"(...) Há muitas pessoas, especialmente na América, que evitam matar porque julgam que a matança e o dano que são feitos atualmente terão incontáveis sofrimentos. Isso é verdade, e quanto mais profundamente a compreendermos, melhor será se acreditarmos na não violência (ahimsa). Ahimsa é uma das marcas de um ser humano que não deseja infringir sofrimento, e devemos pertencer a esta categoria até que o mundo mude de direção.
(...) C.W. Leadbeater escreveu sobre nosso dever com os animais...
Ninguém é obrigado a ter um gato ou um cão, mas se tiver, terá maior responsabilidade com esse animal do que o fazendeiro com qualquer integrante de seu rebanho. Seria egoísmo imperdoável de quem possuir esse animal pensar apenas no prazer que ele lhe proporciona e não na evolução do animal. O animal doméstico é como uma criança - com a diferença de que, enquanto uma criança já é um ego e deve ser auxiliada para controlar seus novos veículos, o animal ainda não é um ego separado e deve ser auxiliado para isso. O processo de individualização de um animal já foi descrito: notas sobre o assunto serão encontradas em: Introdução à Teosofia, A Vida Interna, O Homem Visível e Invisível e O Credo Cristão. Uma leitura cuidadosa do que aí foi escrito mostrará a linha de deveres que temos com os animais. Devemos nos esforçar para desenvolver sua afeição e seu intelecto, cujo principal fator é o afeto que temos por eles. Escrevi longamente em A Vida Interna sobre os erros que frequentemente o homem faz na relação com os animais domésticos. Todos esses erros devem-se a atitudes egoístas com o animal, um esforço para usá-lo para gratificar nossas paixões inferiores - por exemplo, quando um cão é treinado para caçar e assim fazer mais mal do que seus ancestrais fizeram como animais selvagens. Porque o animal selvagem mata apenas por alimento, impelido pela fome; mas o cão é treinado para matar pelo prazer de matar e por isso se degrada na escala da evolução em vez de se elevar.
C.W, Leadbeater entendia isso como algo semelhante à 'longa' jornada do homem para a perfeição, e escreveu muito a respeito disso. Concluirei com algumas de suas palavras: Quando compreendemos que o que habitualmente chamamos de nossa vida é apenas um dia na vida real, e que devemos ter só os dias que são necessários para nossa evolução, vemos que o mandado de Cristo: 'Sê perfeito como teu Pai que está no céu é perfeito' não é um hipérbole vazia, mas uma clara direção a que no tempo devido devemos obedecer."
(Radha Burnier - Maya em toda parte - Revista Theosophia, Ano 102, Julho/Agosto/Setembro 2013 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 10/11)
www.sociedadeteosofica.org.br
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