Quando não se
o pratica, sendo possível, medra o mal que arrasta corações e vidas no rumo do
despenhadeiro, ceifando existências que poderiam ser conduzidas na direção da
felicidade.
Se alguém se
encontra necessitado de determinado socorro que outrem lhe pode dispensar, e
esse não o faz, os danos que aí se originam tornam-se responsabilidade daquele
que agiu de maneira indiferente ou se negou a contribuir para erradicá-los.
Misérias
incontáveis poderiam ser extirpadas do planeta, se alguns indivíduos que
dispõem do poder, seja social, econômico, político, religioso, artístico ou
administrativo, se empenhassem por alterar-lhe a marcha devoradora. Preocupados,
no entanto, em mais amealhar, acumulando fortunas de que jamais se utilizarão
para qualquer fim nobre, ou dominados pela presunção e vaidade que os inflam de
orgulho, são responsáveis pela desdita que decorre dessa atitude infeliz.
Não obstante,
todos os indivíduos possuem o impulso para a ação fraternal e humanitária que
dignifica. Mesmo quando destituído de meios grandiosos para atender as
multidões, pode, entretanto, socorrer aquele que se lhe encontre mais próximo,
contribuindo com pequenas dádivas de carinho e de compaixão, transformadas em
pão e medicamento, em agasalho e orientação, em trabalho e em reconforto moral.
Não apenas por
meio dos valores amoedados se pode e se deve praticar o bem, senão, também, utilizando
dos sentimentos fraternais, que são bênçãos da vida em favor de outras vidas.
Uma côdea de
pão alimenta quando se tem fome, e um pouco de água evita a morte por
desidratação imediata, abrindo espaços para futuros socorros que impedirão o
sofrimento ou a morte.
Não é
imprescindível que o benefício que se faça tenha expressivo volume ou grande
significado. Tudo é valioso quando está dentro dos limites daquele que ajuda,
portanto, das suas forças.
Desse modo, ninguém
se pode eximir da prática do bem nem do dever da solidariedade, que constituem
maneiras eficazes para tornar o grupo social digno de melhor qualidade de vida.
Uma baga de
luz rompe qualquer treva densa.
Uma moeda de
amor torna-se início de uma realização operante.
Pessoa alguma,
portanto, que se afirme destituída de recursos para o ministério da caridade,
para a prática do bem.
Quem não possa
apagar um incêndio, ofereça às chamas um pouco de água enquanto não chegarem as
forças especializadas em combatê-las.
Na ardência do
Sol uma pequena proteção evita que se esvaiam as energias debilitadas. (...).”
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