"20. O observador, ao invés de manifestar puro percebimento, vê através da tela conceitual da mente.
Este sutra implica que o observado vem à existência a partir do estado condicionado do observador. Em outras palavras, é o observador que cria o observado, pois este não tem existência intrínseca. O observador não olha para a coisa, mas através da tela conceitual da mente, que é sua imagem. Assim, o observado é, de fato, a imagem dos homens e das coisas. Mas o observador é diferente da mente? Ao discutirmos a aflição, asmitã, vimos que o senso do eu, aquela entidade que é descrita como o 'eu', não é diferente da mente. A mente que busca sua continuidade traz à existência a assim chamada entidade permanente, que é o 'eu'. Dizemos 'assim chamada', porque não possui absolutamente permanência, tendo nascido em razão do desejo da mente por continuidade. O senso do eu e a continuidade são sinônimos, pois reconhecemos o 'eu' através do fator da continuidade. Assim, o observador e a mente são idênticos, o que está claro no próximo sutra onde é dito: (...)"
(Rohit Mehta - Yoga a arte da integração - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 96)
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