"(...) Qual deve ser a natureza do mérito da ação, as qualidades que devem marcar o seu mérito? Os termos em que a resposta a esta pergunta pode ser dada parecem diferentes, segundo o ponto de vista. Listarei algumas qualidades nas quais geralmente não se pensa com relação à ação potente e eficaz, e depois acrescentarei algumas outras.
Primeiramente, deve haver inocência - a ausência de qualquer motivo, intenção, desejo ou pensamento de ferir ou lançar a mais leve sombra sobre a felicidade de outra pessoa, muito menos coisas grosseiras tais como má vontade e malícia.
Segundo, deve haver gentileza, tornando a ação tão útil quanto possível à pessoa que é objeto da ação; mesmo que seja uma operação cirúrgica deve-se evitar toda dor desnecessária. Deve haver um temperamento que seja uma perfeita adaptação à necessidade da pessoa a ser auxiliada.
Terceiro, lisura, de modo que na adaptação não haja a mancha do engano ou da fraqueza.
Quarto, inteligência e discrição, sem as quais qualquer ação carecerá de claras linhas de definição e movimento, e não se moverá dentro de suas próprias fronteiras.
Quinto, precisamos de perseverança e diligência, pois como trabalhamos no tempo, toda ação tem de ser sutentada durante um período que testa o requisito força de propósito, e muitas vezes a meta só é alcançada após certas pausas e reflexões ou desvios de movimento.
Por fim, deve haver as qualidades de justiça e responsabilidade; sem a primeira toda ação é errada, e a segunda dá um reconhecimento das obrigações a nós imbuídas por cada situação, e a relação do ato particular maior com o esquema que, do ponto de vista mais elevado, é trabalho em apoio ao plano divino. (...)
(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 74)
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