"(...) A vida é regida por certas leis. Quando sabemos o que fazer em uma circunstância, estamos livres da influência dela sobre nós. O poder da mente é maior que o poder dos desejos, das emoções e até mesmo das ideias. Entretanto, nós deixamos esse poder de lado, porque é difícil usá-lo; assim, nos tornamos cativos dos desejos, das emoções e ideias.
Ao entender que o poder da mente é maior que o de seu veículo, sairemos da batalha vitoriosos. As ideias são limitações da mente, tão limitadoras da liberdade quanto as emoções e os desejos. Por isso, devemos sempre lembrar que tudo o que tem forma é uma limitação que deve ser vencida, se quisermos ser livres.
Podemos observar isso na natureza o tempo todo. Uma forma de vida perece para que outra possa viver. O sacrifício da flor pelo bem de sua semente é uma ato belo. A rosa teve o seu apogeu; suas pétalas ainda exalam perfume - uma retribuição à toda a natureza, em uma alegre oferenda de sua essência. No interior da semente reside a réplica de sua 'mãe', ou seja, o potencial da planta futura.
O mesmo se dá com a destruição do desejo. Cada desejo destruído deveria deixar como 'filho' um desejo maior e mais bonito, até que por fim compreendamos que o desejo de união com toda a natureza é o único que, longe de limitar os nossos poderes, torna-os universais. Em outras palavras, apenas no entendimento universal e no amor universal pode haver liberdade, porque a vida e o seu propósito são, por fim, compreendidos. Somente então a vida do mundo vibra através de nós, e nós nos unimos com a essência de todas as coisas.
O que podemos fazer para atingir esse estágio? Em primeiro lugar, parar de tentar atingir qualquer coisa. Tentar atingir implica um desejo de obter. A vida espiritual é doação, não obtenção. No tempo devido, temos que abrir mão até mesmo da nossa vontade individual para nos tornarmos unos com o desejo coletivo da natureza - no sentido em que ajudamos a natureza e trabalhos com suas leis."
(A Conquista da Liberdade - Revista Sophia, Ano 2, nº 6 - p. 24)
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