Os planos da natureza podem ser muito diferentes do que o homem pensa. Nós, seres humanos, vivemos num estado ilusório (maya) e pensamos que ele é a realidade, mas esta é muito diferente. Por exemplo, os animais fazem o que a natureza lhes ordena e ficam tranquilos. No entanto, quando o homem resolve moldar o mundo como um todo, ele transforma o mundo da vida animal no que não é.
Um cientista da Universidade de Oxford, escrevendo sobre a evolução, disse que a evolução é um processo em que muitas espécies estão incluídas. E todas elas realizam o crescimento que assume forma conforme vamos do vegetal ao animal e depois para a existência humana. Não consideramos que os animais que desprezamos e matamos, as criaturas que maltratamos, são todas partes de um processo que inclui nossa própria evolução. Se compreendêssemos isso, o mundo seria diferente. Veríamos que as criaturas que consideramos inferiores e desprezíveis realmente não o são. Na verdade, o tratamento que recebem faz muita diferença para o crescimento delas e do nosso.
Em nossa tradição (indiana), as melhores pessoas sabem que é assim; por isso, o tratamento que dão a todos considerados inferiores tem um papel muito belo e muito precioso a desempenhar. Isto é indicado em algumas de nossas tradições. Quando visitei a Índia Central, contaram-me que havia um ermitão vivendo em lugares solitários nas florestas. Algumas pessoas que o conheciam sabiam que sua atitude produzia grande respeito. Ele passava por selvas de sua área sem medo ou temor de que criaturas selvagens pudessem atacá-lo. Dormia em cavernas, às vezes muito perto de animais perigosos e nada lhe acontecia. Ele sabia, e os animais ao redor também sabiam, que ele era um deles. Não pensavam em feri-lo porque ele era um homem santo. (...)"
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