"(...) 3. A Autoconfiança. Assim como, no passado, fizemos de nós o que somos hoje, também pelo que agora fizermos nosso futuro será determinado. O conhecimento e a lembrança desse fato e de que a glória do futuro é ilimitada devem, com o tempo, dar-nos grande autoconfiança, e afastará aquela tendência a apelar para o auxílio externo, que, na verdade, em nada auxilia. Thoreau disse: 'Não conheço fato mais encorajador do que a indiscutível capacidade do homem para elevar sua vida, através de um empenho consciente.' E as derradeiras palavras de Buda foram: 'Trabalhai com diligência por vossa salvação!' No Dhammapada diz-se, também, que 'pela própria pessoa o mal é feito, pela própria pessoa vem o sofrimento; pela própria pessoa o mal é anulado, pela própria pessoa vem a purificação. Pureza e impureza pertencem à própria pessoa, e ninguém pode purificar outrem'.
4. A Restrição. Naturalmente, se compreendermos que o mal que fazemos se voltará contra nós, saberemos ser muito cuidadosos para não fazer ou dizer coisa alguma que não seja boa, pura e verdadeira. O conhecimento do Karma evitará que façamos coisas erradas, por amor dos outros como de nós próprios. Fiscalizemos os pensamentos; o pecado é feito por um pensamento positivo, mesmo que esse pensamento não seja levado à ação, porque os pensamentos são tão reais no mundo mental como as ações o são no mundo material. Jesus disse: 'Quem olhar para uma mulher com o desejo de luxúria, já comete adultério com ela, em seu coração.' (Mat., v, 28.) O envio constante de bons pensamentos para outros é de importância muito grande, fazendo-se a melhor das orações — mas ponhamos intenção, energia e vontade neles. Outra coisa a ser aprendida é que devemos combater todo pensamento errado que nos vier à mente, através do poder do Eu Superior.
5. A Responsabilidade. O fato de haver unidade espiritual na Raça Humana, já que ela, em sua raiz, é uma apenas, traz, também, o fato da nossa responsabilidade uns para com os outros. No início do Capítulo XIII, dissemos o quanto somos interdependentes uns dos outros, e como se torna dever nosso, para com a Humanidade em geral, abandonar o Mal e praticar o Bem.
6. O Poder. Quanto mais fizermos da Doutrina do Karma uma parte de nossas vidas, mais poder ganharemos, não só para dominar o Mal, mas para dirigir, em grande extensão, o nosso futuro, e ajudar com maior eficácia o nosso próximo. Isso se dá porque, tornando-nos autoconfiantes, atraímos força do Eu Superior interno. Por aquele Ser Divino interno nossa vida deve ser guiada e, com a Sua força, dominamos as limitações, destruímos os grilhões que nos mantêm fora do Nirvana, e nos tornamos Auxiliares Conscientes da Humanidade. (...)"
(Irmão Atisha - A Doutrina do Karma - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 39/40)
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