"A calma é a essência da meditação e a antítese do medo. Não podemos relaxar e ficar em paz em nosso coração - não podemos nos abrir para o influxo do amor - quando nossa mente está perturbada e irrequieta. No âmago da tradição judeu-cristã encontramos a clara expressão do valor e necessidade da calma. Reza o Salmo 4: 'Falai com o vosso coração sobre a vossa calma e aquietai-vos'. E o Salmo 46 nos dá esta firme instrução: 'Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus'.
No Salmo 107, ouvimos: 'Então se alegram com a bonaça; e ele assim os leva ao porto desejado'. Em Isaías, aprendemos: 'Pelo arrependimento e o repouso sereis salvos; na quietude e confiança reside a vossa força. ... Até quando vos dominará a tribulação? Recuai... descansai, ficai serenos'. Eis a tradição meditativa que alimentou Jesus em sua meninice e, seguramente, ao longo de todo o seu despertar espiritual.
Em plena quietude meditativa, começamos a perceber diretamente a verdade da vida e a realizar o que Jesus nos ensinou como seu mais vigoroso imperativo em termos de meditação: 'Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará'. Obviamente, a verdade que encontramos no ato de meditar é que Deus é amor - que existe uma presença espiritual nuclear em nossa vida passível de conhecimento direto quando focalizamos o coração e nos abrimos para o influxo amoroso.
Saímos do estado de medo ao aprender a estar serenos; uma vez serenos, acabamos por conhecer a verdade; e harmonizados com a realidade profunda da vida, descobrimos a força original do amor que nos anima e nos vincula diretamente ao Inominável infinito."
(John Selby - Sete Mestres, Um Caminho - Ed. Pensamento-Cultrix Ltda., São Paulo, 2004 - p. 116/117)
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