"Pelo menos metade da população do globo já ouviu o vigoroso princípio psicológico e espiritual articulado por Jesus: 'Não julgueis para que não vos venham a julgar; porque com a medida que julgardes o mundo, sereis vós próprios julgados'.
As duas primeiras palavras desse dito cabem perfeitamente em nosso sistema. Um dos mais notáveis mestres espirituais do mundo está nos dizendo que não é uma boa ideia julgar - mas saímos por aí julgando a torto e a direito, negativa ou positivamente. Buda fez a mesma observação muitas e muitas vezes em suas pregações. Ficar preso ao jogo egoísta da crítica não é produtivo espiritualmente e só gera sofrimentos.
Vale lembrar que, quando contemplamos uma rosa e a avaliamos mentalmente como algo bonito, dizendo a nós mesmos: 'Oh, que rosa magnífica!', estamos julgando a rosa, ainda que de maneira positiva. E no próprio processo de julgar, para depois extrair uma conclusão positiva, distanciamo-nos temporariamente do impacto direto que a rosa pode provocar.
Não podemos experimentar a realidade e ao mesmo tempo julgá-la. Psicologicamente, o julgamento é uma função comparativa da mente graças à qual avaliamos dados perceptivos atuais equiparando-os a dados anteriores. Esse processo mental afasta-nos do momento presente: perdemo-nos em pensamentos enquanto julgamos. Por isso, todo mestre espiritual que conhece o valor da plena participação no agora concorda com Jesus e Buda, recomendando que julguemos o mínimo possível - para, assim, empenharmo-nos no mundo concreto em vez de nos perdermos em ideias."
John Selby, Sete Mestres e Um Caminho, Ed. Pensamento-Cultrix, 2004, p. 98/99.
Imagem: Pinterest
Nenhum comentário:
Postar um comentário