"(...) A perfeição é a meta de nosso caminho evolutivo não pelo propósito egoísta de sermos perfeitos, mas porque, através de nós, pode ser um pouco aliviada a carga do mundo.Em vez de nos imaginarmos - como o fazemos inconsciente e involutariamente - sendo e fazendo o que em verdade não queremos ser ou fazer, devemos nos imaginar como o homem perfeito que almejamos ser e que seremos um dia. Pensemos com toda a nossa energia mental em nós mesmos como sendo divinos em amor, divinos em vontade, divinos em pensamento, palavra e ação; e ocupemos todo o nosso corpo mental com essa imagem, vigorizando-a com emoções de júbilo e amor, de consagração e aspiração. Essa imagem também se realizará por si mesma. A mesma lei é válida para ela como para as importunas imagens mentais que tanto nos atribulam.
Quando houvermos dominado conscientemente o poder da imaginação, não seremos mais seus escravos, não mais seremos usados por ele; mas nós é que nos valeremos dele. O mesmo poder que era nosso inimigo tornou-se agora nosso aliado.
Não há limites para os diferentes modos em que o poder criativo da imaginação pode ser usado construtivamente, em substituição às formas destrutivas. Quando tornamos nosso corpo mental um instrumento obediente e dócil, podemos usar esse ilimitado poder não só em nossa conduta e ações diárias, mas na obra que estamos realizando e na maneira como recriamos a nós mesmos.
Agora, retiremos também do corpo mental o centro da consciência e o mantenhamos responsivo ao Ser interno, tal qual mantemos os corpos emocional e físico. Assim possuiremos em servidão os três corpos nos três mundos de ilusão. São os três cavalos que puxam nossa carruagem nos mundos inferiores; e o Eu Superior é o divino cocheiro, que não mais permite aos cavalos irem por onde lhes aprazer, senão por onde Ele os dirigir. O Ego desprendeu sua consciência do emaranhamento com os três corpos e a restituiu ao mundo a que verdadeiramente pertence, de onde pode valer-se deles como dóceis servos."
(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 32/33)
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