"Crença é fé são frequentemente utilizados como sinônimos e por isso seu uso nem sempre é correto. A fé é algo muito maior do que a mera crença, como será mostrado. Tanto na crença quanto na dúvida existe um elemento destrutivo. Quando aplicada construtivamente, a adesão às crenças válidas leva à realização. As verdades numerais não podem ser entendidas pela mente sensorial. Os fenômenos podem ser interpretados pelo intelecto a partir da experiência sensorial, mas não a substância, ou número, subjacente a eles; isto requer iluminação interior. Sendo assim, o instrutor com realização espiritual diz ao discípulo ainda não desenvolvido: 'Até que você seja capaz de entender, acredite em mim e me siga'. Isso não significa aceitar tudo cegamente. A crença construtiva inclui a razão. Sentimento e razão confirmam que existe certa verdade por trás de toda crença válida. Se a pessoa conseguir ganhar acesso à inteligência discernidora que é inerente a ela própria, pode chegar a essa verdade - à compreensão interna da verdade que se atinge apenas por meio do desenvolvimento espiritual dos poderes de percepção intuitiva da alma. Até então, pode haver contradição entre o raciocínio do devoto e a realização do mestre. Por isto os verdadeiros mestres precisam pedir aos discípulos que acreditem e aceitem determinados conceitos com base na sua autoridade, sabendo que com o tempo os discípulos poderão ter a realização dessas verdades por si mesmos. Tal é o princípio de qualquer investigação.
Se um professor de matemática lhe explicar Cálculo, mas você fechar a mente e disser que não acredita, porque naquele momento não compreende, então ele não pode ensiná-lo. Primeiro você tem que pegar lápis e papel e seguir as instruções do professor. Só se você não obtiver os resultados prometidos é que pode duvidar. Mas cuidado antes de julgar; tenha certeza de que não cometeu nenhum erro na solução do problema. Como se pode ver, é preciso começar acreditando." ... (continua).
Paramahansa Yogananda, Jornada Para a Autorrealização, Self-Realization Fellowship, p. 305/306.
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