"A Individualidade, ou Ego individual, paira acima da Personalidade ou Ego pessoal ou eu inferior.
O Ego está para a Personalidade como o cocheiro de um carro para os cavalos.
É aquele que guia, porém estes têm sua ação e vida próprias.
Assim, o corpo físico tem a consciência física ou elemental físico; o corpo astral tem a consciência astral ou elemental astral; o corpo mental tem a consciência mental ou elemental mental.
A necessidade de dormir, de comer, não é derivada do EGO, da Individualidade superior ou imortal e sim função do elemental físico.
O conjunto de funções do corpo físico lhe dá certa 'consciência' que atrai a atenção do Ego superior ou individual.
As diferentes funçõs corporais efetuam-se pela simples consciência física ou elemental físico.
Os movimentos reflexos (retirar o pé quando alguém o coça, estando a pessoa dormindo; dar um salto de susto etc.) são também efeito da consciência do corpo físico.
Da mesma forma, o elemental astral leva o corpo astral às mais fortes e variadas emoções, às paixões avassaladoras, porque aquele necessita de impressões fortes.
O elemental mental impele o corpo mental à variedade de pensamentos, à instabilidade mental.
Acima de tudo, está o Ego, com sua vontade e o seu idealismo superior, procurando tudo controlar, porém vencido muitas vezes.
O fio, que liga à personalidade, pode alargar-se se esta, purificando-se e compreendendo a vida superior, procura elevar-se e unir-se ao EGO.
Comer, beber, dormir, ter vida sexual são necessidades normais e inerentes ao corpo físico, da mesma forma que as sensações ao corpo astral e o exercício do pensamento ao corpo mental.
Mas estes corpos, em virtude de sua consciência própria ou individual, procuram por si as maiores impressões possíveis, entrando em conflito com o EGO superior e prejudicando a evolução.
De modo que o dano começa quando esses corpos são solicitados além do normal.
O homem que controla suas paixões fá-lo pela superioridade de seu EGO, da sua verdadeira individualidade, processando-se assim a evolução individual.
Compreendemos assim a lei dos membros que combatem contra a lei do espírito, de que nos fala São Paulo.
Não devemos perder de vista o fato de que esses corpos formam, normalmente, um todo harmonioso."
(Alberto Lyra – O ensino dos mahatmas – IBRASA, São Paulo, 1977 – p. 137/138)
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