Para Krishnamurti e Ken Wilber poderia não ser necessário buscar aquele algo que já somos, mas que percebemos apenas de maneira obscura. Talvez também não lhes tenha sido necessária uma visão, o simples reconhecimento do que é. Para Wilber, o que é importante no final das contas é reconhecer o imutável, o vazio primordial, a divindade inqualificável, o puro espírito. Podemos chamar a isso de reconhecer o eu universal interior, ou conhecer mais uma vez aquilo que verdadeiramente somos. Porém, o desabrochar humano também requer um processo, a preparação para aquilo a que nos referimos como 'a senda'.
Voltando à metáfora do artista, isso implica a ocorrência de um processo criativo. Quanto mais identificamos aquilo com que temos que trabalhar, mais podemos remover a dura capa externa de vidas passadas e permitir que o que está no interior possa emergir. Podemos então nos tornar responsivos ao Eu, em vez de reativos aos caprichos do eu pessoal que tende a preencher a maior parte do nosso estado de vigília. A qualidade de vida se torna mais rica, mais equilibrada, tingida de maneira crescente pela beleza interior. O ego reencarnante é refinado e iluminado. (...)"
(Linda Oliveira - Os artistas do destino - Revista Sophia, Ano 13, nº 58 - p. 16)
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