OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 7 de maio de 2017

IMPERMANÊNCIA (1ª PARTE)

"Não há lugar na Terra onde a morte não nos possa alcançar - mesmo que voltemos a cabeça uma e outra vez perscrutando em todas as direções, como numa terra estranha e suspeita. Se houvesse algum modo de conseguir abrigo contra os golpes da morte - não sou homem de recuar diante dela... Mas é loucura pensar que se pode vencê-la... Os homem vão, vêm, trotam e dançam, e nem um pio sobre a morte. Tudo parece bem com eles. Mas aí quando ela lhes chega e às suas mulheres, filhos e amigos, pegando-os de surpresa e despreparados, que tormentas de paixão os esmagam, que gritos, que fúria, que desespero!... Para começar a tirar da morte seu grande trunfo sobre nós, adotemos o caminho contrário ao usual; vamos privar a morte da sua estranheza, vamos frequentá-la, acostumarmo-nos a ela; não tenhamos nada senão ela em mente... Não sabemos onde a morte nos espera: então vamos por ela esperar em toda parte. Praticar a morte é praticar a liberdade. Um homem que aprendeu como morrer desaprendeu a ser escravo. (Montgaigne)
Por que é tão difícil praticar a morte e praticar a liberdade? E por que temos tanto medo da morte que evitamos por completo olhar para ela? De algum modo, no fundo, sabemos que é impossível evitar encará-la para sempre. Sabemos que, nas palavras de Milarepa, 'essa coisa chamada 'cadáver' que tanto nos apavora, vive conosco aqui e agora'. Quanto mais adiamos esse encontro, quanto mais o ignoramos, maior é o medo e a insegurança que surgem para nos perseguir.

A morte é um vasto mistério, mas há duas coisas que é possível dizer a seu respeito: é absolutamente certo que morreremos um dia, e é incerto quando e onde essa hora vai chegar. Então, a única certeza que temos é essa incerteza sobre o instante da nossa morte, a que nos agarramos para adiar encará-la diretamente. Somos como crianças que fecham os olhos no jogo do esconde-esconde e pensam que assim ninguém pode vê-las. 

Por que vivemos em tal pavor da morte? Porque nosso desejo instintivo é viver e seguir vivendo, e a morte é um selvagem fim de tudo que nos é familiar. Sentimos que quanto ela vem somos lançados em alguma coisa realmente desconhecida, ou nos tornamos algo totalmente diferente. Imaginamos que estaremos perdidos e confusos, em algum lugar terrivelmente estranho. Imaginamos que será como acordar sozinhos, numa tormenta de ansiedade, num país estrangeiro, sem conhecimento da terra ou da língua, sem dinheiro, contatos, passaporte, amigos... (...)"

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 34/35)
www.palasathena.org



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