"Vivemos um tipo de comportamento estranho e contraditório?
Em primeiro lugar, deveríamos nos perguntar: será que tudo o que fazemos é por vontade própria?
Observemos por um instante nossas ações e reações.
O mundo clama por amor e faz guerras. Religiões pregam união e perdão, mas brigamos entre nós e nos afastamos dos ensinamentos dos Mestres.
Grandes corporações criam e vendem artigos nocivos e poluentes e ao mesmo tempo patrocinam ONGs que defendem o meio ambiente. A propaganda é usada para estimular o uso de produtos prejudiciais que viciam, distraem e destroem. E são essas mesmas empresas que pregam uma vida sustentável. Vendem o veneno e depois a suposta cura. A cada momento surgem ideias novas de como salvar o planeta. A exploração, entretanto, é cada vez maior e mais equilibrada.
Há um ditado antigo que diz que somos nós que oferecemos ao agressor a arma com que ele vai nos ferir.
É preciso muita força de vontade para escaparmos desse círculo vicioso. Nossa autonomia intelectual fica reduzida se estamos expostos 24 horas por dia a esses estímulos.
É possível que muita gente goste da maneira como vive. Outros tantos podem não saber que existem outras formas de pensar, de agir, de se conhecer e se comprometer. Não há nada de místico É só a vida se manifestando com seu leque infinito de possibilidades. Pena que tenhamos acesso a tão poucas, já que vivemos o mito da escassez bem mais do que o da abundância.
Vivemos nesse mundo de aparentes paradoxos e contraditórios. Existe outro? O que temos de fazer para compreender?
Para saber precisamos procurar.
Podemos.
Vamos!"
(Fernando Mansur - O Catador de Histórias - Ed. Teosófica, Brasília, 2018 - p. 96)
Imagem: Pinterest.
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