de um instrutor cuja influência de sua personalidade e conhecimento possa ser inestimável, se o aluno dela puder beneficiar-se. Diz-se: ‘vincule-se a um preceptor religioso dotado de poder espiritual e de sabedoria total.’ De que maneira podemos encontrar uma pessoa assim? Para começar deve-se compreender o que significa ‘poder espiritual’. Não é a habilidade de produzir truques fenomênicos ou milagres. A espiritualidade nada tem a ver com tais manipulações psíquicas. A questão então de como distinguir entre um instrutor falso – e destes deve haver grande variedade – e um verdadeiro. Diz o livro: ‘para evitar o erro na escolha de um guru, o discípulo precisa ter conhecimento de suas próprias falhas e virtudes’. Não significa que você terá de encontrar primeiramente o guru e então ele lhe dirá suas faltas e méritos. Deve haver uma medida de autopercepção e de discriminação dela resultante, a fim de reconhecer o verdadeiro instrutor quando o encontrarmos, e não ser atraído por alguém que consegue ter seguidores por apelar para suas fraquezas e divertir-se com sua imaturidade."

(N. Sri Ram - Em Busca da Sabedoria – Ed. Teosófica, Brasília, 1991- p. 135/136)