"Em todo trabalho que o discípulo empreenda, deve ser cuidadoso em preservar a calma e o equilíbrio, e isso de duas maneiras. Trabalho em excesso, que não é incomum entre os jovens e entusiastas, mostra falta de sabedoria. Cada um de nós deve fazer tanto quanto possa, mas há um limite que não é prudente exceder. Tenho ouvido a Dra. Besant dizer: 'O que não tenho tempo para fazer, não é meu serviço.' Contudo, ninguém trabalha mais estrênua e incessantemente do que ela. Se usamos nossas forças razoavelmente para a tarefa de hoje, estaremos mais fortes para enfrentar os deveres que nos traz o amanhã; estafar-nos hoje de sorte a sermos inúteis amanhã, não é realmente um serviço inteligente, pois desperdiçamos nossas energias para o trabalho futuro a fim de satisfazer o entusiasmo desequilibrado de hoje. Certamente surgem emergências ocasionais em que a prudência deve ser posta de lado a fim de poder terminar em tempo alguma peça de trabalho, mas o profissional prudente procurará prevenir-se suficientemente para evitar desnecessárias crises desse tipo.
A segunda maneira em que o discípulo deve esforçar-se para preservar a calma e equilíbrio é referente à sua própria atitude interior. É inevitável certa flutuação em seus sentimentos, mas deve procurar minimizá-la. Sobre nós estão sempre atuando todas as espécies de influências exteriores - algumas astrais ou mentais, outras puramente físicas; e ainda que habitualmente estejamos de todo inconscientes delas, não deixam de nos afetar mais ou menos. No plano físico a temperatura, as condições do tempo, o grau de poluição da atmosfera, a superfadiga, o funcionamento dos órgãos digestivos, todos estes e muitos outros fatores estão a afetar nossa sensação do bem-estar geral. E essa sensação não só atinge nossa felicidade como também nossa capacidade para trabalhar.
Igualmente sem nosso conhecimento, estamos sujeitos a ser contaminados por condições astrais, que variam suas diferentes partes do mundo, tanto quanto os climas, temperaturas e arredores físicos. Às vezes na vida do mundo se liga a nós uma companhia desagradável, de que só com muita dificuldade conseguimos nos desvencilhar. No mundo astral é muito mais fácil nos libertarmos de um parasita degenerado, ou mesmo de algum infeliz defunto imerso nas profundezas do desespero, o qual, grudando-se convulsivamente num homem, pode drenar muita de sua vitalidade e inundá-lo de escuridão e depressão, sem que por isso receba o mínimo de auxílio. Podemos estar completamente desapercebidos de uma tal entidade, e ainda que o soubéssemos, não é coisa fácil aliviá-la de sua aflição ou (se impossível) enxotar os íncubos de sua presença. Há vampiros inconscientes tanto no plano astral como no físico, e em ambos os casos é dificílimo uma ajuda.
O progresso geral do discípulo torna-o prontamente responsivo a todas estas influências, quer as perceba ou não; assim ele é suscetível de se sentir ocasional e inexplicavelmente exaltado ou deprimido. (...)"
(C.W. Leadbeater - Os Mestres e a Senda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2004 - p. 122/123)
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