"(...) Temos que manter essa atitude em tudo que fizermos na vida diária. Devemos continuamente perceber que atuamos conscientemente por meio do corpo físico e que ele não mais atua por si próprio. Para tanto, devemos submetê-lo a hábitos regulares de alimentação, sono e exercício, de sorte que seja um instrumento perfeito. Se não disciplinarmos os músculos de nosso corpo por meio do exercício físico diário, não esperemos que ele seja resistente e responsivo, pois a saúde física depende muito mais disso do que é reconhecido na prática.
De maneira similar, devemos regular nossa alimentação de forma que seja possível ao corpo físico manter-se alerta e sensível. Em vez de comer qualquer coisa e de qualquer maneira, devemos ingerir tão somente os alimentos que o tornem um instrumento mais limpo, vigoroso e refinado para o nosso uso. E durante a refeição, devemos estar atentos ao que estamos fazendo - fornecendo nutrição ao corpo a partir do interior. Também isso é algo que temos de experimentar na prática, em lugar de tê-lo como uma abordagem intelectual. Devemos ter a percepção de comer conscientemente e de que, enquanto tomamos o alimento, construímos espiritualmente a estrutura do corpo. Os cristãos que reconheçam o valor dos Sacramentos compreendem o significado da Comunhão e sabem também o modo específico no qual os elementos consagrados são consumidos. E exatamente da mesma maneira devemos tomar todo alimento, pois toda matéria está consagrada pela presença de Cristo, cuja Vida está em todas as coisas, embora sua Presença se manifeste plenamente no Corpo e no Sangue consagrados.
Desse e de muitos outros modos podemos contribuir para a mudança dos corpos denso e etérico - tal como os filósofos herméticos tão bem a conheciam como regeneração do corpo -, tornando-os instrumentos apropriados ao Ser interno. É uma verdadeira transmutação; e uma vez realizada, fica quebrado para sempre o domínio do corpo físico sobre nossa consciência, convertendo-o em instrumento bem sintonizado ao nosso uso."
(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013- p. 24/25)
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