OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

O QUE É A MENTE?

"Embora falemos com frequência sobre a nossa mente, se alguém nos perguntasse 'o que é a mente?', não teríamos uma resposta clara. Algumas pessoas dizem que o nosso cérebro é a mente, mas isso é incorreto. O cérebro não pode ser a mente, porque o cérebro é, apenas, uma parte do corpo – podemos ver o cérebro diretamente com os nossos olhos e podemos, até mesmo, fotografá-lo. Porém, a mente não é uma parte do corpo – ela não pode ser vista com os nossos olhos e não pode ser fotografada. Portanto, fica claro que o cérebro não é a mente. É apenas nos ensinamentos de Buda que podemos encontrar uma resposta clara para a pergunta: 'o que é a mente?'. 

Buda deu explicações claras e detalhadas sobre a mente, que podemos ler a seguir. A mente é algo cuja natureza é vazia, semelhante ao espaço; a mente nunca teve características físicas, formato ou cor; e a mente atua percebendo e compreendendo objetos – essa é a sua função. A mente tem três níveis diferentes: denso, sutil e muito sutil. Durante nossos sonhos, temos uma consciência onírica, por meio da qual vários tipos de coisas sonhadas aparecem para nós. Essa consciência é uma mente sutil, porque é difícil de ser identificada, ou reconhecida. Durante o sono profundo, temos apenas consciência mental, que percebe vacuidade, unicamente. Essa consciência é denominada 'clara luz do sono' e é a mente muito sutil, o que significa que essa mente é extremamente difícil de ser identificada, ou reconhecida.

Durante o período em que estamos acordados, temos uma consciência do estado acordado (ou da vigília); por meio dela, vários tipos de coisas do estado da vigília aparecem para nós. Essa consciência é a mente densa, o que significa que ela não é difícil de ser identificada. Quando dormimos, nossa mente densa (a consciência do estado da vigília) dissolve-se em nossa mente sutil do sono. Ao mesmo tempo, todas as nossas aparências do mundo do estado acordado tornam-se não existentes; e, quando experienciamos o sono profundo, nossa mente sutil do sono dissolve-se em nossa mente muito sutil do sono: a clara luz do sono. Nessa etapa, ficamos parecidos com uma pessoa que morreu. Então, porque nossa conexão cármica com esta vida é mantida, nossa mente densa (a consciência do estado da vigília) surge novamente a partir da clara luz do sono, e as várias coisas do estado da vigília aparecem de novo para nós.

O processo de dormir é muito parecido com o processo de morrer. A diferença entre eles é que, quando estamos morrendo, nossas mentes densa e sutil se dissolvem na nossa mente muito sutil da morte, conhecida como 'a clara-luz da morte'. Depois, porque nossa conexão cármica com esta vida chegou ao fim, nossa mente muito sutil deixa este corpo, vai para a próxima vida e ingressa em um novo corpo; então, todos os diversos tipos de coisas da próxima vida irão aparecer para nós. Tudo será totalmente novo. 

Com essa explicação sobre a mente podemos compreender, de modo bastante claro, a existência de nossas vidas futuras, de maneira que podemos preparar, a partir de agora, a felicidade e a liberdade de nossas incontáveis vidas futuras por meio de praticarmos os ensinamentos de Buda – o Dharma. Não há nada mais significativo do que isso. Nossa vida atual é apenas uma única vida, mas nossas vidas futuras são incontáveis. Portanto, não há dúvida de que as vidas futuras são mais importantes que esta vida."

(Geshe Kelsang Gyatso - Budismo Moderno - Ed. Tharpa Brasil, 3ª edição, 2015 - p. 10/12


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