"(...) A limitação material é como o leito de um rio, forçando as águas numa certa direção. Ele pode dar muitas voltas, mas o destino final é sempre o mar. Quanto mais próximo desse destino, menos curvas aparecem no caminho, porque já aprendemos algo, não nos preocupando mais em fugir e desviar do problema.
Benditos desafios! Cada limitação é uma oportunidade nova. Sofrimento? Depende de como olhamos o desafio. Quando um alpinista se defronta com um pico escarpado, enfiado nas nuvens, ele sorri ou empalidece? Encoraja-se ou desanima?
A vida em si é um desafio de alpinista. Chegar ao topo requer equilibrar-se junto às ladeiras, onde tentações diárias - como preguiça, inveja, gula, desonestidade, raiva, mentira - querem nos atrair para a energia antiga, o comportamento antigo. Repetir no mínimo é estagnar, aprofundando a inconsciência, a não ser que coloquemos atenção no ato.
Ainda que repetindo, atenção na ação é crescimento. Da próxima vez será possível um rumo diferente. Ir adiante, porém, é suspender o pé para o degrau seguinte. Por essa razão o autodomínio é tão importante no caminho espiritual - o que não significa reprimir. O trabalho é sempre por meio da consciência. Domar nossa natureza inferior é estabelecer quem manda no corpo, modificando sua energia pela combinação da vontade com pensamentos elevados e amor - o que é impossível na mente entulhada.
Requer-se esvaziar esse copo, transformando-o em divina taça pela meditação, sons iluminados, trabalho altruísta e alimentação sutil, preferindo também companhias que buscam crescer como você. Essa é uma dieta para a mente e para a alma, elevando também o vaso físico que nos sustenta no mundo. Vibracionalmente, tudo cresce ou se rebaixa ao mesmo tempo em nós, expandindo ou embotando a consciência."
(Walter S. Barbosa - Desafios da vida - Revista Sophia, Ano 15, nº 65 - p. 12/13)
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