"Uma das mais antigas escrituras budistas, o
Dhammapada, afirma em seus versos de abertura que o homem é fruto de seus pensamentos, e que se ele fala ou age com coração impuro, o sofrimento irá segui-lo com tanta certeza quanto a carroça segue a pata do boi; mas se ele fala ou age com coração puro, a felicidade irá persegui-lo até o fim, como uma sombra.
Todo o nosso futuro, portanto, depende da qualidade dos nossos pensamentos e desejos, pois por mais que o ambiente afete nossas vidas, no final são os nossos pensamentos e as nossas motivações que exercerão a influência mais duradoura sobre nosso caráter. Encontramos essa mesma ideia em todas as literaturas sagradas do mundo, e com não menos ênfase nas escrituras cristãs, como testemunham as palavras desafiadoras de Jesus aos fariseus: 'Ou fazei com que a árvore seja boa, e seus frutos bons; ou fazei com que a árvore seja ruim, e seus frutos ruins; pois a árvore é conhecida por seu frutos. Ó geração de víboras, como podeis, sendo maus, falar de coisas boas? Pois é da abundância do coração que fala a boca. O homem bom, do bom tesouro do coração produz coisas boas: e o homem mau, do mau tesouro produz coisas más.' (Mateus 12:33-5)
Há toda uma filosofia de 'correto viver': da abundância do coração - não necessariamente da mente - o homem fala e age. Mas o que são os pensamentos, e de onde vêm? Aqui tocamos o âmago do mistério da criação, da evolução de todas as coisas, do universo aos átomos. O nosso mundo, o próprio universo, não é fruto do acaso, mas foi criado por um pensamento divino.
O que é um ser humano, uma planta, um animal ou o cosmo? Os mitos da criação de todos os povos antigos contam a mesma história: somente as trevas preenchiam a infinitude ilimitada do espaço enquanto 'o universo ainda estava oculto no pensamento divino e no divino seio' (A Doutrina Secreta, H. P. Blavatsky). Então, quando a luz varou as trevas do vazio, a inteligência cósmica produziu, 'pelo pensamento', o universo, com todas as suas famílias de entidades. (...)"
(James A. Long - O poder do pensamento - Revista Sophia, Ano 12, nº 47 - p. 30)
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