A ética não é um código moral imposto de fora, um conjunto de regras estipulando o que fazer ou não fazer: não é a obediência a uma autoridade política ou a um Deus que fica sentado a nos julgar. A harmonia não surge por meio de pressões externas. É um esforço para observar, entender e despertar interiormente.
As morais sociais e religiosas levam, via de regra, a um aumento da autoafirmação. A ética espiritual passa longe de ambas sugerindo um 'caminho do meio': não o ascetismo, mas a moderação; não as virtudes, mas o autoesquecimento. A ética é a expressão prática de valores fundamentais, sem os quais não é possível qualquer felicidade para a humanidade: a unidade da vida, a interdependência e a responsabilidade mútua.
O respeito pelos outros, os relacionamentos harmoniosos e o altruísmo expressam esses princípios na nossa vida diária, que consiste de relacionamentos. A ética nada tem a ver com exibições de heroísmo, e sim com um modo de vida simples, correto e equilibrado. Isso porá fim à inquietação da personalidade, que obstrui a manifestação das qualidades espirituais."
(Danielle Audoin - Ética: a restauração da harmonia - Revista Sophia, Ano 2, nº 6 - p.41)
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