"Nossa mente é a nossa própria mente, na qual só devemos permitir o ingresso de pensamentos que nós, o ego, escolhemos. O nosso corpo astral também é nosso, e não devemos admitir a entrada nele de nenhuma sensação, exceto as que são boas para o eu mais elevado. Assim sendo, devemos controlar as vibrações da depressão, e, de nenhum modo, dar-lhes abrigo. Não havemos de consentir em que elas nos invadam. Se nos invadirem, não lhes permitiremos instalarem-se em nós, correr-nos-á a obrigação de não fazer nenhum caso delas e não deixar que ninguém mais lhe saiba sequer da existência.
Às vezes, as pessoas me dizem que têm tido momentos de esplêndida inspiração e exaltação, ardente devoção e alegria. Não compreendem que são precisamente esses os momentos em que o eu superior consegue deixar sua impressão no eu inferior, e que tudo o que elas sentem está lá o tempo todo, mas o eu inferior nem sempre tem consciência disso. Compreendamos, pela razão e pela fé, que ele está sempre lá, e se tornará como se o sentíssemos, até mesmo na ocasião em que o elo, imperfeito, não nos permite senti-lo aqui embaixo.
Mas muitos homens, enquanto admitem a verdade abstrata, dizem não poder sentir perpetuamente essa felicidade por causa dos próprios defeitos e das suas falhas constantes. Sua atitude na realidade é muito parecida com a adotada na litania: 'Tende piedade de nós, miseráveis pecadores.' Ora, somos todos pecadores no sentido de que nenhum de nós faz o que deveria fazer, e fazemos constantemente o que não deveríamos fazer, mas não há necessidade de agravar o crime intitulando-nos miseráveis pecadores. Uma pessoa miserável é um inconveniente público, um centro de infecção, e dissemina infelicidade e tristeza, por toda a sua volta, entre os seus infelizes semelhantes - coisa que nenhum homem tem o direito de fazer. O homem que experimenta os mesmos sentimentos, que consegue manter-se razoavelmente feliz até quando faz determinados esforços para reformar-se, não prejudica os outros, desse mesmo jeito.
As pessoas que se julgam e se denominam vermes miseráveis estão seguindo exatamente o caminho certo para se transformarem em vermes miseráveis, pois o homem é o que julga ser. Todas as afirmações nesse sentido são, de ordinário, hipócritas, como podemos deduzir facilmente do fato de que o homem, que tão prontamente se intitula verme miserável na igreja, sentir-se-ia profundamente insultado se alguém o chamasse de verme miserável na vida diária comum, e seja isso hipocrisia ou não, o certo é que é tolice. Quem compreende a influência do pensamente percebe que o homem que efetivamente se julga um verme miserável já se despojou de todo o poder de elevar-se acima desse estado, ao mesmo tempo que o homem que se capacita de que é uma centelha da vida divina sempre se sentirá esperançoso e contente, porque, na essência, o divino é alegria. Grande erro é perder tempo em arrependimentos; o que passou, passou e nenhuma quantidade de remorso desfará o que foi feito. Um dos nossos Mestres disse, de uma feita: 'O único arrependimento digno de alguma coisa é a decisão de não repetir o malfeito.'"
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