"(...) Se somos verdadeiramente ocultistas devemos compreender o que é útil e o que não é, usando nosso próprio desenvolvimento interior. Obviamente que matar ou fazer coisas piores não são retos meios de se ganhar a vida. Também não o é trapacear. Mas muitas pessoas não dirão a verdade porque é importante para elas não informar aos outros que seu próprio meio de vida dependa da obediência. A reta conduta não é fácil, mas um dos primeiros passos no caminho é jamais tolerar fazer o que é errado.
A conduta está ligada a ideias do que é certo e errado. Muitas pessoas que fazem crueldades não são pessoas ruins, porém foram colocadas em situações onde sentem que a vida exige que sacrifiquem seus escrúpulos. Se o homem é superior às outras criaturas é uma questão importante sobre a qual cada pessoa deve ter ideias claras. Todas as coisas estão crescendo e, mais cedo ou mais tarde, atingirão o estágio humano. Antes dessa época, se a consciência nelas se fortalecer, elas podem mudar e parar de fazer algumas coisas que pareciam certas anteriormente.
O reto meio de ganhar a vida está de algum modo ligado ao medo com o qual a pessoa pode nascer. Existem algumas crianças que têm medo de tudo e se agarram às suas mães, e outras, em circunstâncias similares, que correm por aí livremente. Por que será que elas têm que experienciar o que as outras não têm? 'Nossas' vidas afetam a vida dos outros, e eles também são auxiliados pelo modo como nos comportamos. Ao se ter mais consideração, gentileza e compaixão e menos egoísmo, pode-se produzir uma mudança e uma sociedade menos brutal. Quando compramos algo numa loja, o produto pode parecer bom, mas a história por trás de alguns produtos pode não ser tão boa.
O que é reta ação, e reto meio de se ganhar a vida? Isto faz parte do que o Buda ensinou. Quanto menos mal se causar, melhor, e existe a necessidade de se praticar isso antes de podermos fazer coisas mais difíceis."
(Radha Burnier - O rio da vida - Revista Theosophia, Ano 101, Abril/Maio/Junho 2012 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 47/48)
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