"Uma religião que seja igualmente aceitável por todas as mentes é o que desejo propagar. Deve ser igualmente filosófica, emocional, mística e conducente à ação. Essa será a combinação ideal, a analogia mais próxima a uma religião universal. Quisera Deus que, na mente de todos os homens, essas características estivessem igualmente presentes em plenitude! Esse é o meu ideal do homem perfeito. Considero parcial a pessoa que tenha apenas um ou dois desses traços característicos; o mundo está repleto de indivíduos sectários, conhecedores somente desse caminho único que trilham; tudo o mais para eles é perigoso e terrível. Encontrar um equilíbrio harmonioso entre esses quatro caminhos é o meu ideal de religião.
Essa religião é alcançável pelo que se denomina na Índia yoga, união. Para o homem de ação, é a união entre os homens e toda a humanidade: para o místico, entre seu Self inferior e superior; para o amante, entre ele e o Deus de amor; para o filósofo, é a união com toda a existência. Esse é o significado do termo sânscrito yoga. Todas as quatro divisões da yoga têm, em sânscrito, diferentes nomes. Iogue é o homem que procura um destes caminhos de união. O que busca a união pela ação é o karma iogue; o que busca a união pelo amor é o bhakti iogue; o que busca a união pelo misticismo é o raja iogue e o que a busca pela filosofia é o jnana iogue. A palavra iogue abrange todos.
Nesse país, a palavra yoga está associada a toda sorte de entidades fantásticas. Lamento, mas devo dizer que yoga nada tem a ver com isso. Nenhuma dessas yogas abdica do raciocínio; nenhuma lhe pede que seja ingênuo ou que entregue sua capacidade de raciocinar nas mãos de sacerdotes de qualquer tipo. Nenhuma o obriga a ser fiel a algum mensageiro sobrenatural. Cada uma o incentiva a aferrar-se à razão, a ater-se a ela."
(Swami Vivekananda - O que é Religião - Lótus do Saber Editora, Rio de Janeiro, 2004 - p. 34/35)
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